Todo ser humano – que acredita existir um Deus – já deve ter passado por aquele momento em que pensamos que Ele (Deus) derramará sua ira sobre nós; seja a causa de um erro, de uma palavra ou de uma ação que indica o quanto ainda precisamos da compaixão e misericórdia do Senhor.
Longe de fazer apologia do pecado, não podemos negar que a fraqueza humana é uma realidade latente em cada individuo. Ela precisa ser tratada com o poder que há no sangue de Jesus. A velha luta entre a carne e o espírito só chegará ao seu fim quando entrarmos no lugar de nosso eterno repouso.
Ao olhar para a santidade de Deus podemos enxergar nossas carências, e quando pensamos que tudo está perdido, que o “castigo” é inevitável, Deus olha para o ser humano e procura atrai-lo para perto de sua presença.
“Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor; tirei do seu pescoço o jugo e me inclinei para alimentá-los.” Oséias 11:4 (NVI)
Quando Deus percebe que sozinho o homem não conseguirá caminhar mais uma milha, Ele estende seu laço de amor, nos arrasta pelos caminhos de seu perdão, com o propósito de alimentar-nos com sua bondade.
O ser humano retribui de uma forma estranha, talvez por não caminhar ao lado de Cristo e por possuir um coração cheio de complexos e ingratidão, ele acaba desconfiando de tamanha misericórdia, rejeitando gestos de compaixão oferecidos pelo nosso Criador:
“Mas, quanto mais eu o chamava, mais eles se afastavam de mim. Eles ofereceram sacrifícios aos baalins e queimaram incenso os ídolos esculpidos.” Oséias 11:2 (NVI)
É triste saber que a natureza humana (sem ser renovada e influenciada pelo caráter de Cristo) tem por costume afastar-se do amor verdadeiro e apegar-se as paixões infames da mentira. Quanto mais Deus amava os israelitas, mais eles se afastavam dEle.
Eu imagino que se tivéssemos a oportunidade de julgar as pessoas no lugar de Deus (lembrando que Ele atua como Senhor Soberano sobre todas as coisas), nos daríamos o luxo (ou cederíamos à tentação) de irritar-nos consideravelmente com as pessoas.
Não suportaríamos o sabor amargo da ingratidão e acabaríamos liberando doses de ira – devido às indigestas respostas que recebemos de nossos semelhantes – que muitas vezes oferecem ódio e abandono em troca de nossos atos de amor e ajuda.
Se até mesmo nós, em nossa vã maneira de pensar, chegamos a considerar intoleráveis tais ações do ser humano, não teria Deus muito maior razão para liberar castigos sobre todos?
Eu acredito que sim, mas, para minha ou a nossa felicidade, Ele não possui a mesma natureza que o homem. Em momentos em que merecemos a morte Ele oferece a Vida, contrariando todos os aspectos do entendimento humano.
“O meu povo está decidido a desviar-se de mim. Embora sejam conclamados a servir ao Altíssimo, de modo algum o exaltam.” Oséias 11:7 (NVI)
Todas as vezes que o homem tomava a decisão de desviar-se de seu amor, Deus tomava a decisão de seguir oferecendo sua ajuda:
“Como posso desistir de você, Efraim? Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? Como posso tratá-lo como tratei Admá? Como posso fazer com você o que fiz com Zeboim? O meu coração está enternecido, despertou-se toda a minha compaixão. Não executarei a minha ira impetuosa, não tornarei a destruir Efraim. Pois sou Deus, e não homem, o Santo no meio de vocês. Não virei com ira.” Oséias 11:8-9 (NVI)
Claro, não podemos esquecer que longe de Deus estamos desprotegidos, mesmo que Ele nunca deixará de oferecer seu amor e ajuda, não podemos usar sua misericórdia como pretexto para viver no pecado. Se assim fizéssemos, estaríamos sujeitos aos mesmos riscos que as cinco virgens insensatas correram, e acabaram ficando do lado de fora das bodas.
Porém, mesmo sabendo que não merecemos seu amor, o Senhor conclama a que o busquemos, que voltemos a Ele, pois anseia ouvir a nossa voz, se alegrará em conduzir-nos por caminhos de Paz e Vida.
E se você pensa que não lhe resta outra opção mais que ser derrotado pelo pecado, lembre-se que no ápice de nossas dúvidas existe um Deus que não dorme, e é capaz de chamar-nos pelo nome dia e noite, até o ponto de entendermos – que o seu amor nunca terá fim.
“… despertou-se toda a minha compaixão.”
Deus é amor, e somente sua bondade pode transformar um coração ingrato em um rio de contentamento e gratidão.
Autoria: Rodrigo Faria
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