domingo, 14 de julho de 2024

Eu sei em quem tenho crido

 

No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismoe o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”

(Gênesis 1:1,2)


A existência de Deus

A existência de Deus é fundamental para o pensamento humano. Abandonar esse conceito crucial é renunciar à apreciação da realidade e mergulhar em um mar de irracionalidade, onde nada possui significado ou propósito.

Precisamos compreender e nutrir as verdades espirituais do nosso ser interior, defendendo o que as Sagradas Escrituras apresentam: a inegável existência de Deus desde a eternidade passada até a eternidade futura.

Deus é a origem de tudo, Aquele que governa todas as coisas e sustenta tudo com Seu poder.


Aspectos da natureza de Deus

Os aspectos da natureza de Deus são revelados através de Sua progressiva auto-revelação à humanidade, culminando na manifestação visível de Cristo em Sua encarnação.

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

(Isaías 9:6)


A natureza de Deus possui singularidades inerentes à Sua condição divina.

Deus é, necessariamente, absolutamente independente de todas as coisas fora de Si mesmo. 

Ele não depende de nada para garantir a continuidade e perpetuidade de Seu Ser.

Além disso, a vida de Deus em Si mesmo é totalmente inerente à Sua natureza, de forma que apenas Ele pode conhecer a Si mesmo em sua completude.


A revelação de Deus

No campo da compreensão humana, falamos de Deus e Sua existência baseados nas verdades reveladas por meio da Bíblia Sagrada. 

Fora das Escrituras, todo raciocínio se encaixa apenas no campo das ideias e especulações, uma vez que somente Deus compreende Sua própria natureza eterna.


O objetivo da Doutrina de Deus

O objetivo da doutrina de Deus é demonstrar a existência de Deus. Ao longo da Bíblia Sagrada, encontramos diversos testemunhos acerca de Deus.


Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.

(1 Coríntios 8:6)


Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

(Hebreus 11:6)

E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.                           Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.

(Êxodo 3:14)


Portanto, assim diz o Senhor DEUS: Vivo eu, que o meu juramento, que desprezou, e a minha aliança, que quebrou, isto farei recair sobre a sua cabeça.

(Ezequiel 17:19)


É importante notar que a Bíblia não busca provar a existência de Deus, mas sim expô-la, considerando-a autoevidente. 

No relato de Gênesis, podemos perceber tanto a existência quanto a autonomia de Deus em relação à Sua criação.


Isso significa que Deus é um ser vivo totalmente autoexistente, sustentando em Si mesmo a base de Sua própria existência.


Em Êxodo 3:13, Deus declara "EU SOU", em vez de "EU FUI" ou "EU SEREI", evidenciando Sua natureza imutável e independente.


Embora Deus seja autoexistente e independente, toda a criação depende dEle. 

Ele é a causa de tudo. 

Ele possui uma vida em Si mesmo, uma vida que, no Eterno Passado, não existia em nenhum lugar além dEle.


ARGUMENTOS EM FAVOR DA DOUTRINA DE DEUS

Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos coraçõese estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,”

(1 Pedro 3:15)


Argumento cosmológico:


Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.

(Salmos 90:2)


1. Tudo que começa a existir tem uma causa para sua existência.

2. O universo começou a existir.

3. Portanto, o universo tem uma causa da sua existência.

Explicação:

Argumentos de “primeira causa” foram estabelecidos desde a antiga Grécia por Platão

e Aristóteles. Tais argumentos baseiam-se no conceito de que tudo que passa a existir necessita de uma causa.

O Argumento Cosmológico apresenta dois raciocínios filosóficos acerca do infinito para provar a validade de sua segunda premissa:

Primeiro: um infinito real não pode existir. Um fragmento de um conjunto infinito é igual ao todo desse mesmo conjunto infinito, já que tanto a parte como o todo são, necessariamente, infinitos. 

Isso também é válido para um conjunto deacontecimentos históricos: conclui-se, portanto, que a ocorrência de um conjunto verdadeiramente infinito de eventos que antecedem determinado momento no tempo é impossível.

Segundo: um infinito real não pode ser formado.                   História, ou a coleção de todos os eventos no tempo, é formada pela adição de uma sequência de eventos, um após o outro e, portanto, jamais pode ser um infinito real.


Argumento teleológico:


Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

(Romanos 1:20)


Argumento do Ajuste Fino do Universo

O ajuste fino do universo pode ser explicado por necessidade física, acaso ou design.

Não se deve à necessidade física ou ao acaso.

Portanto, o ajuste fino deve-se ao design.

Explicação:

Tipos de Ajuste Fino:

Constantes da Natureza:

As leis da natureza, expressas como equações matemáticas, contêm certas constantes, como a constante gravitacional.

Essas constantes não são determinadas pelas leis da natureza e poderiam assumir uma ampla gama de valores.

Condições Iniciais Arbitrárias:

Existem quantidades arbitrárias estabelecidas como condições iniciais, sobre as quais as leis da natureza operam, como a quantidade de entropia ou a proporção de matéria para antimatéria no universo.

Todas essas constantes e quantidades precisam estar dentro de uma faixa extremamente estreita para permitir a existência de vida. 

Pequenas variações nessas constantes ou quantidades poderiam destruir o equilíbrio necessário para a vida.

Quando os cientistas afirmam que o universo é "finamente ajustado" para a existência de vida, eles não estão necessariamente sugerindo que foi "projetado". 

Em vez disso, querem dizer que pequenas variações nos valores das constantes e quantidades impediriam o universo de suportar vida, indicando que a faixa de valores que permitem vida é incrivelmente estreita.


Premissa 1:

A primeira premissa apresenta as três possíveis explicações para o ajuste fino do universo: necessidade física, acaso ou design.


Premissa 2:

A segunda premissa argumenta contra as alternativas da necessidade física e do acaso:


Necessidade Física:

É extremamente improvável, já que as constantes e quantidades não são determinadas pelas leis da natureza.


Acaso:

A probabilidade de o universo permitir a existência de vida por mero acaso é incompreensivelmente pequena. 

Mesmo considerando a hipótese de múltiplos universos, a proporção de universos que poderiam sustentar vida seria extremamente pequena comparada à quantidade total de possíveis universos. 

A precisão necessária para o ajuste fino é tão alta que a chance de isso ocorrer por acaso é praticamente nula. 

Pessoas que acreditam que isso poderia acontecer por acaso não percebem a incrível precisão necessária para o ajuste fino.

Portanto, se o ajuste fino não pode ser explicado por necessidade física ou acaso, segue-se que ele deve ser devido ao design, a menos que a hipótese do design seja ainda mais improvável do que suas alternativas. (William Lane Craig)


O UNIVERSO PROVA A EXISTÊNCIA DE DEUS


Estamos buscando provas da existência de um Deus conforme a definição: um Deus que é um Espírito Pessoal perfeitamente bom, que criou, sustenta e governa tudo

É importante manter esse objetivo específico em mente.

Quando consideramos a existência do universo, duas alternativas se apresentam: ou o universo é uma criação sustentada e dirigida por um ser inteligente e onipotente,  ou é o resultado de uma evolução natural. 


Essencialmente, estamos avaliando se a força que cria, sustenta e governa tudo reside na própria matéria ou fora dela.


Se conseguirmos provar que o universo é produto de uma evolução, não poderemos tirar dele nenhuma prova da existência de Deus. 


No entanto, se ficar demonstrado que o universo não pode ser resultado de uma evolução, teremos razão para buscar nele as evidências da existência de um Ser que é o Criador, sustentador e governador de tudo. 


 Consideremos o universo do ponto de vista da evolução. Se concluirmos que o universo não é produto da evolução, buscaremos provas de que ele é uma criação sustentada e dirigida por Deus.


Suponhamos que, em vez de um Criador, existam 92 elementos diferentes chamados átomos. 

A física moderna ensina que esses 92 elementos irredutíveis compõem os corpos materiais. 

Inicialmente, não haveria um universo como o atual; apenas esses 92 elementos simples e irredutíveis.

Observemos como esses elementos trabalham. 

Apesar de irracionais e sem comunicação entre si, eles começaram a construir os alicerces do universo, utilizando sempre material mais duro e resistente: a pedra. 

Não sabemos como ou onde obtiveram esse material; apenas observamos sua maneira de trabalhar.

Os átomos, sem qualquer inteligência consciente, construíram o universo em camadas distintas. 

Essas camadas geológicas, embora irracionalmente, foram criadas com atenção aos detalhes e seguiram um plano geral. 

Mesmo havendo 92 diferentes espécies de átomos, eles trabalharam em harmonia, produzindo produtos semelhantes. 

Não havia um governador ou mestre entre eles; apenas uma força irracional residindo em cada átomo.

Além disso, os átomos trabalharam rapidamente, chocando-se milhares de vezes por segundo para concluir o mundo com dez pavimentos belos e bem arraigados. 

Eles também dividiram o mundo em compartimentos, prevendo as necessidades futuras. 

Carvão, ouro, prata, diamantes e óleo foram depositados na Terra para atender às necessidades humanas.

Os átomos, sem visão, prepararam tudo admiravelmente para o futuro. 

Em seguida, decidiram criar seres vivos, incluindo animais e, finalmente, o homem. 

Apesar de sua incapacidade de pensar, os átomos criaram o homem com poderes que eles próprios não possuíam. 

No entanto, houve desavença e confusão entre eles, e a vontade da criação surgiu como uma nova força.

Considerando que nosso mundo é apenas um dos menores e que existem milhões de outros corpos celestes organizados em sistemas perfeitos... 


Tudo isso pode ser resultado das 92 espécies de átomos irracionais?


Consideremos a possibilidade de acreditar que esses 92 elementos, que não possuem conhecimento sobre ordem, beleza ou necessidades futuras do mundo, tenham organizado um universo exatamente como o que temos hoje e o tenham suprido com todas as coisas necessárias para o progresso da criação. 


No entanto, se negarmos a existência de um Criador, a única alternativa é afirmar que os átomos são a causa de tudo o que existe. 

Crer nessa teoria seria atribuir a cada átomo a posição de um Deus, multiplicando o problema pelo menos 92 vezes.


Diante dessas considerações, nossa mente não consegue aceitar que o universo atual seja resultado de forças que residem apenas na própria matéria. 

Isso seria esperar demais da matéria bruta. 


 Considerando a segunda alternativa, que tudo o que existe é criação de Deus, temos duas opções: ou Deus criou tudo, ou tudo é resultado dos esforços dos átomos ou da força que neles reside. 


Já vimos que não podemos aceitar a ideia de que o universo seja resultado de uma força irracional.


Analisemos agora a ideia de que o universo começou a existir em certo tempo, ou seja, que é uma criação. 

Se afirmarmos que a matéria teve um início, teremos que considerar que sua existência foi dada por outro ser já existente. 

A matéria seria, portanto, um efeito, não uma causa primária.

É um princípio amplamente aceito que cada efeito tem uma causa correspondente, e essa causa não pode ser menor que o efeito. 

Observando o universo à luz desse princípio, ficamos admirados com a Causa extraordinária que o produziu. 

O universo revela ordem, beleza e adaptação à vida, tanto para seres humanos quanto para irracionais e plantas.

A vastidão do universo é incompreensível. 

Astrônomos afirmam que há estrelas tão distantes que sua luz leva mais de mil anos para chegar à Terra. 

Se o universo é tão grandioso e maravilhoso, imagine a grandeza da causa que o originou. 

Deus é essa grande Causa.

Além disso, o universo é inteligível. 

Encontramos ordem e leis nele, e as ciências físicas nos permitem compreendê-lo e sistematizar nosso conhecimento. 

A inteligência que organizou tudo é o mesmo poder supremo que criou tudo. 

O testemunho humano sobre a existência de Deus vai além do universo em geral. 

O homem faz parte do universo, mas o seu testemunho acerca da existência de Deus vai muito além e é ainda mais precioso que o universo em geral; porque o homem é um ser moral e, ao mesmo tempo, é um efeito. 

Teve princípios de dias

Considerando que tudo o que se encontra no efeito também deve estar presente na causa, surge a pergunta:  que causa produziu o ser moral

Como podemos explicar esse ser moral, sabendo que nada pode existir no efeito que não esteja também na causa? 

A única explicação possível é que a causa também é moral. Não podemos explicar o moral pelo amoral. 

Das provas fornecidas pelo universo sobre a existência de Deus, podemos apurar três fatos importantes:


1- A grandeza da Causa: Se o universo é grandioso e maravilhoso, a causa que o originou deve ser igualmente grandiosa.


2- A inteligibilidade do universo: O fato de o universo ser inteligível, com ordem e leis, sugere que sua causa é inteligente.


3- O testemunho humano: Além do universo em geral, o testemunho humano sobre a existência de Deus vai além e é precioso.


a) O universo testifica de uma causa maravilhosamente grande.        A imaginação não pode, de forma alguma, conceber a grandeza do universo.


b) No universo há ordem, leis, e, por conseguinte, as ciências tornam-se uma possibilidade. 

Desta maneira o universo testifica de uma causa inteligentíssima. 

Só a onisciência pode efetuar a organização que se nos depara no universo.


c) Ainda mais: fazendo parte do universo está o homem, que é um ser moral, e testifica, por isso mesmo, que a Causa de tudo é uma causa inteligente e moral. 


Fundados, portanto, em tão abundantes e valiosas provas, podemos afirmar que a Causa de todas as coisas é um Ser moral, Onisciente e Onipotente. (A. B. LANGSTON)




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