I. A EXISTÊNCIA DE DEUS
A. Argumentos Naturalistas para a Existência de Deus.
1. Cosmológico. Da palavra grega kosmos, “mundo”. O universo é um efeito que exige uma causa adequada, e a única causa suficiente é Deus (SI 19:1). 2. Teleológico. Da palavra grega te/os, “fim”. O universo não apenas prova a existência de um Criador, mas indica a existência de um Arquiteto, um Planejador (Rm 1:18-20). Há um propósito observável no universo que indica a existência de Deus como seu Planejador.
3. Antropológico. Da palavra grega anthropos, “homem”. Já que o homem é um ser moral e intelectual, deve ter um Criador que também seja moral e inteligente (At 17:29). A natureza moral, os instintos religiosos, a consciência e a natureza emocional do homem argumentam em favor da existência de Deus. 4. Ontológico. Da palavra grega on, “existente, ser”. O homem tem a idéia inerente de um Ser Perfeito. Esta idéia naturalmente inclui o conceito de existência, já que um ser, em tudo mais perfeito, que não existisse, não seria tão perfeito quanto um ser perfeito que existisse.
Portanto, visto que a idéia de existência está contida na idéia de um Ser Perfeito, esse Ser Perfeito deve necessariamente existir.
B. Argumentos Bíblicos para a Existência de Deus. Os autores bíblicos tanto presumem quanto defendem a existência de Deus.
II. OS ATRIBUTOS DE DEUS
A. Definição. Um atributo é uma propriedade intrínseca ao seu sujeito, pela qual ele pode ser distinguido ou identificado.
B. Classificações. A maioria dos sistemas de classificação dos atributos baseia-se no fato de que alguns deles pertencem exclusivamente a Deus (e.g., infinitude) e outros se encontram, de maneira limitada e num sentido relativo, também no homem (e.g., amor); assim, a terminologia dessas classificações inclui incomunicáveis e comunicáveis; absolutos e relativos; imanentes e transitivos; constitucionais e pessoais.
C. Descrição. (Atributos absolutos, incomunicáveis ou constitucionais, números de 1 a 9.)
1. Simplicidade, a. Significado. Deus é incomplexo, não composto, indivisível, b. Texto. João 4:24. c. Problema. A simplicidade de Deus invalida a doutrina da Trindade? Não, porque a simplicidade tem a ver com a essência de Deus, e a Trindade com a Sua subsistência.
2. Unidade. a. Significado. Deus é um. b. Texto. Deuteronômio 6:4. 3. Infinitude. a. Significado. Deus não tem término ou fim. b. Texto. 1 Reis 8:27; Atos 17:24. 4. Eternidade. a. Significado. Deus não está sujeito à sucessão do tempo. b. Texto. Gênesis 21:33; Salmo 90:2. c. Problema. Seria o tempo irreal para Deus? Não; Ele reconhece a continuidade dos acontecimentos, mas todos os acontecimentos, passados, presentes e futuros, são igualmente vividos para Ele. 5. Imutabilidade. a. Significado. Deus é imutável em natureza e prática, b. Texto. Tiago 1:17. c.
Problema. Será que Deus muda de idéia ou Se arrepende (Gn 6:6), como parece acontecer de nossa perspectiva; ou seria isto uma expressão do decreto permissivo de Deus? Ou uma maneira antropomórfica de descrever aparentes mudanças no curso dos acontecimentos? 6. Onipresença, a. Significado. Deus está em todo lugar (não em todas as coisas, que é o panteísmo). b. Texto. Salmo 139:7-12. 7. Soberania a. Significado. Deus é o governante supremo do universo, b. Texto. Efésios 1. 8. Onisciência. a. Significado. Deus conhece todas as coisas, reais e possíveis, b. Texto. Mateus 11:21.
9. Onipotência, a. Significado. Deus possui todo o poder. b. Texto. Apocalipse 19:6. (Atributos relativos, comunicáveis ou pessoais, Números 10 a 14.) 10. Justiça, a. Significado. Eqüidade moral, imparcialidade no trato com Suas criaturas, b. Texto. Atos 17:31. 11. Amor. a. Significado. A busca divina do bem maior das criaturas na manifestação de Sua vontade, b. Texto. Efésios 2:4-5. 12. Verdade, a. Significado. Concordância e coerência com tudo que é representado pelo próprio Deus. b. Texto. João 14:6. 13. Liberdade. a. Significado. Independência divina de Suas criaturas, b. Texto. Isaías 40:13-14. 14. Santidade, a. Significado. Retidão moral. b. Texto. 1 João 1:5.
III. OS NOMES DE DEUS
A. Nomes Primários do A.T. 1. Javé (Yahweh). a. Significado. O Auto-Existente (de Êxodo 3:14, “Eu Sou o Que Sou”). b. Características. É o nome do relacionamento entre o verdadeiro Deus e Seu povo, e, quando usado, enfatiza a santidade de Deus, o Seu ódio pelo pecado
e amor aos pecadores. 2. Elohim. a. Significado. O Forte. b. Características, é uma pa lavra usada para o verdadeiro Deus e deuses pagãos. É um substantivo plural, o chamado plural majestático. O plural permite a revelação subseqüente da Trindade no N.T., mas não ensina a Trindade propriamente dita.
3. Adonai. a. Significado. Senhor, mestre, b. Características. Usado para homens e Deus, e indica o relacionamento senhor-servo. B. Nomes Compostos do A.T. 1. Com EL. a. El Elyon, traduzido por Altíssimo (lit. o mais forte dos fortes, Is 14:13-14). b. El Roí, o Forte que Vê (Gn 16:13). c. El Shaddai, traduzido por Deus Todo-Poderoso (Gn 17:1-20). d. El Olam, o eterno Deus (Is 40:28). 2. Com Javé. a. Javé Jireh, o Senhor provera (Gn 22:13-14). b. Javé Nissi, o Senhor é minha bandeira (Êx 17:15). c. Javé Shalom, o Senhor é paz (Jz 6:24). d. Javé Sabbaoth, o Senhor dos Exércitos (1 Sm 1:3). e. Javé Maccadeshkem, o Senhor que te santifica (Êx 31:13). f. Javé Raaah, o Senhor é meu Pastor (SI 23:1). g. Javé Tsidkenu, o Senhor justiça nossa (Jr 23:6). h. JavéÉl Gmo-lah, o Senhor Deus da recompensa (Jr 51:56). i. Javé Nakeh, o Senhor que fere (Ez 7?:9). j. Javé Shammah, o Senhor que está presente (lit., lá) (Ez 48:35).
IV. O DECRETO DE DEUS
A. Definição. “O decreto de Deus é o Seu eterno propósito, segundo o conselho de Sua própria vontade, pelo qual, para Sua própria glória, Ele preordenou tudo que acontece.’”
B. Termos Relacionados. 1. Onisciência. Conhecimento de todas as coisas, reais o-u possíveis. 2. Presciência. Conhecimento prévio de todas as coisas incluídas no curso ireal dos eventos. 3. Predestinação. A determinação prévia do destino dos eleitos. 4. Retribuição. Punição merecida dos ímpios. 5. Eleição. A escolha de um povo por Deus para Si mesmo. 6. Preterição. A omissão dos nao-eleitos.
C. A Natureza do Decreto. 1. Há apenas um decreto, que envolve tudo, embora no desenrolar dos acontecimentos haja seqüência constante. Há, também, uma distinção conveniente entre decretos permissivo e diretivo. 2. O decreto é todo-abrangente (Ef 1:11), embora Deus não tenha o mesmo relacionamento com todas as coisas nele contidas. 3. Nem todos os desejos de Deus estão necessariamente incorporados ao decreto. 4. Tudo que Deus decretou tem como fim último a Sua glória. 5. O mal não se torna bem simplesmente pelo fato de o pecado ter sido incluído como parte do propósito de Deus.
D. Objeções ao Decreto. 1. Não é coerente com a liberdade humana. (Todavia, todos os meios, como oração e testemunho, por exemplo, são parte do plano de Deus.) 2. O decreto torna Deus autor do pecado. (Embora Deus tenha incluído o pecado em Seu plano, Ele nunca é responsável pela prática do pecado.) 3. A doutrina do decreto é equivalente ao fatalismo. (O fatalismo enfatiza apenas os fins e faz do acaso, nao de Deus, o poder governante.)
V. A TRINDADE
A. Definição. Há apenas um Deus, mas, na unidade da Divindade, há três pessoas eternas e iguais entre si, idênticas em substância mas distintas em existência (ou subsistência).
B. Prova. 1. Indícios no A.T. O A.T. não revela a Trindade mas dá lugar e indícios par,a uma revelação posterior. a. Passagens que usam a palavra plural Elohim e pronomes plurais para se referirem a Deus (Gn 1:1, 26; Is 6:8). b. Passagens que falam do Anjo do Senhor (Gn 22:11, 15-16). 2. Confirmações no N.T. No N.T. há revelação clara de que Pai, Filho e Espírito são Deus; assim, uma Triunidade ou Trindade (nenhuma das duas palavras está na Bíblia), a. O Pai é Deus (Jo 6:27; Ef 4:6). b. Jesus Cristo é Deus (Hb 1:8). c. O Espírito é Deus (At 5:3-4). d. As três pessoas são igualmente associadas e apresentadas como um só ser (Mt 28:19, “nome”; 2 Co 13:13).
VI. O PAI
A. Os Relacionamentos do Pai. 1. Pai de toda a criação (At 17:29. 2. Pai da nação de Is rael(Ex4:22). 3. Pai do Senhor Jesus Cristo (Mt 3: 17) 4. Pai dos crentes em Cristo (gl. 3:26) B As Obras Específicas do Pai 1. Autor do decreto (Sl. 2:7-9) 2. Autor da eleição (EF. 1:3-6). 3. Comissionador e Enviador do Filho (Jo 316) 4. Disciplinador de Seus filhos (Hb. 12:9).
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