A curiosidade — num certo sentido sinal de mente sadia, às vezes engenhosa... é a centelha que conduz pesquisadores famintos ao labirinto da verdade, recusando-se a paralisar a busca, indo ao exame total, completo.
Curiosidade é aquele portão gasto pelo tempo, que gira sobre rolamentos chamados determinação e disciplina, e que se abre para o êxtase da descoberta, mediante a agonia da busca implacável.
Curiosidade é o mestre embutido na mente, que instantaneamente desafia o "status quo" ... que transforma um menor transviado num Churchill, uma muda-surda-cega numa Hellen Keller, e um menino de fazenda num Walt Disney.
Curiosidade é a qualidade mais freqüentemente esmagada nas crianças, por adultos imprudentes, apressados, que consideram as perguntas como "interrupções", em vez do desejo veemente de arrancar as rodas mentais da criança do atoleiro rotineiro do caminho bem conhecido.
Mas, que papel enganoso a curiosidade pode vir a desempenhar!
Remova-se o cinto de segurança dos parâmetros bíblicos, e a curiosidade lançará nosso veículo do aprendizado numa violenta colisão, num desastre horroroso. Essa qualidade tem um jeito todo seu de levar-nos a intrometer-nos na vida alheia, visto que a curiosidade é, por natureza, uma intrusa.
Ela consegue vestir-se erroneamente, usando as mais belas roupas que o ser humano conhece.
Consegue esconder as mais nocivas conseqüências do adultério sob o disfarce enganador da excitação, da música suave, do abraço caloroso.
Consegue mascarar as dores morais do abuso de drogas e do alcoolismo, travestindo esses vícios com uma calça Levis e o suéter de um garboso e simpático timoneiro de lancha, cheio de aventuras.
A curiosidade é a mercadoria mais importante de que se precisa para manter o mundo do ocultismo sempre ativo e eficaz. Basta a curiosidade para engalanar de triunfo os filmes que se dedicam à exploração da violência sádica, e dos encontros demoníacos.
Se removermos a curiosidade do coração, o filme O Exorcista vira anedota sem graça... e até mesmo a Igreja de Satanás torna-se objeto de riso e deboche.
No entanto, a curiosidade não pode ser eliminada!
A curiosidade faz parte de sua natureza humana, da mesma maneira que seu cotovelo faz parte do seu braço. O inimigo conhece esse fato, e usa-o contra você. Ele é mestre na arte negra do subterfúgio; em outras palavras, sabe armar uma arapuca em que a sua curiosidade o leva o cair prisioneiro.
Lembre-se de que vem armando tais arapucas há muito mais tempo do que você e eu vimos evitando-as. Se o diabo sabe disfarçar o anzol como a isca adequada— designada para simplesmente despertar sua curiosidade — a tragédia é apenas uma questão de tempo.
Tiago viu o problema com clareza e disseca-o de modo direto:
"Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele a ninguém tenta. Mas cada um é tentado quando atraído e engodado por sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1:13-15)
É claro que não precisamos tornar-nos vítimas de nossa tola curiosidade. Está à nossa disposição um poder fantástico, maravilhoso, para orientar-nos ao longo do labirinto do diabo, cheio de armadilhas, artimanhas e minas escondidas.
O Senhor Jesus já palmilhou a estrada em que caminhamos agora — e sabe como guiar-nos ao longo do caminho, sem perigo algum.
Extraído do Livro: A Busca do Caráter de Charles R Swindoll
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