segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Eclesiastes 3, um grande desafio

 Shalom! Eclesiastes 3 é um texto profundo e, por vezes, desafiador. 


Eclesiastes, ou Kohelet (קהלת) em hebraico, nos convida a uma reflexão sobre a vida sob o sol, suas aparentes contradições e o que realmente tem valor. 


O capítulo 3 é, sem dúvida, um dos mais conhecidos e impactantes, nos levando a um entendimento sobre o tempo e o propósito de Deus.


O Tempo de Tudo: Eclesiastes 3:1-8


O ponto central deste trecho é a famosa lista de pares de opostos. 

O versículo 1 nos dá a chave: "Para tudo há uma ocasião certa, e há tempo para todo propósito debaixo do céu". 


O termo hebraico para "tempo" aqui é 'et (עת), que não se refere apenas a um momento cronológico, mas a um momento oportuno, um tempo designado para um propósito específico. Não é o relógio, mas sim a estação de Deus para algo.


A lista de 28 "tempos" não é exaustiva, mas sim poética e ilustrativa, mostrando a vastidão da experiência humana, que inclui tanto a alegria quanto a dor. 


Por exemplo, o tempo de nascer e o tempo de morrer (v.2) nos lembra que nossa jornada tem um início e um fim determinados por Deus. 


O tempo de plantar e o tempo de arrancar (v.2) reflete a lei da semeadura e da colheita, um princípio que se repete em toda a Escritura.


O sábio Salomão (tradicionalmente considerado o autor de Kohelet) nos mostra que a vida é um ciclo de dualidades. Existe o tempo de chorar e o tempo de rir (v.4). 


O tempo de silêncio e o tempo de falar (v.7). 

A dor, o luto, a guerra e o ódio têm seu lugar, assim como a alegria, a paz, o amor. 


O sábio não está dizendo que devemos buscar a dor, mas que ela faz parte do curso natural da vida e que, mesmo nela, há um tempo e um propósito.


Este entendimento se conecta profundamente com a B'rit Chadashá(Novo Testamento). 


O Messias Yeshua nos diz em João 16:33: "No mundo tereis aflições". 


Ele não nos promete uma vida sem lutas, mas nos assegura de que Ele venceu o mundo. A 'et da aflição pode se tornar o tempo do aprendizado, da dependência de Deus e do fortalecimento da fé. 


Em Gênesis 8:22, a Torá nos assegura: "Enquanto a terra durar, sementeira e ceifa, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão". 


Isso nos mostra que Deus estabeleceu ciclos e estações na criação, e o mesmo princípio se aplica às nossas vidas.


A Obra de Deus e a Perplexidade Humana: 

Eclesiastes 3:9-15


Após a lista de tempos, o autor questiona: "Que proveito tem o trabalhador naquilo em que ele se esforça?" (v.9). 


A resposta não é um vazio, mas a percepção de que Deus colocou algo no coração do homem que o move. 


O versículo 11 é central: "Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o senso de eternidade, embora este não possa apreender o que Deus fez do começo ao fim."


A palavra hebraica para "eternidade" é 'olam (עולם), que carrega a ideia de um tempo longínquo, passado ou futuro, algo que está além da nossa percepção imediata. 


Deus nos deu um anseio pela eternidade, por algo que transcende a vida terrena, mesmo que não possamos compreender plenamente Seus planos. 


Este anseio nos leva a buscar a Deus.


Kohelet nos ensina que a resposta para a nossa perplexidade não está em entender cada detalhe do plano de Deus, mas em confiar que Ele "fez tudo apropriado a seu tempo". 


A nossa alegria (v.12) e a nossa capacidade de desfrutar do fruto do nosso trabalho (v.13) não vêm de nossa própria sabedoria ou esforço, mas são dons de Deus. 


O homem não pode acrescentar ou tirar nada da obra de Deus, pois ela é perfeita (v.14). 


A atitude correta, portanto, é temer a Deus, pois Ele nos julgará.


A B'rit Chadashá nos revela a solução para a nossa busca pela eternidade. Yeshua é a nossa eternidade (João 3:16). 



Ele é o Alpha e o Omega, o início e o fim (Apocalipse 22:13). Nele, encontramos o propósito e o significado que Kohelet buscava. 


A 'olam que Deus pôs em nosso coração é satisfeita na pessoa do Messias. 


A Torá(Velho Testamento), em Deuteronômio 32:4, já nos diz: "Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, pois todos os Seus caminhos são juízo; Deus é a verdade e não há nele injustiça; justo e reto é Ele".


Justiça e Juízo Final: Eclesiastes 3:16-22

No final do capítulo, o autor olha para o mundo e vê a injustiça. 

"Debaixo do sol, onde a justiça deveria estar, vi impiedade; e onde a retidão deveria estar, vi maldade" (v.16). 


Esta é uma observação realista da vida, que se repete em todas as gerações. Kohelet se consola com a certeza de que Deus julgará tanto o justo quanto o perverso. 


Ele afirma: "Há um tempo para todo propósito e para toda obra" (v.17).


A perplexidade de Kohelet, porém, continua quando ele compara o homem aos animais. Ambos morrem, e ele questiona se o espírito do homem sobe e o dos animais desce. 


A resposta não é dada de forma conclusiva, pois o objetivo não é uma afirmação doutrinária da vida após a morte (que é clara em outras partes da Escritura), mas sim levar o leitor a uma reflexão. 


O sábio nos leva a entender que a vida terrena é finita para ambos. 

A conclusão, portanto, é que o homem deve desfrutar do seu trabalho, pois é a única coisa que ele pode levar consigo (v.22).


Aqui, a B'rit Chadashá nos oferece uma perspectiva gloriosa. A morte não é o fim. O apóstolo Paulo nos ensina que o corpo terreno é semeado na corrupção, mas ressuscitado na incorrupção (1 Coríntios 15:42-44). 


Yeshua é a ressurreição e a vida (João 11:25). 


A nossa esperança não está em simplesmente desfrutar do nosso trabalho, mas em ter a certeza de que a nossa vida está escondida com o Messias em Deus (Colossenses 3:3). 


O juízo que Kohelet menciona é cumprido na pessoa de Yeshua, que é o nosso juiz e salvador, conforme Salmos 9:8: "Ele julgará o mundo com justiça; governará os povos com retidão".


Resumo para Estudo 


O Tempo de Deus (v.1-8): Deus tem um tempo e um propósito para cada evento da vida, seja bom ou ruim. Confie no tempo de Deus para todas as coisas. (Gênesis 8:22, João 16:33)


O Anseio pela Eternidade (v.9-15): A vida terrena é limitada, mas Deus colocou no nosso coração a busca pela eternidade. A única coisa que pode preencher este vazio é o Messias Yeshua. (João 3:16, Apocalipse 22:13, Deuteronômio 32:4)


Justiça e a Perspectiva do Céu (v.16-22): O mundo pode ser injusto, mas o juízo de Deus é certo. A nossa esperança não está no que conseguimos nesta vida, mas na certeza do retorno de Yeshua e da vida eterna com Ele. (Salmos 9:8, João 11:25, 1 Coríntios 15:42-44)


Este capítulo nos desafia a olhar para a vida não de uma perspectiva puramente humana, mas de uma perspectiva divina, com a certeza de que Deus está no controle de cada estação. 


Que este estudo o ajude a encontrar significado e propósito no seu próprio tempo, sabendo que o Senhor da Eternidade está com você.


QUE O ETERNO ABENÇOE TEUS PASSOS!!


quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A Luta Interna e Externa do Discípulo de Yeshua

 Salmo 42 e Apocalipse 13.

 

"Hoje veremos que a vida do discípulo tem duas grandes batalhas:  uma dentro de nós e outra fora de nós."


Vamos lá:

Salmo 42 fala de: sede e luta interna.


Apocalipse 13 fala de: oposição e pressão externa.


"Primeiro, vamos olhar para dentro de nós..."


1. A luta interna – Sede e esperança (Salmo 42)


(Sl 42:1)

"Como a corça anseia por águas correntes (A dor não cala a fé), assim a minha alma anseia por ti (ela grita), ó Deus (por mais de Deus)."


O ponto é: 

A alma do justo sente sede mesmo em meio à dor.


Ouça isso: (Sl 42:5)

 "Por que estás abatida, ó minha alma (Nossa primeira batalha), e por que te perturbas em mim (é não deixar a tristeza nos afastar do Eterno)? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face." 


Contudo: 

"Não é só dentro que lutamos... 

existe uma batalha que vem de fora."


2. A luta externa – Opressão e engano (Apocalipse 13)

A primeira besta – Sistema político (Religioso) mundial.


(Ap 13:1-2): "E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.

E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a boca de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio." 


Daniel 7 fala de impérios que se levantam contra Deus.

E, não só político, mas também religioso.


"O sistema do mundo tem aparência de força, mas é movido pelo dragão."


(Ap 13:7) - "E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los (O inimigo pode vencer batalhas); e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação (O poder dele é temporário, a nossa vitória é eterna)." 


"Eles recebem poder sobre as nações, mas nós recebemos o poder do Messias. O controle deles é passageiro, o nosso Reino é para sempre."


A segunda besta – O falso profeta.


(Ap 13:11) - "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro (Nem toda aparência de cordeiro vem de Deus); e falava como o dragão."


(Ap 13:16) - "Faz com que todos recebam uma marca na mão (Mão fala de ações) ou na testa (Pensamentos)".


3. A falsificação da marca. 

(Dt 6:8)

Deus diz: "Atá-las-ás como sinal (lembrar da Palavra) na tua mão (ações) e serão por frontais entre os teus olhos (na mente)."


Pense nisso: "O inimigo não cria, ele imita para desviar."


Mas, o que é a marca da besta? 

A marca da besta é mente e ações dedicadas ao sistema do mundo.


4. O que precisamos fazer?


Precisamos Discernir vozes – 

Mt 7:15 - "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas (Nem toda lã cobre um coração de ovelha), mas, interiormente, são lobos devoradores (O falso profeta esconde a sua natureza para devorar)." 


Precisamos perseverar – Ap 13:10 - Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; (A justiça de Deus fecha o ciclo que o mal abriu) se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto

Aqui está a paciência e a fé dos santos.                                                (A paciência dos santos é forjada na certeza de que Deus retribuirá)


Não podemos nos conformar – Rm 12:2 - E não sejais conformados com este mundo (Não se molde ao mundo), mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento (seja uma nova criação), para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (renovada pela mente de Cristo)

"O mundo tem uma forma, mas Deus oferece uma renovação: a mente que entende a Sua vontade perfeita."

Entenda: "A fidelidade de hoje é o treino para a resistência de amanhã."


5. Concluindo:

Salmo 42 = fala de esperança em Deus.


v.11

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim (Quando a tristeza te questiona)? Espera em Deus, pois ainda o louvarei (espere em Deus, pois o louvor virá), o qual é a salvação da minha face (responda com a certeza da sua fé), e o meu Deus


Apocalipse 13 = fala de resistência ao mundo.

v.¹⁰ Aqui está a paciência e a fé dos santos. RESISTA!


(Ap 2:10) começa assim: 

"Nada temas (não meça a tempestade) das coisas que hás de padecer (navegue pela promessa)." 

E termina assim: 

"Sê fiel até à morte (A fidelidade de hoje), e dar-te-ei (termina no trono de Deus) a coroa da vida.


A vitória do Messias

Apocalipse 17:14

Estes combaterão contra o Cordeiro (Não se assuste com a batalha), e o Cordeiro os vencerá (o nosso General é o Rei dos reis), porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; e vencerão os que estão com ele (a vitória pertence aos escolhidos), chamados (que lutam ao lado do Rei), e eleitos, e fiéis


"A vitória é do Cordeiro e dos que estão com Ele – chamados, escolhidos e fiéis."

Então, quem sou eu? Quem é você?

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Apocalipse 13, 14 e 15 - resumo

 Que a paz de Yeshua esteja sobre vocês.


Que alegria poder mergulhar nessas passagens tão profundas e significativas do livro de Apocalipse. 


Esses capítulos, 13, 14 e 15, nos mostram uma visão panorâmica e poderosa sobre os últimos tempos, a batalha espiritual e a vitória final do Cordeiro de Deus.


Apocalipse 13: O Surgimento das Feras


Neste capítulo, o apóstolo João nos apresenta duas figuras simbólicas, duas "feras" (do grego therion), que representam o poder do mal na Terra durante os últimos tempos. 


A primeira fera surge do mar, com dez chifres e sete cabeças. Ela é uma imagem do poder político mundial que se opõe a Deus, e recebe sua autoridade do dragão, que é Satanás. 


Essa fera fala grandes coisas, blasfema contra o nome de Deus, e exige adoração. 

Aqui, vemos o sistema do mundo se levantando em total oposição ao Criador.


A segunda fera, por sua vez, surge da terra. Ela tem a aparência de um cordeiro, mas fala como um dragão. 


Essa fera é um falso profeta. Seu trabalho é enganar a humanidade, fazendo grandes sinais e prodígios para levar as pessoas a adorarem a primeira fera. 


Ela impõe uma marca, a famosa "marca da besta", na mão direita ou na testa de todos, para que ninguém possa comprar ou vender sem ela.


A mensagem central aqui é um alerta para o povo de Yeshua: discernir os enganos e não se submeter à adoração de ídolos ou sistemas que se opõem ao nosso Messias.


Apocalipse 14: O Cordeiro e os Seus Seguidores


Após a visão aterrorizante das feras, o capítulo 14 nos traz um contraste glorioso e cheio de esperança. 


Vemos o Cordeiro (Yeshua) de pé no monte Sião, e com ele 144 mil pessoas que têm o nome dele e o nome de seu Pai escritos na testa. 


Eles são os redimidos, aqueles que não se contaminaram com os enganos do mundo e seguiram o Cordeiro por onde quer que ele fosse.


Três anjos voam no meio do céu com proclamações importantes:


O primeiro anjo proclama o Evangelho Eterno, chamando todos a temerem a Deus e a darem-Lhe glória, pois a hora do Seu juízo chegou.


O segundo anjo anuncia a queda da Grande Babilônia, um símbolo do sistema de engano e corrupção do mundo.


O terceiro anjo adverte sobre as consequências terríveis de adorar a besta e de receber sua marca, falando do juízo de Deus sobre aqueles que se submetem ao mal.


O capítulo termina com a visão da colheita da Terra, onde o trigo (os justos) é recolhido no celeiro de Deus, e a uva (os ímpios) é pisada no lagar da ira de Deus. 


É uma imagem forte, que nos lembra que a justiça divina será feita.


Apocalipse 15: O Cântico de Moisés e do Cordeiro


Este é um capítulo curto, mas de grande impacto. 

João vê no céu algo como um mar de vidro misturado com fogo, e sobre ele estão os vencedores da besta. 


Eles estão com harpas de Deus e cantam o Cântico de Moisés, servo de Deus, e o Cântico do Cordeiro.


Este cântico é uma celebração da justiça e da majestade de Deus. 

Ele exalta os grandes e maravilhosos feitos do Senhor, a Sua justiça e o Seu poder, e declara que todas as nações virão e adorarão diante d'Ele.


A menção do Cântico de Moisés não é acidental, amados. 


Ela nos conecta diretamente com a libertação de Israel do Egito, quando Moisés e o povo cantaram após atravessarem o Mar Vermelho (Êxodo 15). 


O cântico no Apocalipse, portanto, é um eco dessa vitória, mas numa escala final e universal. 


É o cântico dos redimidos que foram libertados da escravidão do pecado e do poder do mal, através do sangue do Cordeiro, Yeshua.


Conclusão para o novo discípulo


Ao resumirmos esses três capítulos, vemos uma mensagem clara: a batalha é real, as forças do mal buscam enganar e desviar a humanidade, mas o Cordeiro e os Seus seguidores são vitoriosos. 


Não importa quão aterrorizantes as feras possam parecer, a glória e a justiça de Yeshua são eternas e inabaláveis. 


O chamado para nós é a perseverança, a fidelidade e a adoração exclusiva a Deus, sabendo que, no fim, cantaremos o cântico da vitória com o Cordeiro no monte Sião.


Que esta visão te encha de esperança e fortaleça sua fé. Que o Messias te guie.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A Alegria Secou: Tempo de Voltar à Fonte (Texto: Joel 1:12)

 

Introdução: O Lamento do Jardineiro

Amados, peço que fechem os olhos por um instante e imaginem um jardim. 

Não um jardim qualquer, mas um que foi o seu refúgio, o lugar onde a beleza e a vida transbordavam. 

Imaginem agora que, de uma hora para a outra, uma praga devastadora o atingiu. 

As folhas caíram, as flores murcharam e o solo rachou. 

É a imagem que o profeta Joel pinta em um lamento doloroso:


"A vide se secou, e a figueira murchou, a romeira, a tamareira e a macieira.Todas as árvores do campo se secaram, e a alegria dos filhos dos homens se extinguiu." (Joel 1:12)


Joel descreve mais do que uma catástrofe agrícola.  Ele está, na verdade, expondo a condição espiritual do povo. 

As videiras, símbolos de alegria e celebração, estão secas. 

As figueiras, que deveriam dar frutos, estão murchas.                          A alegria que deveria brotar do coração do povo se esvaiu. 

Quando a alegria se vai, não é apenas uma emoção que falta, mas a evidência clara de um relacionamento comprometido com o Senhor. 

É a alma que se tornou um deserto.


 O Cenário da Alma Ressecada: Onde a Vida Desapareceu.

Joel nos mostra um quadro de esterilidade espiritual.                         A beleza e a produtividade que Deus plantou em nós foram corroídas pela indiferença e pelo pecado.


A vide se secou. A videira é um símbolo de vida, de festa e, biblicamente, de alegria. No Salmo 104:15, lemos que o vinho “alegra o coração do homem”. Quando a vide se seca, a alegria se apaga.


A figueira murchou. A figueira é frequentemente um símbolo de prosperidade e fruto. 

Yeshua mesmo amaldiçoou uma figueira que tinha folhas, mas não frutos, mostrando a sua indignação com a aparência de piedade sem uma vida frutífera (Lucas 13:6-9). 

A figueira murcha é o sinal do juízo sobre a religiosidade vazia.


As demais árvores. A romeira, a tamareira e a macieira, todas murcharam.                                                                                      Isso representa a diversidade de dons e talentos que Deus nos deu, agora estéreis. 

A ausência de frutos é a consequência inevitável da falta de raízes profundas no Senhor (João 15:5-6), onde Yeshua nos lembra: "Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto."


Tudo que dava sombra, fruto e beleza foi afetado.                              A ausência de frutos é consequência da ausência de raízes espirituais firmes.


 O Diagnóstico Profundo: A Raiz do Problema


O verdadeiro problema, no entanto, não é a seca exterior, mas a interior. Joel resume tudo em uma frase cortante: "A alegria dos filhos dos homens se extinguiu." 

O termo hebraico para alegria, sason, refere-se a uma alegria vibrante, festiva, que agora está silenciada.


A alegria se foi. O profeta Neemias nos lembra que “A alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10). 

Não se trata de uma felicidade passageira, mas da força que vem do Espírito Santo, que produz em nós alegria como um de seus frutos (Gálatas 5:22).


A causa do esvaziamento. O pecado não confessado sufoca a alegria. 

O Rei Davi, em seu lamento de arrependimento, orou: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação” (Salmo 51:12). 

Ele sabia que o pecado criava uma barreira, mas que o arrependimento sincero restaurava a comunhão.


O altar vazio.                                                                                        A crise espiritual do povo era tão profunda que até os sacrifícios foram interrompidos (Joel 1:9). 

O altar, lugar de encontro com Deus, estava vazio. Quando a adoração se torna um ritual sem alma, e a comunhão com o Senhor é negligenciada, a vida espiritual se esvai. 

O povo vivia como se nada estivesse errado, embriagado por prazeres temporários, ignorando o juízo que se aproximava (Joel 1:5).


 O Chamado à Restauração: Rasgar o Coração, Não as Vestes.


Diante da devastação, Joel não oferece um programa de melhoria, mas um chamado urgente ao arrependimento. 

O povo estava acostumado a rasgar as vestes em sinal de luto, mas Joel exige algo muito mais profundo.


"Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal."       (Joel 2:13)


O quebrantamento. Deus não quer um teatro de espiritualidade. Ele deseja um coração quebrantado e contrito (Salmo 51:17). 

É o reconhecimento sincero de nossa falência e a total dependência de Sua misericórdia.


O Jejum e a Oração. Joel convoca a todos, desde os anciãos até os líderes, a jejuarem e clamarem ao Senhor (Joel 1:14). 

O jejum e a oração são ferramentas poderosas para combater a secura espiritual, expressando que a nossa maior necessidade não é a comida, mas a presença de Deus.


A Promessa de um Novo Jardim: Do Deserto à Abundância


A mensagem de Joel não termina na condenação, mas na esperança. Deus é especialista em transformar desertos em jardins floridos. Para aqueles que se voltam a Ele de coração, o Senhor promete a restituição total.


"Restituir-vos-ei os anos que o gafanhoto tem comido." (Joel 2:25)


A promessa de restituição. O "restituir-vos-ei" de Deus é mais do que uma restituição material. É a promessa de renovação da comunhão e da vida espiritual.


O derramamento do Espírito. O ápice da promessa é o derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne (Joel 2:28-29). A alegria retorna quando a presença de Deus é restaurada (Salmo 16:11).


Concluindo: Volte ao Jardineiro da Sua Alma


O lamento de Joel é um espelho para nós hoje. Se a sua alegria se secou, se a sua vida espiritual parece um deserto, Deus te convida a voltar. 

Ele está pronto para transformar a sua secura em um manancial, a sua esterilidade em um jardim de frutos.


A restauração começa com uma atitude de coração. Se você reconhece que a alegria se foi, é hora de confessar seus pecados e buscar ao Senhor com todo o seu ser. 

Permita que o Espírito Santo regue a sua alma com a Palavra viva e com a sua presença. 

Deus ainda transforma desertos em mananciais. A alegria pode florescer outra vez, se você voltar para o Jardineiro da sua alma.


Você está disposto a rasgar o seu coração diante d'Ele hoje?

Os Dez Mandamentos Origem e o Propósito

 Os Dez Mandamentos 

Vamos caminhar juntos por um dos ensinamentos mais importantes da Bíblia: 

os Dez Mandamentos, conhecidos na tradição hebraica como as Dez Palavras (Aseret ha’Dvarim). 


Eles não são apenas regras ou obrigações, mas a base de um relacionamento vivo entre o Criador e o Seu povo. 


São como um mapa dado por Deus para vivermos com liberdade, justiça e comunhão verdadeira.


A Origem e o Propósito dos Dez Mandamentos


Os Dez Mandamentos não foram dados para que o povo de Israel fosse salvo por eles. 


Pelo contrário, Deus primeiro libertou o povo da escravidão no Egito e, depois disso, entregou os mandamentos no Monte Sinai. 


Eles foram dados como um presente, para ensinar Israel a viver como uma nação santa, diferente de todas as outras.


Esses mandamentos são como a “Constituição” do povo de Deus, mostrando como amá-Lo e como viver em paz com o próximo. 


Antes de apresentar os mandamentos, Deus disse: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” Isso mostra que a obediência nasce da gratidão e do relacionamento com um Deus que liberta.


Os Dez Mandamentos, um a um:


1. “Não terás outros deuses diante de mim.”

Deus nos chama a reconhecê-Lo como o único e verdadeiro Senhor. Ele deve estar no centro da nossa vida. Neste mundo cheio de distrações — como dinheiro, fama ou poder —, esse mandamento nos ensina a não dividir nosso coração. A adoração deve ser somente a Ele.


2. “Não farás para ti imagem de escultura.”

Esse mandamento não é contra a arte, mas contra a tentativa de representar Deus com imagens. Deus é Espírito, infinito e incomparável. Quando tentamos representá-Lo com algo feito por mãos humanas, estamos limitando quem Ele é. Ele deve ser adorado como Ele é, e não como nossa mente imagina.


3. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.”

O nome de Deus é santo. Usá-lo de forma leviana, em brincadeiras, mentiras, juramentos falsos ou por conveniência, é uma falta de respeito. Devemos honrar o nome de Deus com nossas palavras e atitudes.


4. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.”

O sábado (Shabat) é um presente. É um dia separado para descansar, adorar e se reconectar com Deus e com a família. Ele nos lembra que Deus criou o mundo e também nos libertou do Egito. Viver o sábado é reconhecer que nossa vida não depende só do trabalho, mas da provisão de Deus.


5. “Honra teu pai e tua mãe.”

Esse mandamento vem com uma promessa: “para que se prolonguem os teus dias na terra.” Honrar os pais é respeitá-los, cuidar deles e valorizar o papel que tiveram na nossa vida. Eles são os primeiros que nos mostram amor e direção. Honrá-los é também honrar a Deus.


6. “Não matarás.”

Esse mandamento vai além de tirar a vida de alguém. Ele também fala sobre não ferir com palavras, não destruir a dignidade ou a reputação de alguém. A vida é um dom de Deus e deve ser respeitada em todas as formas.


7. “Não adulterarás.”

O casamento é uma aliança sagrada. Esse mandamento protege a fidelidade entre marido e esposa, e também nos chama à pureza de coração e de pensamento. Ser fiel no casamento reflete a fidelidade que devemos ter no nosso relacionamento com Deus.


8. “Não furtarás.”

Esse mandamento ensina a respeitar o que pertence ao outro. Não se trata só de roubo material, mas também de agir com honestidade e integridade em todas as áreas da vida. Deus é o dono de tudo, e devemos tratar os bens do próximo com respeito.


9. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”

Deus valoriza a verdade. Mentir, caluniar ou espalhar boatos pode destruir a vida de alguém. Esse mandamento nos convida a sermos verdadeiros em nossas palavras, sempre buscando proteger a justiça e a reputação do próximo.


10. “Não cobiçarás.”

Diferente dos outros, esse mandamento trata do que está dentro do coração. A cobiça é o desejo de ter o que é do outro, seja uma casa, um cônjuge ou qualquer bem. Ela nasce da insatisfação. Deus nos chama a sermos gratos, contentes com o que temos e a confiar que Ele provê tudo o que realmente precisamos.


O Cumprimento dos Mandamentos em Yeshua


No Novo Testamento (B’rit Chadashá), aprendemos que Yeshua, o Messias, não veio para cancelar a Lei, mas para cumprir e mostrar seu verdadeiro significado. Ele resumiu todos os mandamentos em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo.


Yeshua também nos deu o Espírito Santo, que nos ajuda a obedecer com o coração. Os mandamentos deixam de ser apenas regras externas e passam a ser fruto de uma vida transformada por amor a Deus.


Concluindo


Os Dez Mandamentos não são pesos, mas sinais do caminho certo. Eles nos ensinam como viver uma vida de honra, liberdade e comunhão com Deus e com o próximo. Que esse estudo te inspire a conhecer mais o coração do Eterno e a viver com Ele em cada escolha do dia a dia.


Você não está sozinho nessa jornada — Deus já caminhou até você. Agora, siga com Ele.