Introdução: A Jornada de Dor e Redenção
A Palavra do Eterno nos revela a profundidade do amor do Criador através do sacrifício de Seu Filho, Yeshua.
No Novo Testamento, três locais geográficos se tornam marcos eternos dos sofrimentos e da morte de Yeshua, nosso Messias.
São eles: Getsêmani, Gabbatha e Gólgota.
Cada um desses nomes carrega em si uma dimensão específica da dor que Ele suportou por nós, e ao olharmos para eles, desvendamos camadas mais profundas de Sua obra redentora.
Nestes lugares, Yeshua enfrentou adversidades por diferentes "mãos" – a mão do Adversário, a mão dos homens pecadores e, por fim, a mão da própria Soberania Divina.
Compreender esses sofrimentos nos leva a uma gratidão ainda maior e a uma fé mais robusta.
Observemos:
I. Getsêmani: O Confronto com o Adversário e a Maldição do Pecado (Mateus 26:36-46)
O Getsêmani, cujo nome hebraico Gat Sh'manim (גַּת שְׁמָנִים) significa "prensa de azeite", é o local onde Yeshua experimentou uma agonia indescritível, um sofrimento que ecoa a própria essência da maldição do pecado.
Ali, Ele enfrentou o mais intenso ataque de Satanás e o peso esmagador da consequência do pecado.
A. O ataque de Satanás no Getsêmani.
O Evangelista Lucas nos revela que, após as tentações no deserto, Satanás se afastou de Yeshua "até uma ocasião oportuna" (Lucas 4:13).
O Getsêmani foi essa "ocasião oportuna".
Sem dúvida, o Adversário investiu com todo o seu poder para tentar desviar o Salvador de Sua missão redentora.
Satanás sabia que o derramamento do sangue de Yeshua na cruz selaria sua derrota.
Observe a intensidade da aflição de Yeshua:
"Muito Admirados" / "Cheios de Terror" (Marcos 14:33):
A palavra grega ekthambeisthai usada por Marcos descreve um estado de choque, espanto e terror súbito. Yeshua foi subitamente tomado por um pavor avassalador diante do que estava por vir.
"Muito Pesado" (Mateus 26:37): A expressão aqui indica que Ele estava sobrecarregado, esmagado por um sentimento de angústia e incerteza. Não era apenas uma tristeza, mas um peso existencial que o oprimia.
"Com Profunda Tristeza até a Morte" (Mateus 26:38):
Yeshua estava imerso em uma tristeza tão profunda que ameaçava Sua própria vida.
Era uma angústia mortal, uma dor que ia além da compreensão humana.
Ele estava sentindo o peso da separação que o pecado traz entre o homem e o Eterno.
Em meio a essa batalha espiritual, Yeshua foi vitorioso! Ele clamou ao Pai, submetendo Sua vontade à vontade Divina:
"Não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26:39).
Lucas 22:43 nos revela que um anjo do céu apareceu para fortalecê-Lo.
Hebreus 5:7 destaca Seu clamor com fortes súplicas e lágrimas. Sim, o Pai o ajudou!
Aplicação Prática: Yeshua, que experimentou essa tentação e sofrimento intensos, está qualificado para nos ajudar em nossos próprios momentos de provação (Hebreus 4:15).
Ele compreende a profundidade de nossa dor e angústia.
B. O Impacto da Maldição do Pecado no Getsêmani.
Lembremo-nos de Gênesis 3:17-24, onde a queda do homem trouxe uma maldição sobre a terra e sobre a humanidade.
No Getsêmani, Yeshua não estava apenas em um jardim; Ele estava em solo amaldiçoado, sob o peso da transgressão humana.
Solo Amaldiçoado:
Ali, em suor e tristeza, Yeshua estava literalmente deitado em solo que havia sido amaldiçoado por causa do pecado do homem.
"Gotas de Sangue" (Lucas 22:44):
A descrição de Seu suor se tornando como "grandes gotas de sangue" é clinicamente conhecida como hematidrose, uma condição rara causada por extremo estresse e angústia, onde os capilares se rompem e o sangue se mistura com o suor.
Isso demonstra a intensidade do sofrimento físico e emocional que Ele suportava. Ele estava sendo "prensado" como azeitonas na prensa.
O significado de "Prensa de Azeite": Assim como as azeitonas são esmagadas na prensa para que seu azeite puro seja extraído, Yeshua foi esmagado por tudo que o inferno e o peso do pecado poderiam colocar sobre Ele.
Mas, gloriosamente, Ele venceu! Ele não recuou, Sua mente estava firmemente fixada em cumprir a vontade do Pai e em redimir você e eu.
II. Gabbatha: O Sofrimento nas Mãos dos Pecadores (João 19:1-13)
Após o Getsêmani, Yeshua foi entregue aos pecadores. Gabbatha, que significa "lugar elevado" ou "pavimento de pedras" em aramaico (João 19:13), era o local onde Pilatos sentava em seu tribunal para julgar.
Ali, Yeshua sofreu humilhação, escárnio e violência nas mãos de homens caídos.
Isaías 53:3 nos descreve o que Ele se tornou:
"Desprezado e o mais rejeitado pelos homens, homem de dores e que sabe o que é padecer...".
Observe o que Ele sofreu por você e por mim:
Traído e Abandonado (Mateus 26:47-56): Judas, um de Seus próprios discípulos, o traiu com um beijo, e os demais o abandonaram no momento de sua maior necessidade.
Espancado e Escarnecido (Lucas 22:63-64): Os guardas do Templo, que deveriam ser zelosos pela santidade, O espancaram, vendaram Seus olhos e zombavam dEle.
Rejeitado Pelo Seu Próprio Povo (Mateus 27:17-25; João 1:11): As mesmas pessoas para quem Ele veio e a quem ofereceu salvação clamaram por Sua crucificação, escolhendo um assassino em Seu lugar.
"Veio para o que era seu, e os seus não o receberam."
Açoitado (Mateus 27:26): O açoitamento romano era brutal.
A profecia de Salmos 129:3 ("Sobre as minhas costas araram os aradores, e nela abriram longos sulcos") encontra seu cumprimento aqui.
Cada golpe dilacerava Sua carne, prefigurando os "sulcos" profundos que Ele suportaria por nossas transgressões.
Zombado e Coroado de Espinhos (Mateus 27:26-29):
Os soldados romanos, em seu escárnio cruel, vestiram-No com um manto escarlate, puseram uma coroa de espinhos em Sua cabeça e um caniço em Sua mão, curvando-se para Ele em zombaria.
Barba Arrancada (Isaías 50:6): A profecia "Não escondi o rosto dos opróbrios e dos escarros" indica a humilhação extrema de ter sua barba arrancada, um ato de profunda desgraça e desrespeito para um homem judeu.
Condenado à Morte (João 19:13-16): Apesar de Pilatos encontrar nenhuma culpa Nele, a pressão da multidão e dos líderes religiosos levou à Sua condenação à morte por crucificação.
O Profundo Amor: Yeshua suportou toda essa dor, agonia, sofrimento e vergonha não por mérito nosso, mas por um amor incondicional.
Hebreus 12:2 nos lembra que "pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a afronta".
Ele estava fixado em nós, em nossa redenção.
III. Gólgota: O Sofrimento nas Mãos da Soberania Divina (João 19:16-18)
Finalmente, chegamos ao Gólgota, que significa "lugar da Caveira" (João 19:17), também conhecido como Calvário.
É aqui que Yeshua sofreu o mais profundo e incompreensível dos sofrimentos: a separação de Seu Pai, o peso total da ira divina contra o pecado.
No Gólgota, a Soberania de Deus cumpriu Sua justiça perfeita.
A. O Tratamento Divino do Pecado
Desde o início dos tempos, Deus, em Sua longanimidade, não visitou completamente o pecado com 100% de julgamento imediato (Romanos 9:22).
Mas no Calvário, a questão do pecado foi tratada de forma completa e definitiva.
E Ele o fez no corpo do Seu próprio Filho amado!
Despidos (Mateus 27:35):
Ser despojado de suas vestes era um ato de humilhação extrema, expondo-o publicamente e simbolizando a totalidade da vergonha que Ele carregava por nós.
Crucificado (Mateus 27:35):
Ser pregado a uma cruz era a forma mais cruel e humilhante de execução, reservada para os piores criminosos. Pendurado entre o céu e a terra, Ele se tornou a maldição por nós (Gálatas 3:13).
Abandonado Pelo Seu Pai (Mateus 27:46): O clamor "Eli, Eli, lamá sabactâni?" ("Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?") revela a dor mais profunda de Yeshua.
Pela primeira e única vez na eternidade, a comunhão perfeita entre o Pai e o Filho foi quebrada.
O Pai, em Sua santidade, não poderia olhar para o Filho que carregava a totalidade do pecado da humanidade.
Este foi o ápice do sofrimento.
Isaías 53:10 profetizou: "O Senhor se agradou de esmagá-lo, fazendo-o enfermar."
Completamente Arruinado Além da Crença (Isaías 52:14):
"Assim como muitos se pasmaram dele, porquanto a sua aparência estava tão desfigurada, que não parecia ser de um homem, e a sua figura mais do que a dos filhos de Adão". Yeshua estava irreconhecível, desfigurado pela dor e pelos maus-tratos.
Deus Julgou o Pecado Através de Yeshua (Isaías 53:4, 6, 10-11):
Na cruz, Yeshua se tornou nosso substituto. Nossas iniquidades foram lançadas sobre Ele (v.6).
Ele levou sobre Si o salário do pecado, que é a morte (Romanos 6:23), para que pudéssemos ter a vida eterna.
Hebreus 2:9 nos diz que Ele "experimentou a morte por todos".
A Perfeição do Pagamento:
Em Gólgota, Yeshua pagou tudo. Ele quitou a dívida do pecado que nenhum ser humano poderia pagar.
O "cetim carmesim" do nosso pecado foi lavado e se tornou branco como a neve, pelo Seu sangue precioso.
Concluindo:
A Graça Incomparável
Louvado seja o Eterno por tudo o que Yeshua, nosso Mashiach, sofreu por nós! Somos gratos por sermos amados a tal grau por um Salvador tão maravilhoso.
Porque Ele estava disposto a sofrer e morrer, você e eu somos livres para viver!
Podemos resumir essa jornada em três momentos cruciais:
Getsêmani: A hora do trabalho – A batalha contra Satanás e o peso do pecado.
Gabbatha: A hora da provação – O sofrimento nas mãos dos homens.
Gólgota: A hora do Triunfo Soberano – O perfeito sacrifício e a vitória sobre o pecado e a morte.
Todas essas "horas" foram por nossa causa! Ele fez o que fez por você, para que pudéssemos ter vida e vida em abundância.
Tudo o que Ele pede em troca é que O amemos e vivamos para Ele.
Parece-me um excelente negócio, uma troca inigualável!
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