sábado, 6 de setembro de 2025

Tito 3:1-8 / Da Graça à Ação

 

Shalom. Que a paz do Eterno esteja sobre você.

Mergulhemos na Palavra do Eterno para extrair dela o alimento para a nossa alma.

Pregar sobre Tito 3:1-8 é um chamado a refletir sobre a essência do evangelho e a sua manifestação prática na vida do crente.

 

A revelação da graça e a nossa responsabilidade de vivê-la.

 

A Graça que Transforma:

Da Vida Antiga à Nova Criação

 

Texto Base: Tito 3:1-8

 

Introdução: A Realidade da Graça

O apóstolo Paulo, escrevendo a Tito em Creta, não está apenas dando conselhos de liderança; ele está pintando o retrato do que significa ser um crente em Yeshua, em um mundo caído.

Ele começa com a atitude do crente na sociedade e termina com o fundamento eterno da nossa salvação. O que vamos ver hoje é a jornada da graça: de como éramos para o que nos tornamos, tudo por meio do amor incondicional de Deus.

 

Versículos 1-2:

A Conduta Pública do Crente

Lembra-lhes que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda boa obra; que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens.”

 

Paulo começa com um chamado direto à obediência cívica e ao respeito. Em um mundo onde a rebelião é comum, o crente deve ser um cidadão exemplar. "L’hisha’bed" (לְהִשְׁתַּעְבֵּד), que significa "submeter-se" ou "estar em servidão". Um verbo relacionado é "Shituf" (שִׁיתּוּף), que é a ideia de obediência e parceria, algo que remete à ideia de sujeição voluntária.

Não é uma submissão por medo, mas por princípio.

Jimmy Swaggart costumava dizer que a ordem em nossas vidas começa com a ordem em nosso espírito, e isso se reflete na nossa submissão às autoridades.

 

Além disso, Paulo nos instrui a evitar a calúnia ("não infamem") e a contenda. Em vez disso, devemos mostrar "toda mansidão para com todos os homens." A mansidão não é fraqueza, mas força controlada. É o fruto de um espírito que foi transformado pela graça.

 

Versículo 3:

O Retrato da Nossa Vida Antiga

 

Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.”

 

Este é um espelho para todos nós. Antes da graça, essa era a nossa realidade. A palavra "insensatos" ("Peti" (פֶּתִי), que se refere a uma pessoa ingênua, que se deixa enganar facilmente por falta de sabedoria e conhecimento. Outra palavra que reflete a insensatez espiritual é "Sakal" (סָכָל), que é um termo mais forte para "tolo" ou "néscio".) nos mostra que a nossa mente era obscurecida pelo pecado. Vivíamos em desobediência, seguindo os nossos próprios caminhos. O versículo é uma lista de vergonha: "malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros".

 

Billy Graham uma vez disse: "A Bíblia não está nos enganando quando ela nos diz que somos pecadores. Nossas próprias vidas nos provam isso."

Esse versículo nos lembra de onde viemos. A graça de Deus não nos encontrou bonitos; ela nos encontrou na lama do nosso pecado. Essa é a verdade que nos mantém humildes.

 

 

Versículos 4-5a:

O Amor e a Salvação de Deus

 Mas quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou…”

 

O "mas" no início do versículo 4 é a virada dramática do texto. Ele é a ponte do inferno para a glória. A nossa salvação não se baseou em "obras de justiça que houvéssemos feito". Paulo é enfático. A salvação é unicamente um ato de misericórdia ("Rachamim" (רַחֲמִים), que vem da raiz de "útero" (rechem), indicando um amor e compaixão profundos, semelhantes ao de uma mãe por seu filho. É a misericórdia que vem de um lugar de amor e afeto.). É a benignidade e o amor de Deus que se manifestaram em Yeshua, o Messias.

 

Nós não merecíamos, não podíamos conquistar, mas Ele, em Sua misericórdia, nos salvou. Esse é o fundamento do evangelho: a graça.

Versículo 5b:

O Processo da Regeneração

 “…pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.”

 

A salvação não é apenas uma declaração de perdão, é uma transformação radical. "Lavagem da regeneração" (Em hebraico, a ideia é expressa por "Leida Chadasha" (לֵידָה חֲדָשָׁה), que significa "novo nascimento" ou "renascimento"). Somos feitos novas criaturas. A "renovação do Espírito Santo" (Em hebraico, o termo é "Chidush" (חִדּוּשׁ), que significa "renovação" ou "inovar". Refere-se a um processo contínuo de transformação espiritual.) aponta para uma transformação contínua em nosso interior.

 

O Messias nos dá um novo coração e uma nova mente. Jimmy Swaggart sempre pregou sobre a obra do Espírito Santo como a força que capacita o crente a viver uma vida de santidade. O Espírito não nos deixa na nossa antiga natureza; Ele nos renova.

 

Versículos 6-7:

A Fonte da Graça e a Justificação

Que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”

 

O Espírito Santo é "derramado abundantemente". Não é uma gota, mas um rio. Ele é a garantia da nossa salvação. E qual é o resultado? Somos "justificados pela sua graça." Ser justificado (em hebraico é "Lehatzdiq" (לְהַצְדִיק), que tem o sentido de "declarar justo" ou "considerar justo").

Esse é o ato de Deus, que nos declara justos, não por nossos méritos, mas pela fé na obra do Messias. Não porque somos, mas porque o nosso Messias é.

 

O apóstolo Paulo diz em Romanos 5:1, que "tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus". A justificação nos torna herdeiros da "esperança da vida eterna".

 

Billy Graham disse: "A esperança cristã não é um desejo vago, mas uma expectativa certa baseada nas promessas de Deus." Nossa esperança não é em nós mesmos, mas na obra completa de Yeshua.

 

Versículo 8:

A Palavra Fiel e o Propósito

Esta é uma palavra fiel, e quero que a confirmes com veemência, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se a boas obras; essas coisas são boas e proveitosas aos homens.”

 

Paulo conclui com uma declaração solene: "Esta é uma palavra fiel." A verdade sobre a salvação pela graça é a base sólida sobre a qual devemos construir. E qual é o propósito dessa verdade? Para que "os que creem em Deus procurem aplicar-se a boas obras."

 

As boas obras não são a causa da nossa salvação, mas a sua evidência. A graça não nos dá uma licença para pecar, mas um impulso para viver em santidade.

Nossas vidas devem ser uma resposta grata à misericórdia que recebemos.

"A verdadeira fé se manifesta em ações, a Halakhá (o caminhar) é a prova da Emuná (a fé)."

 

Concluindo: Da Graça à Ação

A mensagem de Tito 3:1-8 é clara: A graça de Deus nos salvou, nos transformou e nos deu um propósito. Fomos resgatados do nosso passado sombrio para viver uma vida que glorifica a Ele, não para sermos melhores que os outros, mas para sermos testemunhas da Sua bondade.

 

Que o Senhor nos ajude a viver esta verdade, sendo humildes, mansos, e sempre dispostos a fazer o bem, pois a nossa fé não é uma teoria, mas um estilo de vida transformado.

Que o Senhor nos abençoe com o entendimento completo desta Palavra.

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