sábado, 28 de janeiro de 2012

Caros amigos, 



Um novo tratado global pode permitir que corporações policiem tudo que fazemos na Internet. Na semana passada, três milhões de pessoas ajudaram a adiar projetos de lei de censura nos EUA --  se agirmos agora, poderemos fazer com que o Parlamento Europeu enterre esse novo tratado para todos nós:  


Assine a petição
Na semana passada, 3 milhões de nós contra-atacaram a investida dos Estados Unidos sobre nossa Internet! --- mas há uma ameaça ainda maior e nosso movimento global pela liberdade online está completamente decidido a acabar com essa ameaça de uma vez por todas.

ACTA - um acordo global - pode permitir que as corporações censurem a Internet. Negociado secretamente por um pequeno número de países ricos e por poderes corporativos, esse acordo configuraria um novo órgão sombrio para a regulamentação comercial internacional que daria poder para interesses privados policiarem tudo que fazemos online e iria impor enormes penalidades -- inclusive sentença à prisão -- a pessoas que eles julgarem estar afetando seus negócios.

Nesse exato momento, a Europa está decidindo se ratificará ou não o ACTA -- e sem ela, o ataque global à liberdade na Internet vai desmoronar. Nós sabemos que a Europa se opôs ao ACTA anteriormente, mas alguns membros do Parlamento Europeu estão hesitando -- vamos dar o empurrão que eles precisam para rejeitar o tratado. Assine a petição -- faremos uma entrega espetacular em Bruxelas quando alcançarmos 500.000 assinaturas:

http://www.avaaz.org/po/eu_save_the_internet/?cl=1537430115&v=12277

É revoltante -- os governos de quatro quintos da população mundial foram excluídos das negociações do Acordo Comercial Antipirataria (ACTA) e burocratas não eleitos têm trabalhado de perto com lobistas corporativos para criar novas regras e um regime de aplicação dessas regras altamente perigoso. O ACTA cobriria inicialmente os EUA, Europa e 9 outros países, e então se expandiria para o mundo. Mas se conseguirmos que a União Europeia diga não agora, o tratado perderá sua força e poderá ser paralisado para sempre.

As regras bastante rigorosas significam que pessoas em qualquer lugar do mundo são punidas por atos simples como compartilhar um artigo de jornal ou enviar um vídeo de uma festa que possua uma música sob direitos autorais. Vendido como sendo um acordo comercial para proteger os direitos autorais, o ACTA pode também banir medicamentos genéricos que salvam vidas e ameaçar o acesso de fazendeiros locais a sementes que eles precisam. E, espantosamente, o comitê do ACTA vai ter carta-branca para mudar suas próprias regras e sanções sem controle democrático.

O interesse das grandes corporações está pressionando muito pela aprovação do ACTA, mas o Parlamento Europeu está no meio do caminho.Vamos enviar um apelo enorme aos parlamentares para ignorarem o lobby e se posicionarem a favor da liberdade da Internet. Assine agora e envie para todos que você conhece.

http://www.avaaz.org/po/eu_save_the_internet/?cl=1537430115&v=12277

Na semana passada, vimos a dimensão do poder da coletividade quando milhões de nós juntaram forças para impedir que os EUA aprovassem leis de censura da Internet que atingiriam a rede em cheio. Nós também mostramos ao mundo o quão poderosas nossas vozes podem ser. Vamos levantar nossas vozes mais uma vez para combater essa nova ameaça.

Com esperança e determinação, 

Dalia, Alice, Pascal, Emma, Ricken, Maria Paz e o restante da equipe da Avaaz 

Mais informações: 

ACTA: poloneses vão às ruas protestar contra acordo antipirataria (Terra Brasil)
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0%2c%2cOI5575829-EI12884%2c00-ACTA+poloneses+vao+as+ruas+protesta+contra+acordo+antipirataria.html 

Se você achava que SOPA era ruim, espere até conhecer o ACTA (em inglês) (Forbes)
http://www.forbes.com/sites/erikkain/2012/01/23/if-you-thought-sopa-was-bad-just-wait-until-you-meet-acta/ 

ACTA vs. SOPA: Cinco razões pelas quais o ACTA é a ameaça mais assustadora para a liberdade na Internet (em inglês) (IB Times)
http://www.ibtimes.com/articles/286925/20120124/acta-sopa-reasons-scarier-threat-internet-freedom.htm?cid=2 

O tratado secreto: ACTA e seu impacto no acesso a medicamentos (em inglês)
http://www.msfaccess.org/content/secret-treaty-anti-counterfeiting-trade-agreement-acta-and-its-impact-access-medicines 


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


O que é João 3.16?

Na grande e linda cidade de Londres, numa noite muito fria, um menino pobre não resistindo a intensidade do frio dirigiu-se a um guarda e lhe perguntou: "Onde posso dormir esta noite? O atencioso guarda lhe respondeu: "Vá até a rua tal, número tal, aperte a campainha, quando a pessoa que a abrir a porta lhe perguntar o que você quer, responda assim: João 3.16".

Lá foi então o garoto, apertou a campainha, uma jovem simpática abriu logo respondendo: "João 3.16". Levaram-no à casa de banho, enquanto ele sentia a água gostosa e quente lavando seu corpo sujo, ele dizia: "Não sei o que é João 3.16, mas sei que está deixando limpo um corpo sujo". Logo depois vestiram-no com roupas limpas, cheirosas, e mais uma vez ele repetiu: "O que é João 3.16 eu não sei, mas sei que está me vestindo com roupas limpas". Amorosamente ele foi conduzido ao refeitório onde uma farta refeição lhe foi servida e mais uma vez pensou: "Não sei o que é João 3.16, mas sei que está matando a minha fome". Agora limpo, vestido e alimentado, carinhosamente ele foi levado ao quarto e, ao deitar-se, mais uma vez disse: "Não sei o que é João 3.16, mas sei que dá descanso ao corpo de um menino que não tinha onde dormir".

Muito à vontade entre os cheirosos cobertores dormiu aquela noite e cedo quando voltou à mesa para o café da manhã a moça que o recebeu na noite anterior, sorridente lhe perguntou: "Você sabe o que é João3.16?". "Não sei", respondeu o garoto.

"Pois então saiba que esta casa chama-se João3.16, que na verdade fala de um versículo capaz de resumir toda a Bíblia; nele vemos o grande amor de Deus revelado a todos os homens através de Jesus Cristo, seu filho".

(Autor Desconhecido)

Cristo é Tudo! - Paul Washer


PROPAGANDA ASSUSTADORA DA NOVA ORDEM MUNDIAL ILLUMINATES

Cave Mais Fundo - Joshua Harris

A Perseverança na Santidade - C. H. Spurgeon - Sermão 2108

Confissão de Pecado! - C. H. Spurgeon - Sermão n° 113

O Perigo Das Amizades - Paulo Junior


                      Clamor sem voz!
Por Luiz Carlos

Lucas 7:44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me desta água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
Lucas 7:45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.

Lucas 7:46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.
Lucas 7:47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

Lucas 7:48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
                                      
Quando novo convertido, muitas pessoas me diziam como orar, para que Deus me respondesse. Era uma igreja que gritava, alguns batiam nos bancos...
Eu não entendia o porquê disto. Gritar faria Deus me ouvir? Bater nos bancos faria Deus me responder mais depressa?
Orar em voz alta era realmente clamar, e, ser respondido?
Tenho que gritar? A única voz ouvida por Deus é realmente a voz da boca?
A Bíblia diz: "[...] um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás." (Sl. 51. 17). Para ser ouvido e respondido por Deus, o mais importante é o coração.
O que dizer de Ana, mãe de Samuel? Samuel não era nem para ter nascido, não fosse um coração despedaçado, e totalmente dependente de Deus. Eli, o sacerdote a teve por embriagada, pois seus lábios se mexiam, mas, sua voz não se ouvia.
Ela derramava sua alma perante Deus.
Jesus vai à casa de um fariseu, toma lugar a mesa, e, simplesmente, uma pecadora se coloca aos seus pés, lavando com lágrimas e secando com os cabelos.
Entendendo...
Naquele tempo, na Palestina, uma refeição particular podia assumir aparência de um entretenimento público, podendo aparecer hóspedes não convidados, os quais podiam movimentar-se livremente em torno da mesa do banquete, sem que houvesse qualquer comentário ou julgamento.
A mulher pecadora estava insatisfeita e infeliz com a vida que vivia. Ela não suportava mais as culpas e o peso do pecado em sua vida. E, assim decidida, foi em busca do perdão.
Jesus então, a acolheu... Sem acusações ou recriminações.
A mulher se humilhou no coração, regando os pés do Senhor com as suas lágrimas, secando-os com os seus cabelos, e, beijando os seus pés os ungia com ungüento muito precioso.
Entendendo...                               
Naquele tempo os convidados removiam as sandálias antes da refeição e se reclinavam sobre o banco ao redor da mesa, com os pés para fora.                                            Beijar os pés era sinal comum de profunda reverência, especialmente a rabinos líderes. Era usual e próprio às mulheres usarem cabelos compridos (I Cor 11:15).                             Ela soltou os próprios cabelos em público, o que para as judias era vergonhoso.
Eu não sei o que ela orava. Com certeza, não pedia casa, nem dinheiro, nem roupas...                                                    
Mas, posso imaginar... Senhor me perdoe. Senhor estou com vergonha de mim, de meus pecados. Senhor, não suporto mais o peso de meus pecados. Cura minha alma. Purifique-me. Senhor, eu preciso de ti.
Este é um clamor sem voz! Este é um clamor da alma! Sem regras. Não, ninguém disse pra ela que orasse assim ou assado. Ninguém a ensinou como orar.
Ela não estudou as dez maneiras de orar com eficácia. Nem, como orar e Deus lhe responder. Ela se entregou simplesmente, se entregou ao Senhor. Não se ouvia sua voz, ela somente chorava e amava, e no coração dizia, eu te amo Jesus, eu te amo.
                                                                      
Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
Seek-Erstreben

Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. (Sl.51.17)




Jesus Culture - I Need You More(Legendada)


Ainda existem Levitas?


Refletindo algumas semanas atrás sobre o termo “Levita”, que muitas vezes é (indevidamente) associado aos músicos da igreja, me ocorreu: Os levitas ainda existem?
O sacerdócio levítico ocupava-se de todo serviço do Tabernáculo e depois do Templo. Eles não eram apenas músicos, mas também uma espécie de zeladores e administradores do lugar onde os sacrifícios eram feitos. Também a linhagem desses sacerdotes era da tribo de Levi, da família de Arão. O sumo sacerdote era levita.
Mas sabemos, e o livro de Hebreus enfatiza isso, que Cristo veio como o maior e eterno Sumo Sacerdote, não da tribo de Levi, mas segundo a linhagem de Melquisedeque, que era além de sacerdote, rei de Salém (primitiva Jerusalém). Jesus entrou no Santos dos Santos com seu próprio sangue, e, sozinho, por nós ofereceu o maior, perfeito, único, úlitmo e suficiente sacrifício. Em tudo isso ele não foi assistido por ninguem.
Pois bem, Hebreus 8 esclarece:
Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem. Porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; por isso era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer. Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou. Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda.
Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança,
Não segundo a aliança que fiz com seus pais No dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; Como não permaneceram naquela minha aliança, Eu para eles não atentei, diz o Senhor.
Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo;
E não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior.
Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.
Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar.

É nítido que o sarcedócio levítico passou, bem como a figura dos levitas. No N.T esse conceito só é explorado em Hebreus, e ainda assim para demonstrar que foi substituído pelo sacerdócio de Jesus, que era da tribo de Judá. Segue a declaração de Hebreus 7.11:
De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Somos sacerdotes hoje? Pedro diz que sim:
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1 Pe 2.8)Mas não se trata mais de um sacerdócio levítico, e sim real. Creio que somos sacerdotes segundo o Rei Jesus Cristo, servindo não segundo os rudimentos da lei de Israel. Somos segundo o Sumo Sacerdote, que já apresentou um único e suficiente sacrifício. O termo levita é anacrônico, nos remonta à lei, à necessidade de apresentar um animal e manter o templo em ordem. Cristo já se ofereceu, e por nós preparou o Templo, não aquele feito por mãos humanas, mas o celestial. Sigamos em frente, com Cristo, com fé em seu sacrifício. Não retrocedamos para o que passou (Hb 10.38, 39).

Kim Walker - I surrender [Legendado em Português]

Ele me ama (How He Loves Us) Jesus Culture (Legenda Português)

Quando o mundo cai ao meu redor - Min. Livres para adorar


Predestinação e Livre-Arbítrio(3)
R.C. Sproul


A VISÃO DE JESUS DA CAPACIDADE MORAL

Fizemos um breve resumo da visão de Jonathan Edwards e de Santo Agostinho sobre o assunto da incapacidade moral. Eu acho que eles são úteis, e estou também persuadido que eles estão corretos. Ainda assim, a despeito de sua autoridade como grandes teólogos, nenhum deles pode exigir de nós nossa submissão absoluta a seus ensinamentos. Ambos são falíveis. Para o cristão, o ensinamento de Jesus é outro assunto. Para nós, assim como para qualquer outra pessoa, se de fato Jesus é o Filho de Deus, o ensinamento de Jesus deve estar atado às nossas consciências. Seu ensinamento sobre a questão da capacidade moral do homem é definitivo.


Um dos ensinamentos mais importantes de Jesus sobre este assunto é encontrado no Evangelho de João. "Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim se pelo Pai não lhe for concedido" (Jo 6.65).
Vamos olhar de perto para este versículo. O primeiro elemento do ensinamento é uma negativa universal. A palavra "ninguém" é completamente inclusiva. Não permite nenhuma exceção além das exceções que Jesus acrescenta. A próxima palavra é crucial. É a palavra poderá. Isto tem a ver com capacidade, e não com permissão.
Nesta passagem Jesus não está dizendo: "Não é permitido que ninguém venha a mim". Ele está dizendo, "Ninguém é capaz de vir a mim."

A palavra seguinte na passagem é também vital. "Se" refere-se ao que chamamos de condição necessária. Uma condição necessária refere-se a algo que precisa acontecer antes que outra coisa possa acontecer. O significado das palavras de Jesus é claro. Nenhum ser humano tem a possibilidade de poder vir a Cristo a menos que aconteça alguma coisa que torne possível que ele venha. Essa condição necessária que Jesus declara é que "lhe seja concedido pelo Pai". Jesus está dizendo aqui que a capacidade de vir a Ele é um dom de Deus. O homem não tem capacidade em si mesmo e de si mesmo para vir a Cristo. Deus precisa fazer alguma coisa antes.

A passagem ensina pelo menos isto: Não está dentro da capacidade natural do homem decaído vir a Cristo por si próprio, sem algum tipo de assistência divina. Pelo menos até este ponto, Edwards e Agostinho estão em sólida concordância com o ensinamento de nosso Senhor. A pergunta que permanece é esta: Deus dá a capacidade de vir a Jesus a todos os homens? A visão reformada da predestinação diz que não. Algumas outras visões da predestinação dizem que sim. Porém uma coisa é certa: o homem não pode fazê-lo por seu próprio poder, sem algum tipo de ajuda de Deus.

Que tipo de ajuda é requerido? Até onde Deus precisa ir para vencer nossa capacidade natural de vir a Cristo? Uma evidência é encontrada em outro lugar, neste mesmo capítulo. De fato, há duas outras declarações de Jesus que têm relação direta com esta questão.
Anteriormente, no capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus faz uma declaração similar. Ele diz: 
"Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer" (Jo 6.44). A palavra chave aqui é trouxer. O que significa para o Pai trazer pessoas a Cristo? Muitas vezes tenho ouvido este texto explicado como significando que o Pai precisa convidar ou atrair os homens para Cristo. A menos que isto aconteça, nenhum homem virá a Cristo. Contudo, o homem tem a capacidade de resistir a esse convite ou de recusar a atração. O convite, embora necessário, não compele. Na linguagem filosófica, isso significaria que a atração de Deus é uma condição necessária, mas não suficiente para trazer os homens a Cristo. Em linguagem mais simples, significa que não podemos vir a Cristo sem o convite, mas o convite não garante que viremos, de fato, a Cristo.

Estou persuadido de que a explicação acima, que é tão difundida, está incorreta. Faz violência ao texto da Escritura, particularmente ao sentido bíblico da palavra trouxer. A palavra grega usada aqui é elko. O Dicionário Teológico do Novo Testamento, de Kittel, define-a como significando compelir por irresistível superioridade. Lingüisticamente e lexicograficamente, a palavra significa "compelir".

Compelir é um conceito muito mais vigoroso do que cortejar. Para enxergar mais claramente, vamos dar uma olhada em duas outras passagens do Novo Testamento onde a mesma palavra grega é usada. Em Tiago 2.6, lemos: "Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem, e não são eles que vos arrastam para os tribunais?" Adivinhe qual palavra nesta passagem é a mesma palavra grega que em outros lugares está traduzida por trazer. É a palavra arrastar. Vamos agora substituir este texto pela palavra convidar. Ficaria assim: "Não são os ricos que vos oprimem e vos convidam para tribunais?"

O mesmo ocorre em Atos 16.19. "Vendo os seus senhores que se lhes desfizera a esperança do lucro, agarrando em Paulo e Silas, os arrastaram para a praça, à presença das autoridades." Novamente, tente substituir a palavra arrastar pela palavra convidar. Paulo e Silas não foram agarrados e então convidados para irem à praça.
Uma vez me convidaram para debater a doutrina da predestinação num fórum público, num seminário arminiano. Meu opositor era o chefe do departamento de Novo Testamento do seminário. Num ponto crucial do debate, concentramos nossa atenção na passagem a respeito do Pai atraindo pessoas. Meu opositor foi quem trouxe a passagem, como prova para dar suporte à sua alegação de que Deus nunca força ou compele ninguém a vir a Cristo. Ele insistia que a divina influência sobre o homem decaído era restrita à atração, que ele interpretava como tendo o significado de convite.

Nesse ponto do debate rapidamente me referi a Kittel e às outras passagens do Novo Testamento que traduzem a palavra como arrastar. Estava certo de tê-lo vencido. Estava certo de que ele havia entrado numa dificuldade insolúvel para sua própria posição. Mas ele me surpreendeu. Ele me pegou completamente desprevenido. Jamais me esquecerei daquele momento agonizante em que ele citou uma referência de um obscuro poeta grego em que a mesma palavra grega era usada para descrever a ação de tirar água de um poço. Ele olhou para mim e disse: "Bem, professor Sproul, alguém arrasta água de um poço?" Imediatamente a audiência explodiu em gargalhadas por causa da surpreendente revelação do significado alternativo da palavra grega. Eu fiquei ali, parecendo um pouco tolo. Quando as risadas cessaram, repliquei: "Não, senhor. Tenho de admitir que nós não arrastamos água de um poço. Mas, como conseguimos água de um poço? Nós a convidamos? Ficamos em cima do poço e gritamos: "Aqui, água, vem, água?" E tão necessário que Deus venha a nossos corações para nos voltar em direção a Cristo, como é para nós colocar o balde na água e puxá-lo para fora, se quisermos algo para beber. A água simplesmente não virá por si própria, respondendo a um mero convite externo.

Por mais cruciais que sejam estas passagens do Evangelho de João, elas não ultrapassam em importância um outro ensinamento de Jesus no mesmo Evangelho, com respeito à incapacidade moral do homem. Estou pensando na famosa discussão que Jesus teve com Nicodemos em João 3. Jesus disse a Nicodemos: "Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3). Dois versículos depois Jesus repete o ensinamento: "Em verdade, em verdade vos digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus".

Aqui encontramos a expressão chave Quem não... Jesus está declarando uma precondição necessária e enfática para a capacidade de qualquer ser humano de ver e entrar no Reino de Deus. Essa precondição enfática é o renascimento espiritual. A visão reformada da predestinação ensina que, antes que uma pessoa escolha Cristo, seu coração precisa ser mudado. Ela precisa nascer de novo. As visões não reformadas ensinam que as pessoas decaídas primeiro escolhem Cristo e depois nascem de novo. 

Aqui encontramos pessoas não regeneradas vendo e entrando no Reino de Deus. No momento em que uma pessoa recebe Cristo, ela está no reino. Não é primeiro crer, e depois se tornar renascido, e então ser introduzido no reino. Como pode um homem escolher um reino que não pode ver? Como pode um homem entrar no reino sem primeiro ser renascido? Jesus estava apontando para a necessidade de Nicodemos de ser nascido do Espírito. Ele estava na carne. A carne produz somente carne. A carne, disse Jesus, não tem nenhum proveito. Como Lutero argumentava: "Isso não significa pouca coisa". As visões não reformadas mostram pessoas respondendo a Cristo sem serem renascidas. Estão ainda na carne. Para as visões não reformadas, a carne não só tem algum proveito, como tem o proveito da coisa mais importante que uma pessoa poderia ganhar — a entrada no reino através de crer em Cristo. Se uma pessoa que ainda está na carne, que ainda não é renascida pelo poder do Espírito Santo, pode inclinar-se ou dispor-se a Cristo, para que o renascimento? Esta é a falha fatal das visões não reformadas. Elas falham em levar a sério a incapacidade moral do homem, a impotência moral da carne.

Um ponto cardeal da teologia reformada é a máxima: "A regeneração precede à fé". Nossa natureza é tão corrupta, o poder do pecado é tão grande que, a menos que Deus faça uma obra sobrenatural em nossas almas, nunca vamos escolher Cristo. Não cremos para sermos nascidos de novo; somos nascidos de novo para que possamos crer.

É irônico que no mesmo capítulo, aliás no mesmo contexto no qual nosso Salvador ensina a absoluta necessidade do renascimento, até mesmo para ver o reino, e quanto mais para escolhê-lo, as visões reformadas encontram uma de suas principais provas para argumentar que o homem decaído conserva uma pequena ilha de habilidade para escolher Cristo. E João 3.16: "...Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

O que este famoso versículo ensina a respeito da capacidade que o homem decaído tem de escolher Cristo? A resposta, simplesmente, é nada. O argumento usado pelos não reformados é que o texto ensina que todas as pessoas no mundo têm em seu poder aceitar ou rejeitar Cristo. Uma olhada cuidadosa no texto revela, contudo, que ele não ensina nada desse tipo. O que o texto ensina é que todo o que crê em Cristo será salvo. Quem fizer A (crer) receberá B (vida eterna). O texto não diz nada, absolutamente nada, sobre quem vai crer. Não diz nada sobre a capacidade moral natural do homem decaído. Os reformados e os não-reformados crêem, ambos, de coração, que todos os que crerem serão salvos. Eles discordam, de coração, sobre quem tem a capacidade de escolher.

Alguns podem responder: "Tudo bem. O texto não ensina explicitamente que os homens decaídos têm a capacidade de escolher Cristo sem ser primeiro renascidos, mas isto certamente está implícito". Não estou querendo conceder que o texto chegue mesmo a ter tal coisa implícita. Contudo, mesmo que tivesse, não faria nenhuma diferença no debate. Por que não? Nossa regra para interpretar a Escritura é que as implicações extraídas da Escritura precisam sempre estar subordinadas aos ensinamentos explícitos dela. Não devemos nunca, nunca, nunca, reverter isto e subordinar os ensinamentos explícitos da Escritura a possíveis implicações extraídas dela. Esta regra é compartilhada tanto pelos pensadores reformados como pelos não reformados.

Se João 3.16 implicasse numa capacidade humana natural universal do homem decaído para escolher Cristo, então essa implicação seria varrida pelo ensinamento contrário explícito de Jesus. Já temos mostrado que Jesus explicitamente e sem ambigüidade ensinou que nenhum homem tem a capacidade de vir a Ele sem que Deus faça alguma coisa para dar-lhe essa capacidade, atraindo-o.
O homem decaído é carne. Na carne ele não pode fazer nada para agradar a Deus. Paulo declara: "Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Porquanto o que está na carne não pode agradar a Deus" (Rm 8.7,8).

Perguntamos então: "Quem são aqueles que estão na carne?" Paulo continua declarando: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós..." (Rm 8.9). A palavra crucial aqui é "se". O que distingue aqueles que estão na carne daqueles que não estão é a habitação interior do Espírito Santo. Ninguém que não é renascido é habitado interiormente por Deus o Espírito Santo. Pessoas que estão na carne não foram renascidas. A menos que sejam primeiro renascidas, nascidas do Espírito Santo, elas não podem estar sujeitas à lei de Deus. Não podem agradar a Deus.

Deus nos ordena que creiamos em Cristo. Ele se agrada daqueles que escolhem Cristo. Se pessoas não regeneradas pudessem escolher Cristo, então elas poderiam estar sujeitas a pelo menos uma das ordens de Deus, e poderiam ao menos fazer alguma coisa que fosse agradável a Deus. Se fosse assim, então o apóstolo teria errado aqui ao insistir que aqueles que estão na carne não podem nem estar sujeitos a Deus nem agradá-lo.

Concluímos que o homem decaído é ainda livre para escolher o que deseja, mas, porque seus sentimentos são maus, falta-lhe a capacidade moral de vir a Cristo. Enquanto ele permanecer na carne, não regenerado, nunca escolherá Cristo. Ele não pode escolher Cristo precisamente porque não pode agir contra sua própria vontade. Ele não tem desejo por Cristo. Ele não pode escolher o que não deseja. Sua queda é grande. É tão grande que somente a graça efetiva de Deus operando em seu coração pode trazê-lo à fé.

RESUMO DO CAPÍTULO 3

1. O livre-arbítrio é definido como a "capacidade de fazer escolhas de acordo com nossos desejos."
2. O conceito de "vontade neutra livre", uma vontade sem disposições e inclinações anteriores, é uma visão falsa do livrearbítrio. E tanto irracional quanto antibíblica.
3. O verdadeiro livre-arbítrio envolve um tipo de autodeterminação, que difere da coação por uma força externa.
4. Lutamos com escolhas, em parte porque vivemos com desejos conflitantes e mutantes.
5. O homem decaído tem a capacidade natural de fazer escolhas, mas falta-lhe a capacidade moral de fazer escolhas santas.
6. O homem decaído, como disse Santo Agostinho, tem "livre-arbítrio", mas falta-lhe "liberdade".
7. O pecado original não é o primeiro pecado, mas a condição pecaminosa que é o resultado do pecado de Adão e Eva.
8. O homem decaído é "incapaz de não pecar."
9. Jesus ensinou que o homem não tem poder para vir a Ele sem ajuda divina.
10. Para que uma pessoa escolha Jesus, ela precisa primeiro ser nascida de novo.



Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/predestinacao/predestinacao-livre-arbitrio-r-c-sproul.html#ixzz1kTIcmklw

Predestinação e Livre-Arbítrio(2)
R.C. Sproul


CAPACIDADE MORAL E NATURAL

Jonathan Edwards fez outra distinção que é útil no entendimento do conceito bíblico do livre-arbítrio. Ele distinguiu entre capacidade natural e capacidade moral. A capacidade natural tem a ver com os poderes que recebemos como seres humanos naturais. Como um ser humano, tenho a capacidade natural de pensar, de andar, de falar, de ver, de ouvir, e, sobretudo, de fazer escolhas. Há certas capacidades naturais que me faltam. Outras criaturas podem possuir a capacidade de voar sem a ajuda de máquinas. Eu não tenho essa capacidade natural. Posso desejar voar pelos ares como o Super-Homem, mas não tenho essa capacidade. A razão pela qual eu não posso voar não é devida à deficiência moral no meu caráter, mas porque meu Criador não me deu o equipamento natural necessário para voar. Não tenho asas.

A vontade é uma capacidade natural dada a nós por Deus. Temos todas as faculdades naturais necessárias para fazer escolhas. Temos uma mente e temos uma escolha. Temos a capacidade natural de escolher o que desejamos. Qual, então, é o nosso problema? De acordo com a Bíblia, a localização de nosso problema é clara. É com a natureza de nossos desejos. Este é o ponto focai de nossa queda. A Escritura diz que o coração do homem decaído abriga continuamente desejos que são somente maus (Gn 6.5).
A Bíblia tem muito a dizer sobre o coração do homem. Na Escritura, o coração refere-se não tanto a um órgão que bombeia sangue através do corpo, como à essência da alma, ao lugar mais profundo das afeições humanas. Jesus viu uma conexão próxima entre a localização dos tesouros do homem e os desejos de seu coração. Encontre o mapa do tesouro do homem e você terá a estrada para seu coração.

Edwards declarou que o problema do homem com o pecado está em sua capacidade moral, ou falta dela. Antes que uma pessoa possa fazer uma escolha que é agradável a Deus, ela precisa primeiro ter um desejo de agradar a Deus. Antes de encontrarmos Deus, precisamos primeiro desejar procurá-lo. Antes de escolhermos o bem, precisamos primeiro ter um desejo pelo bem. Antes de escolhermos Cristo, precisamos primeiro ter um desejo por Cristo. O valor e a substância do debate todo apóiam-se precisamente neste ponto: O homem decaído, em si mesmo e de si mesmo, tem um desejo natural por Cristo?

Edwards responde a esta questão com um enfático "Não!". Ele insiste que, na queda, o homem perdeu seu desejo original por Deus. Quando ele perdeu esse desejo, alguma coisa aconteceu à sua liberdade. Ele perdeu a capacidade moral de escolher Cristo. Ou ele tem esse desejo já dentro dele, ou precisa receber esse desejo de Deus. Edwards e todos que abraçaram a visão reformada da predestinação concordam que, se Deus não plantar esse desejo no coração humano, ninguém, deixado a si mesmo, jamais escolherá Cristo. Eles sempre e em todo lugar rejeitarão Cristo porque eles não o desejam. Eles livremente rejeitarão Cristo no sentido de que sempre agirão de acordo com seus desejos.

A este ponto, não estou tentando provar a verdade da visão de Edwards. Para fazer isso, é preciso dar uma olhada de perto na visão bíblica da capacidade ou inabilidade moral do homem. Faremos isso mais tarde. Precisamos também responder à pergunta: "Se falta ao homem a capacidade moral de escolher Cristo, como pode Deus considerá-lo responsável por escolher Cristo? Se o homem nasce num estado de incapacidade moral, sem nenhum desejo de escolher Cristo, não é então culpa de Deus que os homens não escolham Cristo?" Novamente peço paciência ao leitor, com a promessa de que vou retomar estas questões brevemente.

A VISÃO DE LIBERDADE DE SANTO AGOSTINHO

Assim como Edwards fez uma crucial distinção entre capacidade moral e capacidade natural, também Agostinho, antes dele, fez uma distinção similar. Agostinho abordou o problema dizendo que o homem tem um livre-arbítrio, mas lhe falta liberdade. Na superfície parece uma distinção estranha. Como poderia alguém ter um livre-arbítrio e ainda assim não ter liberdade?
Agostinho estava chegando à mesma coisa que Edwards. O homem decaído não perdeu sua capacidade de fazer escolhas. O pecador ainda é capaz de escolher o que ele quer, ele ainda pode agir de acordo com seus direitos. Ainda assim, por serem seus desejos corruptos, ele não tem a liberdade real daqueles que foram libertos para a justiça. O homem decaído está num sério estado de servidão moral. Esse estado de servidão é chamado de pecado original.

O pecado original é um assunto difícil que virtualmente toda denominação cristã tem de enfrentar. A queda do homem é ensinada tão claramente na Escritura que não podemos construir uma visão do homem sem levá-la em consideração. Existem uns poucos cristãos, se é que existem, que argumentam que o homem não é decaído. Sem reconhecer que somos decaídos, não podemos reconhecer que somos pecadores. Se não reconhecermos que somos pecadores, dificilmente fugiremos para Cristo como nosso Salvador. Admitir a queda é um pré-requisito para vir a Cristo.

É possível admitir que somos decaídos sem abraçar alguma doutrina de pecado original, mas somente com severas dificuldades no processo. Não é por acaso que quase todo o Corpo de Cristo tem formulado alguma doutrina de pecado original.
Neste ponto, multidões de cristãos discordam. Concordamos que precisamos ter uma doutrina de pecado original, mas aí permanece grande discordância quanto ao conceito de pecado original e sua extensão.
Vamos começar declarando o que o pecado original não é. O pecado original não é o primeiro pecado. O pecado original não se refere especificamente ao pecado de Adão e Eva. O pecado original refere-se ao resultado do pecado de Adão e Eva. O pecado original é a punição que 

Deus dá pelo primeiro pecado. É alguma coisa assim: Adão e Eva pecaram. Esse foi o primeiro pecado. Como resultado do pecado deles, a humanidade foi mergulhada em ruína moral. A natureza humana experimentou uma queda moral. As coisas mudaram para nós depois que o primeiro pecado foi cometido. A raça humana tornou-se corrompida. A corrupção subseqüente é o que a Igreja chama de pecado original. O pecado original não é um ato específico de pecado. É uma condição de pecado.
O pecado original refere-se a uma natureza de pecado a partir da qual fluem atos pecaminosos. Novamente, nós cometemos atos pecaminosos porque nossa natureza é para pecar. A natureza original do homem não era para pecar, mas, depois da queda, sua natureza original mudou. Agora, por causa do pecado original, temos uma natureza decaída e corrompida.

O homem decaído, como a Bíblia declara, é nascido no pecado. Ele está "debaixo" do pecado. Pela natureza, somos filhos da ira. Não nascemos num estado de inocência.
John Gerstner uma vez foi convidado a pregar numa igreja presbiteriana. Ele foi saudado à porta pelos presbíteros, que lhe explicaram que a ordem de adoração para aquele dia incluía a administração de batismo infantil. O Dr. Gerstner concordou em dirigir o culto. Então um dos presbíteros explicou uma tradição especial da igreja. Ele pediu ao Dr. Gerstner que oferecesse uma rosa branca aos pais de cada bebê antes do batismo. O Dr. Gerstner perguntou sobre o significado da rosa branca. O presbítero respondeu: "Nós oferecemos a rosa branca como símbolo da inocência do bebê perante Deus".
"Entendo", disse o Dr. Gerstner. "E o que simboliza a água?"

Imagine a consternação do presbítero quando tentou explicar o propósito simbólico de lavar o pecado de inocentes bebês. A confusão de sua congregação não é exclusiva dela. Quando reconhecemos que bebês não são culpados de cometer atos específicos de pecado, é fácil saltar para a conclusão de que são, portanto, inocentes. Este é um largo salto teológico sobre uma pilha de espadas. Embora o bebê seja inocente de atos específicos de pecado, ele ainda é culpado pelo pecado original.

Para entender a visão reformada da predestinação é absolutamente necessário entender a visão reformada do pecado original. Os dois assuntos sustentam-se juntos, ou caem juntos.
A visão reformada segue o pensamento de Agostinho. Agostinho elucida o estado de Adão antes da queda e o estado da humanidade depois da queda. Antes da queda foram concedidas a Adão duas possibilidades: Ele tinha a capacidade para pecar e a incapacidade para não pecar. A idéia de "incapacidade para não" é um pouco confusa porque, em nossa língua, é uma dupla negativa. A fórmula latina de Agostinho era non posse non peccare. Colocado de outra maneira, significa que, depois da queda, o homem era moralmente incapaz de viver sem pecar. A capacidade de viver sem pecar foi perdida na queda. A incapacidade moral é a essência do que chamamos de pecado original.

Quando nascemos de novo, nossa servidão ao pecado é aliviada. Depois que somos vivificados em Cristo, novamente temos a capacidade para pecar e a capacidade para não pecar. No céu, teremos a incapacidade
para pecar.

  
Vamos ver isto no quadro seguinte:

  
O homem antes
da queda
O homem
depois da queda
O homem
renascido
O homem
glorificado
capaz de pecar
capaz de pecar
capaz de pecar

capaz de não
pecar

capaz de não
pecar
capaz de não
pecar

incapaz de não
pecar





incapaz de pecar

O quadro mostra que o homem antes da queda, depois da queda e depois de renascer é capaz de pecar. Antes da queda ele é capaz de não pecar. Essa capacidade, a capacidade de não pecar, é perdida na queda. É restaurada quando a pessoa nasce de novo, e continua no céu. Na criação, o homem não sofreu de incapacidade moral. A incapacidade moral é um resultado da queda. Colocando de outra maneira, antes da queda o homem era capaz de refrear-se de pecar; depois da queda, não é mais capaz de refrear-se de pecar. É isso que chamamos de pecado original. Esta incapacidade moral ou servidão moral é vencida através do renascimento espiritual. O renascimento libera-nos do pecado original. Antes do renascimento ainda temos um livre-arbítrio, mas não temos esta liberação do poder do pecado, que é o que Agostinho chamou de "liberdade".

A pessoa que é renascida ainda pode pecar. A capacidade de pecar não é removida até que sejamos glorificados no céu. Temos a capacidade de pecar, mas não estamos mais sob a servidão do pecado original. Fomos libertados. Isto, é claro, não quer dizer que agora vivemos vidas perfeitas. Ainda pecamos. Mas não podemos dizer que pecamos porque isso é tudo que nossa natureza decaída tem poder para fazer.