As parábolas que ensinam sobre Deus Jesus Cristo não falava de si mesmo enquanto homem. Mas apresentava-se como a realização do propósito nascido no coração de Deus, o Pai, de que todos o homens retornassem para Ele e descobrissem, outra vez, os grandes planos que preparou desde a fundação do mundo.
Tal qual as parábolas se valem de coisas do dia-a-dia para nos fazer reconhecer o quanto o Todo-poderoso nos ama. Ele mesmo é uma parábola viva, e por isso, quando começamos a nos relacionar com ele, muda a compreensão que temos acerca de Deus.
Passamos a conhece-lo como Jesus nos mostra. JESUS APRESENTA O PAI Deus certamente não é homem, nem pode ser representado por nenhuma imagem e semelhança de Deus, algumas vezes ele é comparado ao homem, como o senhor da vinha, o homem rico que convida a todos para o banquete, o pai que continua amando seu filho que o abandonara por causa do mundo.
Para os judeus, nos tempos do antigo Testamento, Deus era apenas o Todo-poderoso, Criador, Sustentador de todas as coisas, Santíssimo, Digno de toda reverência, mas distante. Tão distante que o povo não ousava sequer pronunciar o seu nome. Usavam um conjunto de quatro letras – o tetragrama sublime.Hoje, num mundo que exclui o sagrado, o nome de Deus para muitas pessoas não merece sequer reverência.
Para outros, é apenas um nome repressor que funciona como um freio moral, impedindo que cometam coisas ainda piores. Uma boa ilustração disto é o final do carnaval: depois de participarem de um evento em que acontece todo o tipo de imoralidade, chamam o último dia de quarta-feira de cinzas, dizendo: Vamos nos penitenciar. Isto soa mais como um escárnio, quando se pode ver pelos meios de comunicação o que acontece nestes dias.
Jesus não invalidou nenhuma das compreensões que os judeus tinham a respeito de Deus. Veio acrescentar. Na parábola do filho pródigo, ou do pai amoroso como alguns gostam de chamar, ele apresenta o pai, com quem desfrutava de íntima comunhão, com quem se identificava, a quem queria que todos conhecessem (Lc 15.11-32).
Jesus veio demonstrar esta nova identidade de Deus, por isso ele disse no evangelho de João que quem o via, via o pai, e que não existia outro meio de se achegar ao Pai que não fosse através dele (Jo 14.6,9). UMA IDENTIDADE ATUAL Deus é apresentado na Bíblia de muitas maneiras. Criador, Sustentador, Todo-poderoso, Homem de guerra, Rei, a Rocha, Eterno, Santo de Israel, Deus dos deuses, zeloso, dono da vinha, Juiz, são algumas das maneiras como ele é reconhecido tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
Reconhecê-lo como Pai, no entanto, é experimentarmos uma proximidade que só Jesus poderia expressar. Esta foi a razão porque ele veio aqui. Se Deus não pudesse ser identificado como Pai, ficaríamos em dúvida quanto à extensão do seu amor por nós. Embora o sentido de justificação estivesse presente no ato de Jesus, pois um preço devia ser pago pelo pecado, o amor é ressaltado ainda mais quando reconhecemos a atitude do Pai.
Na figura do filho pródigo, nos encontramos saindo de casa, exigindo aquilo que não nos pertence e, de acordo com a tradição do tempo de Jesus, quebrando todos os preceitos em relação a isto. Se o pai fosse dar ao filho somente o que lhe pertencia, este filho teria ido embora de mãos vazias. O filho só teria direito a alguma coisa, se tivesse, após a morte do pai.Assim se expressa a graça de Deus como Pai. É algo a que não temos direito, não nos pertence.
Por amor, ele nos oferece tudo sem nada pedir em troca. Deixa-nos fazer o que queremos e ainda nos aceita de volta se nos arrependermos, ou percebemos que a conseqüência de nossos atos é maior do que podemos suportar.
Nestes dias em que vemos a estrutura familiar sendo atacada de todas as formas, ao mesmo tempo em que cresce a violência, a criminalidade, o número de adolescentes e crianças que engravidam, lares que se desfazem pela falta de responsabilidade dos cônjuges, reconhecer Deus como Pai é reconhecer que o seu plano para a família continua atual.As estatísticas demonstram que a maioria daqueles que se envolvem com drogas, prostituição e crimes violentos sofreu com famílias desestruturadas.
A revista Veja divulgou dados estatísticos de que 90 por cento dos casos de violência contra as crianças acontecem dentro de casa e que, em 70 por cento dos casos, quem comete a agressão é o pai ou a mãe biológica (Veja, 15/03/2000) O CONVITE DE DEUS Em Mateus 22.1-14, Jesus apresenta outra parábola que nos fala sobre Deus. Uma figura que nos ilustra o coração do pai, que se alegra em seu filho. Ele não mede esforços e não faz contas para preparar uma festa digna daquele acontecimento.
Mas que também se entristece e sente-se ofendido quando seus convidados fazem pouco caso do seu convite. Este convite não é feito apenas para que todos venham para seu próprio deleite e prazer, mas para honra do Rei e de seu filho. Quando recebe a recusa dos convidados, isto é interpretado como sendo um insulto a ele mesmo.
Quando Deus convida as pessoas para o arrependimento e a salvação, foi para sua glória e honra. Deus é a própria razão de nos querer de volta para si. Foi com este propósito que nos criou. Desprezar o seu convite e recusar-se a comparecer ao seu banquete na significa apenas perder a festa, mas ofende-lo.Besta razão não há perdão. Deus não aceita que algo possa ser mais importante na vida do homem do que ele mesmo. Não por egoísmo dele, mas por que tem preparado para nós um banquete inigualável, que ninguém pode oferecer igual.
Mas ao mesmo tempo, que ninguém pode oferecer igual. Mas ao mesmo tempo, ele nos chama a atenção para a responsabilidade que temos. Ele prepara a festa com um banquete farto, envia o convite a todos, mas a decisão está com os convidados. Recusar o seu convite é mais que perder as bênçãos da salvação, é sujeitar-se às conseqüências da sua justiça. Hoje é comum encontrarmos os pregadores e as igrejas do banquete fácil, com apelos do tipo: venha para cá e você será feliz.
Convidam as pessoas para seu próprio deleite, como se Deus fosse apenas o presidente de um clube social. Deixam a santidade e a autoridade do Senhor pelos cantos. Cantam, cantam muito, de tal forma que muitas vezes não deixam tempo para que Deus fale através da sua Palavra. Fazem do pecado uma coisa fora de moda, da qual não se deve falar mais hoje em dia. Esquecem que a figura de rei já não faz parte de nossa cultura política há quase 180 anos, mas que Deus continua sendo o mesmo ontem, hoje e ainda o será amanhã.
UMA PALAVRA SOBRE O ESPÍRITO SANTO Com uma pequena parábola falando sobre as coisas da natureza, Jesus lembra a atuação do Espírito Santo. Utiliza uma linguagem que era comum no Velho Testamento e seus ouvintes conheciam. Era familiar a profecia do vale dos ossos secos, em que a Ezequiel é dito para profetizasse ao vento para viesse e soprasse sobre os ossos e lhes trouxesse a vida. Eram meros ossos secos, até que veio o vento sobre ele e começaram a juntar-se, e carne e músculos os cobriram, Ezequiel recebeu a explicação de que aquilo representava a colocação do seu Espírito sobre eles, e era o símbolo de um novo nascimento para o seu povo.
A Nicodemos Jesus disse que era necessário nascer de novo. Não fisicamente, mas do espírito, e, para explicar-lhe o que queria dizer, complementou: “o vento sopra onde quer e ouves o seu som, mas não sabes de onde vem e nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jô 3.8). Quantos Têm se esquecido desta lição e estão anunciando que fazem o que querem com o Espírito…
Recentemente surgiram grupos e pregadores que dizem soprar o espírito sobre as pessoas. Quantos ficam impressionados ao verem pessoas serem sopradas, e por sugestão ou empurrão, caírem ao chão, como se algo sobrenatural lhes tivesse acontecido.
Não podemos esquecer que Deus é Deus. E se o Espírito é de Deus, não pode ser tratado como se fosse um brinquedo que tomamos ou largamos quando queremos. Mas é ele que vem sobre nós e nos capacita, segundo a sua vontade, para realizarmos aqueles propósitos que Deus tem reservado para cada um (Lc 11.13 e 12.12).
Deus estava interessado em nos trazer as parábolas, de tal forma que pudéssemos conhece-lo. Os profetas no Antigo Testamento e Jesus, no Novo, foram instrumentos através de que elas nos chegaram e o Espírito Santo, conforme fora prometido, foi quem trouxe todas as coisas à memória dos evangelistas para que deixassem registradas para nós estas preciosidades da Palavra de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário