A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, 
exultais com alegria indizível e cheia de glória " (I Ped. 1:8).
O verdadeiro cristão tem uma convicção sólida e efetiva da verdade do 
evangelho. Não hesita mais entre duas opiniões. O evangelho deixa de ser
 duvidoso ou provavelmente verdadeiro, tornando-se estabelecido e 
indiscutível em sua mente. As coisas grandes, espirituais, misteriosas e
 invisíveis do evangelho influenciam seu coração como realidades 
poderosas.
Ele não tem simplesmente uma opinião que Jesus seja o Filho de Deus; 
Deus abre seus olhos para ver que este é o caso. Quanto às coisas que 
Jesus ensina sobre Deus, a vontade de Deus, a salvação e o céu, o 
cristão também sabe que são realidades indubitáveis. Têm, assim, uma 
influência prática em seu coração e em seu comportamento.
É claro nas Escrituras que todos os verdadeiros cristãos têm essa 
convicção sobre as coisas divinas. Mencionarei somente alguns textos dos
 muitos existentes: "Mas vós... quem dizeis que eu sou?" "Respondendo 
Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo. Então Jesus 
lhe afirmou: bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e 
sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus" (Mat. 16:15-17). 
"Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu 
mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. Agora eles reconhecem 
que todas as coisas que me tens dado, provêm de ti; porque eu lhes tenho
 transmitido as palavras que me deste e eles as receberam e 
verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste" 
(João 17:6-8). "Porque sei em quem lenho crido, e estou certo de que ele
 é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (II Tim. 1:12). 
"E nós conhecemos e cremos 0 amor que Deus nos tem" (I João 4:16).
Existem muitas experiências religiosas que falham em trazer essa 
convicção. Muitas das chamadas revelações são emocionantes, mas não 
convincentes. Não produzem mudança duradoura na atitude e conduta da 
pessoa. Existem pessoas que têm tais experiências, todavia não agem sob 
influência prática de uma convicção das realidades infinitas, eternas em
 suas vidas diárias. Suas emoções Urdem por algum tempo e depois morrem 
de novo, não deixando atrás de si nenhuma convicção duradoura.
Entretanto, suponhamos que as afeições religiosas de uma pessoa surjam 
realmente de uma forte convicção que o cristianismo é verdadeiro. Seriam
 suas afeições espirituais? Não, não necessariamente. De fato, suas 
emoções ainda não são espirituais, a não ser que sua convicção seja 
razoável. Por "uma convicção razoável", quero dizer uma convicção 
fundada em evidência e de bom entendimento. Pessoas de outras crenças 
têm uma forte convicção da verdade de suas religiões. Muitas vezes 
aceitam suas religiões meramente porque seus pais, vizinhos e nações as 
ensinam. Se um cristão professo não tem outra base para sua fé, a não 
ser essa, sua religião não é melhor do que a de qualquer outro que creia
 meramente como resultado de sua formação. Sem dúvida a verdade em que o
 cristão acredita é melhor, porém se sua crença nessa verdade vem 
somente de sua formação, então a crença em si mesma está no mesmo nível 
que aquela das pessoas de outras religiões. As emoções que fluem de tal 
crença não são melhores que as emoções religiosas fundadas em outras 
crenças.
Além disso, suponhamos que a crença de uma pessoa no cristianismo não 
seja baseada em sua educação, mas em argumentos e na razão. Seriam suas 
emoções agora espirituais? Mais uma vez, não necessariamente. Emoções 
não espirituais podem surgir até de uma crença razoável. A crença 
propriamente dita há de ser espiritual bem como razoável. De fato, 
argumentos racionais às vezes convencerão uma pessoa intelectualmente 
que o cristianismo é verdadeiro, no entanto aquela pessoa continua não 
salva. Simão, o mágico, cria intelectualmente (At. 8:13), porém, 
continuou "em fel de amargura e laço de iniqüidade" (At. 8:23). Crença 
intelectual certamente pode produzir emoções, como nos demônios que 
"crêem e tremem" (Tg. 2:19), todavia tais emoções não são espirituais.
Convicção espiritual da verdade surge somente numa pessoa espiritual. 
Somente quando o Espírito de Deus ilumina nossas mentes para entender 
realidades espirituais podemos ter uma convicção espiritual da verdade 
delas. Lembrem-se, compreensão espiritual significa uma percepção 
interior da beleza espiritual das coisas divinas.
Fonte: Site: Jonathan Edwards 
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