segunda-feira, 14 de março de 2016

As 2 naturezas no crente - Parte VII - Gordon H. Hayhoe

Como podemos ser libertados da atividade daquela natureza caída que permanece em nós? Isto nos é explicado em Romanos 8.2: "Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte". Se eu soltasse um livro que estivesse segurando, a força da gravidade o faria cair, pois ele estaria sujeito à lei da gravitação. Como poderia eu livrá-lo desta lei sem mudar a lei, ou o peso do livro? Se eu amarrasse ao livro um balão de gás hélio, ele subiria. Não teria mudado a lei da gravitação e nem o peso do livro, mas eu o teria colocado sob uma nova lei. O gás hélio é mais leve do que o ar. Desta forma o livro estaria livre da lei da gravitação.

Apliquemos isto à nossa vida. Quando alguns pensamentos ruins se introduzem em sua mente, como você fará para livrar-se deles? Você não pode mudar sua natureza caída. Ela sempre age da mesma maneira. Não há nada de bom nela. Mas se você deixar que o Espírito de Deus, por meio do novo homem, o mantenha ocupado com Cristo, você estará livre. O Espírito de Deus trabalhando no novo homem irá encher o seu coração com Cristo. Ele o levará a ver o que Cristo fez por você, o que Ele está fazendo agora mesmo como seu Advogado e Sumo Sacerdote, e o que fará por você quando o tornar eternamente feliz na casa do Pai. Portanto, quando os maus pensamentos vêm à sua mente, lembre-se de que você não pode mudar a natureza caída, mas pode deixar que o Espírito de Deus trabalhe no novo homem. Pense no que você possui em Cristo. Se regozije no fato que Deus o vê em Cristo. Esta é a única maneira de se livrar da atividade do velho homem dentro de você. De nada adianta tentar expulsar aqueles maus pensamentos pois eles logo estarão de volta. É como lutar com o limpador de chaminés. Deixe-os de lado dando graças pelo livramento de Deus e regozije-se no Senhor.

Quão maravilhoso é saber que Deus não apenas perdoou nossos pecados mas condenou aquela natureza caída. Ela foi crucificada com Seu Filho. Ele nos enxerga em uma nova posição diante de Si; uma posição de "nenhuma condenação" (Rm 8.1), mortos e ressuscitados com Cristo. Regozijemo-nos! Demos graças! Ele nos deu uma nova vida, a própria vida de Cristo que será nossa para sempre no céu. Quando você nasceu de novo você recebeu esta nova vida. Você nasceu do alto e o novo homem é criado em justiça e verdadeira santidade. Deus deseja que você, como cristão, viva uma vida de santa liberdade e gozo na posição na qual Ele o colocou.

Não estamos nos referindo aqui ao que o crente deve fazer caso deixe a natureza pecaminosa agir, mas apenas àquilo que Deus fez com respeito à velha natureza. Mas talvez seja de auxílio acrescentar alguns comentários a respeito disso. Se permitirmos o pecado em nossa vida, Deus providenciou um Advogado, Jesus Cristo o Justo (1 Jo 2.1) e devemos confessar nosso pecado, reconhecendo que deixamos o velho homem agir. Isto não é com o objetivo de restaurarmos nossa posição diante de Deus, pois ela é sempre em Cristo, mas para sermos restaurados à comunhão com Deus em nossas almas. Que completa provisão para todas nossas necessidades nós podemos encontrar em Cristo!

Quão importante é que leiamos a Palavra de Deus e que oremos, pois se negligenciamos isto o inimigo conhece nossos pontos fracos e virá trabalhar naquele velho homem, levando-nos a pecar. Isto irá roubar nosso gozo no Senhor, e se não confessarmos os pequenos pecados, eles em breve se tornarão grandes pecados pelos quais poderemos vir a ser colocados sob a mão de Deus em disciplina, ou talvez possam até mesmo nos colocar sob a disciplina da assembléia ou igreja de Deus. Não nos é dito que devamos confessar maus pensamentos, pois o simples fato de os deixarmos de lado já é a forma de julgá-los, mas se permitimos a sua ação em nossa vida então devemos confessar nossos pecados para sermos restaurados (1 Jo 1.9).

Um verdadeiro crente nunca pode se perder, mas pode, como Davi na antigüidade, perder o gozo da salvação de Deus e desonrar o Senhor. A oração do Salmista é boa para todos nós. "Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim: então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor. Rocha minha e Libertador meu!" Sl 19.12-14.

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