Cântico dos Cânticos 2:1-2 – O LÍRIO ENTRE OS ESPINHOS
Versículos do hebraico transliterado:
"Ani chavatselet HaSharon, shoshanat ha-amakim."
("Eu sou a rosa de Sharon, o lírio dos vales.")
"KeShoshana bein ha-chochim, ken ra'yati bein habanot."
("Como o lírio entre os espinhos, assim é a minha amada entre as donzelas.")
Introdução – Um livro de amor divino
O Cântico dos Cânticos (Shir HaShirim) é mais do que uma poesia romântica. Para os sábios de Israel, ele é o Santo dos Santos das Escrituras (Rabi Akiva). Cada palavra revela o amor de Hashem por Israel. Mas, à luz da revelação em Yeshua HaMashiach, entendemos que esse amor também se manifesta na redenção e no corpo messiânico, formado de judeus e gentios. O “lírio entre os espinhos” nos mostra como Deus vê Seu povo em meio a um mundo hostil.
I. O LÍRIO – ISRAEL E A KEHILÁ
Na tradição judaica, o lírio é Israel. Israel é pequeno e delicado, mas belo aos olhos de Deus. Mesmo entre perseguições, continua florescendo. É o povo que carrega a Torá, a luz para as nações.
Em Yeshua, este lírio se abre também para incluir a kehilá messiânica – os que foram enxertados na oliveira.
Transliteração de Romanos 11:17:
"Ve'im miqtsat ha'anafim nir'atu ve'atah she'atah zayit bar huqavat bam...
(E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo a oliveira brava, foste enxertado entre eles...)
Assim, tanto Israel quanto os discípulos de Yeshua compartilham dessa identidade: um povo amado, separado, escolhido.
Aplicação: Você pode até se sentir frágil, mas aos olhos de Deus é um lírio que Ele plantou com propósito.
II. OS ESPINHOS – AS NAÇÕES E O MUNDO
Na visão rabínica, os espinhos são as nações que tentaram sufocar Israel. Egito, Babilônia, Roma – cada império foi um espinho, mas nenhum conseguiu destruir a flor.
Na aplicação messiânica, os espinhos representam também o sistema do mundo, o pecado e até a oposição espiritual que tenta sufocar a fé. Mas quanto mais espinhos aparecem, mais o lírio se destaca. Israel permaneceu. A kehilá continuou viva, mesmo sob perseguições. O discípulo fiel brilha em santidade, ainda que cercado por pressões.
Aplicação: O contraste entre o lírio e os espinhos mostra que você não precisa se misturar para sobreviver. Quanto mais espinhos ao redor, mais Deus faz o Seu povo brilhar.
III. O AMOR DO NOIVO – A ALIANÇA ETERNA
O Noivo contempla o lírio e o chama de “minha amada”. Isso fala do amor de Hashem por Israel e, em Yeshua, do amor do Messias pela Sua noiva.
Ele vê beleza onde o mundo vê fraqueza – Hashem chamou Israel de amado mesmo no deserto. Em Yeshua, Ele nos chama de nova criação.
Transliteração de 2 Coríntios 5:17:
"Lachen im ish baMashiach, beriah chadashah hu..."
(Assim, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura...)
Ele protege no meio dos espinhos – Assim como o lírio não é sufocado, Israel não foi destruído, e a kehilá também não será.
Ele promete consumação – O lírio ainda florescerá plenamente no tempo messiânico. Em Yeshua, esperamos as bodas do Cordeiro.
Transliteração de Apocalipse 19:7:
"Nismechu ve-gilu, veniten lo et hakavod, ki ba chaveret ha'seh..."
(Regozijemo-nos e exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro...)
O amor do Noivo não é teórico, é prático. Ele se entregou por nós e continua a nos sustentar.
Transliteração de João 3:16:
"Ki ken ahav Elohim et ha'olam, ad she'natan et b'no y'chido..."
(Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito...)
Concluindo – O lírio continua florescendo
Na visão rabínica, o lírio é Israel. Na visão messiânica, o lírio é Israel e todos os que foram enxertados nele através de Yeshua. O mundo pode ser cheio de espinhos, mas o lírio não perde sua beleza. Israel permanece vivo porque Deus é fiel à Sua aliança. A kehilá floresce porque Yeshua é o Noivo que a sustenta.
Mensagem final: Você é um lírio entre os espinhos. Você não é esquecido, não é comum, não é descartável. Você é amado, separado e guardado para o Noivo eterno. E um dia, todos verão o jardim completo florescer – quando o Messias reinar em Sião.
Ilustração – O Lírio em Meio aos Espinhos
Imagine que eu trago aqui diante de vocês um vaso cheio de espinhos. Espinhos secos, duros, sem cor, sem vida. Só de olhar já parece doloroso.
Agora, bem no centro desse vaso, coloco um lírio branco.
A beleza é imediata: no meio de tanta secura, aquele lírio chama atenção, exala perfume, enche de vida.
Os espinhos não mudam a essência do lírio.
Eles podem cercá-lo, mas não podem roubar sua cor, nem seu perfume, nem sua vida.
Assim é Israel em meio às nações.
Assim é a noiva de Yeshua em meio ao mundo.
Assim é você: um lírio entre espinhos.
Mensagem da ilustração:
Os espinhos não definem quem você é.
É o olhar do Noivo que define: “Tu és meu lírio”.
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