Clamor sem voz!
Por Luiz Carlos
Lucas 7:44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta
mulher? Entrei em tua casa, e não me desta água para os pés; esta, porém, regou
os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
Lucas 7:45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de
me beijar os pés.
Lucas 7:46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com
bálsamo, ungiu os meus pés.
Lucas 7:47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
Lucas 7:47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
Lucas 7:48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
Quando
novo convertido, muitas pessoas me diziam como orar, para que Deus me
respondesse. Era uma igreja que gritava, alguns batiam nos bancos...
Eu
não entendia o porquê disto. Gritar faria Deus me ouvir? Bater nos bancos faria
Deus me responder mais depressa?
Orar
em voz alta era realmente clamar, e, ser respondido?
Tenho
que gritar? A única voz ouvida por Deus é realmente a voz da boca?
A Bíblia diz: "[...] um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não
desprezarás." (Sl.
51. 17). Para ser ouvido e respondido por Deus, o mais importante é o coração.
O que dizer de
Ana, mãe de Samuel? Samuel não era nem para ter nascido, não fosse um coração
despedaçado, e totalmente dependente de Deus. Eli, o sacerdote a teve por
embriagada, pois seus lábios se mexiam, mas, sua voz não se ouvia.
Ela derramava
sua alma perante Deus.
Jesus vai à casa
de um fariseu, toma lugar a mesa, e, simplesmente, uma pecadora se coloca aos
seus pés, lavando com lágrimas e secando com os cabelos.
Entendendo...
Naquele tempo, na Palestina, uma refeição
particular podia assumir aparência de um entretenimento público, podendo
aparecer hóspedes não convidados, os quais podiam movimentar-se livremente em
torno da mesa do banquete, sem que houvesse qualquer comentário ou julgamento.
A mulher pecadora estava insatisfeita e infeliz com a vida
que vivia. Ela não suportava mais as culpas e o peso do pecado em sua
vida. E, assim decidida, foi em busca do perdão.
Jesus então, a acolheu... Sem acusações ou recriminações.
A mulher se humilhou no coração, regando os pés do Senhor com
as suas lágrimas, secando-os com os seus cabelos, e, beijando os seus pés os
ungia com ungüento muito precioso.
Entendendo...
Naquele
tempo os convidados removiam as sandálias antes da refeição e se reclinavam sobre
o banco ao redor da mesa, com os pés para fora. Beijar os pés era sinal comum de profunda
reverência, especialmente a rabinos líderes. Era usual e próprio às mulheres
usarem cabelos compridos (I Cor 11:15). Ela soltou os
próprios cabelos em público, o que para as judias era vergonhoso.
Eu não sei o que ela orava. Com certeza,
não pedia casa, nem dinheiro, nem roupas...
Mas, posso imaginar... Senhor me perdoe.
Senhor estou com vergonha de mim, de meus pecados. Senhor, não suporto mais o
peso de meus pecados. Cura minha alma. Purifique-me. Senhor, eu preciso de ti.
Este é um clamor sem voz! Este é um
clamor da alma! Sem regras. Não, ninguém disse pra ela que orasse assim ou
assado. Ninguém a ensinou como orar.
Ela não estudou as dez maneiras de orar
com eficácia. Nem, como orar e Deus lhe responder. Ela se entregou simplesmente,
se entregou ao Senhor. Não se ouvia sua voz, ela somente chorava e amava, e no
coração dizia, eu te amo Jesus, eu te amo.
Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus. (Sl.51.17)
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