terça-feira, 30 de setembro de 2025

A Lição da Confiança

A Lição da Confiança

(Isaías 30) Shalom Aleichem (A Paz esteja convosco)! Que a instrução deste capítulo do Profeta Isaías nos encontre com o coração aberto para o Santo de Israel, Aquele em quem está a nossa verdadeira força. 

O capítulo 30 de Isaías é uma Torá Profética (Ensino dos Profetas), um contraste dramático entre a futilidade da confiança humana e a glória da esperança em Hashem (o Eterno). 

Parte I: O Perigo da Confiança na Carne (V. 1-17) A primeira seção é um solene “Ai!” (Hoy! em hebraico, uma exclamação de dor e lamento) dirigido aos filhos de Israel por sua rebeldia e desconfiança. 

V. 1-7: A Aliança com o Egito: Um Vaso Quebrado V. 1-2: “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; e que se cobrem, com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado. Que descem ao Egito, sem pedirem o meu conselho; para se fortificarem com a força de Faraó, e para confiarem na sombra do Egito.” 

Contexto Hebraico e Espiritual: O povo de Judá estava sob ameaça da Assíria e, em vez de buscar a Shekinah (Presença) do Eterno no Templo, optaram por uma aliança política com o Egito, uma nação que, séculos antes, os havia escravizado. 

Isso é acrescentar pecado sobre pecado. Eles estavam buscando uma "cobertura" humana (Masekhet, talvez uma teia, um plano tecido por homens), em vez da Sombra do Shaddai (o Todo-Poderoso). 

Confiar no Faraó é uma traição à aliança com Deus. V. 3-7: A profecia é clara: a força do Faraó resultará em vergonha e confusão. A ajuda do Egito é "vã e inútil". Isaías ironicamente a chama de "Raabe a Calada" (Rahav Ha-Nemashal - "Monstro que nada faz"). 

Quantas vezes buscamos a “sombra do Egito” (segurança financeira, poder político, conselhos humanos) em vez de nos aquietarmos e buscar a voz do Messias Yeshua? Nossa força não está na velocidade dos "cavalos" (nossos próprios esforços), mas na quietude e na confiança (B'tacha - no hebraico, uma fé inabalável). 

V. 8-14: O Rejeito da Palavra V. 9-11: O povo é descrito como rebelde, mentiroso e que não quer ouvir a Torá do Senhor. Eles exigem dos profetas: "Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos. Desviai-vos do caminho... fazei que o Santo de Israel cesse de estar perante nós." 

Isso revela um coração que ama mais a mentira (Sheqer) do que a verdade (Emet). O homem natural sempre buscará a "autoajuda" agradável, em vez da Palavra de Deus que confronta e salva. Eles queriam remover o Santo de Israel de sua vista. 

V. 12-14: Por rejeitarem a Palavra, o castigo virá subitamente, como o desmoronamento de um muro ou a quebra de um vaso de oleiro. A destruição será tão completa que não sobrará nem um caco útil para apanhar água.

V. 15-17: O Convite Rejeitado: Quietude e Força V. 15: "Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes." Esta é a essência da repreensão. A salvação (Yeshua) e a força (Oz) de Israel estavam em duas ações: Voltar (Shuv - Arrependimento/Teshuvá). Descansar (Nachat - Sossego/Quietude), que leva à confiança (B'tacha). 

O povo, no entanto, disse: "Não, antes fugiremos sobre cavalos!" Eles escolheram o esforço frenético em vez da fé pacífica. Reflexão de Sábios: Aqui, a sabedoria de Hilel se manifesta: "Onde não há Torá, não há decoro; onde não há decoro, não há Torá." 

O povo perdeu o decoro ao rejeitar a Torá, e isso os levou à imprudência de confiar em cavalos e não em Deus. 

Parte II: A Misericórdia Aguarda (V. 18-33) Após a severa repreensão, Isaías se volta para a gloriosa promessa da redenção. V. 18-21: O Senhor Espera Para Ser Bondoso V. 18: "Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam." 

Profundidade Espiritual: A palavra hebraica para "esperará" (Yechakeh) implica um anseio paciente. Deus se coloca em uma posição de expectativa. Ele espera (no sentido de anseia) para manifestar a Sua graça. Seu levantamento não é para julgar, mas para se compadecer (Racham - ter entranhas maternais). 

V. 19-21: O povo em Sião (Jerusalém) não chorará mais. O Senhor atenderá ao clamor. A maior promessa: "Os teus mestres nunca mais fugirão de ti, antes os teus olhos verão os teus mestres. E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda." 

Conexão com a B'rit Chadashá(Novo Testamento): Yeshua, o Mestre (Rabi) por excelência, é o cumprimento desta promessa. Ele é o Davar (a Palavra) que nos ensina, e o Espírito Santo é a voz que nos guia por detrás, confirmando o caminho da verdade (João 14:26). 

V. 22-26: A Renovação da Criação A obediência (v. 21) levará a uma limpeza espiritual (destruição dos ídolos - v. 22) e a uma restauração material e cósmica (v. 23-26): Chuva e colheita abundante (v. 23-24). Água corrente em todo monte (v. 25). 

 Luz Solar e Lunar Amplificada: “a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias” (v. 26). Esta é uma visão messiânica da redenção total – a cura da ferida (Machem - a chaga causada pela punição) do povo de Deus. É o prenúncio da Era Messiânica. 

V. 27-33: O Julgamento do Opressor (Assíria) O capítulo termina com a certeza do juízo do Eterno sobre o inimigo (Assíria), o "monstro" que ameaçava Israel. Deus agirá com fogo e torrente de enxofre (v. 30, 33), e o local da destruição está preparado: Tofete (Tofet, um lugar de fogo e sacrifício em Jerusalém, usado aqui como metáfora para o juízo final). 

 Assim como Deus julgou a Assíria, Ele julgará todo sistema que se levanta contra Seu povo e Sua Palavra. A confiança do povo em Hashem (na Pessoa e Obra de Yeshua) não só traz paz interior, mas também garante a justiça divina contra todos os seus inimigos. 

A promessa é que a salvação está no retorno e no descanso da alma, não na correria frenética ou na aliança com o "Egito". 

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Esboço da Mensagem: 

A Quietude é a Nossa Força 

 Texto Central: Isaías 30:15 

I. O Erro Fatal: Confiar nos "Cavalos" (V. 1-7) 

A. O pecado da Rebeldia: Buscar cobertura que não é do Espírito   (v. 1). 

B. A Futilidade da Força Humana: O Egito é "Raabe a Calada"        (v. 7). 

II. O Coração Arrogante: Rejeitando a Torá (V. 8-14) 

A. A Recusa em ouvir a Palavra Reta: Exigindo "enganos" (v. 10). 

B. A Consequência Imediata: O Desmoronamento Súbito (v. 13-14). 

III. O Caminho da Salvação: O Convite do Santo de Israel (V. 15-21) 

A. O Plano Divino: Voltando e Descansando (Shuv e Nachat) -         A Quietude é a Força. 

B. O Mestre Revelado: Ver e Ouvir a Voz da Direção (v. 20-21) -     O Espírito Santo e Yeshua. 

IV. A Glória da Restauração (V. 23-26) 

A. Da Maldição à Abundância (Terra Curada). 

B. A Luz Eterna: A Cura Final do Povo (v. 26). 

Que possamos encontrar a nossa Força não no alvoroço do mundo, mas na Quietude da Confiança em Adonai Tzva'ot (O Senhor dos Exércitos)! 

Amém!!

sábado, 20 de setembro de 2025

A Pureza da Palavra de Deus versus a Dominação do Inimigo


1. O Contraste entre a Palavra de Deus e o Mundo:

  • A Palavra de Deus é pura e santa.

  • O mundo está "podre" pela dominação do inimigo.

  • Mentes dominadas pela ideologia do inimigo estão isoladas da Palavra.


2. As Consequências do Isolamento da Palavra:

  • Quando confrontadas com a pureza e a santidade da Palavra (sobre pecado e os caminhos do Reino), pessoas dominadas a consideram ultrapassada e não verdadeira.

  • A mente delas está "embotada" e "fechada", levando-as a zombar daqueles que vivem pela Palavra.

  • Pessoas dominadas têm a vida "detonada" em todas as áreas, mas não conseguem perceber a própria situação, enquanto zombam de quem tem uma vida transformada.


3. O Exemplo de Jesus e a Legião (Lucas 8:30-37):

  • Jesus atravessa o mar da Galileia por causa de um homem atormentado por uma legião de demônios.

  • Cada demônio domina um "território". A legião representava "muitos territórios dominados" dentro de um só homem.

  • A legião implora a Jesus para não serem enviados para o Abismo. Em outras palavras, eles não queriam sair daquele "território" (região).

  • Principados, potestades e poderes têm regiões e territórios que eles dominam e controlam. Eles se apegam a esses territórios.

  • Problemas Recorrentes: Pessoas que vivenciam o mesmo tipo de problema repetidamente podem estar em um "território" dominado por demônios especializados nesse tipo de tormento.

  • O Pedido da Legião: Eles imploram para entrar nos porcos, e Jesus permite.


4. O Significado Cultural dos Porcos na Cultura Judaica:

  • Judeus não comem carne de porco e nem podem ter porcos em seu território.

  • A existência de porcos ali indica que Jesus estava em Gadara, uma cidade greco-romana, e não em território israelita.

  • Os porcos se afogam, mas os demônios não. Isso demonstra a diferença entre o "conteúdo" (os demônios) e o "recipiente" (o porco). O recipiente morre, mas o conteúdo não.


5. A Reação do Povo Gadareno (Lucas 8:35-37):

  • O povo de Gadara encontra o homem liberto, vestido e em perfeito juízo aos pés de Jesus.

  • Apesar de testemunharem o milagre, eles são tomados por "grande medo" e imploram para que Jesus se retire do território deles.

  • Eles preferiram mandar Jesus embora e, por tabela, "escolheram os demônios" em vez de ficar com a salvação.

  • A Lição: Nem todas as pessoas que veem Jesus querem ser libertas. Onde o inimigo domina, as pessoas têm terror de Deus e as boas notícias não as fazem felizes.


6. A Missão do Homem Liberto (Lucas 8:38-39):

  • O homem liberto implora a Jesus para ir com Ele. Ele não queria mais ficar naquele "território" dominado.

  • Sua visão ficou clara após o contato com a Palavra (Jesus). Ele percebeu que não pertencia mais àquele lugar.

  • Jesus, no entanto, o despede e lhe dá uma missão: "Volta para casa, e conta para os teus tudo o que Deus fez por ti".

  • O homem se tornou a "semente" de Jesus naquela região, levando a palavra e representando a luz onde antes havia trevas.