sábado, 28 de novembro de 2015

JESUS CRISTO EM ISAÍAS, CAPÍTULO 53 (parte 3)

jesus em isaias

por John Piper 
Tradução: Thiago Mancini  



Parte III: Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito (Is 53.10 – 12)




  "Todavia, ao Senhor agradou moê – lo, fazendo – o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

     Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.
     Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores."

             (Is 53.10-12)   



Vendo o Coração de Deus e Seu Servo.


     Você conhece o coração de alguém quando você conhece os desejos mais profundos deste coração e conhece também o que é que satisfaz os desejos deste coração.
     Isto é justamente sobre o que trata este texto – conhecer o coração de Deus e Seu Servo, o Messias, Jesus Cristo.
     O texto nos conta qual é o desejo do coração de Deus e como este desejo prospera nas mãos do Servo e como o Servo vê este trabalho de satisfazer o desejo do coração de Deus e estar satisfeito nisto.

     “Todavia, ao Senhor agradou[isto é, desejou] moê-lo, fazendo-enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     Este é o desejo do coração do Pai – moer o próprio Filho.

     Na última linha do versículo 10, o profeta Isaías diz que o desejo do Senhor vai prosperar nas mãos do Servo:

     “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     Todos os propósitos de Deus vão prosperar e serão bem sucedidos na morte do Seu Servo, Jesus.
     E o Servo está contente sobre isto. O Servo não está ressentido com Deus.

     As primeiras duas linhas do versículo 11 dizem que o Servo ficará satisfeito com o fruto do próprio trabalho:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     O Servo verá o bom prazer do Senhor triunfar através de sua própria angústia e ficará satisfeito – não ficará frustrado, não ficará ressentido, não sentira desejo de revanche – mas ficará satisfeito.

     Portanto, não basta apenas ver o coração de Deus, nós precisamos ver também o coração do servo, Jesus.

     Se você quer conhecer o coração de Deus e conhecer o coração do Servo, Jesus, olhe agora mesmo, e você vai ser capaz de ver o profeta Isaías revelar quais são os desejos do coração de Deus e do Servo – e o que é que satisfaz o desejo do coração de Deus e do Servo – e assim, você vai ficar admirado.

     Muito mais do que qualquer outra coisa no Mundo, nós precisamos conhecer a Deus – não conhecer a Deus de acordo com os nossos próprios preconceitos e limitações de como é que Deus pode ser.
     Nós precisamos conhecer a Deus como Deus é, e conhecer a Deus como Deus é significa conhecer a Deus como Deus se revela na Bíblia.
     Então, eu convido você a assistir enquanto eu tento colocar diante de você o desejo do coração de Deus e a satisfação do Servo Jesus em cumprir o desejo do coração de Deus.
     Tanto Deus quanto o Servo Jesus tem apenas um coração quanto à este assunto: o que um deseja é a satisfação do outro. E o que satisfaz um é o desejo do outro.



Oito Coisas que O Servo Faz Para o Seu Povo


     Nestes três versículos, Is 53.10, Is 53.11 e Is 53.12 eu vejo pelo menos 8 coisas que o Servo Jesus faz para o seu povo.
     E quando o Servo faz estas coisas, é o bom prazer do Senhor prosperando na Sua mão – o que significa que isto é a revelação do coração de Deus.

1] O Servo Sabia Os Propósitos do Senhor

     Na metade do versículo 11 está escrito que com o conhecimento o Servo justificará a muitos:
     
 “ Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. ” (Is 53.11).

     O que é que significa “com o seu conhecimento” 

Significa que o primeiro trabalho do Servo foi o trabalho do conhecimento. Isto significa que o Servo não foi tomado de surpresa pela vontade do Senhor em esmagá-Lo.
     O Servo sabia da vontade do Senhor em esmagá-Lo. E o Servo concordou com a vontade do Senhor.
     Se o Servo tivesse sido pego de surpresa – se Deus tivesse pego o Servo de surpresa e colocado o Servo para morrer sem o consentimento do Servo – então, a morte do servo teria um significado totalmente diferente do qual tem, e esta morte não teria justificado a ninguém.
     A razão pela qual o sofrimento e a morte do Servo têm efeitos justificadores é justamente por causa do conhecimento: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).
     É isto, pela total ciência, consciência, intenção e alerta, espontaneamente concordando com o bom prazer do Pai – e por este conhecimento – a morte do Servo tem os efeitos salvadores que tem.
     Assim, o primeiro trabalho do Servo foi o trabalho do conhecimento. O Servo não fechou os olhos. O Servo não estava inconsciente como um peão. O Servo sabia a vontade do Pai.
     E pelo conhecimento o Servo se uniu ao Pai na obra redentora de boa vontade; e, portanto, efetivamente.

2] O Servo Se Derramou Na Morte

     Na metade do versículo 12 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías está escrito que o Servo derramou a própria alma na morte:

     Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo;porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (Is 53. 12).

     Ou então, na primeira linha do versículo 11 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías está escrito que o Servo experimentou angústia na alma:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     Ou ainda na terceira linha do versículo 10 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías está escrito que o Servo entregou – se a si mesmo como oferta pela culpa:

     Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar;quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10)

Em outras palavras, o Servo morre. E o Servo não morre acidentalmente. 
A morte não meramente acontece com o Servo, a morte acontece pelo servo. O Servo estabelece a própria morte pelo conhecimento da vontade do Pai.
O Servo é obediente mesmo diante da morte e é obediente até à morte. O Servo escolhe sofrer.

3] O Servo Levou Os Pecados de Muitos

     Perto da última linha do versículo 12 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías, nós vemos que o Servo levou o pecado de muitos:

     “Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele [o Servo] levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (Is 53. 12).
    

     E a última linha do versículo 11 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías afirma que o Servo levará sobre Si as iniquidades do povo de Deus:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. ” (Is 53.11).

     Em outras palavras, a morte do Servo não foi como não foi como qualquer outra morte humana. O Servo foi morto pelo Senhor, o Senhor esmagou o Servo, não apenas os homens:

     “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     O Servo aceitou a morte de boa vontade, pelo conhecimento: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     E agora, nós vemos a razão para tudo isto: foi uma morte relacionada com os pecados do povo de Deus.

     Agora, vamos começar a chegar ao coração do coração de Deus: 

foi a vontade do Senhor esmagar o Servo, não por causa dos pecados do Servo, mas por causa dos nossos pecados.

     O que Deus desejou foi que nós não levássemos os nossos próprios pecados.

     Setecentos anos antes da Sexta-Feira Santa, Deus anunciou por que o Seu Filho estava sendo levado à morte: tirar os pecados de muitos – e para tomar o nosso lugar.

     Pecados não são suportados duas vezes. Deus não sentenciou ao Seu Servo e à nós à morte pelos mesmos pecados. Se o servo carrega os nossos pecados, nós não temos que carregá-los. E este é o glorioso Evangelho de Jesus. O Servo levou os nossos pecados.

4] O Servo Ressuscitou Dentre Os Mortos

     O apóstolo Paulo afirma na epístola aos Coríntios no capítulo 15 e no versículo 4 que Jesus ressuscitou dos mortos  de acordo com as Escrituras:

     “ Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,
     E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” 
 (I Co 15.3 – 4).

     E quando afirma na epístola aos Coríntios no capítulo 15 e no versículo 4 que Jesus ressuscitou dos mortos  de acordo com as Escrituras, provavelmente um dos lugares do Antigo Testamento que o apóstolo Paulo tem em mente é justamente Isaías 53.

     No versículo 10, depois de dizer que o Servo deu a Si mesmo como oferta pelo pecado, o profeta Isaías diz que o Servo verá a sua descendência e prolongará os seus dias:

     Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. ” (Is 53.10).

     Isto certamente significa que depois que o Servo morrer como oferta pelo pecado, o Servo viverá novamente com o “comprimento dos dias”.

     Da mesma forma em que no começo do versículo 11, depois da angústia na alma, o profeta Isaías diz que o Servo verá o próprio trabalho e ficará satisfeito:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     O Servo não sai da existência, ou entra no lugar da morte na miséria. O Servo está vivo para ver e está satisfeito com o que a Sua morte tem feito. O Servo será exaltado.

     Novamente no versículo 12, depois de dizer no final do versículo 11 que carrega as iniquidades dos outros, o profeta Isaías então diz no versículo 12 que:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.
     Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (Is 53.11 – 12).

     O Servo carregou os pecados fielmente até à morte; portanto, o Servo estará entre os grandes na vida.
     É a mesma grandeza, portanto, que o apóstolo Paulo utiliza em Filipenses 2.9:

     “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome.” (Fp 2.9).

     Então, o Servo está vivo, mesmo que estivera morto. Ele ressuscitou dos mortos. O bom prazer do Senhor está prosperando nas mãos do Servo.

5] O Servo Intercedeu Pelos Transgressores

     A última linha do versículo 12, nos leva um passo além do carregamento dos pecados e da ressurreição, dizendo que o Servo carregou sobre Si os pecados de muitos e intercedeu pelos transgressores:

     Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (Is 53.12)

     O Servo levou os nossos pecados e intercedeu pelas nossas transgressões.
     Vamos nos lembrar do que o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 8.34, quem nos condenará, já que Cristo morreu por nós, ressuscitou e agora está à mão direita de Deus intercedendo por nós:

     “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.34).
     Há um grande mistério aqui – por que o Pai ordenaria salvar e abençoar as Suas pessoas através da intercessão do Filho?
     Pode – se chegar à conclusão de que, se Jesus Cristo deve interceder por nós diante de Deus, então, Deus está contra nós e Cristo está por nós.
     Mas isto não é verdade. E nós sabemos que isto não é verdade por que Deus, o Pai, é o único que planejou toda esta grande salvação que o Servo realizando.
      
     No começo do versículo 10 está escrito que ao Senhor agradou moer o Servo e no final do versículo 10 está escrito que o bom prazer do Senhor prosperou nas mãos do Servo:

     Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     Não é o bom prazer do Senhor contra a má vontade de Deus. Cristo, simplesmente está realizando o que Deus, o Pai, planejou.
     E uma das coisas que Deus planejou foi abençoar as pessoas através das orações do Seu Servo. Jesus carrega os pecados de muitos e intercede pelas nossas transgressões.

     “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”   (Rm 8.34).

     O Servo está vivo; Ele está nos Céus; e Ele está segurando constantemente perante a santa face de Deus as feridas que o próprio Pai lhe infligiu e que cobrem todas as nossas iniquidades.
      
E isto é o que nos leva à sexta coisa que o Servo fez.

6] O Servo Justifica o Seu Povo

     Bem próximo do fim do versículo 11 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías, está escrito que o Servo de Deus irá justificar a muitos:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     Se o Servo carrega os nossos pecados na morte, então os nossos pecados já foi punido. E se os nossos pecados já foram punidos, nós não precisamos mais carregá-los.

     E se nós não precisamos mais carregar os nossos pecados; então, diante de Deus, nós estamos sem culpa. E se nós estamos sem culpa diante de Deus, nós fomos justificados, isto é, absolvidos e declarados justos.

      Agora você vê o que é que Deus tem feito nesta grandiosa e terrível obra do Servo. Deus está providenciando a nossa absolvição.

     Todos nós pecamos; e com os nossos pecados, trouxemos opróbrio para a Glória do Senhor Deus Todo – Poderoso e definitivamente santo!

     Deixados à nós mesmos, todos nós estaríamos debaixo do terrível ira e do julgamento eterno.

     Mas este não é o coração de Deus. O coração de Deus está em que o Servo – Seu Filho – seja esmagado em nosso lugar, carregue as nossas iniquidades, ressuscite dentre os mortos, interceda por nós no céu, e justifique o ímpio.

     Mas, como se isto não fosse o bastante, o Servo faz ainda mais por nós.

7] O Servo Carrega A Sua Posteridade Em Sua Morte e Ressurreição

     Na metade do versículo 10 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías está escrito que quando a alma do Servo se puser por expiação do pecado, o Servo verá a Sua própria posteridade:

     Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar;quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     O profeta Isaías não diz muito sobre isto; mas parece legítimo isto: quando morreu, o Servo não apenas providenciou as bases para a justificação; mas o Servo também providenciou as bases para o novo nascimento – o novo nascimento na família de Deus.
     A morte e a ressurreição do Servo não produz apenas justificação para os pecadores, mas também para a posteridade do Servo.

     Uma outra forma de apresentar este argumento seria esta: a morte de Jesus não apenas soluciona o problema da culpa, mas soluciona também o problema da alienação ou da solidão ou da separação.
    
     A morte e a ressurreição de Jesus não apenas nos deu perdão, mas a morte e a ressurreição de Jesus também nos deu uma família.

     Nós não somente estamos bem perante a Lei em um sentido legal; mas nós estamos em casa com o Pai em um sentido pessoal e relacional.

     Mas isto não é tudo. O Servo ainda faz mais uma coisa.

8] O Servo Divide o Espólio Com o Forte.

     A duas primeiras linhas do versículo 12 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías afirmam que ao Servo será dada a parte de muitos e que assim, repartirá os despojos com os poderosos:

     Por isso [por causa da Sua fidelidade na morte] lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. ” (Is 53.12).
  
   O versículo 10 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías afirma que o Servo verá a Sua posteridade:

     “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Is 53.10).

     O versículo 11 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías afirma que o Servo justificará a muitos:

     “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.” (Is 53.11).

     O versículo 12 do capítulo 53 do livro do profeta Isaías afirma que o Servo dividirá os despojos da guerra com o forte:

     “Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (Is 53. 12).

     Eu acredito que estes três grupos são as mesmas pessoas. Eles são pecadores justificados. Eles são filhos de Deus. E agora, eles são vencedores com o Messias no triunfo do Messias sobre a morte, sobre o diabo e sobre todo mal.

     O Servo derrotou a morte, ressuscitando dentre os mortos. O Servo derrotou o poder do pecado para condenar,absolvendo o culpado. O Servo derrotou o poder do pecado para corromper, nos tornando filhos de Deus, fora dos filhos da ira.
     E por causa destes triunfos, agora, o Servo toma de volta do deus deste mundo o poder, para dar a quem que lhe agrade dar; e lhe agrada dar aos mansos e submissos.

     “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” (Mt 5.3).

     Os mansos vão compartilhar os despojos do triunfo do Messias sobre todas as coisas. Eles serão coerdeiros com Cristo de todas as posses de Deus.
    
 Na primeira epístola aos Coríntios, capítulo 3 e versículo 21, está escrito que todas as coisas são dos santos:

     “Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso.” (I Co 3.21).

A Satisfação dos Três Desejos Profundos

     Vamos terminar esta mensagem pensando mais uma vez sobre estes últimos três benefícios que o Servo, Jesus, alcançou por nós na cruz: Ele nos justificou; Ele nos fez Seus filhos; e Ele divide os despojos da vitória.

     Estes três presentes da graça, correspondem aos três anseios tremendamente profundo que nós temos:

1] De alguma forma nós almejamos nos livrar da culpa e da má consciência por todas as coisas erradas que nós temos feito.

2] Todos nós ansiamos ser amados e aceitos como parte significativa de um grupo ou de uma família.

3] Todos nós procuramos ser pessoas competentes com as coisas ao nosso dispor de modo que possamos agir da melhor forma possível para cumprir as nossas intenções.

     O Servo satisfaz cada um destes desejos ao custo de Sua própria vida: 
Ele justifica o ímpio; Ele nos torna filhos de Deus; e Ele compartilha conosco os despojos do Seu triunfo universal.
     E quando o Servo faz isto, nós vemos a Deus: o bom prazer do Senhor está prosperando nas mãos do Servo. E o Servo vê isto e está satisfeito.

     Eu os exorto a confiarem no Servo de Deus. 
Você não pode justificar a si mesmo. 
Você não pode se tornar filho de Deus por você mesmo. 
Você não pode ganhar os despojos da batalha com sua própria força.

     Você somente pode ser justificado, ser feito filho de Deus e tomar parte nos despojos do triunfo do Servo de Deus como um presente se você confiar na Obra de Cristo.

     Coloque a sua confiança em Cristo, e tudo isto vai ser seu.

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