sábado, 2 de julho de 2011



O apóstolo Pedro negou Jesus três vezes, com medo das conseqüências de sua identificação com alguém sob severo julgamento na iminência de ser crucificado. Mas não se pode dizer que Pedro era um covarde.

Prometera a Jesus seguí-lo até a morte, e, de fato, no Getsêmani quando Jesus estava sendo preso, se opôs aos soldados romanos, inclusive cortando a orelha de um deles. Isso indica que se Pedro não era muito bom com a espada, pelo menos estava falando sério quando prometeu lutar e morrer por Jesus.

Pedro fez algo reprovável. Mas seu erro foi um incidente, e não uma prática constante. Fugiu, mas não era covarde. Há grande diferença entre o que uma pessoa é e o que uma pessoa faz, desde que o fazer não seja um padrão de comportamento. Isto é, uma coisa é mentir, outra é ser mentiroso; uma é não dividir o sorvete, outra é ser egoísta; uma, é socorrer um aflito, outra é ser compassivo.

Os atos dizem muito pouco quando não expressam uma natureza. Por esta razão Jesus iniciou o Sermão do Monte com as Bem-Aventuranças, descrevendo seus discípulos em termos do que são, e não do que fazem: misericordiosos, pacificadores, puros de coração. Parece óbvio que somente quem tem uma natureza pacificadora consegue virar a outra face após ser agredido; somente quem é misericordioso consegue andar uma segunda milha com o incômodo companheiro; somente quem é puro de coração consegue olhar um corpo insinuante sem intenções inadequadas.

Mais importa o que você é do que o que você faz. Primeiro, porque quando você faz o que não é, o fazer é um peso enorme, e nunca resulta em gratificação: por mais que você faça, está sempre insatisfeito e vazio. Depois, porque quando você é, o que você faz flui naturalmente, sem muito esforço, como aquela comparação de Jesus onde o natural é que de uma laranjeira surjam laranjas.

“Escolha o novo mundo” é muito mais do que um apelo a ações e gestos de bondade e beneficência. É um imperativo para mudança de mente, meta-nóia, expansão da consciência, transformação pessoal, novo jeito de viver. É mais do que um estímulo a servir pessoas no período de Natal. É um desafio a ser como Cristo: servo de todos, e sempre.
Fonte: IBAB

Nenhum comentário:

Postar um comentário