Shalom. Que a paz do Eterno esteja sobre você.
Mergulhemos na Palavra do
Eterno para extrair dela o alimento para a nossa alma.
Pregar sobre Tito 3:1-8 é um chamado a refletir
sobre a essência do evangelho e a sua
manifestação prática na vida do crente.
A revelação da graça e a nossa
responsabilidade de vivê-la.
A Graça que Transforma:
Da Vida Antiga à Nova Criação
Texto Base: Tito 3:1-8
Introdução: A Realidade da Graça
O apóstolo Paulo, escrevendo a Tito em Creta, não está
apenas dando conselhos de liderança; ele está pintando o retrato do que
significa ser um crente em Yeshua, em um mundo caído.
Ele começa com a atitude do crente na sociedade e termina
com o fundamento eterno da nossa salvação. O que vamos ver hoje é a jornada da
graça: de como éramos para o que nos tornamos, tudo por meio do amor
incondicional de Deus.
Versículos 1-2:
A Conduta Pública do Crente
“Lembra-lhes que se sujeitem
aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda
boa obra; que a ninguém infamem, nem sejam
contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens.”
Paulo começa com um chamado direto à obediência cívica e
ao respeito. Em um mundo onde a rebelião é comum, o crente deve ser um cidadão
exemplar. "L’hisha’bed" (לְהִשְׁתַּעְבֵּד),
que significa "submeter-se" ou "estar em servidão".
Um verbo relacionado é "Shituf"
(שִׁיתּוּף),
que é a ideia de obediência e parceria, algo que remete à ideia de sujeição
voluntária.
Não é uma submissão por medo, mas por princípio.
Jimmy Swaggart costumava dizer que a ordem em nossas vidas começa com a ordem em nosso
espírito, e isso se reflete na nossa submissão às autoridades.
Além disso, Paulo nos instrui a evitar a calúnia ("não infamem") e a contenda. Em vez disso,
devemos mostrar "toda mansidão para com todos
os homens." A mansidão não é fraqueza, mas força controlada. É o
fruto de um espírito que foi transformado pela graça.
Versículo 3:
O Retrato da Nossa Vida Antiga
“Porque também nós éramos
noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias
concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos
uns aos outros.”
Este é um espelho para todos nós. Antes da graça, essa
era a nossa realidade. A palavra "insensatos"
("Peti" (פֶּתִי),
que se refere a uma pessoa ingênua, que se deixa enganar facilmente por falta
de sabedoria e conhecimento. Outra palavra que reflete a insensatez espiritual
é "Sakal" (סָכָל),
que é um termo mais forte para "tolo" ou "néscio".) nos
mostra que a nossa mente era obscurecida pelo pecado. Vivíamos em
desobediência, seguindo os nossos próprios caminhos. O versículo é uma lista de
vergonha: "malícia e inveja, odiosos,
odiando-nos uns aos outros".
Billy Graham uma vez disse: "A Bíblia não está nos enganando quando ela nos diz que somos
pecadores. Nossas próprias vidas nos provam isso."
Esse versículo nos lembra de onde viemos. A graça de Deus
não nos encontrou bonitos; ela nos encontrou na lama do nosso pecado. Essa é a
verdade que nos mantém humildes.
Versículos 4-5a:
O Amor e a Salvação de Deus
“Mas quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso
Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito,
mas segundo a sua misericórdia, nos salvou…”
O "mas"
no início do versículo 4 é a virada dramática do texto. Ele é a ponte do inferno para a glória.
A nossa salvação não se baseou em "obras de justiça que houvéssemos
feito". Paulo é enfático. A salvação é unicamente um ato de misericórdia ("Rachamim"
(רַחֲמִים),
que vem da raiz de "útero" (rechem), indicando um amor e compaixão
profundos, semelhantes ao de uma mãe por seu filho. É a misericórdia que vem de
um lugar de amor e afeto.). É a benignidade e o amor de Deus que se
manifestaram em Yeshua, o Messias.
Nós não merecíamos, não podíamos conquistar, mas Ele, em
Sua misericórdia, nos salvou. Esse é o fundamento do evangelho: a graça.
Versículo 5b:
O Processo da Regeneração
“…pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo.”
A salvação não é apenas uma declaração de perdão, é uma
transformação radical. "Lavagem da regeneração" (Em hebraico, a ideia
é expressa por "Leida Chadasha"
(לֵידָה חֲדָשָׁה),
que significa "novo nascimento" ou
"renascimento"). Somos feitos
novas criaturas. A "renovação do Espírito Santo" (Em hebraico, o
termo é "Chidush" (חִדּוּשׁ),
que significa "renovação" ou
"inovar". Refere-se a um processo
contínuo de transformação espiritual.) aponta para uma transformação contínua
em nosso interior.
O Messias nos dá um novo coração e uma nova mente. Jimmy
Swaggart sempre pregou sobre a obra do Espírito Santo como a força que capacita o crente a viver uma vida de
santidade. O Espírito não nos deixa na nossa antiga natureza; Ele nos renova.
Versículos 6-7:
A Fonte da Graça e a Justificação
“Que ele derramou
abundantemente sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos
feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”
O Espírito Santo é "derramado abundantemente".
Não é uma gota, mas um rio. Ele é a garantia da nossa salvação. E qual é o
resultado? Somos "justificados pela sua graça." Ser justificado (em
hebraico é "Lehatzdiq" (לְהַצְדִיק),
que tem o sentido de "declarar justo"
ou "considerar justo").
Esse é o ato de Deus, que nos declara justos, não por
nossos méritos, mas pela fé na obra do Messias. Não porque somos, mas porque o
nosso Messias é.
O apóstolo Paulo diz em Romanos 5:1, que "tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus".
A justificação nos torna herdeiros da "esperança da vida eterna".
Billy Graham disse: "A esperança cristã não é um
desejo vago, mas uma expectativa certa baseada nas promessas de Deus."
Nossa esperança não é em nós mesmos, mas na obra completa de Yeshua.
Versículo 8:
A Palavra Fiel e o Propósito
“Esta é uma palavra fiel, e
quero que a confirmes com veemência, para que os que creem em Deus procurem
aplicar-se a boas obras; essas coisas são boas e proveitosas aos homens.”
Paulo conclui com uma declaração solene: "Esta é uma palavra fiel." A verdade sobre a
salvação pela graça é a base sólida sobre a qual devemos construir. E qual é o propósito dessa verdade? Para que
"os que creem em Deus procurem aplicar-se a boas obras."
As boas obras não são a causa da nossa salvação, mas a sua evidência. A graça não nos dá uma licença
para pecar, mas um impulso para viver em santidade.
Nossas vidas devem ser uma resposta grata à misericórdia
que recebemos.
"A verdadeira fé se manifesta em ações, a Halakhá
(o caminhar) é a prova da Emuná (a fé)."
Concluindo: Da Graça à Ação
A mensagem de Tito 3:1-8 é clara: A graça de Deus nos salvou,
nos transformou e nos deu um propósito. Fomos resgatados do nosso passado
sombrio para viver uma vida que glorifica a Ele, não
para sermos melhores que os outros, mas para sermos testemunhas da Sua
bondade.
Que o Senhor nos ajude a viver esta verdade, sendo humildes,
mansos, e sempre dispostos a fazer o bem, pois
a nossa fé não é uma teoria, mas um estilo de vida transformado.
Que o Senhor nos abençoe
com o entendimento completo desta Palavra.
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