domingo, 21 de abril de 2013

Curiosidade




A curiosidade — num certo sentido sinal de mente sadia, às vezes engenhosa... é a centelha que conduz pesquisadores famintos ao labirinto da verdade, recusando-se a paralisar a busca, indo ao exame total, completo. 

Curiosidade é aquele portão gasto pelo tempo, que gira sobre rolamentos chamados determinação e disciplina, e que se abre para o êxtase da descoberta, mediante a agonia da busca im­placável. 

Curiosidade é o mestre embutido na mente, que instanta­neamente desafia o "status quo" ... que transforma um menor transviado num Churchill, uma muda-surda-cega numa Hellen Keller, e um menino de fazenda num Walt Disney. 

Curiosidade é a qualidade mais freqüentemente esmagada nas crianças, por adultos imprudentes, apressados, que con­sideram as perguntas como "interrupções", em vez do desejo veemente de arrancar as rodas mentais da criança do atoleiro rotineiro do caminho bem conhecido. 

Mas, que papel enganoso a curiosidade pode vir a desem­penhar! 

Remova-se o cinto de segurança dos parâmetros bíblicos, e a curiosidade lançará nosso veículo do aprendizado numa violenta colisão, num desastre horroroso. Essa qualidade tem um jeito todo seu de levar-nos a intrometer-nos na vida alheia, visto que a curiosidade é, por natureza, uma intrusa. 

Ela consegue vestir-se erroneamente, usando as mais belas roupas que o ser humano conhece. 

Consegue esconder as mais nocivas conseqüências do adultério sob o disfarce enganador da excitação, da música suave, do abraço caloroso. 

Consegue mascarar as dores morais do abuso de drogas e do alcoolismo, travestindo esses vícios com uma calça Levis e o suéter de um garboso e simpático timoneiro de lancha, cheio de aventuras. 
 
A curiosidade é a mercadoria mais importante de que se precisa para manter o mundo do ocultismo sempre ativo e eficaz. Basta a curiosidade para engalanar de triunfo os filmes que se dedicam à exploração da violência sádica, e dos en­contros demoníacos. 

Se removermos a curiosidade do coração, o filme O Exorcista vira anedota sem graça... e até mesmo a Igreja de Satanás torna-se objeto de riso e deboche. 

No entanto, a curiosidade não pode ser eliminada! 

A curio­sidade faz parte de sua natureza humana, da mesma maneira que seu cotovelo faz parte do seu braço. O inimigo conhece esse fato, e usa-o contra você. Ele é mestre na arte negra do subterfúgio; em outras palavras, sabe armar uma arapuca em que a sua curio­sidade o leva o cair prisioneiro. 

Lembre-se de que vem armando tais arapucas há muito mais tempo do que você e eu vimos evitando-as. Se o diabo sabe disfarçar o anzol como a isca ade­quada— designada para simplesmente despertar sua curiosidade — a tragédia é apenas uma questão de tempo. 


Tiago viu o problema com clareza e disseca-o de modo di­reto: 

"Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele a ninguém tenta. Mas cada um é tentado quando atraído e engodado por sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1:13-15) 

É claro que não precisamos tornar-nos vítimas de nossa tola curiosidade. Está à nossa disposição um poder fantástico, ma­ravilhoso, para orientar-nos ao longo do labirinto do diabo, cheio de armadilhas, artimanhas e minas escondidas. 

O Senhor Jesus já palmilhou a estrada em que caminhamos agora — e sabe como guiar-nos ao longo do caminho, sem perigo algum. 

Extraído do Livro: A Busca do Caráter de Charles R Swindoll 

Nenhum comentário:

Postar um comentário