quinta-feira, 29 de setembro de 2011


Armadura & Armas

 
A localização da Palestina no encontro de três continentes lhe deu uma importância estratégica no Velho Mundo de proporções um tanto superdimensionadas. Circundada pelas grandes potências militares (Egito, Mesopotâmia, os hititas de Anatólia), aquela faixa de terra era constantemente alvo das ambições agressivas de outras nações. A invenção de novas armas, fortificações e táticas exerceram profunda influência sobre outras invenções. Inovação tática de um lado levava a invenção de contra-armas de outro.
Os três elementos básicos da arte de guerrear são mobilidade, poder de fogo e segurança. As armas em si raramente determinavam os resultados da batalha, particularmente quando ambos os lados estavam competindo equilibradamente.
A habilidade com que estratégia e tática foram disponibilizadas, o espírito do comandante em dirigir sua tropa e a precisão com que elas manejam suas armas foram fatores importantes em muitas batalhas mencionadas na Bíblia. Se bem que a Bíblia deixa claro que o fator mais decisivo para o sucesso de Israel na guerra foi sua obediência e a vontade de Deus.

ARMAS DE ATAQUE

O arsenal de um comando militar na antiguidade consistia da variedade de armas ofensivas destinadas a manter o inimigo envolvido a longo, médio e curto prazo. O arco e o estilingue eram as principais armas desenvolvidas para um conflito de longa distância, o dardo e a lança para média distância; a espada, o machado e a clava para curta distância.

ARCO

Os primeiros arcos eram feitos de uma peça de madeira sazonal. Nenhum tipo de arco de madeira, entretanto, tinha a leveza, rigidez e elasticidade requerida. Pouco a pouco pensou-se em combinar diversas madeiras naturais, partes de chifre e tendões de animal, e chegar-se à construção de um arco que conjugasse todas as demandas. A composição do arco resultante tornou-se uma arma de suprema importância. O arco de corda era feito de cipó, corda natural, couro curtido ou de intestinos de boi ou camelo. O arco era retesado com a mão (II Reis 13:16), usualmente curvado com o pé, o que requeria força considerável. (II Samuel 22:35; Jeremias 51:3)

FUNDA

Complementando o arco havia a funda, usada originalmente pelos pastores para afastar animais que molestassem suas ovelhas (I Samuel 17:40). A funda gradualmente assumiu importância como uma arma de guerra, sendo sua principal vantagem a simplicidade. Uma funda não só exigia pequena habilidade técnica para ser produzida, como as pedras usadas como projéteis estavam disponíveis no chão. Um fundista treinado podia atirar um míssil a 183 m de distância em qualquer terreno. A capacidade da funda para atirar em ângulo ascendente numa ladeira íngreme era particularmente importante num ataque a uma cidade cercada de fortificações. Sua principal desvantagem era que requeria treino intenso e experiência para conseguir habilidade no seu uso (Juízes 20:16).

DARDO E LANÇA

Essas duas armas eram empregadas para combates de média-distância e eram similares em aparência, mas diferentes em comprimento e operação. O dardo, geralmente mais leve e menor que a lança, era usado para lançamento. Parecia um grande arco que era arremessado com a mão. A lança era similar, porém maior, mais pesada e empregada inicialmente como uma arma contundente (Números 25:7-8). Os monumentos militares mais antigos conhecidos mostram que a lança já estava bem desenvolvida.

ESPADA

Um dos primeiros objetos feitos de ferro, a espada era empregada para perfurar ou golpear. A espada perfurante desenvolvida como uma lâmina estreita e longa, se afinava na ponta para furar o corpo. Suas bordas finas eram tão afiadas que podiam servir como instrumento de corte. A espada golpeante, por outro lado, tinha somente uma borda afiada, com a parte mais larga da lâmina não no centro mas ao longo de sua borda cega.

 Essa espada era quase sempre curva, dando-lhe muitas vezes a aparência de uma foice, mas com a borda externa, convexa afiada como a lâmina cortante. O amplo uso das espadas de lâmina longa naquele tempo, explicam a frase repetidamente usada na Bíblia para descrever as conquistas de Josué sobre os cananitas: Josué os atingiu com a borda da espada (Josué 8:24; 10:28-39).

 Essa expressão seria imprópria para a ação de uma espada curta, reta e estreita usada como uma arma contundente. Um excelente exemplar de espada curva foi encontrado em Gezer na Palestina, no túmulo de um nobre, datando da primeira metade do século 14 AC. O mesmo tipo de lâmina foi também retratado numa antiga escultura em marfim de Megido, nos idos do séc 13 AC. Durante aqueles séculos ocorreram avanços na tecnologia de forjar o ferro, que se refletiram no desenvolvimento de espadas retas, muito usadas por alguns povos, entre eles os filisteus. 

No tempo de Saul, os filisteus usaram sua tecnologia para se estabelecerem como habitantes da cidade e como presença militar dominante na terra. Sua superioridade militar baseava-se em carruagens e numa infantaria equipada com armamentos pessoais de alta qualidade. Supervisionavam cuidadosamente a forjaria do metal bruto e impediam os israelitas de desenvolverem suas próprias forjarias (I Samuel 13:19-22). A alternância de poder dos filisteus para os israelitas não poderia ocorrer a menos que essa situação se modificasse.

CLAVA E MACHADO

A clava e o machado, desenvolvidos como alternativa para a espada antes que o metal bruto fosse forjado, eram destinados para luta manual. Consistiam de um punho de madeira comparativamente curto, uma de suas extremidades revestida de uma cabeça letal feita de pedra ou metal. As armas eram balançadas como um martelo para obter o efeito de um soco. 

A cabeça tinha que ser presa fortemente ao punho para prevenir que se soltasse ou quebrasse. O punho de ambos, tanto da clava quanto do machado, tinha que ser alargado, estreitando-se em direção à ponta, para prevenir que a arma escorregasse da mão do guerreiro quando manuseada. Essas armas eram carregadas na mão ou atadas à cintura através de um cinto. A clava era usava para surrar e esmagar, o machado para perfurar e cortar.

PROTEÇÃO DEFENSIVA

A mobilidade de um exército e seu poder de fogo estariam seriamente comprometidos, se os soldados não estivessem individualmente protegidos no campo de batalha.

ESCUDO

Destinado a estabelecer uma barreira entre o corpo de um soldado e a arma de seu inimigo, o escudo era um dos mais antigos meios de proteção. No tempo dos juízes e dos primeiros reis israelitas, importantes guerreiros eram freqüentemente protegidos por um escudo bem grande. Era carregado num suporte especial que permanecia sempre do seu lado direito e desprotegido, funcionando como um guarda-corpo (Juízes 9:54; I Samuel 14:1; 17:7; II Samuel 18:15). 

O lado direito de um combatente armado era desprotegido porque ele carregava suas armas na mão direita e o escudo na esquerda. O suporte do escudo, no entanto, tinha que ficar no seu lado mais vulnerável - o direito - para protegê-lo (I Samuel 17:41; Salmo 16:8). Naquele tempo era comum ungir o escudo como parte da consagração de um guerreiro israelita e suas armas de batalha (II Samuel 1:21).

COURAÇA

A couraça pessoal protegia o corpo do combatente de ferimento enquanto usava suas mãos livremente para manejar suas armas. O modelo primitivo de couraça deu origem à longa armadura. Consistia de uma túnica comprida feita de couro ou alguma fibra resistente. Era relativamente simples de ser produzida, leve o suficiente para permitir total mobilidade e oferecia proteção para o peito, abdome, costas, coxas e pernas.

 Equipado dessa forma, o soldado precisaria ter somente um pequeno escudo para proteger os braços e o rosto. Na era do Bronze foi desenvolvido o casaco de malha, que consistia em centenas de pequenas peças sobrepostas de metal unidas como escamas de peixe e costuradas na superfície de uma túnica de tecido ou couro. Antigos documentos afirmam que entre 400 e 600 grandes escamas e muitas centenas de escalas menores eram usadas na produção de um único couraça. 

Escamas menores e fileiras mais estreitas eram usadas nas partes que requeriam mais flexibilidade, como a garganta e o pescoço. A peça resultante era relativamente flexível, permitindo liberdade de movimento, enquanto as escamas de metal rígido possibilitavam maior proteção pessoal do que o couro e a fibra.

CAPACETE

Considerando-se que a parte mais vulnerável de um soldado em combate era sua cabeça, havia, desde o fim do quarto milênio AC, preocupação com alguma forma de capacete protetor. Capacetes de bronze foram usados por Golias e por Saul (I Samuel 17:5, 38). Embora durante séculos fosse equipamento básico para a infantaria pesada de exércitos estrangeiros, o capacete não parecia ser uma proteção comum dos soldados do exército israelita durante o período da monarquia unida. Dentre as reformas militares introduzidas pelo Rei Uzias no séc. IX AC estava a provisão de capacetes para o exército do reino de Judá (II Crônicas 26:14).

Entretanto, como a Bíblia deixa claro, Deus é a verdadeira Cabeça e Protetor de seus guerreiros e quando Israel se esquecia disso, seus soldados eram derrotados.

Fonte: iLúmina

A VIDA DO APÓSTOLO PAULO

“Ele era um homem de pequena estatura”, afirmam os Atos de Paulo, escrito apócrifo do segundo século, “parcial-mente calvo, pernas arqueadas, de compleição robusta, olhos próximos um do outro, e nariz um tanto curvo.”

Se esta descrição merecer crédito, ela fala um bocado mais a respeito desse homem natural de Tarso, que viveu quase sete décadas cheias de acontecimentos após o nascimento de Jesus. Ela se encaixaria no registro do próprio Paulo de um insulto dirigido contra ele em Corinto. “As cartas, com efeito, dizem, são graves   e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra desprezível” (2 Co 10:10).

Sua verdadeira aparência teremos de deixar por conta dos artistas, pois não sabemos ao certo. Matérias mais importantes, porém, demandam atenção — o que ele sentia, o que ele ensinava, o que ele fazia.
Sabemos o que esse homem de Tarso chegou a crer acerca da pessoa e obra de Cristo, e de outros assuntos cruciais para a fé cristã. As cartas procedentes de sua pena, preservadas no Novo Testamento, dão eloqüente testemunho da paixão de suas convicções e do poder de sua lógica.

Aqui e acolá em suas cartas encontramos pedacinhos de autobiografia. Também temos, nos Atos dos Apóstolos, um amplo esboço das atividades de Paulo. Lucas, autor dos Atos, era médico e historiador gentio do primeiro século.
Assim, enquanto o teólogo tem material suficiente para criar intérminos debates acerca daquilo em que Paulo acreditava, o historiador dispõe de parcos registros. Quem se der ao trabalho de escrever a biografia de Paulo descobrirá lacunas na vida do apóstolo que só poderão ser preenchidas por conjeturas.

A semelhança de um meteoro brilhante, Paulo lampeja repentinamente em cena como um adulto numa crise religiosa, resolvida pela conversão. Desaparece por muitos anos de preparação. Reaparece no papel de estadista missionário, e durante algum tempo podemos acompanhar seus movimentos através do horizonte do primeiro século. Antes de sua morte, ele flameja até entrar nas sombras além do alcance da vista.

Sua Juventude:
Antes, porém, que possamos entender Paulo, o missionário cristão aos gentios, é necessário que passemos algum tempo com Saulo de Tarso, o jovem fariseu. Encontramos em Atos a explicação de Paulo sobre sua identidade: “Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia” (At 21:39). Esta afirmação nos dá o primeiro fio para tecermos o pano de fundo da vida de Paulo.

A) Da Cidade de Tarso. No primeiro século, Tarso era a principal cidade da província da Cilícia na parte oriental da Ásia Menor. Embora localizada cerca de 16 km no interior, a cidade era um importante porto que dava acesso ao mar por via do rio Cnido, que passava no meio dela.
Ao norte de Tarso erguiam-se imponentes, cobertas de neve, as montanhas do Tauro, que forneciam a madeira que constituía um dos principais artigos de comércio dos mercadores tarsenses. Uma im­portante estrada romana corria ao norte, fora da cidade e através de um estreito desfiladeiro nas montanhas, conhecido como “Portas Cilicianas”. Muitas lutas militares antigas foram travadas nesse passo entre as montanhas.

Tarso era uma cidade de fronteira, um lugar de encontro do Leste e do Oeste, e uma encruzilhada para o comércio que fluía em ambas as direções, por terra e por mar. Tarso possuía uma preciosa herança. Os fatos e as lendas se entremesclavam, tornando seus cidadãos ferozmente orgulhosos de seu passado.
O  general romano Marco Antônio concedeu-lhe o privilégio de libera civitas(“cidade livre”) em 42 a.C. Por conseguinte, embora fizesse parte de uma província romana, era autônoma, e não estava sujeita a pagar tributo a Roma. As tradições democráticas da cidade-estado grega de longa data estavam estabelecidas no tempo de Paulo.

Nessa cidade cresceu o jovem Saulo. Em seus escritos, encontramos reflexos de vistas e cenas de Tarso de quando ele era rapaz. Em nítido contraste com as ilustrações rurais de Jesus, as metáforas de Paulo têm origem na vida citadina.
O reflexo do sol mediterrânico nos capacetes e lanças romanos teriam sido uma visão comum em Tarso durante a infância de Saulo. Talvez fosse este o fundo histórico para a sua ilustração concernente à guerra cristã, na qual ele insiste em que “as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Co 10:4).

Paulo escreve de “naufragar” (1 Tm 1:19), do “oleiro” (Rm 9:21), de ser conduzido em “triunfo”      (2 Co 2:14). Ele compara o “tabernáculo terrestre” desta vida a um edifício de Deus, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Co 5:1). Ele toma a palavra grega para teatro e, com audácia, aplica-a aos apóstolos, dizendo: “nos tornamos um espetáculo (teatro) ao mundo” (1 Co­ 4:9).

Tais declarações refletem a vida típica da cidade em que Paulo passou os anos formativos da sua meninice. Assim as vistas e os sons deste azafamado porto marítimo formam um pano de fundo em face do qual a vida e o pensamento de Paulo se tornaram mais compreensíveis. Não é de admirar que ele se referisse a Tarso como “cidade não insignificante”.
Os filósofos de Tarso eram quase todos estóicos. As idéias estóicas, embora essencialmente pagãs, produziram alguns dos mais nobres pensadores do mundo antigo. Atenodoro de Tarso é um esplêndido exemplo.

Embora Atenodoro tenha morrido no ano 7 d.C., quando Saulo não passava de um menino pequeno, por muito tempo o seu nome permaneceu como herói em Tarso. E quase impossível que o jovem Saulo não tivesse ouvido algo a respeito dele.
Quanto, exatamente, foi o contato que o jovem Saulo teve com esse mundo da filosofia em Tarso? Não sabemos; ele não no-lo disse. Mas as marcas da ampla educação e contato com a erudição grega o acompanham quando homem feito. Ele sabia o suficiente sobre tais questões para pleitear diante de toda sorte de homens a causa que ele representava. Também estava cônscio dos perigos das filosofias religiosas especulativas dos gregos. “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens... e não segundo Cristo”, foi sua advertência à igreja de Colossos (Cl 2:8).

B) Cidadão Romano. Paulo não era apenas “cidadão de uma cidade não insignificante”, mas também cidadão romano. Isso nos dá ainda outra pista para o fundo histórico de sua meninice.
Em At 22:24-29 vemos Paulo conversando com um centurião romano e com um tribuno romano. (Centurião era um militar de alta patente no exército romano com 100 homens sob seu comando; o tribuno, neste caso, seria um comandante militar.) Por ordens do tribuno, o centurião estava prestes a açoitar Paulo. Mas o Apóstolo protestou: “Ser-vos-á porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?” (At 22:25). O centurião levou a notícia ao tribuno, que fez mais inquirição. A ele Paulo não só afirmou sua cidadania romana mas explicou como se tornara tal: “Por direito de nascimento” (At 22:28). Isso implica que seu pai fora cidadão romano.

Podia-se obter a cidadania romana de vários modos. O tribuno, ou comandante, desta narrativa, declara haver “comprado” sua cidadania por “grande soma de dinheiro” (At 22:28). No mais das vezes, porém, a cidadania era uma recompensa por algum serviço de distinção fora do comum ao Império Romano, ou era concedida quando um escravo recebia a liberdade.
A cidadania romana era preciosa, pois acarretava direitos e privilégios especiais como, por exemplo, a isenção de certas formas de castigo. Um cidadão romano não podia ser açoitado nem crucificado.
Todavia, o relacionamento dos judeus com Roma não era de todo feliz. Raramente os judeus se tornavam cidadãos romanos. Quase todos os judeus que alcançaram a cidadania moravam fora da Palestina.

C)  De Descendência Judaica. Devemos, também, considerar a ascendência judaica de Paulo e o impacto da fé religiosa de sua família. Ele se descreve aos cristãos de Filipos como “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu” (Fp 3:5). Noutra ocasião ele chamou a si próprio de “israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Rm 11:1).
Dessa forma Paulo pertencia a uma linhagem que remontava ao pai de seu povo, Abraão. Da tribo de Benjamim saíra o primeiro rei de Israel, Saul, em consideração ao qual o menino de Tarso fora chamado Saulo.

A escola da sinagoga ajudava os pais judeus a transmitir a herança religiosa de Israel aos filhos. O menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade. Aos dez, estaria estudando a Mishna com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na língua do seu povo. O vocabulário posterior de Paulo era fortemente colorido pela linguagem da Septuaginta, a Bíblia dos judeus helenistas.
Dentre os principais “partidos” dos judeus, os fariseus eram os mais estritos.

 Estavam decididos a resistir aos esforços de seus conquistadores romanos de impor-lhes novas crenças e novos estilos de vida. No primeiro século eles se haviam tornado a “aristocracia espiritual” de seu povo. Paulo era fariseu, “filho de fariseus” (At 23.6). Podemos estar certos, pois, de que seu preparo religioso tinha raízes na lealdade aos regulamentos da Lei, conforme a interpretavam os rabinos. Aos treze anos ele devia assumir responsabilidade pessoal pela obediência a essa Lei.

Saulo de Tarso passou em Jerusalém sua virilidade “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei. . .“ (At 22:3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus. A escola de Hilel era a mais liberal das duas principais escolas de pensamento entre os fariseus. Em Atos 5:33-39 temos um vislumbre de Gamaliel, descrito como “acatado por todo o povo.”

Exigia-se dos estudantes rabínicos que aprendessem um ofício de sorte que pudessem, mais tarde, ensinar sem tornar-se um ônus para o povo. Paulo escolheu uma indústria típica de Tarso, fabricar tendas de tecido de pêlo de cabra. Sua perícia nessa profissão proporcionou-lhe mais tarde um grande incremento em sua obra missionária.

Após completar seus estudos com Gamaliel, esse jovem fariseu provavelmente voltou para sua casa em Tarso onde passou alguns anos. Não temos evidência de que ele se tenha encontrado com Jesus ou que o tivesse conhecido durante o ministério do Mestre na terra.
Da pena do próprio Paulo bem como do livro de Atos vem-nos a informação de que depois ele voltou a Jerusalém e dedicou suas energias à perseguição dos judeus que seguiam os ensinamentos de Jesus de Nazaré. Paulo nunca pôde perdoar-se pelo ódio e pela violência que caracterizaram sua vida durante esses anos. “Porque eu sou o menor dos apóstolos”, escreveu ele mais tarde, “. . . pois persegui a igreja de Deus” (1 Co 15:9). Em outras passagens ele se denomina “perseguidor da igreja” (Fp 3:6), “como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1:13).

Uma referência autobiográfica na primeira carta de Paulo a Timóteo jorra alguma luz sobre a questão de como um homem de consciência tão sensível pudesse participar dessa violência contra o seu próprio povo. “. . . noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade” (1 Tm 1:13). A história da religião está repleta de exemplos de outros que cometeram o mesmo erro. No mesmo trecho, Paulo refere a si próprio como “o principal” dos pecadores” (1 T 1:15), sem dúvida alguma por ter ele perseguido a Cristo e seus seguidores.

D)  A Morte de Estevão. Não fora pelo modo como Estevão morreu (At 7:54-60), o jovem Saulo podia ter deixado a cena do apedrejamento sem comoção alguma, ele que havia tomado conta das vestes dos apedrejadores. Teria parecido apenas outra execução legal.
Mas quando Estevão se ajoelhou e as pedras martirizantes choveram sobre sua cabeça indefensa, ele deu testemunho da visão de Cristo na glória, e orou: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60).
Embora essa crise tenha lançado Paulo em sua carreira como caçador de hereges, é natural supor que as palavras de Estevão tenham permanecido com ele de sorte que ele se tornou “caçado” também —caçado pela consciência.

E) Uma Carreira de Perseguição. Os eventos que se seguiram ao martírio de Estevão não são agradáveis de ler. A história é narrada num só fôlego: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (Atos 8:3).

A Conversão:
A perseguição em Jerusalém na realidade espalhou a semente da fé. Os crentes se dispersaram e em breve a nova fé estava sendo pregada por toda a parte (cf. Atos 8:4). “Respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1), Saulo resolveu que já era tempo de levar a campanha a algumas das “cidades estrangeiras” nas quais se abrigaram os discípulos dispersos. O comprido braço do Sinédrio podia alcançar a mais longínqua sinagoga do império em questões de religião. Nesse tempo, os seguidores de Cristo ainda eram considerados como seita herética.

Assim, Saulo partiu para Damasco, cerca de 240 km distante, provido de credenciais que lhe dariam autoridade para, encontrando os “que eram do caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” (Atos 9:2).
Que é que se passava na mente de Saulo durante a viagem, dia após dia, no pó da estrada e sob o calor escaldante do sol? A auto-revelação intensamente pessoal de Romanos 7:7-13 pode dar-nos uma pista. Vemos aqui a luta de um homem consciencioso para encontrar paz mediante a observância de todas as pormenorizadas ramificações da Lei.

Isso o libertou? A resposta de Paulo, baseada em sua experiência, foi negativa. Pelo contrário, tornou-se um peso e uma tensão intoleráveis. A influência do ambiente helertístico de Tarso não deve ser menosprezada ao tentarmos encontrar o motivo da frustração interior de Saulo. Depois de seu retorno a Jerusalém, ele deve ter achado irritante o rígido farisaísmo, muito embora professasse aceitá-lo de todo o coração. Ele havia respirado ar mais livre durante a maior parte de sua vida, e não poderia renunciar à liberdade a que estava acostumado.
Contudo, era de natureza espiritual o motivo mais profundo de sua tristeza. Ele tentara guardar a Lei, mas descobrira que não poderia fazê-lo em virtude de sua natureza pecaminosa decaída. De que modo, pois, poderia ele ser reto para com Deus?

Com Damasco à vista, aconteceu uma coisa momentosa. Num lampejo cegante, Paulo se viu despido de todo o orgulho e presunção, como perseguidor do Messias de Deus e do seu povo. Estevão estivera certo, e ele errado. Em face do Cristo vivo, Saulo capitulou. Ele ouviu uma voz que dizia: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues;. . . levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (At 9:5-6). E Saulo obedeceu.

Durante sua estada na cidade, “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu nem bebeu” (Atos 9:9). Um discípulo residente em Damasco, por nome Ananias, tornou-se amigo e conselheiro, um homem que não teve receio de crer que a conversão de Paulo’ fora autêntica. Mediante as orações de Ananias, Deus restaurou a vista a Paulo.












































































segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Os Males do Tempo Presente e o Nosso Objetivo, Nossas Necessidades e Encorajamentos

C.H. Spurgeon
Um dos grandes males do nosso tempo é o insaciável desejo por entretenimento. Que o homem deve descansar do trabalho e usufruir desses divertimentos como um refrigério para o corpo e a mente, ninguém deseja negar. Dentro de certos limites, a recreação é necessária e benéfica; mas fornecer entretenimento ao mundo nunca foi o propósito da Igreja Cristã.
Será que Cristo institui Sua Igreja para que ela oferecesse ao público peças de teatro e bonecos de cera vivos? Uma congregação dissidente, até onde sei, começou uma série de cultos especiais com um encontro social, e a noite foi gasta em uma série de inutilidades estúpidas; e dentre outras coisas os amigos reunidos brincaram de "dança das cadeiras"! Eu não sei se você entende o que essa brincadeira infantil significa. Pense em ministros do Evangelho e oficiais da igreja brincado de "dança das cadeiras"!
"O que será feito em seguida em nossas igrejas? A que nível de absurdo os ministros do Evangelho ainda irão?"
Há um anúncio pendente que afirma que, na semana que vem, deverá haver um "Punch and Judy show"* no mesmo local de adoração (assim chamado)! Está programado para isso acontecer juntamente com a pregação do sermão "Teu sacrifício de sangue, ó Cristo de Deus!".
Não, irmãos, deixem-me corrigir a mim mesmo; a pregação de Cristo normalmente cessa quando essa frivolidades aparecem. Essas coisas são tão opostas em espírito, que uma ou outra terá que ser abandonada; e nós sabemos qual delas será.
O que será feito em seguida em nossas igrejas? A que nível de absurdo os ministros do Evangelho ainda irão? Bobagens consideradas desprezíveis até pelos idiotas têm sido toleradas em nossas escolas. Ainda não chegamos a esse ponto, pessoalmente; mas, irmãos, nós mesmos devemos lutar arduamente contra isso, porque as pessoas são sempre muito entusiásticas em relação a essas vaidades, e há tantas sociedades e instituições mais ou menos remotamente conectadas com nossas igrejas que é difícil para nós guardar todas elas de desvios.
Irmãos, não estamos aqui para jogar fora o nosso tempo, mas para ganhar almas para Jesus e conduzi-las à felicidade eterna. Pela solenidade da morte, do julgamento e da eternidade, eu conclamo a todos vocês a manterem-se livres das tolices e das nulidades dos nossos dias. Observem detalhadamente como "a sabedoria deste mundo" e as suas bobagens parecem ser ótimos companheiros, e fujam de ambos com igual desprezo.


* Nota do tradutor: Espetáculo de marionetes inglês em que protagonizam o marido cruel Punch e a sua intrigante esposa Judy (derivado da commedia dell'arte italiana).

Dois Quadros: Purificado versus Pornificado

Albert Mohler (compilação de Justin Taylor)
Trecho extraído e rearranjado por Justin Taylor em seu blog
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Em 2004 Albert Mohler fez uma palestra para os estudantes do sexo masculino do Boyce College, intitulado "A Sedução da Pornografia e a Integridade do Matrimônio Cristão" - disponível em texto ou em áudio (em inglês).
Segue um trecho onde ele fala sobre dois quadros para a sexualidade masculina:
O primeiro quadro é de um homem que se comprometeu com a pureza sexual e está vivendo em integridade sexual com sua esposa. Para agir de acordo com as legítimas expectativas da sua esposa e maximizar o prazer mútuo deles no leito conjugal, ele tem o cuidado de viver, falar, conduzir, e amar de um modo tal que faz com que sua esposa encontre a realização dela entregando-se a ele em amor. O ato sexual então torna-se um preenchimento de todo o relacionamento deles, não um ato físico isolado que é meramente incidental ao amor um pelo outro. Nenhum deles usa o sexo como meio de manipulação, nem focaliza desordenadamente no prazer pessoal egocêntrico e ambos se dão a um ao outro em contumaz e desimpedida paixão sexual. Neste quadro, não há nenhuma vergonha. Diante de Deus, este homem pode estar confiante de que está cumprindo suas responsabilidades como varão e como homem. Ele está dirigindo a sua sexualidade, seu impulso sexual, e sua materialização física para o relacionamento uma-só-carne que é o paradigma perfeito da intenção de Deus na criação.
"O ato sexual então torna-se um preenchimento de todo o relacionamento deles, não um ato físico isolado que é meramente incidental ao amor um pelo outro."
Mohler nos pede então que consideremos o quadro do outro homem:
Este homem vive só, ou pelo menos em um contexto diferente do santo matrimônio. Dirigido para dentro em vez de para fora, seu impulso sexual tornou-se uma máquina de luxúria e autogratificação. Pornografia é a essência do seu interesse e estimulação sexual. Em vez de encontrar satisfação em sua esposa, ele olha para fotografias obscenas para ser recompensado com excitação sexual que vem sem responsabilidades, expectativas ou exigências. Colocada diante dele há uma variedade aparentemente infinita de mulheres nuas, imagens sexuais de carnalidade explícita, e uma profusão de perversões concebidas para seduzir a imaginação e corromper a alma.
Este homem não precisa se preocupar com a sua aparência física, sua higiene pessoal ou o seu caráter moral aos olhos de uma esposa. Sem essa estrutura de responsabilidade, ele está livre para buscar o seu prazer sexual sem considerar seu rosto não barbeado, sua indolência, seu mau hálito, seu odor corporal e sua aparência física. Ele não enfrenta nenhuma exigência de respeitabilidade pessoal e não há olhos observando-o para avaliar a seriedade e o valor do seu desejo sexual. Em vez disso, seus olhos vagam pelas imagens de rostos que não piscam, olhando de soslaio para mulheres que não lhe exigem nada, que nunca retrucam e que jamais podem dizer "não". Não há troca de respeito, nenhuma troca de amor, e nada além do uso de mulheres como objetos sexuais para seu o prazer sexual individual e invertido.
"Em vez de encontrar satisfação em sua esposa, ele olha para fotografias obscenas para ser recompensado com excitação sexual que vem sem responsabilidades, expectativas ou exigências."
Por conseqüência lógica, ele alcança satisfação sexual à custa de mulheres que foram usadas e abusadas como mercadorias e objetos sexuais. Ele pode imaginar um ato sexual enquanto atinge seu prazer físico, mas ele quase certamente não imagina o que significaria ser responsável por esta mulher como marido e estar comprometido com ela como companheiro. Ele pode sentar-se vestido com sua roupa de baixo imunda, arrotando as sobras da pizza da noite anterior e ocupando-se com um padrão de satisfação sexual maneta enquanto "navega na rede" e perde a sua alma.
Eis o ponto:
Estes dois quadros da sexualidade masculina foram deliberadamente concebidos para inculcar que todo homem tem que decidir quem ele será, a quem ele servirá, e como ele amará. No fim, a decisão de um homem sobre a pornografia é uma decisão sobre a sua alma, sobre o seu casamento, sobre a sua esposa e uma decisão sobre Deus.
Pornografia é uma difamação contra a bondade da criação de Deus e uma corrupção deste bom presente que Deus deu às Suas criaturas a partir do seu próprio amor abnegado. Abusar deste presente é debilitar, não só a instituição do matrimônio, mas a própria essência da civilização. Escolher a luxúria em vez do amor é degradar a humanidade e adorar o falso deus Priapus na forma mais descarada de idolatria moderna.


O Equilíbrio da Verdade

A.W. Pink
Tem-se ressaltado com freqüência que o requisito fundamental na exposição da Palavra de Deus é a necessidade de preservar o equilíbrio da verdade. Com isto concordamos de coração. Duas coisas são indisputáveis: Deus é soberano, o homem é responsável... Que existe o perigo de salientar indevidamente uma delas, e de negligenciar a outra, reconhecemos sem hesitação; e a História nos oferece numerosos exemplos de ambos os casos. Ressaltar a soberania de Deus, sem acentuar, ao mesmo tempo, que a criatura é responsável, tende ao fatalismo; preocupar-se tanto em manter a responsabilidade do homem, ao ponto de perder de vista a soberania de Deus, é exaltar a criatura e rebaixar o Criador.
"Duas coisas são indisputáveis: Deus é soberano, o homem é responsável..."
Quase todos os erros de doutrina são, na realidade, a Verdade pervertida, a Verdade mal distribuída, mal ensinada. O mais lindo rosto da terra, o mais encantador semblante, logo ficaria feio e de aparência desagradável, se um membro continuasse a crescer, e os demais não se desenvolvessem. A beleza é, primariamente, uma questão de proporções. Assim acontece com a Palavra de Deus: sua beleza e bem-aventurança se percebem melhor quando a multiplicidade da sabedoria é exibida em suas verdadeiras proporções. É nesse ponto que tantos fracassaram no passado. Determinada fase da Verdade de Deus tem impressionado uma pessoa ou outra de tal maneira que nela lhe concentrou toda a atenção, ficando excluídos todos os outros interesses. Esta ou aquela porção da Palavra de Deus se tem transformado em 'doutrina predileta' ,e, não raro, se tornou o distintivo de alguma corrente específica...
"Quase todos os erros de doutrina são, na realidade, a Verdade pervertida, a Verdade mal distribuída, mal ensinada."
Talvez 95 por cento da literatura religiosa dos nossos dias se dediquem a demonstrar os deveres e as obrigações dos homens... É absolutamente certo alguém insistir na responsabilidade do homem. Que dizer, porém, sobre Deus? Não tem Ele reivindicações e nem direitos? ... Perdeu-se tal equilíbrio, e essa perda se deve à ênfase, que vai além das proporções, dada ao lado humano, ao ponto de apequenar-se, senão mesmo de excluir, o lado divino.

Carta para um Adolescente Incompleto, Inseguro

John Piper
Há quatro anos um adolescente em nossa igreja me escreveu pedindo conselhos gerais sobre a vida e sobre identidade em particular. Aqui está o que lhe respondi com uma grande dose de autobiografia para ilustração.
Adolescente
Querido ________,
Minha experiência de sair de uma vida adolescente introvertida, insegura, culpada, lasciva, egocêntrica foi mais como o surgimento de uma rã a partir de um girino do que de uma borboleta a partir de uma larva.
Larvas desaparecem em seus casulos e reservadamente experimentam alguma transformação inexplicável sem que ninguém veja (provavelmente é bastante sujo e confuso lá dentro) e então o casulo se desfaz e todo mundo diz oooh, aahh, que lindo. Não foi assim que aconteceu comigo.
Rãs nascem ultra-minúsculas, com jeito de peixe, cheias de lodo, vivendo na água parada. Elas não são uma atração do Sea World1. Elas até poderiam estar na piscina de algum hotel elegante se o lugar estivesse abandonado por uns 20 anos e só houvesse um pé de água verde no fundo.
Mas pouco a pouco, porque elas são rãs santas por meio da predestinação e do DNA espiritual (novo nascimento), elas nadam por toda a água verde e começam a se parecer cada vez mais com rãs.
Primeiro pequenos pés surgem nas laterais. Estranho. Nesse momento ninguém as convida para darem um testemunho em um evento dos Atletas de Cristo.
Então um par extra de pernas. Então um tipo de corcova nas costas. Os peixes na lagoa já se retiram: "Hmmm", eles dizem, "isso não parece mais ser um de nós". Uma rã em desenvolvimento não se encaixa em lugar algum.
Mas Deus é bom. Ele tem o Seu plano e não é o de tornar esta metamorfose fácil. Com certeza. Há mil lições para serem aprendidas no processo. Nada é em vão. A vida não está em suspenso aguardando o grande despertar. Isso é o que as larvas fazem no casulo. Mas rãs estão em público o tempo todo em meio à tolice da mudança.
Eu creio que a chave para mim foi encontrar ajuda no Apóstolo Paulo, em C. S. Lewis e no meu pai. Todos eles pareciam inacreditavelmente saudáveis, precisamente porque estavam maravilhados com absolutamente tudo exceto eles mesmos.
Eles me mostraram que a saúde mental mais elevada não está em gostar de mim mesmo, mas em estar alegremente interessado em tudo exceto eu mesmo. Eles eram o tipo de pessoas que estavam tão maravilhadas que as pessoas tinham narizes - não narizes estranhos, só narizes - que caminhar em qualquer rua movimentada era como um passeio no jardim zoológico. Oh, sim, eles mesmos tinham narizes, mas eles não podiam enxergar os seus próprios. E por que eles iriam querer ver? Veja todos estes narizes; eles são grátis para olhar! Incrível!
A capacidade destes homens para maravilharem-se era enorme. Fiquei estupefato e orei para que eu deixasse de desperdiçar tanto tempo e energia emocional pensando em mim. Eca, eu pensei. O que eu estou fazendo? Por que eu deveria me preocupar com o que as pessoas pensam de mim. Eu sou amado pelo Deus Todo-Poderoso e ele está fazendo uma autêntica rã saltadora de mim.
O texto mais importante na minha "rãnzisse" emergente tornou-se 2 Coríntios 3:18.
"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito."
Este foi um dos maiores segredos que descobri: Contemplar é tornar-se.
Introspecção deve dar lugar ao assombro diante da glória. Quando isso ocorre, tornar-se acontece. Se existe alguma chave para a maturidade é essa. Contemple seu Deus em Jesus Cristo. Então você fará o progresso de girino para rã. Essa foi uma grande descoberta.
É claro que (assim eu pensava) eu nunca conseguiria falar em frente a um grupo, já que fico sempre tão nervoso. E eu nunca poderia me casar, porque eu tenho espinhas demais. As meninas de Wheaton2 me deixam completamente apavorado. Mas Deus me tem em suas mãos (Filipenses 3:12), e ele tem um plano, e o Seu plano é bom e há um mundo lá fora, visto e não visto, para ser conhecido e para me deixar maravilhado. Por que eu arruinaria a minha vida pensando tanto em mim?
Graças a Deus por Paulo e Lewis e meu pai! Tudo agora é tão óbvio. Meu eu é simplesmente muito pequeno para satisfazer os explosivos anseios do meu coração. Eu queria provar e ver algo grande, maravilhoso, belo e eterno.
Começou com ver a natureza e terminou com ver a Deus. Começou com literatura e terminou com Romanos e Salmos. Começou com passeios pelos campos, bosques e lagoas e terminou em passeios pelos altos planos da teologia. Não que a natureza, a literatura, os campos, os bosques e as lagoas tenham desaparecido, mas eles tornaram-se mais obviamente imitações e sinalizadores.
Os céus proclamam a glória de Deus. Quando você muda dos céus para a glória de Deus, os céus não deixam de ser gloriosos. Mas eles são "des-divinizados" quando você descobre o que eles estão dizendo. Eles estão apontando. "...do nascente ao poente despertas canções de alegria." (Salmo 65:8 - NVI).
Sobre o que estão cantando o amanhecer e pôr-do-sol com tanta felicidade? O seu Criador! Eles estão nos chamando a unirmo-nos a eles. Mas se eu estiver resmungando por causa da espinha no meu nariz, não vou nem mesmo olhar para fora da janela.
Assim meu conselho é: seja paciente com o modo que Deus planejou para tornar-te uma feliz rã saltadora. Não se contente em ser apenas um girino ou uma estranha meia-rã. Mas também não se deixe surpreender pela estranheza e lentidão do processo.
Como eu me tornei um pastor? Como eu me casei? Só Deus sabe. Incrível. Assim também o surgimento de quem você será aos 34 será incrível. Apenas mantenha o curso e olhe. Olhe, olhe. Há tanto para ver. A Bíblia é inesgotável. Olhe principalmente lá. O outro livro de Deus, o não autoritativo - a natureza - também é inesgotável. Olhe. Olhe. Olhe. Contemplando a glória de Deus nós estamos sendo transformados.
Eu amo você e acredito que Deus tem grandes coisas "ranárias" para você. Não se preocupe por ser só uma rã saltadora parecida com Cristo. Sua alegria vem do que você vê.
"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." (1 Jo 3:2)
Há uma outra metamorfose esperando. A coisa vai melhorando cada vez mais. Deus é infinito. Por isso sempre haverá mais da glória dEle para uma mente finita ver. Não haverá nenhum tédio na eternidade.
Afetuosamente,
Pastor John


Deus Sempre Responde à Oração?

A.W.Tozer
Contrariamente à opinião popular, o cultivo de uma psicologia da crença acrítica não é um bem incondicional e se levado longe demais, pode tornar-se positivamente um mal: O mundo inteiro caiu estupidamente nas arapucas do diabo, e a arapuca mais mortal é a religiosa. O erro nunca parece tão inocente como quando se acha no santuário.
Um campo em que armadilhas aparentemente inofensivas mas de fato mortais, aparecem em grande profusão é o da oração. As doces noções sobre oração existentes são tantas que não caberiam num volumoso livro, todas elas erradas e sumamente prejudiciais às almas dos homens.
Penso agora numa dessas falsas noções que se acha muitas vezes em locais aprazíveis, em sorridente consórcio com outras noções de inquestionável ortodoxia. É a de que Deus sempre responde à oração.
"Assim, quando uma oração não é respondida, ele só tem de sorrir vivamente e explicar: 'Deus disse Não'."
Este erro aparece entre os santos como uma espécie de terapia filosófica para todos os fins, para impedir que algum cristão decepcionado sofra um choque forte demais quando se evidencia que as suas expectativas, calcadas na oração, não se estão cumprindo. Dá-se a explicação de que Deus sempre responde à oração, seja dizendo Sim, seja dizendo Não, ou substituindo o favor desejado por alguma outra coisa.
Ora, seria difícil inventar um artifício mais bonito que esse para salvar a situação do suplicante cujos pedidos foram negados por sua desobediência. Assim, quando uma oração não é respondida, ele só tem de sorrir vivamente e explicar: "Deus disse Não". Isso tudo é muito cômodo. Sua hesitante fé é salva de confusão e permite que sua consciência minta tranqüilamente. Mas eu pergunto se isso é honesto.
Para receber-se resposta à oração, como a Bíblia emprega o termo e como historicamente os cristãos o têm entendido, dois elementos precisam estar presentes: (1) Um claro pedido feito a Deus, de um favor específico. (2) Uma clara concessão desse favor, feita por Deus, em resposta ao pedido. É preciso que não haja nenhum desvio semântico, nenhuma troca de rótulos, nenhuma alteração do mapa durante a viagem empreendida para ajudar o embaraçado turista a encontrar-se a si mesmo.
Quando nós dirigimos a Deus a petição de que Ele modifique a situação em que nos achamos, isto é, de que Ele responda a oração, precisamos preencher duas condições: (1) Devemos orar segundo a vontade de Deus e (2) devemos estar naquilo que os cristãos à moda antiga muitas vezes chamam de "território da oração"; isto é, devemos estar vivendo de modo agradável a Deus.
É vão pedir a Deus que aja de maneira contrária aos Seus propósitos revelados. Para orar com confiança, o peticionário deve assegurar-se de que a súplica se enquadra na livre vontade de Deus quanto ao Seu povo.
"...devemos estar naquilo que os cristãos à moda antiga muitas vezes chamam de 'território da oração';"
A segunda condição também é de vital importância. Deus não se pôs na obrigação de acatar pedidos de cristãos mundanos, carnais ou desobedientes. Ele só ouve e responde às orações dos que andam em Suas veredas. "Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável... Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" (1 João 3:21, 22; João 15:7).
Deus deseja que oremos e deseja responder às nossas orações, mas Ele faz o nosso uso da oração como privilégio, fundir-se com o Seu uso da oração como disciplina. Para recebermos respostas à oração precisamos cumprir os termos de Deus. Se negligenciarmos os Seus mandamentos, as nossas _petições não serão levadas em consideração. Ele somente alterará situações à solicitação de almas obedientes e humildes. O sofisma, Deus-sempre-responde-às-orações, deixa sem disciplina o homem que ora. Pelo exercício desta peça de lisonjeiro casuísmo, ele ignora a necessidade de viver sóbria, justa e piedosamente neste mundo, e de fato entende a peremptória recusa de Deus a responder sua oração como sendo a própria resposta. É natural que tal homem não cresça em santidade; que nunca aprenda a lutar e a esperar; que nunca saiba o que é ser corrigido; que nunca ouça a voz de Deus, convocando-o para ir avante; que nunca chegue ao ponto em que estaria moral e espiritualmente apto para ter respondidas as suas orações. Sua filosofia errônea o arruinou.
Por isso exponho a má teologia em que se firma a sua má filosofia. O homem que a aceita nunca sabe onde está; nunca sabe se tem a verdadeira fé ou não, pois, se o seu pedido não é atendido, ele evita a conclusão certa com o artifício de declarar que Deus fez girar a coisa toda e lhe deu outra coisa. Ele não se sujeitará a atirar num alvo, de modo que não se sabe se é bom ou mau atirador.
"Por isso exponho a má teologia em que se firma a sua má filosofia."
De certas pessoas Tiago diz claramente: "... pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres." Dessa breve sentença podemos aprender que Deus rechaça alguns pedidos porque aqueles que os fazem não são moralmente dignos de receber a resposta. Mas isto nada significa para aquele que foi seduzido pela crença em que Deus sempre responde à oração. Quando um homem desses pede e não recebe, faz um passe de mágica e identifica a resposta com alguma outra coisa. A uma coisa ele se apega com grande tenacidade: Deus nunca manda ninguém embora, mas invariavelmente atende todos os pedidos.
A verdade é que Deus sempre responde à oração que se harmoniza com a Sua vontade revelada nas Escrituras, contanto que aquele que ora seja obediente e confiante. Além disto não nos atrevemos a ir.

Para Aqueles que têm Sede de Sonhos e Visões

C.H. Spurgeon
chs005dream.jpg (16K) - Sonhos superstição
Há alguns, e estes geralmente são os mais iletrados, que têm a expectativa de experimentar sonhos notáveis ou de ter visões singulares.
Eu às vezes fico surpreso de que ainda persista no meio do nosso povo uma noção de que certo tipo de sonho, especialmente se repetir-se várias vezes, e se for tão vívido que permaneça na imaginação por um longo período, é um sinal do favor divino. Nada poderia ser mais completamente falso, nada pode ser mais infundado e sem a menor sombra de evidência; e ainda assim muitos imaginam que se eles sofressem dolorosamente de indigestão de forma que seu sono fosse estragado por sonhos vívidos, então eles finalmente poderiam pôr sua confiança em Jesus Cristo.
A noção é tão absurda que se ela fosse tão somente mencionada a homens racionais, eles necessariamente teriam que ridicularizá-la. Ainda assim, conheço muitos que foram, e ainda são, escravos dessa ilusão.
"Eu não podia flertar com uma superstição tão ridícula."
Há pouco tempo, depois de pregar em uma distante vila do interior, fui procurado insistentemente como conselheiro espiritual por uma carta importuna de uma mulher que atribuiu a mim uma sabedoria que eu nunca reivindiquei possuir. Eu desejei saber qual era a dificuldade espiritual que ela tinha, e quando fui até a casa dela e a encontrei muito doente, fiquei entristecido ao ver que ela era vítima de uma superstição na qual temo que seu pastor a tinha confortado e, desta forma, confirmado. Ela me informou solenemente que ela tinha visto algo se levantando à noite do pé da sua cama. Ela estava esperançosa de que se tratasse do nosso abençoado Senhor, mas infelizmente ela não tinha conseguido ver a cabeça dele. Como eu conhecia tanto a respeito das coisas espirituais, será que eu poderia lhe dizer quem era?
Eu disse que eu achava que ela devia ter pendurado o vestido dela em um gancho na parede, ao pé da cama, e na escuridão tinha confundido-o com uma aparição.
É claro que isso não a satisfez. Eu caí imediatamente a zero no conceito dela, ao nível de um homem de mente extremamente carnal, se não um escarnecedor, mas eu nada pude fazer a respeito. Eu não podia flertar com uma superstição tão ridícula. Fui obrigado a lhe dizer que era bobagem ela ter esperança de salvação porque ela era tola o bastante para imaginar que tinha visto Jesus com seus olhos carnais, enquanto a visão salvífica sempre é espiritual.
"(...) podem ter havido sonhos, e até mesmo aparições, que despertaram a consciência e assim conduziram ao princípio da vida espiritual em alguns raros casos em que Deus escolheu interferir de maneira especial. Mas que estes venham a ser procurados, e até aguardados, é uma coisa tão distante da verdade quanto o oriente do ocidente."
Sobre a pergunta quanto ao fato da suposta aparição ter uma cabeça ou não, eu lhe disse que se ela usasse mais a sua própria cabeça e o seu coração, meditando na Palavra de Deus, ela estaria em uma condição bem mais esperançosa.
Podem ter havido, eu não negarei – porque coisas estranhas ás vezes acontecem - podem ter havido sonhos, e até mesmo aparições, que despertaram a consciência e assim conduziram ao princípio da vida espiritual em alguns raros casos em que Deus escolheu interferir de maneira especial. Mas que estes venham a ser procurados, e até aguardados, é uma coisa tão distante da verdade quanto o oriente do ocidente. E se você visse qualquer coisa, ou sonhasse qualquer coisa, o que isso prova? Ora, não prova absolutamente nada a não ser que você estava mal de saúde, e que sua imaginação encontrava-se morbidamente ativa.
Lance fora essas coisas, elas são superstições adequadas a povos não-civilizados, mas não são aceitáveis para cristãos do século dezenove. Eu apenas estou mencionando-as, não porque penso que qualquer de vocês tenha caído nelas, mas para que vocês sempre lidem com elas de forma extremamente rígida onde quer que se deparem com elas. Elas são superstições que não podem ser toleradas por homens cristãos. Entretanto há alguns que, de fato, não acreditarão no simples evangelho de Cristo a menos que algum absurdo desse tipo possa ser juntado a Ele.
Que Deus os livre de tal incredulidade.

domingo, 25 de setembro de 2011



                                             UM ESPÍRITO MAL       (Luiz Carlos Euzebio)

Diante de certas dificuldades de compreensão de alguns versículos, travamos a nossa mente, deixamos o raciocínio de lado, e tomamos conclusões precipitadas.

Eis um dos tais: I Samuel 16:14, onde o escritor diz que: um espírito mal saiu da parte do Senhor, para atormentar Saul.

Para os hebreus, qualquer visitação boa ou má, vinha de Deus. Ou seja, tudo que fugia ao controle da mente era atribuído a "um espírito", assim como tudo que era indefinido, estranho, e, incomum.

 Jó 1:21, 38:1-11---Deus responde a "nós Jós", de forma maravilhosa, mostrando a nossa finitude em contraste com a sua eternidade. Nós, meros mortais, criaturas finitas, não podemos compreender a infinita sabedoria de Deus.

João 9:23--Os judeus achavam possível, os pecados dos pais, passar para os filhos, baseados em Ex. 20:5; Jr. 31:29-30, Ez. 18:2-4. Mas, o Senhor Jesus nega este tipo de punição dos pais ou das vitimas.

Em João 11:39, o Senhor Jesus pede que a pedra seja removida, Marta responde que o corpo cheira mal, pois já é de quatro dias. Havia uma ideia geral no judaísmo, que a alma deixa o corpo três dias após a morte.
Se o milagre ocorresse no primeiro ou terceiro dia, claro, para os judeus não seria considerado milagre.

Olhando para a história de vida de Saul, dá-se a entender que, um espírito de desconfiança, de melancolia que beirava a loucura, invadiu seu espírito.
Provavelmente, Saul sofria de esquizofrenia. Rejeitado por Deus, e, abandonado por Samuel, cai em crises maníaco-depressivas.

Devemos tomar cuidado, pois, todo radicalismo intelectual cristaliza a inteligência e agride o bom senso. Muitas pessoas intelectuais ou não, quando aplaudidas são amáveis e educadas.
Porém, quando os fracassos e sofrimentos se encontram com elas, não conseguem suportar.

É tão fácil falar sobre os conflitos dos outros, mas, é tão difícil suportar os nossos.
Saul dominava sobre Israel, era o rei, mas não dominava seus próprios conflitos, perdas, fracassos e medos.

A vida do Senhor Jesus, foi de perdas, desafios, frustrações, e grandes sofrimentos; tinha tudo para ser deprimido, mas, ao contrário, era seguro. Podia ser o homem mais ansioso da terra, mas não era. Era sim, sereno e tranquilo.

Foi dele as palavras: Minha alma esta cheia de tristeza até a morte.(Mt.26:38).
Cada gota de seu sangue, foi para mudar, o destino de toda humanidade.

Deus não criou o homem para ser sua marionete, mas sim, para ama-lo e, por ele ser amado. Por isso o criou sua imagem conforme sua semelhança.

Deus é Espírito Perfeito, Nele não há desequilíbrio no pensar, querer ou sentir.
Em Dt.32:4, Ele é chamado de Rocha!! Denota a eterna estabilidade de Deus e a sua firmeza.

Deus não é influenciado por nenhuma circunstância exterior; o motivo e a explicação de tudo quanto faz esta nele mesmo.

Muitos homens são dirigidos ao invés de dirigir-se a si mesmo.
Uns pelo alcoolismo, outros pelo lucro infame, o assassino pelo ódio, outros escravizados por vícios ou sentimentos tão baixos, que o tornam "barato".

Deus é bom em tudo: na essência, na natureza, no coração, no desejo, nos projetos, e em seus pensamentos mais escondidos.
Ele é bom até mesmo com seus inimigos: os pecadores.

"Quem vive sob o peso da culpa, fere todos os dias a si mesmo, torna-se seu próprio    carrasco". (Mt.27-3:5)

                                      VINDE A MIM CANSADOS E OPRIMIDOS!

























domingo, 11 de setembro de 2011

É..., realmente são tempos difíceis. Tantos "pastores, bispos, apóstolos, missionários, obreiros...", tantas pessoas procurando o "status" dentro de suas denominações. São tantas mentiras e corrupções que envolvem tais pessoas. João 10:10, fala sobre os tais, e os chama de ladrões que, roubam, matam e destroem. Até quando devemos aturar tais arrogantes e amantes de si mesmos?

Até quando nos calaremos diante dos pregadores de mentiras?
Continuamos sentados, partilhando nosso mediocre conhecimento e inteligência, meramente humana; enquanto lobos devoradores se alimentam de muitas ovelhas. É momento de "revolta santa".

Não se cale! Não se renda ao falso evangelho dos evangélicos. Ainda que pareça estar caminhando na contra mão de todos, não pare. Jesus, o Senhor não se rendeu, não recuou e nem desistiu. Andou na contra mão de todos os religiosos corruptos, e, de todas pessoas egoístas.

Reprovou seus caminhos, suas verdades e o que consideravam ser sua vida dizendo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai, a não ser por mim".
"Natans", muitos "Davis" precisam te ouvir. Jeremias e "Ezequiéis", voltem com suas repreensões. Isaías, ainda que um tronco oco te aguarde, para serrar teu corpo ao meio, fale. Elias, ainda que te rejeitem e persiguam, e você viva pelos montes e cavernas, não se detenha.

JESUS ESTÁ VOLTANDO! E, nós, o que temos pregado?
Qual igreja você pertence? A igreja de Jesus, ou uma igreja denominacional?
A quem você serve? A Jesus, o Senhor, ou aos homens?
E, mais, você é reconhecido pela sua carteirinha de membro, ou pelo Poderoso e Santo Espirito de Deus?

O Corpo de Cristo

O pão repartido na ceia representa a comunhão que os cristãos possuem com Cristo. O cálice e o pão foram instituídos em memória de Cristo, porém, cada cristão é uma memória viva daquilo que Deus realizou. Os cristãos são superiores aos cerimoniais instituídos por Cristo, pois Cristo é a cabeça da igreja ( Ef 5:23 ).
Cada cristão constitui o corpo de Cristo, ou melhor, o corpo de Cristo é constituído de pessoas que professam a Cristo segundo as Escrituras.
Quando Jesus partiu o pão, disse: “Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim" ( 1Co 11:24 ), ou seja, demonstrou por meio do pão que o seu corpo seria 'partido' entre os seus seguidores. Assim como cada discípulo estava com um pedaço do pão que fora partido, cada um deles em particular constituiria o corpo de Cristo.
O pão que foi partido por Cristo simbolizava o seu corpo, e todos que se alimentam de Cristo viverá por Ele, tornando-se o seu corpo ( Gl 2:20 ; Jo 6:57 ). Assim como cada pedaço do pão que estava nas mãos dos discípulos fazia parte do mesmo pão, cada um daqueles que crêem em Cristo faz parte do mesmo corpo. Cada um que tomar e comer da sua carne, constitui o seu corpo ( Jo 6:51 ; Jo 6:53 ).
É um erro entender que Jesus estava indicando o sacrifício do seu corpo quando disse: "isto é o meu corpo que é partido (entregue) por vós" ( 1Co 11:24 ), pois, neste evento Jesus estava tratando especificamente da constituição do seu corpo, como se organizaria a sua igreja. O corpo de Cristo seria cada um dos seus discípulos, ou seja.              
Para fazer parte do corpo de Cristo é necessário comer da sua carne e beber do seu sangue. Como comer e beber de Cristo? Ora, qualquer que ouve e aprende de Deus come e bebe de Cristo (compare Jo 6:45 com Jo 6:51 e Is 55:2 e 3).
Todo aquele que ouviu e aprendeu de Deus ( Is 54:13 ), come e bebe o que é bom ( Is 55:3 ; Jo 6:45 ).
Com base no que Jesus anunciou na noite que partiu o pão ( 1Co 11:24 ), o apóstolo Paulo declarou: "Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão" ( 1Co 10:17 ).
O apóstolo demonstra que há muitos cristãos “Porque nós, sendo muitos...”, porém, todos são ‘um só pão e um só corpo’. Por que um só pão e um só corpo? Porque ao crer na ‘mensagem do evangelho’ todos os cristãos tornaram-se participantes do mesmo ‘pão’.
Ora, ser ‘participante do pão’ não é o mesmo que ‘participar do pão e do beber do cálice anunciando a morte do Senhor’.  Ser participante do pão é comer da carne e beber do sangue de Cristo, ou seja, crer na mensagem do evangelho ( Jo 6:35 ).
Ora, é impossível ser participante do pão (corpo de Cristo) indignamente, porém, é possível ‘anunciar a morte do Senhor’ indignamente ( 1Co 11:26 com 1Co 11:29 ).
Conclui-se que cada cristão é o corpo de Cristo, ou seja, individualmente cada cristão é membro deste corpo ( 1Co 12:27 ). Por quê? Por que cada cristão foi batizado em um só Espírito, formando um só corpo: judeus, gregos, servos e livres. Todos beberam de um só Espírito ( 1Co 12:13 ).
Quando foram batizados e beberam de um só Espírito? Quando creram em Cristo segundo as Escrituras.
Como corpo de Cristo, cada cristão deve compreender que é superior as ordenanças (representação): cerimonial da ceia ou do batismo em águas.
Com relação a ceia do Senhor, cada cristãos deve ter em mente que, individualmente é membro do corpo de Cristo, porque é o pão, o corpo de Cristo ( 1Co 10:17 ). Cônscio desta verdade, o apóstolo Paulo argumenta: “Não é o cálice de bênção, que abençoamos, a comunhão do sangue de Cristo? E não é o pão que partimos a comunhão do corpo de Cristo?” ( 1Co 10:16 ).
Cada cristão deve compreender que o cálice da ceia distribuído nas reuniões solenes é abençoado por aqueles em comunhão do sangue de Cristo. O cálice de bênção é abençoado pelos cristãos, ou seja, o cálice somente representa o que se efetivou na vida dos cristãos.
O pão repartido na ceia representa a comunhão que os cristãos possuem com Cristo. O cálice e o pão foram instituídos em memória de Cristo, porém, cada cristão é uma memória viva daquilo que Deus realizou. Os cristãos são superiores aos cerimoniais instituídos por Cristo, pois Cristo é a cabeça da igreja ( Ef 5:23 ).
Há um só corpo e um só Espírito, e todos que creram tornaram-se participantes deste corpo ( Ef 4:4 ). Há um só Senhor, uma só fé (evangelho) e um só batismo ( Ef 4:5 ). De que batismo Paulo faz referência aos cristãos em Éfeso? Batismo em águas? Não! Ele aponta para o batismo na morte de Cristo, quando o homem torna-se o pão e o corpo ( Rm 6:4 ; 1Co 10:17 ).
Há um só evangelho (fé), da mesma forma que há um só batismo, ou seja, um só batismo na morte, pois todos que morreram com Cristo ressurgiram para uma viva esperança ( Cl 2:12 ). Ora, se alguém já ressuscitou com Cristo, jamais será batizado na morte de Cristo outra vez, porque foi batizado em um só corpo “...todos nós somos batizados em um corpo...” ( 1Co 12:13 ; Ef 4:5 ).
Por não compreender a extensão do que é ser o corpo de Cristo, muitos acreditam que as ordenanças do batismo e da ceia do Senhor são sagradas.  Ora, o que é sagrado é o corpo de Cristo, pois assim demonstrou o apóstolo Paulo: “... pois o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado" ( 1Co 3:17 ).
Assim como o sábado da Antiga Aliança, as ordenanças da Nova Aliança foram estabelecidas por Cristo em função dos cristãos, e não os cristãos em função das ordenanças ( Mc 2:27 ). A ceia foi instituída em memória de Cristo, pois todas as vezes que beber e comer em memória de Cristo, os cristãos anunciam a morte de Cristo.
A realização das ordenanças não transmite bênçãos ou concede graça. Nada há de miraculoso ou misterioso. Porém, algumas instituições acabam por ‘institucionalizar’ as ordenanças de Cristo, conferindo valor diverso daquele que Cristo deixou.
Transformar as ordenanças de Cristo em praticas ritualísticas e formalistas é distorcer a idéia bíblica. Crer que o batismo cristão é a imersão ou aspersão de água não é o mesmo que crer que o cristão é batizado na morte de Cristo, no momento que crê na mensagem do evangelho ( Cl 2:12 ; Rm 6:4 ).
Todos os cristãos devem estar esclarecidos que ingressaram no corpo de Cristo quando creram na mensagem do evangelho. Quando creram foram batizados ( 1Co 12:13 ), e tornaram-se um só pão e um só corpo ( 1Co 10:17 ), pois beberam do sangue e comeram do corpo de Cristo ( Jo 6:56 ).
Quando come a carne e bebe o sangue de Cristo, o cristão é sepultado com Ele, ou seja, é batizado na morte de Cristo, e, depois, é submetido ao batismo em águas.
Primeiro o cristão come da carne e bebe do sangue de Cristo, e, depois anuncia a morte do Senhor através da ceia.

Evidenciar a verdade do evangelho é essencial aos cristãos para que não sejam levados pela astucia de homens que induzem ao erro ( Ef 4:14 ).