domingo, 28 de abril de 2013

OLHA PARA CIMA, DEUS ESTÁ NO CONTROLE




Olha para cima, Deus está no controle
Viver é uma aventura, uma aventura perigosa. 
A estrada da vida está juncada de espinhos, armadilhas e minas prontas a explodirem. 
O inimigo nos espreita e busca uma ocasião oportuna para nos atacar. 
No caminho há perigos, ameaças, montes escarpados, ladeiras escorregadias, pinguelas estreitas, lagos profundos, vales escuros, desertos esbraseantes. As circunstâncias adversas, muitas vezes, conspiram contra nós; situações inesperadas nos deixam abalados; ventos contrários, surram com desmesurado rigor o barco da nossa vida. 

Somos surpreendidos por tempestades que atingem a nossa saúde, o nosso bolço, o nosso lar, a nossa paz. Somos feridos por setas pontiagudas que rasgam a nossa carne, fazem jorrar o nosso sangue e alagar o nosso leito com as nossas lágrimas. 
Somos, então, amassados debaixo do rolo compressor da angústia, gememos, choramos, sentimos nossas forças sendo minadas, o sorriso apagar-se do nosso rosto, o brilho fugir dos nossos olhos. O cenário parece sombrio, não enxergamos uma luz no fim do túnel, não divisamos solução à vista. 
O que fazer nessas horas? 
Para onde correr? 
Onde devemos buscar socorro?
Ser cristão não é ser poupado dos problemas. Cristianismo não é uma apólice de seguro contra os acidentes da viagem rumo à Canaã celestial. 
O sofrimento faz parte também da agenda do povo de Deus. Neste mundo sempre vamos ter aflições. Aqueles que andaram com Deus neste mundo não pisaram tapetes aveludados, mas cruzaram desertos inóspitos, entraram em cavernas escuras, atravessaram mares encapelados, desceram aos vales sombrios, foram jogados nas fornalhas ardentes, trancados nas prisões, empurrados para as arenas, lançados nas fogueiras. 
O próprio Filho de Deus, imaculado, impoluto e sem jaça, quando pisou nesta terra bebeu o cálice do sofrimento: foi perseguido, insultado, abandonado, negado, traído, esbofeteado, cuspido, pregado numa cruz. 
O nosso sofrimento não deve ser interpretado como ausência do amor de Deus por nós. Ele sofre conosco. Ele é compassivo. Nossa dor é a sua dor. Os nossos gemidos são os soluços de Deus. Não sofremos porque Deus está distante de nós ou nos castigando. Mesmo quando ele nos disciplina, sua motivação é o seu amor, seu propósito é a nossa santidade. O nosso sofrimento nunca é maior do que a consolação de Deus. Nosso vale nunca é tão profundo que a misericórdia de Deus não seja mais profunda. 
O bálsamo de Deus sempre é eficaz para curar todas as nossas feridas. 
A alegria de Deus é temperada com as nossas lágrimas e a paz que excede todo o entendimento jorra do trono de Deus ao nosso coração mesmo nas noites mais escuras do nosso sofrer.
Mesmo quando sofremos, Deus está no controle das circunstâncias, para consolar-nos, levantar-nos, fortalecer-nos e usar-nos como fontes de consolação. O nosso sofrimento é pedagógico: ele nos ensina a perseverar, ele nos proporciona experiência com Deus, ele abre dentro do nosso peito uma fonte de esperança no Deus vivo. 
O nosso sofrimento é leve e momentâneo se comparado com as glórias que nos estão reservadas no céu; ele produzirá para nós eterno peso de glória acima de toda comparação. 
Por isso, se você está sofrendo, não fique deprimido nem desanimado, mas levante a cabeça e saiba que Deus está no controle. Na jornada da vida, por mais estreito que seja o caminho, ele o segura pela sua mão, o guia com o seu conselho eterno e depois o receberá na glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

EXISTE O OLHO GRANDE, OLHO GORDO OU INVEJA? E SE EXISTE PEGA? - Por Leonardo Dâmaso




    Obs: Neste artigo, procurei ser simples, breve e direto na questão alume. Não analisei os textos citados exegeticamente, detalhe por detalhe como costumo fazer, mas abordei o tema principal de cada um deles para melhor entendimento e por falta de espaço, uma vez que o assunto é bem vasto e necessitaria fazer uma série para tratá-lo de forma mais ampla. 
     Lendo e estudando as Escrituras, não consegui encontrar um texto sequer que desse a entender, ainda que implicitamente, que OLHO GRANDE, OLHO GORDO ou INVEJA, tem algum tipo de poder negativo sobrenatural que possa atingir tanto quem é cristão, se este “der brecha” (no caso do cristão), como quem não é cristão também, no qual já é vulnerável ao olho grande, olho gordo ou inveja, conforme afirmam equivocadamente muitos evangélicos. 


Nenhum dos apóstolos e tampouco Jesus orou repreendendo OLHO GRANDE, OLHO GORDO ou INVEJA de alguém, e nem atribuiu isso a Satanás, como se existisse um espírito de OLHO GRANDE, OLHO GORDO ou INVEJA. Não vemos em toda a Escritura um ensinamento sequer de Jesus e dos apóstolos sobre OLHO GRANDE, OLHO GORDO ou INVEJA, pelo menos nesse sentido equivocado que acabei de sintetizar. 
     
    Como não encontramos os termos: OLHO GRANDE OU OLHO GORDO em toda a Escritura, porquanto são crendices místicas populares que foram “adotadas” pela igreja, especialmente pelos pentecostais e neopentecostais, vou utilizar um outro termo que encontramos na Escritura e que tem o mesmo sentido dos termos OLHO GRANDE OU OLHO GORDO - a saber, a INVEJA. Basicamente, inveja significa um desejo acompanhado de ódio que a pessoa tem de possuir algo de outra pessoa ou aquilo que não lhe pertence.

     Senão vejamos alguns textos bíblicos, dentre tantos, que falam acerca da inveja:

     Mateus 27.18 - Porque sabia (Jesus) que o haviam entregado (para ser preso, humilhado, espancado e morto) por INVEJA. NVI

     Marcus 15.10 - Porque ele (Jesus) bem sabia que por INVEJA os principais dos sacerdotes o tinham entregado. ACF

     Atos 7.9 - Os patriarcas (os seus irmãos), tendo INVEJA de José, venderam-no como escravo para o Egito. Mas Deus estava com ele. NVI

     Atos 13.45 - Quando os judeus viram a multidão, ficaram cheios de INVEJA e, blasfemando, contradiziam o que Paulo estava dizendo. NVI

     Atos 17.5 - Mas os judeus ficaram com INVEJA. Reuniram alguns homens perversos dentre os desocupados e, com a multidão, iniciaram um tumulto na cidade. Invadiram a casa de Jasom, em busca de Paulo e Silas, a fim de trazê-los para o meio da multidão. NVI

      Filipenses 1.15 - É verdade que alguns pregam a Cristo por INVEJA e rivalidade, mas outros o fazem de boa vontade. NVI

      Não obstante, vejamos ainda outros textos que falam sobre inveja, porém, são textos que descrevem por si só a ORIGEM da inveja, isto é, se esta é provocada pelo DIABO através de algum ESPÍRITO DE OLHO GRANDE, OLHO GORDO ou INVEJA, e se tem algum tipo de poder que pode atingir uma pessoa prejudicando-a de alguma forma, independente se esta é cristã ou não. Observe atentamente:

      Marcus 7.21-22 - Jesus diz: "Pois é de dentro DO CORAÇÃO (ou da pessoa em si, ou da sua natureza pecaminosa) dos homens que procedem maus pensamentos, imoralidade sexual, furtos, homicídios, adultérios, cobiça, maldade, engano, libertinagem INVEJA, blasfêmia, arrogância e insensatez”. Almeida Século 21

      Gálatas 5.19-21- Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, INVEJAS... ACF

    Tito 3.3- Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na INVEJA, sendo detestáveis e odiando-nos uns aos outros. ACF

      Tiago 3.14-17 - Mas, se tendes amarga INVEJA, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há INVEJA e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. ARC 
 
      1 Coríntios 3.1-3 - Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais. Porque, visto que há INVEJA e divisão entre vocês, não estão sendo CARNAIS e agindo como MUNDANOS? NVI

      1 Pedro 2.1 - Livrem-se, pois, de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, INVEJA e toda espécie de maledicência. NVI

      Basicamente, todos os textos aqui mencionados são unânimes em dizer que a INVEJA é, em primeiro lugar – PECADO, em segundo lugar – OBRA DA CARNE (própria da natureza humana pecaminosa), em terceiro lugar – se o cristão alimentar este sentimento pecaminoso dentro de si, o diabo, achando lugar, pode influenciar e escravizar o cristão neste pecado. E por fim, em quarto lugar – a INVEJA em si, que é um desejo cobiçoso, não tem nenhum poder negativo sobrenatural que possa atingir a pessoa que está sendo invejada, mas que a INVEJA tem poder se a pessoa que está com inveja agir contra a pessoa invejada prejudicando-a de alguma maneira por meios humanos. Sendo assim, que não venhamos a sentir inveja de ninguém, dando assim lugar ao diabo. Que venhamos a estar satisfeitos com o que Deus tem nos dado. E aos que porventura nos invejam e os que provocam dissensões na igreja por inveja, oremos por eles pedindo a Deus para que os purifiquem deste sentimento, e liberte-os da escravidão do diabo através do novo nascimento aos que não são nascidos de novo. 

    Provérbios 23.17 - Não INVEJE os pecadores em seu coração; melhor será que tema sempre ao Senhor. NVI 

  Provérbios 3.31 - Não tenha INVEJA de quem é violento nem adote nenhum dos seus procedimentos... NVI

     Provérbios 14.30 - O coração em paz dá vida ao corpo, mas a INVEJA apodrece os ossos. NVI

     Provérbios 24.1 - Não tenha inveja dos ímpios, nem deseje a companhia deles... NV


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

Não vos conformeis - VINACC


Por Mauro Meister


A Visão Nacional Para a Consciência Cristã (VINACC) lançou há alguns dias a carta/manifesto abaixo. Trata-se de um resumo das pregações que foram feitas no XV Encontro Para a Consciência Cristã,  em Campina Grande-PB. Eu e Augustus estivemos lá no ano passado e no ano que vem (2014), Solano também estará, além de muitos outros (veja a lista). 

O tema deste ano foi baseado em Romanos 12.1-2, texto que usei para a exposição no domingo, explorando a não conformidade com um culto falsificado e que não se expressa em vida de adoração a Deus.  Os pregadores durante as 7 noites do evento foram: Hernandes Dias Lopes, Geremias do Couto, Renato Garcia Vargens, Aurivan Marinho, Mauro Meister, José Bernardo e Ricardo Bitun. O texto abaixo, fruto das observações de cada sermão, é uma exortação bíblica e relevante para a Igreja Evangélica no Brasil. Vale a leitura.

Mauro

Não vos conformeis
Carta da 15ª Consciência Cristã


A Igreja Brasileira, solidamente representada no XV Encontro para a Consciência Cristã, realizado em Campina Grande de 6 a 12 de fevereiro de 2013, incumbiu-se de avaliar a situação do movimento evangélico em nossa nação, à luz da convocação que o apóstolo Paulo fez aos crentes em Roma, para a prática da teologia que ensinou nos onze primeiros capítulos da carta que lhes escreveu: "Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional  de vocês.  Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Vivemos tempos de grande inquietude para aqueles que decidiram conhecer, praticar e ensinar as Escrituras como a Palavra de Deus. Por todo lado se ouve de heresias, mundanismo, desvio e promiscuidade com toda sorte de ideias de homens: por fraqueza e ignorância, por conveniência e prazer, por ganância e apostasia. Os lobos passeiam livremente pelo meio do rebanho e dilaceram as ovelhas e o dano que fazem nos horroriza; não podemos observá-lo passivamente. Exortamos e animamos a igreja a tomar-se de um inconformismo santo que a impulsione à mudança. Nós chamamos a Noiva a encher-se de um descontentamento que a leve à transformação no íntimo, cremos que somente assim experimentaremos as coisas boas e desejáveis que Deus quer para nós.

Não vos conformeis com a amargura

A felicidade exaustivamente propagandeada nos comerciais de televisão é fugidia. De fato, vivemos em um mundo cada vez mais infeliz, amargurado, cheio de angústias, desespero e perplexidade. A infelicidade serve apenas aos mercadores de sonhos e envolve as pessoas em uma inútil e ansiosa corrida. Nesse cenário a depressão é uma pandemia que afeta a Igreja tanto quanto o mundo e enfraquece a motivação para a transformação e para o serviço. Sabemos que a alegria do Senhor é a nossa força, mas nossa alegria é roubada todos os dias: a) pelas circunstâncias, quando não conhecemos a grandeza de Deus; b) pelas pessoas, quando não exercemos o perdão; c) pelo dinheiro, quando amamos as coisas materiais; d) pela preocupação quando nos falta fé. Deixemos de lado essa tristeza mundana e abracemos a alegria no Senhor nosso Deus.

Não vos conformeis com a soberba

A arrogância do ser humano chega a tal ponto que ele se achou dono da verdade, cada um de sua própria e particular verdade. As pessoas tornaram-se tão evidentes aos próprios olhos que não podem mais enxergar o próximo e são incapazes de ver Deus. A Igreja tem sido afetada por esse orgulho, por essa vaidade, e sofrido as mesmas consequências que em Babel: Como Igreja, estamos separados, divididos, não nos entendemos e não servimos a Deus, porque estamos cultuando mais a homens e aos desejos da carne, porque estamos construindo para nossa própria glória, achando que podemos atingir o céu por nossos próprios méritos. Deus, em sua graça insuperável, poderia nos lembrar de que somos pó, mas temos fugido disso: a) quando rejeitamos o sofrimento; b) quando desprezamos o autocontrole; c) quando valorizamos nossos próprios desejos; d) quando ignoramos os planos de Deus para nós. Venha Igreja! Gloriemo-nos em nossas fraquezas, pois quando estamos fracos é que somos fortes.

Não vos conformeis com o pecado

Ló, separando-se de Abrão, escolhendo as campinas verdejantes, tão aprazíveis que se pareciam com o Jardim do Senhor, ficando cada vez mais perto de Sodoma e Gomorra e finalmente perdendo tudo, é um modelo do que acontece com a Igreja e com os crentes hoje. A cobiça dos olhos tem atraído, seduzido, gerado pecado e morte. A ganância pelas coisas materiais, pelo sucesso a todo custo, a busca insana pela aceitação do mundo e pela fama têm sido tão envolventes e ilusórias que os crentes se aproximam do pecado achando que estão encontrando a bênção de Deus. O pecado se torna aceitável e tão comum que às vezes parece obrigatório. Nesses dias chamamos a Igreja para reagir, nós a conclamamos a: a) odiar o pecado como Deus o odeia; b) fugir do pecado como Deus ordenou; c) buscar a santidade como Deus é santo; d) denunciar o pecado falando o que Deus diz sobre ele. Confiados de que temos recebido na graça os recursos para uma vida em santidade, chamamos os crentes a serem amigos de Deus, porque os amigos do mundo são inimigos de Deus.

Não vos conformeis com a igreja

Quando as igrejas estão se conformando com o mundo, não podemos nos conformar com elas. A Igreja sempre lutou contra heresias: Os judaizantes e os gnósticos no primeiro século, os ataques à humanidade ou à divindade de Cristo, a mercantilização da salvação na Idade Média, a negação da Verdade na modernidade, a contaminação da verdade na pós-modernidade. A diferença é que hoje a crise que a Igreja enfrenta é eclesial. As pessoas percebem que as igrejas têm se desviado do plano de Deus e, com isso, as abandonam e menosprezam. O inconformismo que a Palavra de Deus exige de nós nada tem a ver com essa atitude de descompromisso. A Igreja é uma instituição divina e se expressa institucionalmente. Somos chamados a enfrentar o mundanismo e o pecado dentro dela, não pelo abandono, mas lutando para que seja a Igreja que Cristo quer: a) igreja com a missão de Cristo; b) igreja com a confissão de Cristo; c) igreja com a revelação de Cristo; d) igreja com a autoridade de Cristo. Não nos conformemos! Há esperança para a Igreja do século XXI, pois é Deus quem estabelece a revelação que a mantém. Portanto, trabalhemos por uma igreja que cumpra o propósito dado pelo Senhor segundo os recursos que Ele mesmo provê.

Não vos conformeis com o culto

O culto que oferecemos a Deus nesse mundo tem sido marcado pela alienação e pelo simplismo. As pessoas nos conhecem mais por nossas obrigações do que por nossas motivações, mais por nossos costumes do que por nosso pensamento. Nossa adoração a Deus não tem produzido os resultados que Deus espera de nós, em nossas vidas ou nas vidas daqueles que nos observam. Mas Deus nos chama para um culto em que nos ofereçamos continuamente em santidade ao Senhor, de modo que isso seja primeiro agradável a Ele e, assim, se torne agradável a nós. Esse culto que devemos oferecer a Deus deve ser: a) fundamentado em sólido conhecimento das Escrituras; b) caracterizado pelo dar de nós mesmos; c) distinguido pela renovação de nossa mente; d) resultante na experimentação da vontade de Deus. Não nos conformemos com um culto que não seja aceitável a Deus. Seja o nosso culto um sinal da presença de Deus para todos os homens, um testemunho incontestável da graça salvadora de Jesus. Ofereçamos a Ele um culto que o agrade verdadeiramente e comecemos isso, como Paulo, pelo ensino da sã doutrina.

Não vos conformeis com o silêncio

A Igreja foi chamada para comunicar o Evangelho e ensinada por Cristo a fazê-lo na pregação, no ensino, no testemunho e na representação. Como crentes em Cristo não podemos nos calar a qualquer pretexto ou em qualquer situação. Devemos obedecer a Deus primeiro, não aos homens, e responder a quem quer que questione a esperança que recebemos em Cristo. Mas a Igreja tem se calado nas escolas e universidades, nos locais de trabalho e nos lugares públicos, com os amigos e os vizinhos, às vezes com a própria família. Os crentes têm emudecido por causa das leis, para não perder os amigos ou clientes, para não perder o status ou o emprego, temendo multas e prisão. A Igreja tem sido afrontada com mentiras e calúnias, ameaçada e desprezada, e não tem sido capaz de responder, porque teme coisa que acha pior. Nesse cenário somos chamados a: a) não ter medo como as pessoas do mundo; b) não ficarmos alarmados diante da perseguição; c) termos Cristo como único Senhor, único dono de nossa vida; d) nos prepararmos para responder a qualquer pessoa que questione a esperança que temos em Cristo. Rompamos o silêncio e anunciemos o Evangelho, respondamos a qualquer pessoa e em qualquer situação, a tempo e fora de tempo!

Não vos conformeis com a morte

Muitos líderes têm deixado uma lacuna de integridade, um vazio de direção, uma ausência de paz no meio da Igreja. Nosso povo, muitas vezes, está perplexo, confuso, inseguro e isso causa temor e angústia acerca do futuro da Igreja. Essa era a situação de Israel no início do livro de Isaías. O inimigo estava às portas, o pecado consumia o povo e o rei morreu deixando um trono vago. Nessa situação o profeta teve uma visão que a Igreja Brasileira também precisa ter: a) uma visão da soberania de Deus; b) uma visão da santidade de Deus; c) uma visão da miséria humana; d) uma visão dos meios para a salvação. Depois dessa visão Isaías pode ser comissionado para o ministério que denuncia o pecado e que anuncia a restauração. Diante dos problemas e dificuldades que enfrentamos na Igreja nesses dias, não podemos nos conformar com a mesmice, não podemos nos entregar à estagnação, não podemos nos conformar com uma igreja morta. Deus reina soberano, Ele é santo, Ele ama a nós pecadores e proveu meios para nos salvar, portanto, apresentemo-nos para a missão que Ele anuncia. A revelação dessas coisas deve ser continuamente enfatizada aos crentes, até que, inconformados, clamem contra o pecado e celebrem a alegria da salvação.

Aos trinta dias do encerramento do 15° Encontro para a Consciência Cristã, em 12 de março de 2013, nós reafirmamos, juntos, que não nos conformamos com a estagnação da presente era, antes buscamos mudança pela renovação de nossa mente.

John Piper – Um Amor de Ressurreição Tão Incrível!


Por John Piper

Domingo de Páscoa

"Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai." (João 10:17-18)

Por que Jesus diz isso? Por que ele enfatiza sua voluntariedade em morrer? Porque se isso não fosse verdade — se sua morte fosse forçada a ele, se não fosse livre, se seu coração não estivesse de fato nisso — então uma grande interrogação seria colocada sobre seu amor por nós.

A profundidade de seu amor está em sua liberdade. Se ele não morreu por nós voluntariamente — se ele não escolheu o sofrimento e o abraçou — então quão grande é seu amor realmente? Então ele enfatiza isso. Ele deixa explícito. Isso vem de mim, não das circunstâncias, não de pressão, mas do que eu realmente anseio fazer.

Jesus está enfatizando para nós que seu amor por nós é gratuito. Ele parece ouvir alguma calúnia inimiga dizendo: “Jesus não ama a você de verdade. Ele é um mercenário. Ele entrou nessa por outra razão que não amor. Ele está sob algum tipo de obrigação ou compulsão externa. Ele não quer realmente morrer por você. Ele apenas de alguma maneira acabou entrando nessa tarefa e tem de se submeter às forças que o controlam.” Jesus parece ouvir ou antecipar algo assim. E ele responde: “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” Ele está pressionando nesse ponto para ver se creremos em seu protesto de amor, ou se creremos no oposto — que seu coração não está realmente nisso.

Qualquer um que faz uma afirmação como essa está mentalmente perturbado, mentindo, ou é Deus. Eu tenho autoridade de dentro da morte, como um homem morto, de tomar minha vida de volta quanto eu quiser. Agora qual é o ponto aqui? Bem, o que é mais difícil? Controlar o momento de sua morte, ou dar a si mesmo vida novamente quando já morto? O que é mais difícil? Dizer “eu entrego minha vida por minha própria iniciativa,” ou dizer “eu tomarei minha vida de volta depois que estiver morto”?

A resposta é óbvia. E esse é o ponto. Se Jesus podia tomar — e tomou — sua vida de volta da morte, então ele de fato estava livre. Se ele controlou o momento em que saiu da sepultura, ele certamente controlou o momento em que ele foi para a sepultura.

Então eis o ponto. A ressurreição de Jesus é dada a nós como a confirmação ou a evidência de que ele estava, de fato, livre ao entregar sua vida. E então a ressurreição é o testemunho de Cristo quanto à liberdade de seu amor.

O Significado da Páscoa

De todas as grandes coisas que a Páscoa significa, ela também significa isso: é um grande “Eu quis fazer isso!” por trás da morte de Cristo. Eu quis fazer isso! Eu estava livre. Você vê o quão livre eu estou? Você vê quanto poder e autoridade eu tenho? Eu era capaz de evitá-la. Eu tenho o poder de tomar minha vida e voltar da sepultura. Então, como eu não conseguiria devastar meus inimigos e escapar da cruz?

Minha ressurreição é um brado sobre meu amor por minhas ovelhas: Eu era livre! Eu era livre! Eu escolhi isso. Eu abracei isso. Eu não fui capturado. Eu não fui encurralado. Nada pode me obrigar a fazer o que eu não escolho fazer. Eu tinha poder para tomar minha vida de volta da morte. Quão mais, então, eu poderia evitar meu encontro com a morte!

Eu estou vivo para mostrar a você que eu realmente amei você. Eu amei você livremente. Ninguém me forçou a fazê-lo. E agora estou livre para passar a eternidade amando você com um amor onipotente de ressurreição para sempre e sempre.

Vinde a mim, vós todos pecadores que necessitam de um Salvador. E eu os perdoarei, os aceitarei, e os amarei de todo o meu coração para todo sempre.

Quando o Livro da Vida foi escrito?


Por Clóvis Gonçalves


O Apocalipse fala daqueles "cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo" (Ap 17:8). Há duas possibilidades aqui, interpretar a expressão como significando que os nomes de todos os salvos estavam registrados no Livro da Vida desde a fundação do mundo ou que o nome de cada pessoa é escrito quando o evangelista ora pelo decidido, pedindo a Deus que escreva o seu nome no livro da vida.

Esta última posição é a defendida pelo Pr. Ciro Sanches Zibordi, numa interessante série sobre o Livro da Vida, escrita sob uma ótica anti-calvinista (já que dizer sob uma ótica arminiana pode soar como zombaria).

Observemos um detalhe, antes da análise em si. A passagem em questão não fala dos que tiveram seus nomes escritos no Livro da Vida e sim dos que não tiveram os seus nomes registrados nesse memorial. A relevância disso terá que ficar para uma análise posterior.

A expressão "desde a fundação do mundo" no grego é "apo kataboles kosmou", composta por uma preposição, seguida de um substantivo e de seu complemento. É uma expressão relativamente comum no Novo Testamento, sendo que exatamente como em Ap 17:8 ocorre mais seis vezes (Mt 13:35; 25:34; Lc 11:50; Hb 4:3; 9:26; Ap 13:8). Uma leitura atenta dessas passagens demonstra que a idéia não é de algo que vem sendo realizado de forma continuada a partir da fundação do mundo, mas de algo considerado consumado desde esse momento, com possível excessão de Lucas 11:50.

Assim, quando o profeta disse "publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo" (Mt 13:35) não estava se referido a segredos gradativamente ocultados, mas de algo completamente oculto desde o princípio. Quando Jesus disse que o reino dos benditos do Pai estava "preparado desde a fundação do mundo" (Mt 25:34) não pretendia que os discípulos entendessem que o reino era preparado para cada um deles quando se convertiam, mas que tudo já estava preparado quando esse mundo foi trazido à existência. O mesmo pode ser dito das obras "concluídas desde a fundação do mundo"(Hb 4:3), obras estas necessárias ao descanso dos santos. Deus não toma providências para o destino dos salvos no momento em que creem, mas desde a fundação do mundo tudo está pronto. Isto inclui a morte de Cristo como provisão para a salvação, que embora se diga que "foi morto desde a fundação do mundo" (Ap 13:8) não significa que Ele sofreu"muitas vezes desde a fundação do mundo" mas uma única "vez por todas" (Hb 9:26). Vimos que a ideia expressa pela frase"desde a fundação do mundo" enfatiza algo realizado de forma completa quando os fundamentos do mundo foram lançados e não algo que vem sendo feito desde então.

O pastor Ciro faz a sua tese depender da preposição "apo" e não da expressão completa. Porém, a classe de palavra que tem tempo e modo é o verbo, e é para ele que devemos nos voltar se quisermos saber quando e de que forma algo ocorre. Devemos perguntar ao texto "o que [não] ocorreu antes da fundação do mundo?" e a resposta é "nomes [não] foram escritos".

O verbo "gegraptai" está no tempo Perfeito e no modo Indicativo. O modo Indicativo, nos informa o Léxico Grego de Strong "é uma simples afirmação de fato. Se uma ação realmente ocorre ou ocorreu ou ocorrerá, será expressa no modo indicativo". Já o "Perfeito grego corresponde ao Perfeito na língua portuguesa, e descreve uma ação que é vista como tendo sido completada no passado, uma vez por todas, não necessitando ser repetida". Portanto, a passagem não se refere a algo que vem sendo feito a cada oração de pregador por um convertido, mas de algo que foi completado de forma cabal no passado. Se João quisesse enfatizar uma ação iniciada no passado e realizada ao longo do tempo teria usado o verbo no Aoristo, que aliás é o tempo (aspecto) mais comum no grego.

Concluímos que a expressão desde a fundação do mundo não significa "começando lá e continuando até o último convertido". Mas se refere a algo que estava concluindo quando Deus lançou os fundamentos da terra, antes de criar o primeiro homem.

Fonte: Cinco Solas

Predestinação antes de Agostinho.



I - Antes de Agostinho - II. S. Agostinho.

S. Agostinho definia a predestinação como "presciência divina e preparação dos benefícios de Deus com que certissimamente se salvam quantos se salvam" (De dono persev. 13,35). Os vários dons sobrenaturais (vocação à fé, graça, justificação, etc.) são atos da benevolência divina, que quer salvar-nos. No contexto polêmico dos Padres [Pais], os problemas surgem quando se procura pôr em relação a predestinação com outros dados: existência do mal no mundo, liberdade do homem, retribuição no além, condenação depois da morte. Pode-se sempre, neste caso, prescindir de algum de seus elementos, negando o fato da intervenção de Deus na história (pelagianismo) ou, doutro ponto de vista, a liberdade humana (maniqueísmo), e deixando a pergunta sobre a unidade do plano salvífico (dualismo gnóstico). Nós aqui intencionamos destacar os nomes mais importantes dos primeiros séculos da história da doutrina da predestinação.


I - Antes de S. Agostinho - Apesar da escassa incidência do tema nos escritores cristãos mais antigos, já Clemente insinua os seguintes princípios gerais: a salvação depende de uma iniciativa de Deus (Ep. Ad Cor. 29,1); a salvação não pode ser alcançada sem o concurso das boas obras (ibidem, 33,1); estas obras salutares são, elas mesmas, um dom de Deus (ibidem 32,3-4; 33,1; 33,8). Por sua vez, contra o gnosticismo e o maniqueísmo, os apologetas e seus adeptos afirmam a unidade do plano salvífico, a vontade salvífica universal de Deus e a necessária cooperação do homem sob a influência da graça. Taciano (Orat. Ad Graecos 13) e, com maior evidência, Justino (Apol. I, 12; ibid. 42) e Ireneu (Adv. Haer. IV, 29,2) disto são claro testemunho, embora por predestinação entendam mais uma presciência de Deus do que uma decisão de Deus. 

Clemente Alexandrino fala dos "justos que Deus predestinou, tendo-os conhecido como tais desde o princípio do mundo" (Strom. VII, 17). Orígenes, que trata deste tema bem amplamente, determina de certo modo o ritmo posterior da teologia oriental. Trata do problema da predestinação de modo particular em seu "Comentário a Romanos" 8 (cf. Comm. In Rom. VII, 7-8 ). Distingue entre uma presciência divina geral e uma presciência de amor. Neste caso, a presciência, conhecimento que aprova e não de simples previsão, é uma complacência que atinge somente os bons (Comm. In Rom. VII, 7). Presciência e predestinação, portanto, têm a mesma amplidão e o mesmo objeto (ibid. VII, 8 ). A predestinação se verifica "post praevisa merita" e não como resultado da presciência, que de nenhum modo anula a liberdade e a responsabilidade do homem (ibid. VIVI, 16; De orat. 6). 

A salvação depende de uma causa e da outra, mas em primeiro lugar e antes de tudo da iniciativa de Deus, que chama todos à salvação. Gregório Nazianzeno (Oratio XXXVII, 13), João Crisóstomo (In Ep. Ad Romanos hom. XVI, 5) - também Cirilo de Alexandria (?) (In Ep. Ad Romanos 8,30) - são mais precisos do que Orígenes quando falam da vontade salvífica universal de Deus e da predestinação: Deus dá sempre sua graça aos predestinados e àqueles que chamou desde o princípio. O concurso humano é necessário para a salvação, embora tudo - até o querer - se deva atribuir a Deus. (Greg. Naz., Orat. XXXVII, 13). J. Crisóstomo, porém, tendo presente os efeitos, ex consequenti, distingue uma dupla vontade de Deus: uma de benevolência e outra de castigo (In Ep. Ad Ephes. Hom. I, 2). E "Embora Deus opere em nós o querer e o agir" (In Ep. Ad Philipp. hom. 8,1), o homem, para salvar-se, tem necessidade das boas obras (In Mat. Hom. 19,2). Nos respectivos comentários dos escritores latinos às passagens da Escritura onde se fala deste mistério, encontram-se muitos textos sobre a predestinação. Com clareza a afirmam Hilário de Poitiers (In os. LXIV, 5) e ainda mais detalhadamente Ambrósio (De fide V, 6, 83).

II - S. Agostinho. Como para os outros problemas, também para este Agostinho constitui um cume da patrística, e sua importância é decisiva para a história desta. Das obras em que estudou o tema da predestinação poder-se-iam citar as seguintes: Expositio quorundam propositionum ex Epist. Ad Romanos; De diversis quaestionibus ad Simplicianum, II; Contra Iulianum; Contra duas epistolas Pelagionorum; Enchiridion; De gratia et libero arbitrio; De correptione et gratia; De praedestinatione sanctorum; De dono perseverantiae; Contra Iulianum opus imperfectum; Epistolae: 194; 214; 215; 217; 225; 226. Muitas e, às vezes, contraditórias são as interpretações que foram dadas a sua doutrina. Para entender a teologia agostiniana da predestinação é preciso levar em consideração não só a vontade salvífica universal de Deus, mas o caráter gratuito da vida sobrenatural para o homem. 

Tendo em vista estes dois postulados, Agostinho olha continuamente para o mistério da predestinação e predileção de Deus que, ante praevisa merita, elege muitos e lhes dá sua graça para que alcancem a salvação. E, do momento em que todos os homens formam uma só massa damnationis em conseqüência do pecado original, será preciso explicar também por que desta comunidade de pecadores Deus escolhe alguns, predestinando-os para a salvação e não outros. Segundo S. Agostinho, a presciência e a preparação dos meios eficazes para a salvação são os dois elementos necessários da predestinação, fruto da benevolência divina (De dono persev. 14,35). Da parte de Deus, a predestinação é livre e infalível. 

Isto, porém, não exclui ou anula a liberdade do homem, antes a facilita e lhe dá poder. As dificuldades, no caso, postas à doutrina de Agostinho, provenientes no início do semipelagianismo de origem gálica, confundem, pelo menos em parte, a presciência e a predestinação; na realidade, do momento em que não se identificam, uma pode existir sem a outra (De praedest. Sanct. 10,19). Predestinação significa preparação dos bens; presciência, o prévio conhecimento do bem e do mal. Com esta afirmação, não se alude de modo algum à predestinação ao inferno, embora certamente existam presciência e permissão de uma sanção conseqüente aos próprios deméritos. "Deus conhece antes todas as causas das coisas, e certamente não pode ignorar entre estas também as nossas vontades, que prevê seriam as causas de nossas ações" (De civ. Dei V, 9). Contrariamente a qualquer forma de pelagianismo, a presciência de Deus não anula absolutamente a responsabilidade da vontade do homem que, de sua parte, coopera ou não para a realização do plano salvífico. Fulgêncio de Ruspe e Cesário de Arles prosseguem na linha do pensamento agostiniano, que de um modo ou de outro, inspirará depois, ao longo dos séculos, a teologia do Ocidente.

Fonte: Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs, Ed. Vozes e Ed. Paulinas, 2002, pág. 1182 
Divulgação: Teologia & Apologética | Bereianos

Arminianos, ouçam Armínio!




Por Clóvis Gonçalves



A posição evangélica dominante nos dias de hoje identifica-se com o teólogo holandês Jacó Armínio, pelo que nos debates teológicos é designada como arminianismo. O que muitos não sabem é que Armínio era bem mais "calvinista" que os arminianos atuais imaginam ou gostariam de saber. Se eles soubessem o que ele escreveu a respeito de alguns assuntos importantes no debate sobre a salvação, poderiam não se tornar calvinistas, mas pelo menos seriam arminianos melhores.

Descobririam, por exemplo:

a) Que ele recomendava a leitura da obra de Calvino

"Depois da leitura das Escrituras..., e mais do que qualquer outra coisa,... eu recomendo a leitura dos Comentários de Calvino ... Pois afirmo que na interpretação das Escrituras Calvino é incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa que nos tenha sido legada nos escritos dos pais — tanto assim que atribuo a ele um certo espírito de profecia no qual ele se encontra em uma posição distinta acima de outros, acima da maioria, na verdade, acima de todos." (Carta escrita a Sebastian Egbertsz, publicada em P. van Limborch e C. Hartsoeker, Praestantium ac Eruditorum Virorum Epistolae Ecclesiasticae et Theologicae (Amsterdam, 1704), nº 101).

b) Que ele cria na doutrina da providência

"Nesta definição de Providência Divina, eu de forma alguma a privo de qualquer partícula daquelas propriedades que concordam ou pertencem a ela; mas eu declaro que ela preserva, regula, governa e dirige todas as coisas e que nada no mundo acontece acidentalmente ou por acaso. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, de modo que nada pode ser feito sem a vontade de Deus, nem mesmo as que são feitas em oposição a ela , somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que "Deus tanto deseja e executa boas ações," quanto que "Ele apenas livremente permite as que são más." Além disto ainda, eu muito prontamente admito, que até mesmo todas as ações, sejam quais forem, relativas ao mal, que possam possivelmente ser imaginadas ou criadas, podem ser atribuídas ao Emprego da Divina Providência, tendo apenas um cuidado, "não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado." (Works, vol 1: The providence of God)

c) Que ele cria nos decretos divinos

"Os decretos de Deus são os atos extrínsecos de Deus, ainda que sejam internos, e, por essa razão, feitos pelo livre-arbítrio de Deus, sem qualquer necessidade absoluta . Todavia um decreto parece exigir a suposição de outro, a bem de uma certa conveniência de igualdade; como o decreto relativo à criação de uma criatura racional, e o decreto relativo à salvação ou condenação [dessa criatura] sob a condição de obediência ou desobediência. A ação da criatura também, quando considerada por Deus desde a eternidade, pode algumas vezes ser a ocasião, e algumas vezes a causa motriz externa de criar algum decreto; e isto de tal forma que sem tal ação [da criatura] o decreto não seria nem poderia ser feito. (...) Embora todos os decretos de Deus foram feitos desde a eternidade, todavia uma certa ordem de prioridade e posterioridade deve ser formulada, de acordo com sua natureza, e a relação mútua entre elas." (Works, vol 2: On decree of God)

d) Que ele cria na predestinação

"O primeiro na ordem dos decretos divinos não é o da predestinação, pela qual Deus preordenou para fins sobrenaturais, e pela qual ele resolveu salvar e condenar, declarar sua misericórdia e sua justiça punitiva, e ilustrar a glória de sua graça salvadora , e de sua sabedoria e poder que concordam com aquela mais livre graça.(...) Os eleitos não são chamados "vasos de misericórdia" na relação de meios para o fim, mas porque a misericórdia é a única causa motriz, pela qual é feito o próprio decreto da predestinação para salvação." (Works, vol 2: On predestination to salvation)

e) Que ele cria na imperdibilidade da salvação

"Embora eu aqui, aberta e sinceramente, afirmo que eu nunca ensinei que um verdadeiro crente pode, total ou finalmente, abandonar a fé, e perecer; todavia não nego que haja passagens da Escritura que me parecem apresentar este aspecto; e as respostas a elas que tive a oportunidade de ver não se mostraram, em minha opinião, convincentes em todos os pontos. Por outro lado, certas passagens são fornecidas para a doutrina contrária [da perseverança incondicional] que merecem especial consideração." (Works, vol 1: The perseverance of the saints).

De minha parte, ficaria muito feliz se os atuais arminianos firmassem posição com Jacó Armínio. Pois já estaríamos no lucro.

Fonte: Cinco Solas

Nota do blog Bereianos: Esse artigo foi originalmente publicado no blog Cinco Solas pelo irmão Clóvis Gonçalves, em 4/08/2008. Embora seja antigo e de conhecimento de muitos, vale a pena o "review".