A dor do que se foi.
Lucas 15, conta a história de um pastor, que sai em busca de uma ovelha
que se desgarrou. Ele tinha cem ovelhas, deixou as noventa e nove no aprisco,
e, foi em busca de uma perdida.
Se antes de perder esta ovelha, fosse perguntado ao pastor, o quanto gostava dela,
a resposta possivelmente seria, como qualquer das outras.
Mas, quando a ovelha se perdeu, estimou-a, só aquela como todas.
Nós homens valorizamos mais as coisas quando perdemos, do que quando possuimos.
O que tinhamos parece mais precioso, quando perdemos.
Ai então, percebemos a diferrença, entre o conhecimento do bem e o mal.
É assim: O mal se conhece quando se tem.
O bem quando se teve.
Em Gn. 3:5, o diabo diz a Adão que eles seriam como Deus, conhecendo o bem e o mal.
Primeiro o diabo mentiu ao dizer que seriam como Deus.
Uma promessa falsa, herética e blasfema. Promessa que da origem a idolatria, onde se nega a Deus o caráter de unidade, introduzindo na unidade multidão.
Porém, que conheceriam o bem e o mal, nisto o diabo não mentiu.
Pois, ao comer da fruta proibida, haviam de perder todos os bens, que possuiam.
E o bem só é conhecido, quando se perde.
No verso 7 diz que abriram-se...os olhos (peikah)...percebendo.
"Peikah", esta palavra descreve um súbito milagre. A promessa do diabo se cumpre imediatamente.
Adão e Eva recebem percepção instantânea.
Mas o que viram foi um rude despertar da consciência.
Viram a sua nudez, espiritual e física. Nasce a vergonha e o medo.
É perdido o contato com Deus, uma terrivel solidão apossa-se deles;
vem o remorso e suas inevitáveis misérias.
Rapidamente fizeram para eles uma espécie de aventais ou cintas para ocultamento,
segundo seu parecer, para seu medo, solidão e complexo de culpa.
No paraiso, parece que Adão não conhecia muito bem, nem o bem, nem o mal.
O bem ele não conhecia totalmente, porque possuia todos os bens.
O mal ele não conhecia, pois não padecia mal algum.
Mas, ao ser lançado do paraíso, teve inteiro conhecimento do bem e do mal.
Do mal, porque agora o estava sofrendo; do bem porque o havia perdido.
Assim acontece com Adão e nós seus filhos.
Facilmente perdemos a saúde.
E quão facilmente se perde as riquezas!
Lc. 15:17- Quantos jornaleiros há, em casa de meu pai, que tem pão em
abundância, e eu aqui pereço de fome. (nos tempos biblicos, os jornaleiros tinham
a vida mais difícil que os escravos, pois seu emprego era incerto, porém os escravos podiam estar certos do alimento e abrigo)
O filho pródigo não estimava os bens que possuia, nem mesmo os conhecia;
mas, depois de perdidos os conheceu.
Na abundância não conheceu nem a felicidade nem a miséria.
Na fome conhece a miséria presente e a felicidade passada.
Jó conheceu esta dor, a dor do bem que se vai, que se perde.
Quando olhando para trás dizia: Quem me dera ser como fui nos meses antigos,
em Deus me guardava, quando a sua lâmpada luzia sobre a minha cabeça. (Jó 29:2).
verso 4: Quando Deus habitava secretamente em minha casa.
Em secreto, porque antes desfrutava os bens, os possuia, e agora os havia perdido.
A posse dos bens é como um véu que os oculta, para não serem conhecidos, mas, a perda dos bens, cai o véu, então se ve claramente aquilo que não se valorizava, nem se conhecia.
Quando os bens viram as costas, quando fugindo nos deixam, quando passaram e se perderam, então se conhece.
Este é o mistério revelado da dor do bem perdido:
da perda nasce o conhecimento, do conhecimento a estimação, da estimação a dor.
A Dor do Bem Perdido!
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