sexta-feira, 13 de junho de 2014

Heroísmo moral


Por John Frame


Em meu artigo, “Graus de Avaliação Ética”, eu comentei a respeito do ato heroico dos três poderosos guerreiros de Davi, que levaram para ele uma porção de água do poço de Belém (2 Samuel 23:13-17). Naquele artigo eu julguei que, embora Deus tenha aprovado o ato deles, os três não teriam pecado se eles tivessem escolhido não fazer aquilo, nem seria pecado se a viúva de Mateus 12:44 tivesse dado uma moeda em vez de duas. Eu poderia apoiar ainda mais esse julgamento ao lembrar as palavras de Pedro para Ananias e Safira (Atos 5:1-11) quando eles mentiram a respeito da propriedade: “Ela não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder?” Pedro certamente parece dizer aqui que Ananias e Safira não tinham a obrigação de vender a propriedade e dar todo o valor à igreja como Barnabé fez (Atos 4:37). Então nem eles nem Barnabé teriam pecado se eles não tivessem vendido suas propriedades. Vender propriedades para o benefício da igreja naquela situação não era uma obrigação, parece, mas, como os atos da viúva pobre e dos poderosos de Davi, era heroísmo moral.

Mas eu nunca estive inteiramente satisfeito com o julgamento de que tais atos não eram obrigatórios. Eles são opcionais, então? Algo que você pode realizar ou não, ao seu bel prazer? Em I Coríntios 9, Paulo descreve todos os seus esforços a favor do Evangelho, com todos os “direitos” que ele abriu mão para que o Evangelho pudesse ser disponibilizado sem custos adicionais. Se ele tinha o direito de ser pago pela igreja, somos inclinados a dizer, certamente ele não era obrigadoa pregar sem receber por isso. Mas há um senso de obrigação nesta passagem:

Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho! Porque, se prego de livre vontade, tenho recompensa; contudo, como prego por obrigação, estou simplesmente cumprindo uma incumbência a mim confiada. (versos 16-17)

Se Paulo tinha um certo “direito” de não pregar sem pagamento, ele tem uma compulsão de algum tipo que o leva a renunciar esse pagamento. Além disso, sua decisão cumpre uma “incumbência confiada” a ele. E se ele se recusasse a cumprir essa incumbência? Ele teria pecado?

Antes de responder, veja o que Paulo diz depois, “Faço tudo por causa do Evangelho, para ser co-participante dele.” (verso 23) e então ele descreve sua compulsão como a de um atleta com seus olhos na chegada, concluindo, “esmurro o meu corpo e faço dele o meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.” De certa forma, vencer o prêmio depende do heroísmo moral de Paulo.

Isso quase soa como salvação pelas obras. É claro, nós sabemos de outras partes da Escritura que não é assim. Então o que é isso? Bem, em última instância, o prêmio é Jesus. É Seu Reino; é a bênção completa de conhecê-Lo. Compare com o que ele diz aqui em outra passagem refletindo seu heroísmo moral, em Filipenses 3:7-11,14:

Mas o que para mim era lucro, isso passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. […] prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial em Cristo Jesus.

Paulo é tão apaixonado por Jesus que ele quer experimentar todas as bênçãos que vêm pra aqueles que vão com tudo pra Cristo. Não é que de outra forma ele fosse pro inferno, não é que exista alguma proporção exata entre o mérito das obras realizadas aqui e a recompensa no céu. É apenas que Paulo quer conhecer Jesus o melhor que ele puder. Conforme 2 Coríntios 1:5-6 e o perplexo verso em Colossenses 1:24.


Mas, não somos obrigados, de certa forma, a conhecer Jesus o melhor que nós pudermos? A própria Vida Eterna é conhecer Jesus (João 17:3). Deus disse a Israel por meio de Moisés que eles deveriam conhecê-Lo (Deuteronômio 7:9). Ele fez seus milagres “para que eles conheçam que eu sou o SENHOR.” Nós não somos apenas obrigados a conhecê-Lo, mas a amá-Lo, com todo o nosso coração, alma, força e entendimento (Mateus 22:37).

O heroísmo moral particular de Paulo não é obrigatório para todos nós. Pregar sem receber era a forma que Paulo levava adiante sua paixão por conhecer e amar Jesus. Outros, como Apolo e Pedro, aceitavam pagamento pelos seus ministérios, como era o direito deles. Mas eles mostraram sua paixão por Cristo de outras formas. É esta paixão que nos é obrigatória, não uma forma específica de vivê-la. É o princípio, e não a aplicação particular de Paulo.

Mas Deus espera algum grau de heroísmo de cada um de nós. O Grande Mandamento, de amar a Deus com tudo o que temos, é uma demanda extrema. Deus pode nunca chamá-lo a um ato de heroísmo militar como os poderosos guerreiros de Davi, ou para dar todas as suas posses, como a viúva pobre, ou para vender sua propriedade, como Barnabé. Mas ele vai lhe pedir para fazer algum tipo de sacrifício realmente difícil, da mesma forma que ele pediu ao Jovem Rico para vender todos os seus bens pra alimentar os pobres.

Heroísmo moral é uma obrigação, porque nossa obrigação geral é ser como Jesus: amar como ele fez (João 13:34, I João 4:9-12) no mais extremo sacrifício, servir aos outros como ele nos serviu (Marcos 10:45).

Quando nós entendemos esta obrigação, podemos ver muito mais claramente porque boas obras jamais podem alcançar os padrões de Deus. Comparando com o heroísmo de Cristo, e até comparando com alguns dos seus melhores discípulos, nós estamos muito abaixo. Então nós confiamos completamente na graça de Deus em Jesus para a nossa salvação. Mas à medida que renunciamos nossa justiça-própria pela de Cristo (Filipenses 3 de novo), nós podemos ver a glória de Jesus comparando-a com nosso lixo, e Deus planta em nós aquela paixão para corrermos a corrida com Paulo: para conhecer a plenitude das bênçãos de Cristo e, acima de tudo, conhecer o próprio Cristo.

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Fonte: Frame & Poythress
Tradução: Daniel TC
Via: Reforma 21 
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Em que a ascensão de Cristo nos beneficia?



Por Kevin DeYoung


Primeiro, a ascensão de Cristo nos beneficia porque temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (1Jo 2.1). Nosso Senhor Jesus está no céu defendendo a nossa causa, para que sempre, seja do que for que Satanás nos acusar em nossa consciência ou se atrever a fazer acusação contra nós diante do Pai, Jesus Cristo, Filho de Deus e nosso advogado impecável, está pronto para defender e apresentar seu próprio sangue por nós. Pense sobre isso. Cristo é o nosso parceiro de oração no céu. Ele intercede por nós diante do trono (Rm 8.34). 

Segundo, a ascensão de Cristo nos beneficia porque agora temos a nossa própria carne no céu; nossa vida está escondida com Cristo que habita em glória acima (Cl 3.3-4). A carne de Cristo no céu é uma garantia de que a nossa vai estar lá também algum dia. A nossa esperança não é uma eternidade como alma desencarnada, mas um corpo humano material real, ressuscitado, na presença de Deus para sempre. O corpo de Cristo é o primeiro lá, mas não o ultimo. 

Terceiro, a ascensão de Cristo nos beneficia porque temos o Espírito Santo como um resultado. Como o próprio Jesus explicou aos seus discípulos: "Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (Jo 16.7). Isso não era um golpe no seu próprio ministério terreno, mas Jesus entendia que, como homem, ele estava limitado a um só lugar ao mesmo tempo. Porém, uma vez que subisse ao céu, ele poderia enviar outro Consolador (Jo 14.16) para nos dar poder do alto e estar conosco para sempre. 

Você pode não pensar sobre a ascensão de novo por algum tempo, então medite sobre esta doutrina comigo por mais dois minutos. Pense nas implicações da ascensão de Cristo. A ascensão significa que estamos no céu, neste momento. Por meio da união com Cristo, nós realmente não somos cidadãos deste mundo. Colossenses diz-nos para fixar a mente nas coisas lá de cima, porque nossa vida está escondida com Cristo, que habita lá (3.2-3). 

A ascensão de Cristo implica também que "pedir a Jesus que entre em seu coração" não significa convidar um amigo ou tipo de reconfortante de terapeuta para dentro de sua vida. Isso significa - se estamos usando frase não bíblica de uma maneira bíblica - que estamos expressando o nosso desejo de sermos um com o rei do universo. O Jesus que mora dentro de nosso coração está sentado, à direita de Deus Pai Todo-Poderoso. 

Mais surpreendente de tudo, a ascensão significa que Deus concedeu todo governo, poder, autoridade e domínio (Ef 1.21-22) a um homem. Talvez seja por isso que Tolkien fez tal afirmação em O Senhor dos Anéis para enfatizar que um homem se sentaria no trono de Gondor, e a raça dos homens reinaria mais uma vez. Jesus Cristo está exercendo o domínio que o homem foi feito para ter desde o início (Gn 1.28). Por causa da ascensão de Cristo, nós sabemos que a encarnação continua, a humanidade de Cristo vive no céu, o Espírito vive em nosso coração. e um ser humano divino e de carne governa o universo. 

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Fonte: Trecho extraído do livro As Boas novas que quase esquecemos (p. 94)

Obs.: O título referido não é assim no livro. Tal título é retirado de uma palavra em que o autor do livro vai explicar sobre os benefícios da ascensão.

Bíblia "Free Style": libertinagem gratuita e sem estilo



Por Norma Braga


O pastor reformado Ageu Magalhães esteve em um programa de entrevistas na TV para debater com o pr. Ariovaldo Júnior (não é filho do pr. Ariovaldo Ramos!), autor da chamada "Bíblia Free Style". As impressões do pr. Ageu sobre o entrevero (muito polido, por sinal) são descritas aqui. Recentemente, Yago Martins e Felipe Cruz fizeram um vídeo que contribuiu para a discussão, abordando pontos que ficaram de fora na entrevista. Não resisti e resolvi também, como profissional do idioma, apresentar minhas contribuições ao assunto.

Primeira. A linguagem que escolhemos usar está sempre em estreita correlação com a mensagem que pretendemos passar. A paródia free style, em primeiro lugar, não é free style ("estilo livre"), mas adota um "style" só: o de uma linguagem chula, descuidada e vulgar, que nas situações de vida real só surge em contextos muito específicos de informalidade, intenção humorística, desejo de chocar ou insultar o interlocutor. Ao uniformizar todas as situações de discurso da Bíblia (que contém momentos de ensino, exortação, argumentação filosófico-existencial etc.) fazendo-as caber em contextos descontraídos - como se todos os personagens bíblicos estivessem sempre na praia, de roupas de banho, conversando com amigos íntimos e ocasionalmente falando palavrão -, o autor da "free style" demonstra um desconhecimento completo do conceito linguístico da ADEQUAÇÃO. Por utilizar somente um registro informal e chulo, a versão deve ser considerada imprópria por todo aquele que tem não só amor pela Bíblia, mas também amor pela linguagem, pura e simplesmente. Não se trata só da presença de palavrões (falei sobre eles aqui). A formalidade, a contenção, o cuidado com a correspondência entre o que se diz e como se diz (para sentidos altos, palavras respeitosas), tudo isso faz parte da vida e necessariamente se reflete na linguagem. O tradutor que nega isso acaba negando a própria realidade, com toda a sua dinâmica e relações multicolores, plurais.

Segunda. Ao chegar aos evangelizáveis com essa informalidade excessiva, alegando ser esta a linguagem do público-alvo, os utilizadores da "free style" caem em um erro grave. Será que toda prostituta, todo presidiário, todo viciado em drogas e todo morador de rua usam necessariamente, o tempo todo, com todo mundo, uma linguagem chula, descuidada e vulgar? Claro que não. (Que mico: é como abordar todo mundo na rua com risadas e tapinhas nas costas. Coisa de quem quer forçar a amizade.) E será que todas essas pessoas realmente preferirão ouvir pregações bíblicas em uma linguagem chula, descuidada e vulgar? Muito menos! Quem se expressa impropriamente sabe que o faz e provavelmente não gostaria de ver essa linguagem imprópria misturada com pregação religiosa. Sem medo de errar, conhecendo várias experiências de missões urbanas, afirmo que, nesses grupos, a maioria não responderá positivamente a isso. Ao demonstrar tremendo descaso com a Palavra de Deus, envolvendo em baixo calão a mensagem de um Deus santo, tais idealizadores rebaixam ainda mais o que creem ser o padrão linguístico de seus evangelizados. Nas palavras de um amigo, "o Ariovaldo se torna pior que o desbocado comum por querer sacralizar o palavrão como socialmente aceitável em termos absolutos, coisa que nem o xingador comum faz". Ora, o contraste entre obscenidade na forma e santidade de conteúdo é chocante, evidentemente; com isso, os defensores freestylianos se inserem na velharia de uma cultura que, há pelo menos cinquenta anos, agride orgulhosamente o que considera tradição e bom senso com sua pretensa "liberdade". De fato, seria mais honesto que parassem de usar o campo missionário como pretexto para essas atividades textuais grotescas e tivessem a coragem de admitir o que me parece arbitrária preferência pessoal.

Prostitutas, moradores de rua, usuários de drogas e presidiários, como alvos da pregação do Evangelho, merecem exatamente o mesmo tratamento que qualquer outra pessoa. Escolher uma linguagem de baixo nível para essas pessoas na atividade de evangelização é, com todas as letras, preconceito. Se não é conveniente que o cristão use tal linguagem, não a utilizemos de modo algum. Não só porque é pecado, nem apenas em respeito pela Bíblia, mas também por amor aos evangelizados, que em missões urbanas dificilmente serão amigos íntimos. O argumento de que, nesses grupos, muita gente precisará de uma linguagem mais simplificada é respondido de modo também simples: cabe ao evangelista comunicar a Palavra de Deus com suas próprias palavras, personalizando-a de acordo com cada ouvinte, como muitos já fazem; e, caso haja necessidade de uma versão bíblica mais acessível, elas existem e não cedem um milímetro à vulgaridade de uma "Bíblia" que, dizendo-se free, enreda de saída os possíveis novos convertidos em uma atmosfera mundana da qual eles deveriam ser incentivados a se libertar.

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Fonte: Blog da autora

Leia também: Uma análise sobre a "Bíblia Freestyle"

Dia dos namorados, namorados e a Bíblia



Por Denis Monteiro


No dia 12 de Junho comemora-se o Dia dos Namorados. Infelizmente, este dia é (quase) sempre motivado por paixões pecadoras. Por exemplo, o dia dos namorados pode ser considerado uma festa pagã. Em Portugal, assim como em outros países da Europa, comemora-se este dia em 14 de Fevereiro, chamando de Dia de São Valentim. Este nome se dá em homenagem ao um Bispo da Igreja Católica – Valentim – o qual fora proibido pelo Imperador Claudio II de realizar cerimônias de casamento para que os solteiros servissem o país na guerra. Este bispo foi preso e sentenciado à morte, pelo fato de realizar casamento as escondidas. Em 14 de Fevereiro de 270 ele foi decapitado. Nesta data, na Roma antiga, também se comemoravam dia da deusa Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e ao deus Pan (deus da natureza), onde que, neste dia fazia-se uma passeata da fertilidade. Nos EUA, desde o séc. XVII este dia é chamado deThe Valentine’s Day, mas não se sabe bem ao certo como este dia foi adotado. Mas em 1840, Esther Howland, uma artista, vendeu 5.000 doláres em cartões do dia dos namorados. Desde esse dia teve-se o costume de enviar cartões aos namorados. No Brasil, a data que se comemora, apesar de haver caraterísticas norte-americana, ela está relacionada ao Frei Fernando de Bulhões (Santo Antônio) que em suas homilias ele dava ênfase no amor e no casamento. A data 12 de Junho foi escolhida por ser véspera do dia de Santo Antônio (13 de Junho). Outra possibilidade, no Brasil, para comemorar esta data é por causa de que quando um comerciante paulista, João Dória, trouxe esta ideia do exterior.[1]  

Infelizmente, mais um dia, assim como o dia das mães, o motivo de comemoração é sempre financeiro. A diferença é que este dia (dos namorados) dar-se a entender que também envolve idolatria, o qual é pecado (Êx. 20.3). Outra parte infeliz desta data é a falsidade que o envolve, um dia onde todos são amigos e namorados. Por exemplo, há um episódio doChaves onde que neste Dia de São Valentim[2], na vila todos são amigos, até a Dona Florinda é amigona do Seu Madruga (O Dia de São Valentim neste seriado é comemorado não só como dia dos namorados, mas entre amigos também). Ou seja, em todo o ano há brigas e discórdias, mas só neste dia há uma mera reconciliação e amizade? Entendemos biblicamente que tais datas: dia das mães, dia dos pais, dia dos namorados e dia das crianças; não devem ser só lembrados por causa de datas fixas festivas em nosso calendário, pois fazem da criação de Deus uma data mercadológica ao invés de algo que glorifica a Deus. Logo, se o princípio desta comemoração não é glorificar a Deus (1Co 10.31), como o centro de todas as coisas, isso é idolatria. 

Então, devemos entender que o motivo de se comemorar esse dia não pode ser por causa da data fixa no calendário. Por exemplo, o casal não deve somente trocar presentes nesta data como se fosse algo obrigatório, pois obrigatoriedade não expressa amor. Este carinho com o próximo deve existir sempre, baseando-se nas Escrituras. 

1) Então, como comemorar o Dia dos Namorados? 

Provérbios nos dá uma base para isso. O sábio diz: alegra-te com a mulher da tua mocidade. (Pv 5.18); A mulher virtuosa é a coroa do seu marido” (Pv 12.4); a esposa prudente vem do Senhor (Pv. 19.14 – NVI). Em Provérbios 31, o rei Lemuel descreve como é esta mulher virtuosa com seu caráter e ofícios (mulher, trabalhadora, dona de case e mãe). Com todas essas características e vendo de onde ela provém (do Senhor), eu não posso esperar uma data fixa e específica para honrar a minha namorada e/ou esposa, não devo moldar meu amor à minha namorada e/ou esposa por causa de uma data de calendário, mas devo fazer isso todos os dias de minha vida. E assim, a mulher, ao considerar-se sábia e virtuosa, tem de honrar seu futuro esposo e/ou marido no Senhor. 

2) O que a Bíblia diz sobre o namoro? 

A Bíblia não mostra de modo explícito sobre o namoro. Existe uma concepção entre alguns cristãos um movimento chamado de “corte bíblica”, no qual um jovem passa a conhecer uma jovem na companhia da família dela e com um ajuda de um líder, conselheiro espiritual. Este tipo de conhecimento é para que se evite um namoro sem supervisão, para que não deixe que o casal de namorados se leve pela tentação. Temos que entender que a corte não é uma ordenança bíblica, pois temos o caso de Isaque que não cortejou Rebeca. Mas isso não anula a responsabilidade dos pais em “fiscalizar”.

3) Quais as principais características que devem ser vistas para começar um namoro?

3. 1 - A compreensão de que o(a) pretendente tem de Deus e o que Ele requer de nós. 

Existe um mal que ocorre em nossas igrejas que não vem de hoje, estou falando de uniões mistas, namoros mistos.  Este mal vem sendo praticado desde o Antigo Testamento, e todas as vezes que havia estas uniões, Deus se irava e mandava que elas fossem desfeitas. Por quê? O descrente não consegue entender quem é o Deus que nós servimos. Eles não conseguem entender o que a Bíblia requer de nós. A Bíblia trata estas uniões como “jugo desigual” (2Co 6.14). Quando um crente unia-se com pessoas que não eram regeneradas, os crentes passam a participar das obras infrutíferas das trevas. A principal preocupação que o Antigo Testamento mostra com a união mista é a idolatria (Êx. 23.33). E assim, uma pessoa que não é regenerada ela não saberá da vontade de Deus para o casal de namorados. A Bíblia requer santidade no relacionamento e que este relacionamento seja entre dois regenerados, pois namoro com descrente não é um método de evangelismo

O termo “compreensão” não está atrelado à sua concepção teológica e filosófica de quem é Deus. Mas sobre de quem é este Deus de uma forma que se pode ser vista em sua vida no dia a dia. E como essa concepção de Deus pode ajudar e moldar este namoro. 

3.2 - O seu caráter

Nós vimos acima que se o (a) seu (sua) pretendente não professar a fé cristã, não devemos nos unir com ela. Então, nem adianta olhar o caráter que ela possui, pois mesmo sendo uma ótima pessoa, ela é boa sem saber o que a Bíblia fala o que é ser bom e porque tal pessoa faz coisas boas. No entanto, tratarei neste tópico com aqueles que viram no seu (sua) pretendente um ponto positivo segundo o ponto acima. 

Este caráter não pode ser analisado por sua frequência na igreja, por responder as perguntas levantadas na Escola Dominical ou por orar bonito. Mas este caráter deve ser analisado a partir do princípio de como esta pessoa aplica o conhecimento que ela tem de Deus em sua vida. Analisemos Efésios 5.23-29, 33 de como deve ser este caráter, igual ao de Cristo:


Mas alguém poderá perguntar: essas características não se aplicam a marido e mulher? Sim, se aplica. Mas se em um namoro nenhum dos dois não mostra ou nem tenta se esforçar para ter estas características, possivelmente, este namoro, quando virar um casamento, terá sérios problemas. 

4) O que não se pode procurar para começar um namoro.  

4.1 – Etnia

Esta questão de racismo – e o racismo não é somente de branco para com os negros, mas de todos quantos rejeitam à outro que é diferente de você, e usa essa diferença (físicas) para desqualificar o mesmo – não é algo que só afeta o redil dos descrentes, mas também é algo que afeta até a igreja de Cristo. Infelizmente, racismo é algo universal. Em alguns lugares são mais explícitos os índices de racismo. Você já deve ter ouvido ou presenciado pais obrigando seus filhos a terminarem os seus relacionamentos porque namoravam pessoas de outra etnia. Jamais devemos procurar pretendentes exclusivamente que sejam da mesma cor. Cor não define caráter. A Escritura é clara em mostrar de que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, Deus não usa características distintivas para eleger alguém. 

4.2 - Condições financeiras

Este é um “segundo mal” que permeia alguns relacionamentos e/ou o início do mesmo. Em muitos casos acontece o que nós conhecemos popularmente de “golpe do baú”. Este golpe é quando uma pessoa sem nenhum senso moral namora e casa com outra pessoa só por causa do dinheiro, para que após engravidar, faz com que essa gravidez segure o casamento. Na maioria das vezes essa gravidez lhe proporcionará uma renda “fixa” até a criança completar a maioridade. 

Essa atitude envolve pecado. O pecado da avareza, da cobiça e do engano que é falta de amor ao próximo. A avareza, segundo Paulo, é idolatria (Cl 3.5). Justamente o que Cristo mostra ao falar de pessoas que põe o seu coração nas riquezas do que em servir a Deus (Mt 6.19-24). Cobiçar o que é do próximo é desejar o que é do próximo, o qual não é seu. E cobiçar o que é do próximo é transgredir o décimo mandamento “não cobiçarás” (Êx. 20.17). A avareza é um desejo dominante em relação ao dinheiro; a cobiça é o mesmo desejo dominante em relação às posses de outrem. 

Paulo diz aos Efésios que eles deveriam deixar a mentira, e falar a verdade cada um com seu próximo. A falta de temor a Deus e amor faz com que pessoas mintam e vivam uma vida de mentiras para alimentar outros pecados. Então, casar por causa de questões financeiras não é amor, tal relacionamento não provém de Deus. 

4.3 - Estética 

É sabido que todo ser humano tem o seu senso estético das coisas, principalmente quando se trata de atração física entre um homem e uma mulher. Mas o grande problema é que muitos casais que se apaixonam por causa de suas belezas exteriores não consideram que futuramente nem tudo estará no lugar. Agora, quando se trata de amor, “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7). Se um namoro começa sem amor, mas por atração física, este relacionamento não durará por muito tempo. E assim, há uma grande possibilidade que traições aconteçam. Pois, se algum relacionamento começa tendo como base a atração e beleza física, o padrão de escolha será exclusivamente estético, futuramente ambos poderão achar outra pessoa mais bonita e ficar com ela.

Então, podemos entender que se faltar amor conforme o padrão bíblico, este relacionamento não durará muito. 

Portanto, qual é o bom propósito do namoro cristão? Visar o casamento para a glória de Deus, que cumpre com o que Deus ordenou a Adão no Éden de se unir à sua esposa e contrair uma família. 

Por fim, deixo uma explicação. No Catecismo Maior de Westminster, dos deveres exigidos e pecados proibidos do sétimo mandamento:

138. Quais são os deveres exigidos no sétimo mandamento? 
Os deveres exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições, palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho diligente em nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas tentações.
139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento? 
Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles; os votos embaraçadores de celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.
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Notas:

[1] Cf. Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Namorados). Acessado: 15/05/14 às 01:00
[2] Cf. o Vídeo Aqui ( https://www.youtube.com/watch?v=vzTEhl-XseM )

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Fonte: Bereianos

A Bíblia é inerrante?




por John Frame


Algumas pessoas têm sugerido que “inerrante” não é uma boa palavra para usar quando se descreve a Escritura. Este artigo procura responder a essa objeção. Antes de nós passarmos ao termo específico “inerrante”, entretanto, será bom lembrarmos, em termos mais gerais, o que a fé reformada e a própria Bíblia ensinam-nos sobre a Escritura.

Primeiro, a Escritura é a constituição pactual do povo de Deus.[1] A primeira Palavra escrita de Deus, a primeira Bíblia, foram os Dez Mandamentos, escritos pelo próprio dedo de Deus em tábuas de pedra (Ex 24.12, 31.18, 32.15s, 34.1). Lá, Deus fala como o autor do documento: “Eu sou o Senhor teu Deus”. Aquela Palavra escrita foi posta no lugar mais santo de Israel, ao lado da Arca da Aliança, onde estaria firmada como testemunha de Deus contra Israel (Dt 31.26).[2] Assim, a Palavra escrita deveria governar todos os aspectos da vida do povo de Deus (Dt 4.1-14, 5.32-6.25).[3] Quase todo capítulo de Deuteronômio exorta o povo a obedecer todas as leis, testemunhos, estatutos, mandamentos e palavras (que redundância eloquente!) da Palavra escrita de Deus. Quase todo verso do Salmo 119 chama o povo de Deus de volta a esses estatutos; reavivamento em Israel é sempre um reavivamento da obediência à (e algumas vezes a redescoberta da) Lei.

Além do Decálogo, Deus deu outras Palavras a seu povo. O cântico de Moisés em Dt 32 (veja 31.19) é uma Palavra destas. Palavras de Josué foram mais tarde adicionadas (Js 24.25s). E Deus enviou profetas; a própria definição de um profeta era aquele proclamava a Palavra de Deus, não as palavras de sua própria vontade (Dt 18.18-20). Muitas dessas profecias foram escritas. Jesus considerou o Antigo Testamento inteiro como a Palavra escrita de Deus (Mt 5.17-19, Jo 5.45, 10.33-36), como também fizeram os apóstolos (Rm 15.4, 2Tm 3.16, 2Pe 1.21, Tg 4.5,11).

O Novo Testamento é uma Nova Aliança e, portanto, envolve a entrega de Palavras divinas (Mt 7.24-27, Mc 8.38, Jo 6.68s, 12.47ss, 14.15, 21, 23s, 15.7, 10, 14, 17.6, 17, 1J 2.3-5, 3.22, 5.2f, 2Jo 6, 1Tm 6.3, Ap 12.17, 14.12). Pelo testemunho do Espírito Santo e conteúdo dos próprios livros, os cristãos reconhecem o Novo Testamento, como eles fazem com o Antigo, como o Livro de Deus.

Portanto, a igreja tem confessado historicamente que a Escritura é a Palavra de Deus. É Deus falando a nós. Existem também autores humanos na Escritura, e o conteúdo da Escritura reflete suas personalidades, estilos e experiências. Mas a humanidade da Escritura não significa que ela tenha menos autoridade que, digamos, a voz divina no Monte Sinai. A autoridade da Escritura é nada menos que a autoridade do próprio Deus, como as passagens citadas acima claramente demonstram.

Não temos, assim, nenhum direito de levantar críticas negativas contra a Bíblia. Como a Confissão Belga afirma, os livros canônicos “não podem ser contraditos de forma alguma” (Artigo 4), “acreditamos, sem dúvida nenhuma, em tudo que eles contêm” (Artigo 5), e “sua doutrina é perfeitíssima e, em todos os sentidos, completa” (Artigo 7). Quando Deus fala conosco, nós não ousamos criticar o que ele diz. Nosso único recurso é crer e obedecer.

E então, o que dizer sobre inerrância? Bem, a inerrância da Escritura está certamente implícita no que já dissemos, se pudermos usar “inerrância” em seu sentido normal, do dicionário. “Inerrante” significa simplesmente “sem erros” ou “verdadeiro”, no sentido que nós normalmente falamos de frases verdadeiras, doutrinas verdadeiras, relatos verdadeiros e princípios verdadeiros. Se Deus estivesse falando conosco em pessoa, “diretamente”, nenhum de nós ousaria acusá-lo de erro. Erros surgem de ignorância ou engano; e nosso Deus não é nem ignorante, nem enganador. De maneira semelhante, nós não ousamos acusar sua Palavra escrita de erro.

Esta não é uma posição meramente “moderna”. Como vimos, é a posição da própria Escritura. Agostinho no século V declarou: “Nenhum desses autores (da Escritura) errou, em algum aspecto, ao escrever”. A infalibilidade[4] é afirmada na Confissão de Fé de Westminster, capítulo 1, e na Confissão Belga, artigo 7.

Devemos falar hoje de “inerrância” bíblica? O termo com certeza gera confusão em alguns círculos. Alguns teólogos têm ido bem além do significado normal de “inerrante”. James Orr, por exemplo, define “inerrante” como “uma literalidade estrita em assuntos mínimos nos detalhes históricos, geográficos e científicos".[5] Bem, se “inerrância” demanda literalidade, então devemos renunciar à inerrância; porque a Bíblia nem sempre deve ser interpretada literalmente. Certamente existem questões importantes na interpretação bíblica que alguém perde se ele aceita a inerrância bíblicaneste sentido.

Mas devemos nos lembrar que o uso do termo por Orr, e os usos semelhantes de teólogos contemporâneos, são distorções de seu significado. Talvez essas distorções tenham se tornado tão frequentes hoje que diminuem a utilidade do termo. Por enquanto, porém, eu gostaria de manter o termo, e explicar às pessoas que me questionam que não estou usando ele no sentido de Orr, mas de maneira semelhante ao confessado pela fé histórica da igreja.

Nós temos um problema aqui: se fosse possível, eu preferiria  abandonar os termos extrabíblicos, incluindo “infalível” e “inerrante”, e simplesmente falar, como a Escritura faz, da Palavra de Deus como verdadeira. Isto é o que todos nós queremos dizer, afinal, quando falamos que a Escritura é inerrante. Mas os teólogos modernos não me deixam fazer isso. Eles redefinem “verdade” como se referisse a uma grande ideia teológica[6], e não permitem que use com o sentido de “precisão”, “confiabilidade” ou “veracidade”. Então, tento usar a palavra “infalível”, uma expressão histórica que, como indiquei em uma nota de rodapé abaixo, é realmente um termo mais forte que “inerrância”. Mas, novamente, os teólogos modernos[7] insistem em redefinir a palavra também, de forma que realmente diz menos que “inerrância”.

Então, qual é nossa alternativa? Mesmo “precisão” ou “veracidade” foram distorcidas por princípios teológicos. “Confiabilidade” parece muito trivial para expressar o que queremos dizer. Então, embora seja um termo que é altamente técnico, e sujeito a mal-entendidos, pretendo manter a palavra “inerrante” como uma descrição da Palavra de Deus, e espero que meus leitores façam o mesmo. A ideia, claro, é mais importante que a palavra. Se conseguir encontrar uma palavra melhor que expresse a doutrina bíblica aos leitores modernos, estarei feliz de usá-la, e abandonarei “inerrância”. Mas, atualmente, “inerrância”, não tem um substituto adequado. Abandonar o termo na situação atual, então, pode comprometer a doutrina, e isto não ousamos fazer. Deus não aceitará ou tolerará juízos humanos e negativos sobre sua santa Palavra. Então, eu concluo: sim, a Bíblia é inerrante.

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Notas:
[1] Alguns ficarão felizes em ver que não estou argumentando como um “fundamentalista” estilo movimento fundamentalista do início do século XX, mas de maneira semelhante à tradição reformada, expondo as implicações da Aliança de Deus conosco. Outros não ficarão.
[2] Não é o testemunho dos homens a Deus, como os teólogos frequentemente sugerem, mas a testemunha de Deus contra os homens.
[3] Para mais sobre o conceito da Escritura como constituição da Aliança, veja M. G. Kline, The Structure of Biblical Authority (Grand Rapids: Eerdmans, 1972). Esse é um estudo muito importante, embora muito negligenciado.
[4] Se for possível, usemos o dicionário – e por que os teólogos não usam o dicionário?! – “infalível” é um termo mais forte que “inerrante”. “Inerrante” significa que não há erros; “infalível” significa que não pode haver erros.
[5] Orr, “Revelation and Inspiration,” em: Millard Erickson, ed., The Living God (Grand Rapids: Baker, 1973), p. 245.
[6] Emil Brunner,”Truth as Encounter.”
[7] Por exemplo, J. Rogers and D. McKim, em The Authority and Interpretation of the Bible (San Francisco: Harper and Row, 1979).

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Fonte: Frame & Poythress
Traduzido por: Josaías Jr
Via: Reforma 21

Nouética: confrontando o homem com a Palavra de Deus


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Dentre as principais formas de aconselhamento cristão, sinto um apreço pela metodologia noutética. O termo “Noutético” é derivado de uma palavra grega que significa “por em mente” (formado de nous, “mente”, e tithemi, “pôr”). O aconselhamento noutético seria então aquele que direciona, ensina, exorta, confronta o aconselhando com os princípios bíblicos. O seu fundamento está na máxima reformada “Sola Scriptura”, e não poderia ser diferente, já que o principal teórico do aconselhamento noutético é Jay Adams. Ele foi o deão do Instituto de Estudos Pastorais e professor de teologia prática no Seminário Teológico Westminster, na Filadélfia, Estados Unidos; graduado com especialização em homilética e oratória; também pastoreou vários ramos da Igreja Presbiteriana da Pensilvânia e Nova Jérsei.

No entanto, vemos o uso de “nouthetéo” nos escritos paulinos. Sempre que o termo aparece, está estritamente associado a uma intenção pedagógica (Atos 20.31, Romanos 15.14, 1 Coríntios 4.14, Colossenses 1.28 e 3.16, 2 Tessalonicenses 3.15 e Tito 3.10). Pode-se afirmar, também, que a teoria noutética se baseia na confrontação de Natã com Davi, depois do pecado que este cometeu contra Urias e Bate-Seba (2Samuel 12).

De acordo com a noutética, o aconselhamento se dá em confrontação com a Palavra. Visando não apenas uma mudança comportamental, ele vai um pouco mais fundo e visa a transformação da cosmovisão, dando as “lentes da Escritura” ao aconselhando. O objetivo da noutética é levar o homem à viver em conformidade com a Lei do Senhor. A santificação, por tanto é o resultado final que os adeptos do aconselhamento noutético desejam alcançar.

Algumas pessoas consideram que a teoria noutética é desumana em alguns pontos, pois sua aplicação seria apenas para que a pessoa aconselhada reconhecesse a sua vida pecaminosa, não se importando com as questões cruciais do ser humano. Afirmam também que ela apenas lança luz aos erros, repreende, mas não encoraja. Todavia, não concordo com tal crítica, pois vemos Jesus utilizar dessa técnica com muito amor e mansidão aos discípulos no caminho de Emaús.

Esta narrativa registrada em Lucas 24: 13-35, mostra dois seguidores de Jesus voltando de Jerusalém muito desanimados após a crucificação de Jesus. Eles estavam frustrados e murmuravam pelo caminho. O Mestre se aproxima, só que eles não o reconheceram. Cristo os instiga a falar. Ouve suas queixas. Se mostra solidário. Mas num determinado momento, Jesus os confronta com as Escrituras e demonstra através de textos veterotestamentários que estes não deveriam se entristecer. O efeito foi tão positivo que os dois homens convidaram o peregrino a cear com eles. Naquele contexto era uma clara demonstração de intimidade, o que mostra que estes ficaram muito à vontade com o “estranho peregrino”. Quando o pão é partido, o Cristo ressurreto se manifesta e os dois discípulos, antes tristes e abandonando o Evangelho por pensar que a cruz tinha posto fim a tudo, voltam para Jerusalém, agora felizes, esperançosos, compondo a Igreja do Senhor.

De igual modo, no já citado exemplo de Davi confrontado por Natã, vemos que o profeta foi bem didático e sutil em sua confrontação e fez com que Davi conhecesse o próprio erro, sem precisar dizer isso. O resultado foi o melhor possível, pois levou ao Rei uma atitude de humilhação diante de Deus.

Outra acusação é a de que a noutética descredencia a Psicologia. Logicamente devemos considerar que a Psicologia tem seus méritos e deméritos, pois a linha freudiana da psicanálise, mais comum e mais utilizada, está repleta de valores antibíblicos. Isto posto, é preferível ficar com a Palavra que é inspirada e inerrante, útil para o ensino da justiça (2Timóteo 3:16).

Por último, tem o problema de que nem todos são cristãos e creem na Palavra, sendo assim, não deveria ser usado no aconselhamento de pessoas incrédulas. Discordo veementemente, pois o texto sagrado é possuidor de uma sabedoria milenar, aplicável a diversas áreas da vida humana. Podemos aplicar valores bíblicos para tratar de negócios, família, complexos, etc. Ademais, também seria uma oportunidade ímpar para anunciar a mensagem libertadora do Evangelho. Como está escrito:

Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” - João 8:31-36

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Fonte: Cristianismo Simples

A mais bela história já contada em 3 Minutos...Um Exemplo!

Um pai diferente, uma história emocionante

A Bíblia é o documento mais historicamente correto de todos os tempos

Chad Hovind, pastor da megaigreja Horizon Community, de 5.000 membros, em Cincinnati, Ohio, quer ajudar os cristãos a entender melhor por que a Bíblia é o documento “mais historicamente correto de todos os tempos”.

Segundo Hovind, a visita do conhecido pregador Josh McDowell à sua igreja ajudou muitas pessoas a “abrirem os olhos” para alguns fatos fascinantes. O autor de “Mais que um carpinteiro” usou em suas palestras um rolo com os cinco primeiros livros da Bíblia (Torá) com cerca de 500 anos de idade. Ele permitiu que os presentes o tocassem e examinassem. Depois, explicou que aquele era um dos poucos manuscritos completos da Torá do mundo que não está em algum museu.


Durante sua apresentação, mostrou como eram as técnicas detalhadas dos antigos escribas judeus para certificarem-se que a Bíblia que temos em nossas mãos hoje ficasse livre de erros.

Para McDowell, as tentativas constantes de atacar a credibilidade histórica da Bíblia são a ameaça mais comum, pois ela é a base da fé cristã. Lamentou que até mesmo os cristãos acreditam em ‘bobagens’ que visam desacreditar a maneira que o texto bíblico foi passado de geração em geração.

O pastor Hovind enfatiza que as explicações de McDowell fizeram muitos dos presentes repensar a maneira como veem as Escrituras Sagradas e que essas verdades deveriam ser mais divulgadas. Para isso, pretende produzir um DVD com esse material, visando a multiplicação do conhecimento.

O rolo que McDowell usa para ensinar sobre o assunto foi copiado por escribas por volta de 1450 dC.  Possui grande valor histórico pois naquela época era muito comum que material religioso deste tipo fosse proibido e muitas vezes queimado, como resultado da perseguição judaica por parte da Igreja Católica.
O compromisso de copiar as Escrituras era uma tarefa sagrada. Havia milhares de métodos de controle de qualidade destinados a assegurar sua confiabilidade. Os escribas eram obrigados a memorizar mais de 4000 leis antes de começar a escrever. Nada poderia ser escrito a partir da memória.

Cada letra das copiadas obedecendo um sistema de três escriba. Depois que um escrevia, outro verificava cuidadosamente cada letra e um terceiro escriba verificava a obra final.  A maioria das cópias completas da Torá tinham cerca de 70 metros de comprimento e levavam mais de três anos para serem terminadas. Após a conclusão, três escribas verificavam o documento antes que ele pudesse ser usado.

Sabe-se que os escribas literalmente contavam as letras do começo ao fim. São exatamente 304.805 letras na Torá, parando a contagem na 152.402a letra (em Levítico 11:42). Ficou estabelecido que a próxima letra era a chamada “letra central”. Se ela não estivesse certa, o pergaminho todo precisava ser reexaminado. Se estivesse correta, continuavam contando para ver se a última letra do pergaminho totalizava 152.402.
As Escrituras eram confirmadas por meio de um rolo de papel que servia como um certificado de que seguira todos os processos necessários, incluindo a verificação de três escribas e o sistema de contagem para confirmação.

Até hoje, não se conhece na história da humanidade nenhum processo de cópia com tamanho compromisso com o controle de qualidade. Hovind e McDowell querem enfatizar aos leitores da Bíblia e também aos seus críticos que as antigas histórias de que as Escrituras foram alteradas ao longo do tempo são bobagem.
Embora as traduções possam variar, é possível ver cópias do documento mais historicamente confiável da história expostas em diversos museus. Ainda que se possa atacar seus ensinamentos, os fatos mostram que não há como questionar a seriedade do processo de cópia e a enorme quantidade de sangue que foi derramado para que o que Deus revelou ao homem fosse preservado. Letra por letra.

Fonte: Gospel Prime

Motivos de Confiança e Encorajamento


Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9-Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;(2Co.4.8).

Quando o apostolo Paulo fala que “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados” logo lembra do que Jesus disse:“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo. 16.33)). Ele nunca disse que não teríamos que enfrentar tribulações, guerras, batalhas, e pode ter certeza que enquanto estivermos aqui, neste mundo do qual não fazemos mais parte, teremos aflições pois a nossa natureza não é mais da terra mais sim do céu assim como Ló :

”E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, por isso via e ouvia sobre as suas obras injustas);”(2Pe2.7-8)

Porém não podemos deixar que a tribulação, domine o nosso coração, e isso acontece quando ela produz a angustia em nosso interior, mas tende bom ânimo: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” (2Co.4.17) e se você tiver a confiança na palavra de Deus, em meio a tribulação você não vai ser vencido pela angustia: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl.46.1) .

Confunda o inferno, como Paulo e Silas que louvaram quando estavam presos e o milagre aconteceu, eles poderiam simplesmente ter deixado a angustia ter tomado conta do seu coração, e ficar sentados parados, murmurando, mas tomaram uma atitude de filho de Deus e louvaram, e quantas vidas foram salvas por conta da atitude de fé, que venceu a angustia e produziu o Peso Eterno de Gloria a Salvação de vidas.

Perplexos Mas Não Desanimados
E quando o Senhor mandou Moisés, enviar homens para espiar a terra de Canaã, a terra da promessa, foram doze enviados e contemplaram, que tudo o que o Senhor tinha falado era verdade, a terra manava leite e mel, porém havia gigantes pra enfrentar, e dez destes doze ficaram perplexos, espantados, desencorajados e ainda desanimaram o povo dizendo: “… Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. (Nm.13.31)  Porém Josué e Calebe tomaram atitude de um filho de Deus e disseram: ”… Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela.” (Nm.13.30) sim ele viram também, como os dez o tamanho do gigante, porém assim como Davi diante do gigante, não deixaram que aquilo gerasse em seu coração o desanimo e creram no poder de Deus, e colheram o fruto da sua fé pois entraram na terra prometida, porém os que não creram pereceram todos no deserto.

Perseguidos Mas Não Desamparados
Se você vive uma vida com Deus, pode ter certeza que vai ser perseguido, foi assim com os profetas, com os discípulos e com Jesus mesmo, e também é assim com você. Mas não adianta te perseguir pois você serve um Deus que não te desampara, lembra que o mar se abriu e os perseguidores pereceram, lembra que Paulo era perseguidor dos Cristãos e Deus o Transformou em perseguido, lembra e creia que aqueles que te perseguem, vão ver o poder de Deus em tua vida. Só santifica ao Senhor em teu coração porque ele não vai te desamparar :

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo. “(1 Pe. 3.15-16)

Abatidos Mas Não Destruídos
Temos que enfrentar momentos difíceis, em que somos abatidos, mesmo estando fazendo a vontade de Deus , mais lembra de José que foi abatido quando os seus irmãos o venderam e acabou virando escravo e depois foi abatido novamente, por conta de uma mentira e virou prisioneiro, mas ele não foi destruído e Deus mudou o quadro e houve uma grande virada e tudo no final teve um proposito, todo mal foi tornado em bem, e Jó que foi abatido até conhecer a Deus não só de ouvir falar, mas de Ver o poder de Deus em sua vida.

“Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bemaventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; ” (1Pe.3.14)

“Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal. Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; ” (1 Pe. 3.17-18)

Deus sempre está no controle daquilo que lhe pertence

Autor: Anderson Gomes