terça-feira, 20 de novembro de 2012

Idolatria



Deus exige lealdade total

Castiga-lá-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas joias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o SENHOR.
Oséias 2:13

Embora haja somente um Deus e somente uma fé verdadeira, a saber, a que é ensinada na Bíblia, nosso mundo apóstata (Rm 1.18-25) sempre esteve cheio de religiões, e o atiquíssimo impulso em direção ao sincretismo, pelo qual aspecto de uma religião assimilam-se a outra, mudando assim ambas, ainda está entre nós. Na realidade, ele revive de forma alarmante em nosso tempo através da renovada busca acadêmica de uma unidade transcendente de religiões e o desabrochar do amálgama popular das ideias do Oriente e do Ocidente, que se autodetermina Nova Era.

Essa pressão não é nova. Tendo ocupado Canaã, Israel era constantemente tentado a absorver o culto cananita dos deuses e deusas da fertilidade no culto de Yahweh, e a fazer imagens do próprio Yahweh – mudanças ambas proibidas pela lei (Êx 20.3-6).

A questão espiritual era se os israelita se lembrariam de que Yahweh, o Deus do pacto, era plenamente sufuciente para eles e reivindicava sua fidelidade exclusiva, de sorte que adorar outros deuses era adultério espiritual (Jr 3; Ez 16; Os 2). Esse foi um teste em que a nação falhou grandemente.

De modo semelhante, o sincretimo foi muito difundido e aprovado no primeiro século do império romano, onde predominava o politeísmo e onde floresceu toda sorte de culto. Os mestres cristãos lutaram muito para manter a fé a salvo de ser assimilada pelo Gnosticismo (uma espécie de teosofia em que não havia lugar para a encarnação e a expiação, uma vez que, para ela, o problema do homem era a ignorancia, não o pecado), e mais tarde pelo Neoplatonismo e pelo o maniqueismo, ambos os quais, como o Gnosticismo, viam a salvação principalmente como uma separação física do mundo.

Esses conflitos foram relativamente bem sucedidos, e as formulações clássicas do credo sobre a Trindade e a encarnação são parte de seu permanente legado.

A Escritura é rigorosa a respeito do mal de praticar a idolatria. Os idolos são escarnecidos como ilusório, não existentes (Sl 115. 4-7; Is 44.9-20), que escravizam seus adoradores numa superstição cega ( Is 44.20), o que significa infidelidade perante Deus (Jr 2), e Paulo acrescenta que os demônios operam por intermedio dos ídolos, fazendo deles uma ameaça espiritual concreta: o contato com os falsos deuses somente corrompe (1 Co 8.4-6; 10.19-21).

Em nossa cultura ocidental pós-cristã, que está preparada para preencher o vazio espiritual que as pessoa sentem voltando-se com simpatia para o sincretismo, a feitiçaria e os experimentos com o ocultismo, as advertencias bíblicas contra a idolatria precisam ser encaradas com sensibilidade (cf. 1 Co 10.14; 1 Jo 5.19-21).

*Packer. J.I – Teologia Concisa, 2º Ed. Cultura Cristã – São Paulo, pp. 61-62.

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