John Mac Arthur escreve:
Não muito tempo atrás, um homem que eu nunca havia visto entrou em meu escritório e disse: “Preciso de ajuda”, disse ele. “Sinto-me estranho em vir até você, pois nem mesmo sou cristão! Sou judeu! Até algumas semanas atrás, nunca havia entrado numa igreja. Preciso de ajuda, por isso decidi falar com você.
Assegurei-lhe que faria o possível para ajudar. Convidei-o a assentar-se e expor o que o perturbava. A conversa foi mais ou menos o seguinte:
“Sou duas vezes divorciado e agora vivo com uma mulher que é minha amante. Nem sequer gosto dela, mas não tenho coragem de deixá-la e voltar para minha segunda esposa”.
“Sou médico”, prosseguiu. “Pior ainda, vivo de fazer abortos! Mato bebês! No ano passado minha clínica faturou nove milhões de dólares só com abortos. Não faço apenas abortos legais, faço por qualquer outra razão. Ainda que uma mulher apareça lá sem motivo, eu arrumo um”.
“Há seis semanas, um domingo pela manhã, fui a uma igreja da Comunidade e desde então tenho ido toda semana. Na semana passada, você compartilhou sobre Ser entregue a Satanás. Se existe alguém sobre a terra que deve ser entregue a Satanás, esse alguém sou eu. Sei que estou condenado ao inferno por causa das coisas que fiz e, além disso, sou completamente desventurado e infeliz. Faço terapia constantemente, mas não tem me ajudado em nada. Não consigo suportar a culpa de tudo isso. Não sei o que fazer. Você pode me ajudar?”
“Não”, respondi, “não posso ajudá-lo”.
Surpreso, ele me olhou em nítido desespero. Deixei que o choque fizesse algum efeito.
“No entanto, deixe-me esclarecer que conheço Alguém que pode ajudá-lo – Jesus Cristo”.
“Mas não sei quem Ele é”, disse ele em tristeza. “Durante toda a minha vida fui ensinado a não crer nEle”.
“Você gostaria de saber quem é Jesus Cristo?”
“Sim, gostaria se, de fato, Ele puder me ajudar”, replicou.
“Quero que faça o seguinte”.
Peguei a minha Bíblia que estava na escrivaninha e abri no Evangelho de João.
“Gostaria que levasse esse livro para casa. Leia essa parte chamada Evangelho de João. Quero que leia e releia, até que saiba quem é Jesus Cristo. E então me procure novamente”.
No final da mesma semana, relatei o incidente a um pastor de outra igreja. Obtive dele a indagação: “Foi tudo o que você lhe deu? Só o Evangelho de João? Por que você não lhe deu algum material de suporte, algumas fitas, algumas perguntas para responder, alguma outra coisa … Só a Bíblia?”
“Não e preocupe”, respondi, “A Bíblia é como um leão. Não é necessário defendê-la. Abra a porta e deixe-a sair. Ela tomará conta de si mesma. Se ele estiver com o coração aberto, a Bíblia poderá fazer muito mais para alcançá-lo do que se eu lhe desse um monte de literatura ou qualquer outro tipo de material de estudo. O que poderia dar-lhe mais poderoso do que a própria Palavra de Deus?”
Na sexta-feira seguinte, recebi um telefonema. O médico queria me ver novamente. Marcamos um encontro, ao qual ele foi pontual. Entrou no meu escritório, passou por mim como se não tivesse me visto, sentou-se no sofá e colocou a Bíblia ao seu lado.
“Sei agora quem Ele é”, declarou.
“Sabe?”
“Sim, eu sei”, respondeu.
“Quem é Ele?”
“Vou lhe dizer uma coisa. Ele não é apenas um homem”.
“Verdade?”, questionei-o. “Quem é Ele?”
“Ele é Deus!”, disse firmemente.
“Como você, sendo judeu, pode declarar que Jesus Cristo é Deus?”, perguntei. “Como descobriu isso?”
“Está claro no Evangelho de João”.
“O que o convenceu disso?”
“Pelas palavras que Ele disse e as coisas que Ele fez! Ninguém poderia dizer ou fazer tais coisas se não fosse Deus”, declarou repetindo a tese do apóstolo João cabalmente.
Concordei entusiasmado, balançando a cabeça.
Ele prosseguiu, “Sabe o que mais Ele fez? Ressuscitou dos mortos. Eles O sepultaram e três dias depois, ressurgiu da morte! Isso prova que Ele é Deus, não prova? O próprio Deus veio ao mundo”.
Aquele homem havia sido conquistado. “Você sabe por que Ele veio?”, perguntei-lhe.
“Sim, Ele veio para morrer pelos meus pecados”.
“Como você sabe disso?”, questionei.
“Gostei tanto do Evangelho de João que li a Epístola aos Romanos também. Assim que eu colocar a minha vida em ordem, vou me tornar um cristão”.
“Esse não é o caminho certo”, ponderei. “Receba-O como seu Senhor e Salvador neste exato momento e deixe que Ele coloque sua vida em ordem”. Foi quando perguntei, “que implicações essa decisão tem para seu trabalho?”
“Passei a tarde escrevendo minha carta de demissão para a clínica de abortos. Assim que sair daqui, ligarei para minha segunda esposa e vou levá-la à igreja comigo”.
Asim ele disse e assim ele fez!
Por que alguém questionaria o poder das Escrituras em alcançar uma pessoa como ele? O fato é que nada do que eu viesse a dizer teria sido mais eficaz do que a verdade inspirada pelo Espírito na própria Bíblia. Ela o convenceu do seu pecado e o levou a reconhecer sua necessidade de Cristo”.
Extraído do livro “A Janela Mais Ampla” de DeVern Fromke