sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MALES QUE ASSOLAM AS IGREJAS E SEUS LÍDERES E UMA SOLUÇÃO - Pr. Ivan Teixeira



O cenário atual é assustador! São impressionantes como os evangélicos de hoje absolvem erros que outrora foram condenados pela Igreja Histórica.
É lamentável olharmos como o evangelicalismo atual submete-se ao jugo de males 
que prejudicam o testemunho fiel da igreja diante do mundo.
Percebo alguns males solapando os evangélicos atuais.

01. A velha crença medieval no autoritarismo dos líderes.
Os líderes do mundo evangélico brasileiro mais se parecem com ditadores do que com servos de Deus dados a igreja para servi-la. Eles se auto-intitulam “os xodós de Deus”, os “ungidos do Senhor”, “os sacerdotes de Deus”, “reis e rainhas” (isto não é sarcasmo. Em Salvador um casal foi ungido como rei e rainha) os únicos que tem uma “palavra profética de vitória” para o povo de Deus. Se eles falarem Deus terá a obrigação de cumprir suas “profecias”. Eles têm autoridades para que Deus e Seus anjos estejam dispostos para atender suas determinações. Eles “decretam” e “profetizam” a seu bel-prazer.
O que será que leva alguns (ou muitos) líderes a se tornarem pequenos “imperadores”, pequenos “papas evangélicos”, quando chegam ao “trono” da liderança?
Infelizmente, muitos líderes que assumem cargos de liderança, com surpreendente rapidez se esquecem de que a autoridade vem somente de Deus e o que eles têm recebido vem do Senhor Jesus pela Sua graça. Eles esquecem que não são os donos do cargo, e que nunca serão; que Deus pode destruir qualquer um que tente usurpar a Sua glória. Eles se esquecem de que Deus resiste aos soberbos, mas dá maior graça aos líderes que servem humilde e fielmente ao rebanho.
Por que é tão difícil os líderes reconhecerem seus erros e deixarem que a situação lhes ensine mais uma vez o que de fato significa arrepender-se? Para muitos líderes a transparência e a humildade no ministério parecem tão assustadoras! Estes líderes têm a impressão de que, de alguma forma, as regras são diferentes para eles. Eles se acham acima de tudo e de todos. Eles são “os intocáveis de Jeová”!
Para a igreja medieval existia dois “estados”: (1) espiritual que era composto pelo clero; (2) temporal que abrangia todos os demais.

Martinho Lutero ensinou que todos os cristãos são verdadeiramente do estado espiritual e não apenas os líderes, e não há diferença entre eles exceto o de função. O texto de 1a Coríntios 12, nos mostra como todos nós, líderes e liderados, somos membros do Corpo de Cristo. Paulo salienta a igualdade de valores e a diferença na funcionalidade. Usando as próprias palavras do apóstolo: “[...] Deus coordenou o corpo [...] para que não haja divisão no corpo, pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.” (1Co 12.24-25). Ele ainda diz: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. (v.27)”.
Assim podemos afirmar que somos diferentes em identidade, iguais em valores e diversificados na funcionalidade (1Co 12.4–7). Todos nós somos essenciais para o funcionamento do corpo de Cristo. Não apenas uma classe privilegiada, mas todo o povo de Deus tem acesso ao trono da graça pelo sangue da nova aliança (cf. Hb 10.19-22).

A leitura de alguns textos bíblicos nos revela esta doutrina ensinada pelo grande reformador alemão. Por exemplo:
1a Pedro 2.9-10: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz; vós, sim, que antes não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.”.
Apocalipse 1.5-6: “e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.”.
Hebreus 10.19-22: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados de má consciência, e lavado o corpo com água pura.”.
Acredito que o não entendimento da doutrina do sacerdócio de todos os santos leva ao “culto da personalidade” (1Co 3). Também podemos salientar que o não entendimento do ministério de todos os santos, tem levado muitos “líderes” a manipular o rebanho para proveito próprio. Os pastores precisam lê e entender corretamente o texto de Efésios 4.11-16. Aqui vemos que os líderes são dados à igreja como presente do Cristo ressurreto para levar cada membro do Corpo ao desempenho do ministério e edificação.
02. A busca pelo poder.
Como os gregos e judeus em Corinto muitos hoje buscam poder para serem respeitados pela sociedade. Os evangélicos atuais na busca frenética por reconhecimento acabam se tornando irreconhecíveis como igrejas de Cristo. Há muitas denominações que mais se parecem com um picadeiro de um circo do que com um lugar de adoração a Deus em espírito e em verdade.
Muitos seminários teológicos na busca pelo reconhecimento do Estado perderam o foco da glória de Deus, edificação da igreja e salvação dos perdidos. Muitos seminários tinham sido fundados objetivando o treinamento dos santos para o desempenho no santo ministério. Hoje, infelizmente, buscando reconhecimento, poder e prestígio diante da sociedade perderam o foco original. Agora descem céleres ladeira abaixo! Aqueles que não estão na beira do abismo, já caíram ladeira abaixo.
O pregador e seu relógio: Conheço um pregador que disse que precisamos investir em nosso ministério. Ok! Até aí tudo bem! Quando ouvi isso imaginava comprar livros, estudar num seminário sério, viver uma vida disciplinada e devocional (oração, jejum, santidade e leitura bíblica) e etc., Mas, quando ele explicou o que queria dizer com “investir no ministério”, fiquei chocado. Ele disse que tinha um relógio de vinte (20) mil reais e “deu” para determinado evento para ter uma oportunidade para pregar. Que coisa mais irrelevante é este investimento no ministério!
Infelizmente, muitos líderes na busca sanguessedenta por relevância diante da sociedade acabaram se tornando irrelevantes em seus testemunhos diante dela. Eles se aliaram a corrupção política e por sua vez perderam a voz. Eles não são mais profetas como João Batista proclamando os erros e pecados dos líderes políticos, mas apenas bonecos de cera manipulados pela máquina corrupta da sociedade sem Deus.
Sim, na busca pela relevância se tornaram irrelevantes. Na busca pelo poder se tornaram fracos em seus testemunhos. Buscando reconhecimento se tornaram irreconhecíveis como homens e mulheres de Deus. Querendo falar foram amordaçados porque receberam propina. Querendo ser juízes se tornaram réus da corrupção.
Oh, que Deus levante “João Batistas”, que percam a cabeça, mas não percam a voz! Que sejam decapitados, mas nunca corrompidos! Que Deus levante jovens como Ananias, Misael e Azarias que prefiram ser queimados numa fornalha a adorar os ídolos de uma sociedade corrompida e pagã.
Que Deus levante homens e mulheres de fibra como Martinho Lutero e a viúva Perpétua. O primeiro não capitulou diante do clero romano e do rei. A segunda preferiu morrer a negar seu Senhor.
Que Deus levante homens como Atanásio que preferiu o exílio a concordância com as idéias de Ário e do imperador Constantino.
Que Deus levante homens como Jonathan Edwards que preferiu não pastorear a concordam que “membros” devassos da igreja participassem da Ceia do Senhor.
Que Deus levante homens como Charles Spurgeon que preferiu desligar-se da Convenção Batista a capitular ante o liberalismo da época.
Que Deus levante mães como Mônica que não abriu mão de seu filho e chorou noite e dia diante de Deus por ele. O seu pastor Ambrosio disse: “um menino de tantas lágrimas dificilmente se perderia!” – me refiro ao grande Agostinho.
Que Deus levante homens como João Wesley que não abriu mão do avivamento ante uma liturgia morta, mas ao ser expulso de sua igreja clamou: “O mundo é minha paróquia!”.
Que Deus levante homens como Paulo que preferiu sofrer a negar as verdades do santo evangelho. Ouçamos as palavras do grande apóstolo escrevendo aos Gálatas:
“Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo está desfeito o escândalo da cruz.” (5.11).
“Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.” (6.12).
“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo.” (6.14).
Enquanto muitos líderes evangélicos de hoje se gloriam nos seus jatinhos, mansões, cargos políticos, carros e proezas empresariais, o velho apóstolo se gloriava na cruz de Cristo. Enquanto muitos palestram sobre autoajuda, ciências comportamentais (e.g., behaviorismo), metodologia de marketing, Paulo pregava Jesus Cristo, e Este crucificado (1Co 2.2). Essa resolução de Paulo desdobrava-se em duas coisas. Ou seja, Paulo pregava Jesus Cristo, e Este crucificado para: (1) não desfazer o “escândalo da cruz” (Gl 5.11) e (2) “para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus.” (1Co 2.5), pois Paulo sabia que a sabedoria deste século e, dos poderosos desta época, se reduzem a NADA! (1Co 2.6).
Muitos líderes deixaram de imitar a Cristo para imitarem os líderes empresariais de sucesso! A maioria, principalmente os que estão na mídia, não querem testemunhar da cruz de Cristo, mas imitarem o glamour dos empreendedores de sucesso! Muitos de nossos líderes não querem seguir o que os reformadores chamaram de via crucis, mas estão seguindo a via gloriae! Eles não querem comoPedro ser “co-participantes dos sofrimentos de Cristo” (1Pe 4.13), mas almejam a participação no hall da fama e de tudo o que o dinheiro proporciona!
03. Liturgias para divertir.
O que presenciamos também é que nossas liturgias são mais para entreter o auditório do que para alimentar as pessoas com a Palavra de Deus. Estamos mais preocupados em diverti-los para que se sinta bem, ou em casa, do que em exortá-los a se reconciliarem com Deus, pois estão na CASA DE DEUS!
Confesso que muitas pessoas quando vem aos Templos se sinta realmente em casa na poltrona da sala, pois tem diante dos seus olhos todo tipo de diversão. A questão é que não podemos esperar aquilo que Paulo disse em 1a Coríntios 14.24-25: “Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo, ou indouto, é ele por todos convencido, por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está de fato no meio de vós.”.
Paulo ensina que o centro da liturgia é a proclamação da Palavra de Deus que convencejulga e manifesta os segredos do coração. Nem mesmo o louvor é o centro da liturgia. Ele faz parte, mas não é o centro. É a exposição da Palavra de Deus que deve reger nossas liturgias. Note que as pessoas querem colocar os cânticos como centro para elas mesmas se exibirem e fazerem suas teatralizações. Mas, quando a exposição é o centro e possui um tempo considerável, as pessoas precisam sentar-se e calar-se para ouvir a voz de Deus.
Diante de tanto barulho litúrgico o profeta Habacuque disse: “O SENHOR, porém, está no Seu santo templo; cale-se diante Dele toda a terra.” (2.20). Cale-se para ouvir, entender e atinar para as grandes verdades sobre Deus e Suas grandes obras.
Deus está cansado das nossas melodias litúrgicas, visto que raramente nos prostramos no santuário para aprender de Sua palavra.
Ouçamos o que Deus nos diz pelo profeta Amós: “Afasta de Mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras.” (5.23). Na época de Amós o povo tinha uma liturgia bastante barulhenta. Os cultos eram eufóricos e abundantemente festivos (implicação da palavra hebraica hamon). Tinham até mesmo assembleias solenes, holocaustos e ofertas de manjares em abundância (5.21,22). Tudo era liturgicamente correto. Era algo belo, atraente e cheio de energia humana. Tudo era conforme o figurino religioso prescrevia. Mas, mesmo assim Deus disse: “Aborreço, desprezo as vossas festas [...] não tenho nenhum prazer. [...] não Me agradarei deles, nem atentarei [...]. Afasta de Mim [...] não ouvirei [...]”. (5.21-23).
A razão básica da rejeição deste culto era os pecados do povo, especialmente contra Deus e também o próximo (5.10-12,26). Notem que a vida social estava corrompida e o culto também. A vida litúrgica deveria influenciar a vida social. O amor a Deus deveria levar o povo a amar o próximo. Notamos que era o culto errado, neste caso os deuses que eles fazia para eles mesmos, que fazia com a vida social também ficasse corrompida (5.26). Isto mostra o porquê eles praticavam vários pecados contra o próximo. Se no culto não adoravam o Deus verdadeiro, mas faziam seus próprios projetos de deuses que nada mais é do que a imagem deles mesmos (esta é a essência da idolatria: adorar a nós mesmos. Nós desejamos ser deuses – donos e soberanos de nós mesmos). É claro que pecariam oprimindo o próximo, pois se no culto valorizavam mais a si mesmos do que a Deus, também na sociedade valorizariam mais a si mesmos do que o próximo. Então concluímos que se a sociedade está corrompida é porque o culto está também corrompido. Quando a igreja cultua realmente a Deus de duas uma: ou o povo se une a igreja para cultuar o verdadeiro Deus, ou não se ajunta, mas tem grande temor do Deus da igreja (leia: At 2.43; 5.5,11,13). Em um culto verdadeiro a santidade de Deus é vindicada e Seu nome é glorificado pela igreja e temido pelos descrentes. Se cultuarmos verdadeiramente ao Deus verdadeiro a sociedade reconhecerá que Yahweh é o verdadeiro Deus e que nós somos verdadeiramente servos e servas de Deus (cf. 1Rs 18.36-37).
Há solução?
O que devemos fazer para restaurar uma verdadeira liderança bíblica, uma verdadeira busca centrada na autoridade de Deus e um verdadeiro culto bíblico? Ouçamos mais uma vez a voz de Deus por meio do profeta Jeremias:
“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas [...].” (6.16).
Eis a solução de Deus por meio de Seu profeta. Devemos deixar de olhar para nossos próprios caminhos e os da sociedade alienada de Deus, pois estão todos corrompidos (Gn 6.12). Não devemos procurar a sabedoria secular nos caminhos da sociedade. Não devemos nos mover pelos nossos próprios caminhos egoístas. Nossa atitude e ação é nos pôr à margem do caminho da História e perguntar pelos caminhos antigos delineados por Deus nas Escrituras Sagradas e comprovados na História da Igreja. O bom caminho é o caminho de Deus revelado nas Escrituras. É o caminho que os profetas apontaram para uma nação pecaminosa. Isaías clamou: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” (Is 30.21). É o caminho asfaltado no único fundamento posto pelos apóstolos e profetas do Novo Testamento – Jesus Cristo (cf. Ef 2.20; 1Co 3.10; Jo 14.6).
Encontrando o caminho de Deus em meio aos escombros e entulhos, nós devemos andar por ele para encontrar descanso para nossas almas.
Que Deus nos ajude a não sermos tão obstinados como os líderes e o povo na época de Jeremias, pois ante a mensagem do profeta o povo respondeu: “NÃO ANDAREMOS.”.
Como os Reformadores, nós devemos voltar para os caminhos das Escrituras Sagradas. Estes caminhos foram resumidos, por assim dizer, nos cinco solas da reforma protestante. Creio que estas verdades dos “solas da Reforma Protestante” são pertinentes para a nossa liderança hoje em dia. Mas, o que mais me deixa decepcionado é a ignorância de muitos líderes “das veredas antigas”. Muitos não sabem nem o que é solas, pensam que é “solado” de algum sapado de algum reformador.
Oséias 4.6: “O Meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim; visto que te esquecestes da Lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos.”
Oremos como Jeremias
“Converte-nos a Ti, SENHOR, e seremos convertidos. Renova os nossos dias como dantes.” (Lm 5.21), pois “Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós, porque pecamos!” (Lm 5.16).

Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com/2012/03/males-que-assolam-as-igrejas-e-seus.html#ixzz2DjLCYJr4

O luto leva tempo



“Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados”. Mateus 5:4

Tiago 4:14 diz, “Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”.

Nós falamos de uma vida curta – mas comparada com a eternidade, quem tem uma vida longa? Mas no plano de Deus, toda vida é longa o suficiente e toda morte é oportuna. E mesmo que você e eu queiramos uma vida mais longa, Deus sabe o que é melhor.

Eclesiastes 7:3 diz, “A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração”.

Os egípcios se vestem de preto por seis meses. Os judeus ortodoxos oferecem orações por um pai falecido todos os dias durante onze meses. 

Alguns muçulmanos se vestem com trajes de luto por um ano. Eu sou o único que sente que apressamos as nossas dores?

Você sabia que 70% dos salmos são poemas de tristeza? Que o Antigo Testamento inclui um livro de lamentações?

O luto leva tempo. Dê a si mesmo um tempo.


Autor: Max Lucado
Fonte: Irmãos

SATANÁS QUANDO FOR LANÇADO NO LAGO DE FOGO SERÁ DESTRUÍDO?


Por Leonardo Dâmaso


Dizer que Satanás será destruído quando for lançado no lago de fogo é indubitavelmente um tremendo equívoco. Não obstante, todos nós sabemos, mesmo com as poucas informações que Escritura nos revela, que Satanás foi um anjo criado por Deus. Em um período do tempo, talvez antes da criação, não sabemos ao certo, Satanás se rebelou contra Deus e foi expulso dos céus; onde também levou consigo um terço dos anjos do ceú. Diante disso, Satanás pecou contra Deus! Ele queria ser SEMELHANTE a Deus! Ele estava INSATISFEITO com a sua posição de anjo perante Deus. O seu pecado foi o orgulho! 

     Em contrapartida, sabemos pela Escritura, tanto pelo AT quanto pelo NT que foi Satanás que incitou Eva através da tentação a pecar, e posteriormente, influenciado por sua esposa, Adão, o representante legal da humanidade pecaria gravemente contra Deus (Gn 3; Rm 5. 12-21). Como resultado disso, Paulo nos diz:

(Rm 3.23) "Todos pecaram e carecem da glória de Deus". NVI 

     Após a queda de Adão, todos já nascem debaixo do pecado ou com pecado. O pecado de Adão foi imputado à humanidade em geral. Portanto, o homem, que é um ser FINITO, pecou contra Deus, um ser INFINITO. A infinidade é um atributo incomunicável de Deus, isto é, um atributo que é inerente em Deus. A INFINIDADE é um atributo exclusivo da divindade porque só Deus é INFINITO na sua essência. O homem não possui na sua essência a INFINIDADE porque é um ser CRIADO e que é MATÉRIA, por isso é um ser FINITO. Deus é um ser ESPIRITUAL e INCRIADO. Deus nunca veio a existir, Ele sempre existiu! Por isso Ele é o único ser INFINITO. Portanto, o pecado do homem contra o Deus infinito toma uma PROPORÇÃO INFINITA!

     Sendo assim, seres humanos (FINITOS), pecaram em Adão contra um ser INFINITO (Deus). Observe o que Paulo diz: 

(Rm 6.23) Pois o salário do pecado é a morte... NVI 

     A penalidade para os homens (FINITOS) que pecaram contra Deus é a morte tanto física quanto eterna. Note o que Deus disse a Adão: 

(Gn 2.16-17) E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, "certamente você morrerá". NVI 

     Adão se não pecasse seria conservado por Deus no estado de santidade e viveria eternamente. Mas como resultado do pecado, ele morreu espiritualmente e posteriormente morreria fisicamente. Assim é a descendência de Adão (a humanidade em geral) - já nasce morta espiritualmente para posteriormente morrer fisicamente. Todavia, se um homem (um ser FINITO) peca contra Deus, (um ser INFINITO), e não se arrepende e se converte, quando morrer, este irá para o inferno. 

     As pessoas que se encontram no inferno recebem a manifestação da ira justa de Deus pelos seus pecados. Por causa do seu atributo JUSTIÇA, Deus tem de aplicar a sua justiça em IRA ao transgressor da sua lei punindo-o. A IRA de Deus é a sua justiça sendo aplicada contra o pecador não arrependido! Conforme sabemos, Deus possui um atributo incomunicável denominado de ONIPRESENÇA. Se Deus é onipresente, concluímos então que Ele está presente em todos os lugares do universo. Deus habita de diferentes maneiras em vários lugares. Ele habita no cristão, no ímpio, (mas não da mesma forma que no cristão), nos animais (não da mesma forma que habita no cristão e no ímpio) e inclusive no inferno, onde ele manifesta a sua presença em  ira. Para concluir - quando os homens que não creram em Jesus e o diabo, juntamente com a besta (anticristo) e o falso profeta forem banidos para o lago de fogo após o julgamento final serão atormentados para todo o sempre (Ap 20.10).
 
      Tanto os homens (ímpios) quanto o diabo sofrerão para sempre a penalidade pelos seus pecados contra Deus. A ÚNICA MANEIRA DO DIABO E DOS HOMENS (SERES FINITOS) PAGAREM PELOS SEUS PECADOS CONTRA DEUS (UM SER INFINITO) É SOFRER ETERNAMENTE NO LAGO DE FOGO! Por isto é que o diabo e os homens quando forem lançados no lago de fogo não serão ANIQUILADOS ou DESTRUÍDOS, mas estarão vivos e conscientes!

(Mt 25.30) E lancem fora o servo inútil, nas trevas (inferno), onde haverá choro e ranger de dentes (sofrimento premente)”. NVI 

      A segunda morte descrita em (Ap 20.14) é a morte eterna. Semelhante aos justos, que serão ressuscitados para terem os corpos glorificados e a vida eterna após o julgamento final, os ímpios também ressuscitarão para serem lançados no lago de fogo. Ao mesmo tempo em que os ímpios que morreram ressuscitarão (fisicamente), eles morrerão uma segunda vez (eternamente) sendo lançados no lago de fogo (veja Ap 20.11-15)

(Ap 20.10) O diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados "dia e noite, para todo o sempre". NVI

Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com














A salvação na perspectiva do tempo


A salvação é obra de Deus e não do homem. É salvação do pecado e não no pecado. É salvação pela graça divina e não pelo mérito humano. É recebida pela fé e não pelas obras. A salvação foi planejada na eternidade, é executada na história e será consumada no segunda vinda de Cristo. A salvação pode ser analisada na perspectiva do tempo. Quanto ao passado já fomos salvos, quanto ao presente estamos sendo salvos e quanto ao futuro seremos salvos. Quanto ao passado, já fomos salvos da condenação do pecado; quanto ao presente, estamos sendo salvos do poder do pecado; e quanto ao futuro, seremos salvos da presença do pecado. Vejamos esses três tempos da salvação:

Em primeiro lugar, quanto à justificação já fomos salvos. A justificação é um ato e não um processo. É feita fora de nós e não em nós. Acontece no tribunal de Deus e não em nosso coração. Pela justificação, Deus nos declara justos em vez de nos tornar justos. A justificação é completa e não possui graus. Todos os salvos estão justificados de igual forma. A justificação é um ato legal e forense. Com base na justiça de Jesus, o Justo, Deus justifica o injusto sem deixar de ser justo. 

Seria injusto Deus justificar o injusto. Porém, Deus, é justo e o justificador do que crê. Isso, porque Deus satisfez sua justiça quando entregou seu Filho, o Advogado Justo, para sofrer as penalidades que nós deveríamos sofrer. Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Agradou a Deus moê-lo. Jesus foi traspassado pelos nossos pecados. Ele foi feito pecado por nós. Ele bebeu, sozinho, todo o cálice cheio da ira de Deus contra nós, pois éramos filhos da ira. Pela morte de Cristo a lei foi cumprida e a justiça foi satisfeita, de tal maneira que, agora, Deus pode ser justo e justificador. Deus considerou satisfatório o sacrifício substitutivo do seu Filho e nos declarou quites com sua justiça. Já não pesa mais nenhuma condenação sobre aqueles que estão em Cristo Jesus, pois o próprio Jesus é a nossa justiça.

Em segundo lugar, quanto à santificação estamos sendo salvos. A salvação já está consumada pelo sacrifício perfeito e irrepetível de Cristo. Diante do tribunal de Deus já estamos salvos. Nossos pecados passados, presentes e futuros já foram tratados na cruz de Cristo. Porém, quanto ao processo da santificação, estamos sendo transformados de glória em glória na imagem de Cristo. Agora, Deus está trabalhando em nós, formando em nós o caráter de seu Filho. Se a justificação é um ato, a santificação é um processo que começa na regeneração e só terminará na glorificação.

 Se a justificação não tem graus, a santificação tem. Nem todos os salvos estão na mesma escala de crescimento rumo à maturidade. Precisamos, dia a dia, negarmo-nos a nós mesmos. Precisamos de alimento sólido e de exercício contínuo, a fim de fortalecermos as musculaturas da nossa alma. Se Cristo é o nosso substituto na justificação, ele é o nosso modelo na santificação.

Em terceiro lugar, quanto à glorificação seremos salvos. A salvação é um fato pretérito, uma realidade presente e uma garantia futura. Todos aqueles que foram conhecidos por Deus de antemão, foram também predestinados, chamados, justificados e glorificados. Muito embora a glorificação seja um fato consumado nos decretos de Deus, há de historificar-se apenas na segunda vinda de Cristo. Nós, que já fomos salvos da condenação do pecado e estamos sendo salvos do poder do pecado, seremos, então, salvos da presença do pecado. 

Receberemos um corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso e celestial, semelhante ao corpo da glória de Cristo. Quando Cristo voltar, em sua majestade e glória, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos, serão transformados e arrebatados para encontrarem o Senhor Jesus nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Essa expectativa bendita não é apenas uma vaga esperança, mas uma certeza inabalável. Nós que fomos escolhidos na eternidade e chamados eficazmente
 no tempo, seremos recebidos na glória!









quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Se a NASA tem sorte, então Deus tem o quê?

Sou fascinado por ficção científica. Sou fã da série Star Trek e não é de hoje que acompanho as missões da NASA de perto. Para promover a missão Curiosty, a NASA prometeu gravar em um microchip a bordo do robô que seria enviado ao planeta Marte os nomes dos participantes de uma campanha no site oficial da missão. É claro que embarquei nessa, e foi apenas mais um motivador para acompanhar todo o projeto com muita atenção.

O momento mais dramático de qualquer missão espacial dessa natureza é a aterrissagem. Dá para perceber a complexidade dessa fase no vídeo. Todos os cálculos, projeções e testes são conduzidos aqui na terra para fazer com que o processo de aterrissagem seja autônomo e eficaz. Interagir com o equipamento durante a aterrissagem em tempo real é impossível. 

Todas as variáveis precisam ser previstas, e se algo sair errado, já era! Para completar a aflição, durante o mergulho na atmosfera do planeta, o controle da missão perde contato com o equipamento. Simplesmente não há nada para fazer senão torcer para que tudo dê certo. Se os gênios da NASA fizeram tudo certinho e a sorte cooperar, o robô aterrissará em solo marciano como o esperado.

A confirmação do sucesso da missão só pode resultar nessa explosão de alegria. O vídeo está anexado para mostrar a alegria contagiante de todos no controle da missão quando é confirmado que a aterrissagem foi um sucesso. A felicidade diante dos integrantes do controle da missão é resultado da sorte. É o brado de alegria contido pela expectativa. A ansiedade para descobrir se todos os esforços valeram o preço é finalmente satisfeita com a confirmação de que tudo correu como esperado.

Será que é assim que algumas pessoas entendem Lucas 15:10?

“Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”

Deus fez a sua parte. Inspirou a escrita de uma Bíblia descrevendo o seu projeto de salvação do homem com a precisão e engenhosidade que se espera de um Deus. Enviou o seu filho para cumprir a missão como idealizada. E agora fica lá, junto com os anjos na sala de controle da missão nos céus, roendo as unhas de ansiedade, esperando que a sorte, ou o homem com o seu livre-arbítrio, não coloque tudo a perder! Se Cristo pagou o preço, o pastor pregou bem o seu sermão evangelístico e tudo corre como o esperado de nossa parte – pensam os anjos – o pecador se arrependerá de seus pecados e Deus confirmará sua sorte no plano que idealizou...

Não, não e não! Os anjos não explodem em júbilo quando um pecador se arrepende à semelhança dos engenheiros da NASA, que não têm controle sobre o projeto e justamente na fase crucial da missão. Pelo contrário! Os anjos estão jubilosos porque, mais uma vez, presenciam a magnífica obra daquele que sempre faz todas as coisas segundo sua perfeita e soberana vontade.

Deus é quem executa a salvação do homem do início ao fim! Ele não conta com a sorte e muito menos fica a mercê dos caprichos da carne e do sangue de quem Ele quer salvar.

“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” Romanos 8:30
“Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” João 1:13

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Autor: André R. Fonseca

Suponha que um Ímpio Vá para o Céu


Por J.C. Ryle

Por um momento, suponha que você, destituído de santidade, tivesse a permissão de entrar no céu. O que você faria ali? Que possíveis alegrias sentiria no céu? A qual de todos os santos você se achegaria e ao lado de quem se assentaria? O prazer deles não é o seu prazer; os gostos deles não são os seus; o caráter deles não é o seu caráter. Como você poderia sentir-se feliz ali, se não havia sido santo na terra?

Talvez agora você aprecie muito a companhia dos levianos e descuidados, dos homens de mentalidade mundana, dos avarentos, dos devassos, dos que buscam prazeres, dos ímpios e dos profanos. Nenhum deles estará no céu.

Provavelmente, você ache que os santos de Deus são muito restritos, sérios e individualistas; e prefere evitá-los. Você não encontra nenhum prazer na companhia deles. Mas não haverá no céu qualquer outra companhia.

Talvez você ache que orar, ler a Bíblia e cantar hinos são realizações monótonas e estúpidas, coisas que devem ser toleradas aqui e agora, mas não desfrutadas. Você reputa o dia de descanso como um fardo, uma fadiga; provavelmente, você não gasta mais do que um pequeníssima parte deste dia na adoração a Deus. Lembre-se, porém, de que o céu é um dia de descanso interminável. Os habitantes do céu não descansam, noite e dia, clamando: “Santo, santo, santo é o Senhor, Deus todo- poderoso” e cantam todo o tempo louvores ao Cordeiro. Como poderia um ímpio encontrar prazer em uma ocupação como esta?

Você acha que um ímpio sentiria deleite em encontrar-se com Davi, Paulo e João, depois de ter gasto a sua vida na prática daquelas coisas que eles condenaram? O ímpio pediria bons conselhos a estes homens e acharia que tem muitas coisas em comum com eles? Acima de tudo, você acha que um ímpio se regozijaria em ver Jesus, o Crucificado, face a face, depois de viver preso nos pecados pelos quais Ele morreu, depois de amar os inimigos de Jesus e desprezar os seus amigos? 

Um ímpio permaneceria confiantemente diante de Jesus e se uniria ao clamor: “Este é o nosso Deus, em quem esperávamos… na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25.9)? Ao invés disso, você não acha que a língua de um ímpio se prenderia ao céu de sua boca, sentindo vergonha, e que seu único desejo seria o ser expulso dali? Ele haveria de sentir-se estranho em um lugar que ele não conhecia, seria uma ovelha negra entre o rebanho santo de Jesus. A voz dos querubins e dos serafins, o canto dos anjos e dos arcanjos e a voz de todos os habitantes do céu seria uma linguagem que o ímpio não entenderia. O próprio ar do céu seria um ar que o ímpio não poderia respirar.

Eu não sei o que os outros pensam, mas parece claro, para mim, que o céu seria um lugar miserável para um homem destituído de santidade. Não pode ser de outra maneira. As pessoas podem dizer, de maneira incerta, que “esperam ir para o céu”, mas elas não meditam no que realmente estão dizendo. Temos de ser pessoas que possuem uma mentalidade celestial e têm gostos celestiais, na vida presente; pois, do contrário, jamais nos encontraremos no céu, na vida por vir.

Agora, antes de prosseguir, permita-me falar-lhe algumas palavras de aplicação. Pergunto a cada pessoa que está lendo este artigo: você já é uma pessoa santa? Eu lhe suplico que preste atenção a esta pergunta. Você sabe alguma coisa a respeito da santidade sobre a qual lhe estou falando? Não estou perguntando se você costuma ir regularmente a uma igreja, ou se você já foi batizado, ou se você recebe a Ceia do Senhor, ou se tem o nome de cristão. Estou perguntando algo muito mais significativo do que tudo isso: “Você é santo ou não?”

Não estou perguntando se você aprova a santidade nos outros, se você gosta de ler sobre a vida de pessoas santas, de conversar sobre coisas santas, de ter livros santos em sua mesa, se você sabe o que significa ser santo ou se espera ser santo algum dia. Estou perguntando algo mais elevado: “Você mesmo é um santo ou não?”

E por que eu lhe pergunto com tanta seriedade, insistindo com tanto vigor? Faço isto porque a Bíblia diz: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Está escrito, não é minha imaginação; está escrito, não é minha opinião pessoal; é a Palavra de Deus, e não a do homem: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Que palavras perscrutadoras e separadoras são estas! Que pensamentos surgem em meu coração, enquanto as escrevo! Olho para o mundo e vejo a maior parte das pessoas vivendo na impiedade. Olho para os cristãos professos e percebo que a maioria deles não têm nada do cristianismo, exceto o nome. Volto-me para a Bíblia e ouço o Espírito Santo: “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Com certeza, este é um versículo que tem de fazer-nos considerar nossos próprios caminhos e sondar nossos corações; tem de suscitar em nosso íntimo pensamentos solenes e levar-nos à oração.

Você pode menosprezar estas minhas palavras, dizendo que tem muitos sentimentos e pensamentos sobre estas coisas, mais do que muitos podem imaginar. Entretanto, eu lhe respondo: “Isto não é mais importante. As pobres almas no inferno fazem muito mais do que isto. O mais importante não é o que você sente e pensa, e sim o que você faz”.

Você pode argumentar: “Deus nunca tencionou que todos os cristãos fossem santos e que a santidade, conforme a descrevemos, é apenas para os grandes santos e para pessoas de dons incomuns”. Eu respondo: “Não posso encontrar este argumento nas Escrituras; e leio que ‘a si mesmo se purifica todo o que nele [em Cristo] tem esta esperança’” (1 Jo 3.3). “Segui… a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Você pode argumentar que é impossível ser santo e, ao mesmo tempo, cumprir todos os nossos deveres nesta vida: “Isto não pode ser feito”. Eu respondo: “Você está enganado”. Isto pode ser feito. Tendo Cristo ao nosso lado, nada é impossível.

Outros já fizeram isto. Davi, Obadias, Daniel e os servos da casa de Nero, todos estes são exemplos que comprovam isto.

Você pode argumentar: “Se nos tornássemos santos, seríamos diferentes das outras pessoas”. Eu res- pondo: “Sei muito bem disso. Mas é exatamente isso que você deve ser. Os verdadeiros servos de Cristo sempre foram diferentes do mundo que os cercava — uma nação santa, um povo peculiar. E você tem de ser assim, se deseja ser salvo!”

Você pode argumentar que a este custo poucos serão salvos. Eu respondo: “Eu sei disso. É exatamente sobre isso que nos fala o Sermão do Monte. O Senhor Jesus disse, há muitos séculos atrás: “Estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Poucos serão salvos, porque poucos se dedicarão ao trabalho de buscar a salvação. Os homens não renunciarão aos prazeres do pecado, nem aos seus próprios caminhos, por um momento sequer.

Você pode argumentar que estas são palavras severas demais; o caminho é muito estreito. Eu respondo: “Eu sei disso; o Sermão do Monte o disse”. O Senhor Jesus o afirmou há muitos séculos atrás. Ele sempre disse que os homens tinham de tomar a sua cruz diariamente e mostrarem-se dispostos a cortarem suas mãos e seus pés, se quisessem ser discípulos dEle. No cristianismo acontece o mesmo que ocorre em outros aspectos da vida: sem perdas, não há ganhos. Aquilo que não nos custa nada também não vale nada.

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Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

Fonte: Editora Fiel

75% da perseguição religiosa mundial é contra cristãos


"E odiados de todos sereis, por causa do Meu Nome: mas, aquele que perseverar até ao fim será salvo."
Mateus 10:22

Por Terry Murphy, da Aid to the Church in Need:

A "Aid to the Church in Need" lançou uma nova reportagem que revela que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido do mundo: 75% das perseguições religiosas feitas no mundo é feita contra cristãos.

‘Perseguidos e Esquecidos?’, uma reportagem feita com o propósito de estudar a perseguição aos cristãos, foi oficialmente lançada pelo arcebispo Bashar Warda de Erbil (Iraque) e o cardeal Keith Patrick O’Brien de Saint Andrews e Edinburgh, num evento em Glasgow, no passado dia 15 de Março.


O que a reportagem verificou, classificado como "chocante e entristecedor" pelo cardeal O’Brien, põe em relevo as palavras do Papa Bento XVI que no início do ano de 2011 disse:
Muitos cristãos vivem com medo devido à sua busca pela verdade, a sua fé no Senhor Jesus e o seu sincero apelo ao respeito pela liberdade religiosa.

De acordo com a reportagem, em dois terços dos países onde a perseguição aos cristãos é mais severa há fortes indicativos de que o problema piorou. Isto coloca um ênfase na ameaça severa à presença cristã em partes do Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Terra Santa.

Em relação aos medos do futuro dos cristãos no Iraque, o arcebispo Warda disse:
Questiona-mo-nos se, como pessoas, vamos sobreviver em nosso próprio país. A reportagem ‘Perseguidos e Esquecidos?’ e o trabalho da "Aid to Church in Need" são fulcrais para nós, membros da comunidade cristã Internacional. 

Esta informação vai contribuir significativamente para a construção de suporte e solidariedade para os Cristãos um pouco por todo o mundo, onde quer que os nossos direitos humanos nos sejam negados e as nossas liberdades religiosas nos sejam retiradas.

A reportagem ‘Perseguidos e Esquecidos?’ ressalta também a ameaça do extremismo islâmico não só no Médio Oriente, mas também no norte de África e partes da Ásia. A reportagem revela ainda que as autoridades, em alguns países comunistas ou ateus estão a reafirmar o controle estatal sobre as atividades religiosas.

Antes do lançamento do estudo, o Arcebispo Vincent Nichols de Westminster disse:
O livro mostra a escala do sofrimento suportado pelos cristãos hoje em dia. [Nele] encontramos algumas pessoas espantosas que estão a entregar as suas vidas como testemunhos heróicos para Cristo. É uma leitura essencial para todos aqueles que se preocupam com a sobrevivência do Cristianismo... em lugares de onde os fiéis estão a fugir e onde a Igreja está em vias de desaparecer.


Apetite pelo alimento do céu


Referência: Mateus 5.6

INTRODUÇÃO

1. O evangelho de Mateus apresenta Jesus como Rei. O sermão do monte é a plataforma do Reino. Ele não descreve a vida do mundo, mas a vida daqueles que fazem parte do Reino.
2. Somente uma pessoa que é humilde de espírito e reconhece os seus próprios pecados e chora por eles e se submete à soberania de Deus, pode ter fome e sede de justiça.
3. Falaremos sobre esse apetite pelo alimento do céu.

I. QUE TIPO DE ALIMENTO DEVEMOS TER APETITE?

A fome espiritual é uma das características do povo de Deus. A ambição suprema do povo de Deus não é material, mas espiritual. Os cristãos aspiram as coisas mais excelentes. Eles buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça.
Thomas Watson, puritano inglês do século XVII, disse que Jesus está falando aqui da justiça imputada e da justiça implantada. John Stott, maior exegeta do século XX, diz que a justiça bíblica tem três aspectos: legal, moral e social. 

A justiça legal trata da nossa justificação, um relacionamento certo com Deus. A justiça moral trata da conduta que agrada a Deus, a justiça interior, de coração de mente e de motivações. A justiça social refere-se à busca pela libertação do homem de toda opressão, junto com a promoção dos direitos civis, de justiça nos tribunais, da integridade nos negócios e da honra no lar e nos relacionamentos familiares.

1. Devemos ter apetite pela justiça imputada, ou seja, justiça diante de Deus
Aquele que reconhece que é pecador, e que como pecador é injusto, e portanto, está condenado junto ao trono do Deus todo-poderoso, esse tem fome e sede de justiça. Esse deseja ser justo, ele deseja ter sua iniquidade perdoada. Esse busca a salvação.
Mas como um homem pode ser justo diante de Deus? Ele jamais estará satisfeito até que creia que Jesus foi feito por Deus nossa sabedoria, justificação, santificação e redenção (1 Co 1:30). Ele jamais estará satisfeito até que compreenda que Cristo morreu em seu lugar, em seu favor, levando sobre o seu corpo os seus pecados, encravando na cruz a sua dívida, e comprando na cruz a sua eterna redenção.

Cristo é a nossa justiça. O mais fraco dos crentes que crê em Cristo tem tanto da justiça de Cristo como o mais forte dos santos. Em Cristo somos completos e perfeitos. Cristo é a fonte da vida. Não precisamos das cistenas rotas. Quem nele crê tem uma fonte e rios de água viva. Essa justiça de Cristo é gratuita. O pão da vida é de graça. A água da vida é de graça (Is 55:1; Ap 22:17).

2. Devemos ter apetite pela justiça implantada, ou seja, uma vida nova com Deus
Não é suficiente saber que os nossos pecados estão perdoados, pois temos ainda uma fonte de pecado dentro do nosso coração e águas amargas fluem constantemente dessa fonte. Quem tem fome e sede de justiça deseja ardentemente ser transformado. Jesus disse: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5:20).

Quem tem fome e sede de justiça aspira as coisas do céu, ama a santidade, tem prazer nas coisas de Deus, deleita-se em Deus, ama a lei de Deus. Sua aspiração mais elevada não é ajuntar tesouros na terra, mas no céu. Seu prazer não está nos banquetes do mundo, mas nas manjares do céu. Ele tem sede de santidade. Ele tem uma nova mente, um novo coração, um novo nome, uma nova vida. Seu coração está no céu. Seu tesouro está no céu. Seu lar está no céu. Sua pátria está no céu.

Quem tem fome e sede de justiça deseja ardentemente ter mente pura, coração puro, vida pura. Anela subjugar o orgulho e ter vida certa com Deus e com os homens. Quem tem fome e sede de justiça quer sempre mais. Ele está satisfeito, mas nunca saciado. Ele ama, mas quer amar mais. Ele ora, mas quer orar mais. Ele estuda a Palavra, mas quer estudar mais. Ele obedece, mas quer obedecer mais.

3. Devemos ter apetite pela justiça promovida
Quem tem fome e sede de justiça não se conforma com a injustiça – Ele abomina o mal, ele ataca a corrupção, ele declara guerra contra toda de esquema opressor. Ele luta pela justiça social. Ele exige justiça nos tribunais, ele defende o direito do fraco, a causa dos oprimidos.

Quem tem fome e sede de justiça luta por uma sociedade onde não haja fraude, falso testemunho, perjúrio, roubo e lascívia. Ele deseja que o justo governe. Ele deseja que toda guerra cesse. Ele deseja que leis justas sejam estabelecidas. Sua oração contínua é: “Senhor, venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu.” Ele deseja justiça diante de Deus, justiça para si e entre os homens.
Aqueles que têm fome e sede de justiça lutaram pelas grandes causas sociais: 1) O cristianismo defendeu o direito das mulheres e das crianças; 2) John Weley combateu a escravidão; 3) William Wilberforce lutou pela abolição da Escravatura na Inglaterra; 4) Martin Luther King lutou contra o preconceito racial.

II. QUE TIPO DE APETITE DEVEMOS TER PELO ALIMENTO?

1. Consideremos alguns problemas graves ligados ao apetite

a) Os mortos não têm apetite – Uma pessoa morta não tem fome. Não há restaurantes nos cemitérios. Assim, também, uma pessoa sem vida espiritual nunca vai ter fome das coisas de Deus. As coisas de Deus não atraem uma pessoa morta espiritualmente. Ela tem fome do pecado e não do pão do céu. Ela tem fome das coisas do mundo e não dos banquetes de Deus. Se você não tem fome de Deus é porque possivelmente você ainda está morto espiritualmente. A fome é o primeiro sinal de que uma pessoa está viva. Assim como uma criança ao nascer deseja o leite materno, uma pessoa ao nascer de novo, deseja ardentemente o genuíno leite espiritual. Se você tem fome e sede de justiça é porque você recebeu vida em Cristo. Mas se você está cheio com a sua própria justiça. Se está satisfeito com a sua própria vida então não há sinal de vida espiritual em você.

b) A falta de apetite é uma doença – Muitas pessoas que nasceram de novo estão doentes espiritualmente e perderam o apetite pelas coisas do céu. Pessoas doentes têm mais sono do que apetite. São como Pedro no Getsêmani, dormem em vez de orar. Também, perderam o apetite pela leitura da bíblica. Perderam o apetite pela oração. Perderam o entusiasmo de estar na Casa de Deus. Estão fracas na fé. Aqueles que se consideram cheios jamais serão saciados. “Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos” (Lc 1:53). Quando as pessoas recusam o alimento é porque não estão com fome. Quando elas fazem pouco caso do evangelho é porque estão cheias de si mesmas. Jesus tinha apetite pelas coisas do Pai. Ele disse: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4:34). Quem tem fome de Deus deleita-se na Palavra de Deus. Ela é mais doce do que o mel e o destilar dos favos (Sl 19:10). Jeremias disse: “Achadas as tuas palavras, logo as comi” (Jr 15:16). Mas apenas ouvir a Palavra sem colocá-la em prática é sinal de doença (Ez 33:32; Tg 1:22-25). Outros preferem recreação ao alimento.

c) A inanição é evidência de alimentação escassa – Quando as pessoas não recebem alimento suficiente para atender suas necessidades elas ficam fracas e não se desenvolvem. Há muitos crentes sofrendo inanição espiritual porque estão ingerindo muito pouco alimento. Estão recebendo apenas uma refeição por semana. Em casa não lêem a Bíblia. Não frequentam os cultos semanais. Não frequentam as reuniões de oração. Por isso estão fracas na fé. Por isso ficam expostas a toda sorte de doenças oportunistas.

d) Muitas doenças são provocadas por alimentação inadequada – A saúde começa pela boca. Ninguém pode ter boa saúde se tem uma péssima alimentação. Não há nada mais nocivo à saúde do que ingerir um alimento estragado ou venenoso. No tempo do profeta Eliseu, os discípulos dos profetas não puderam comer porque havia morte na panela. Hoje muitos crentes estão doentes porque há morte na panela. Há morte nos púlpitos. Há morte nas salas de Escola Dominical. Há morte nos livros! As pessoas estão desejando as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos. Elas querem prosperidade e cura e não santidade. Elas querem sucesso e não piedade. 

Elas têm sede dos aplausos dos homens e não fome da glória de Deus. O jovem rico foi a Jesus, mas ele tinha fome de salvação e também de riqueza. Muitos vão a Jesus, mas têm fome de salvação e dos prazeres do mundo; fome de salvação e também de riquezas; fome de Jesus e do pecado. Esses são despedidos vazios! Há pessoas que têm fome de mamom e não de maná. São como Acabe que se deprimem por não terem a propriedade que pertence a Nabote. Há outros que têm fome de vingança. Outros fome e sede de satisfazer seus desejos impuros. Aqueles que têm fome do pecado serão saciados por Satanás e perecerão de fome e sede para sempre.

e) A desnutrição produz raquitismo – Uma pessoa que não recebe alimento saudável e suficiente pode sofrer de raquitismo. Não há desenvolvimento. Um crente que não se alimenta de forma correta das coisas de Deus torna-se raquítico espiritualmente. Assim como uma pessoa deve evitar ingerir aquilo que tira o apetite, devemos também rejeitar tudo aquilo que tira o nosso apetite de Deus.

2. Consideremos as características do apetite

a) O apetite é um desejo real – Não podemos fazer de conta que ele não existe. A fome e a sede são as necessidades mais essenciais da vida. Ninguém sobrevive sem pão e sem água. Assim, também, ninguém pode pertencer ao reino sem ter fome de justiça. O maior anelo de um crente é ser perdoado, é ser vestido com a justiça de Cristo. Seu maior desejo é ser santo, puro e glorificar a Deus. Antes tínhamos fome de pecar; agora temos fome para não pecar. Quem tem apetite enfrenta qualquer dificuldade para saciar a sua fome. Ele se deleita na comida. Há algumas diferenças entre o apetite verdadeiro pelas coisas de Deus e o apetite hipócrita: 1) O hipócrita não deseja Deus, mas apenas as bênçãos de Deus – É como Balaão, ele quer morrer a morte dos justos, mas não viver a vida dos justos (Nm 23:10). 

2) O apetite do hipócrita é condicional – Ele quer Jesus e os seus pecados; ele quer Jesus e as riquezas; ele quer Jesus e a cobiça; ele quer Jesus e o mundo. 3) Os desejos do hipócrita são fora de tempo – As cinco virgens loucas, desejam entrar nas bodas tarde demais. Elas queriam as bodas, mas não se prepararam.

b) O apetite é um desejo constante – Comemos pão hoje e temos fome de novo amanhã. Assim também é com respeito às coisas espirituais. Temos fome de Deus e somos saciados. Mas queremos mais. Queremos mais do seu amor, da sua graça, do seu poder. Somos como Moisés. Ele conheceu a Deus na sarça. Ele conheceu os milagres de Deus no Egito. Ele viu o poder de Deus arrancando o povo do Egito, abrindo o mar vermelho, dando água no deserto e fazendo chover pão do céu. Ele viu o dedo de Deus escrever a lei em tábuas de pedra. Mas ele queria mais de Deus. Ele clamou: “Senhor, mostra-me a tua glória!” Esta fome e esta sede continuam e aumentam no simples fato de saciá-la. Quanto mais você se alimenta de Deus, mais você tem fome de Deus. Davi disse: “Minha alma tem sede do Deus vivo” (Sl 42:2). Isaías diz: “Com minha alma suspiro de noite por ti e, com o meu espírito dento de mim, eu te procuro diligentemente…” (Is 26:9).

c) O apetite é um desejo intenso – O que pode ser mais intenso do que a fome e a sede. Essa é a necessidade mais básica e mais urgente da vida. Não basta ter fome, é preciso estar morrendo de fome. Enquanto o filho pródigo estava com fome foi buscar as alfarroba dos porcos, mas quando estava morrendo de fome, busca a casa do Pai. Victor Frankl narra sua dolorosa experiência no campo de concentração nazista. Ele disse que o principal assunto dos prisioneiros era sobre comida. Eles faziam sacrifícios tremendo apenas para ter uma concha de sopa. Houve um tempo em Samaria que se vendia uma cabeça de jumento por um preço de ouro. 

Na Coréia do Norte já se chegou a comer defuntos. A fome provoca uma dor insuportável. Oh, que Deus nos mande uma fome assim de justiça. Que possamos clamar como Paulo: “Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24). Que o desejo de ter uma vida certa com Deus seja desesperadora em nosso coração. Oh, que possamos ter fome de Deus como Davi: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42:2); “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Sl 63:1). “A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã” (Sl 130:6). Aquele que tem fome de Cristo é o que diz: “Dá a Jesus senão eu morro”.

d) O apetite é um desejo insubstituível – Se uma pessoa está desesperadamente faminta não adianta você oferecer a ela entretenimento, uma boa música, ou colocar talheres de prata sobre a mesa ou enfeites bonitos. Nada substitui o pão e a água. Assim, também, nada substitui Deus. Nada substitui a salvação em Cristo. As oferendas do mundo não podem satisfazer um coração sedento de Deus. Salomão buscou saciar a sua sede nos prazeres do álcool, nas riquezas, no sexo e na fama e descobriu que tudo era vaidade. Jesus fala da bem-aventurança daquele que tem fome e sede não de dezenas de coisas, mas daquele que é específico no seu apetite: feliz é o que tem fome e sede de justiça. Hoje as pessoas querem Jesus e a riqueza, Jesus e o sucesso, Jesus e as glórias do mundo. Mas, feliz é o que tem fome de justiça!

III. QUE BÊNÇÃOS SÃO DESTINADAS AOS QUE TÊM APETITE PELAS COISAS DO CÉU?

1. Ele é saciado com uma bênção singular
Quando uma pessoa tem apetite de pão, ele come pão, mas volta a ter a mesma fome de pão. Quando ela deseja beber, ela bebe, mas volta a ter a mesma sede. Muitas pessoas têm fome de bens materiais, mas ninguém pode satisfazer sua alma com bens materiais. O mais rico dos homens não conseguiu ser tão rico como gostaria de ter sido. Os homens têm tentado satisfazer seus corações com as possessões do mundo: eles compram casas e mais casas, carros e mais carros, fazendas e mais fazendas, cidades e mais cidades, até terem a sensação de que são os únicos donos da terra, mas ninguém conseguiu satisfazer a sua alma com coisas da terra. Alexandre, o grande conquistou o mundo todo da época e morreu chorando por não ter mais terra para conquistar. Deus colocou a eternidade no coração do homem e coisas não preenchem esse vazio.

Jesus chamou de louco o homem que pensou que poderia alimentar a sua alma com bens materiais. Somente aqueles que saciam suas almas com o pão do céu são verdadeiramente saciados: Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6:35). Só Jesus satisfaz. Só a justiça de Deus satisfaz a alma!

2. Ele é saciado com uma bênção apropriada
Uma pode só pode ser saciada com alimento. Assim, também, aqueles que têm fome e sede de justiça serão fartos de justiça. Eles desejam justiça e terão justiça. Eles desejam Deus e terão Deus. Eles desejam um novo coração e terão um novo coração. Eles desejam ser guardados do pecado e serão guardados do pecado. Eles desejam ser perfeitos e serão aperfeiçoados. Eles desejam viver onde o pecado não entrará e eles serão arrebatadas para morar no céu, onde o pecado jamais entrará.

3. Ele é saciado com uma bênção abundante
O que Cristo promete não é apenas uma refeição imediata ou provisória, mas uma satisfação completa e eterna. Aquele que tem fome e sede de justiça será farto agora, aqui, na terra e também no céu. Jesus disse: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Ninguém jamais será satisfeito sem que antes esteja faminto e sedento!
A provisão de Deus é abundante. Não apenas nossos pecados são perdoados. Somos justificados. Somos feitos filhos de Deus. Somos feitos herdeiros de Deus. Tornamo-nos co-participantes da natureza de Deus. Cristo passa habitar em nós, como nossa esperança da glória. O Espírito passa habitar em nós e tornamo-nos santuários da sua habitação. Seremos guardados por ele para sempre. Então, Receberemos uma herança incorruptível. Teremos um corpo glorioso. Celebraremos seu nome para sempre nas mansões celestes.

CONCLUSÃO

Se você não tiver fome e sede de Deus agora, você terá fome e sede tarde demais. Agora você pode ser saciado, mas então jamais o será. O homem rico morreu e foi para o inferno e em tormento, clamou por uma gota de água e até isso lhe foi negado (Lc 16:24). Aquele que não tiver fome e sede de justiça agora, vai ter sede de misericórdia na eternidade, mas será tarde demais. Aquele que não tiver fome e sede de justiça agora, sofrerá fome e sede para sempre sem jamais ser saciado.

A calor aumenta a sede. Quando as pessoas estiverem queimando no inferno sob o fogo da ira de Deus, esse calor irá aumentar a sua sede por misericórdia, mas nada haverá para saciar essa sede.
Mas se você tiver fome e sede de justiça agora, você será feliz agora e eternamente. Você será satisfeito agora e eternamente. “Bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”