quarta-feira, 20 de abril de 2016

Errar é humano?


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Garanto que você já deve ter ouvido essa frase várias vezes, talvez até mesmo já a utilizou para justificar algum erro seu ou de outra pessoa. Não se sabe ao certo quem foi o autor dessa frase, mas todas as pessoas que a utilizaram sempre foi no sentido de minimizar algum erro.

A questão é: a frase está correta? Errar é humano mesmo? Se afirmarmos que sim poderemos cair num grande erro, como por exemplo, este simples silogismo:

Errar é humano; Jesus era humano; Logo, Jesus errou.

Parece estúpido fazer essa ligação, mas nós nunca devemos nos esquecer de que o nosso Senhor foi 100% Homem e 100% Deus. Então
falando do pecado e da luta da carne contra as coisas de Deus, se errar não é humano, por que, em via de regra, Jesus teria que errar? Como resolver o problema?

O que é o pecado? Parece uma pergunta infantil, mas dependendo da resposta poderemos cair no mesmo erro do “errar é humano”. Algumas pessoas dizem que o pecado, em seu significado, é errar o alvo. Bom, se tratarmos da etimologia da palavra até poderíamos dizer que sim, mas olhando para aquilo que a Bíblia diz ser pecado, aí oerrar o alvo já não tem importância assim.

Dr. Cara, diz:

Enfatizar “errar o alvo” como o significado real pode induzir as pessoas a pensarem que pecado é apenas quando alguém tenta o seu melhor e falha - ela tentou acertar o alvo, mas errou.[1] 

Ou seja, nós não pecamos simplesmente porque tentamos fazer algo bom e não conseguimos, mas até quando nós não fazemos também pecamos. Lembre-se do que disse Tiago: 
Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17). Pecado é todo tipo de transgressão a Lei de Deus.

Portanto, se dissermos que errar é humano, esqueceremos da verdadeira natureza humana. Ela é pecadora. Como Paulo diz, aqueles que são da carne são inclinados para as coisas da carne, aqueles que são do Espirito são inclinados às coisas do Espirito” (Rm 8.5). Por isso não podemos dizer que Cristo errou pelo fato de também ser humano, Ele não errou (em nenhum momento) porque a Sua natureza é santa.

Então, como podemos resolver isso?

Entendendo a luta que temos diariamente. Mas temos que entender que aqueles que se encontram longe de Deus sem a fé salvadora erram porque estão mortos em pecados. No entanto, nós erramos porque, antes de tudo, somos idólatras não se submetendo a vontade de Deus, mas a nossa ou a de outro. E erramos porque existe uma luta diária e constante dentro de nós:
Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro... (Gl 5.17)

Antes dessa luta entre a carne e o Espirito, nós estávamos em uma luta contra Deus. Na verdade, o maior inimigo que nós tínhamos antes de sermos salvos era o próprio Deus. Tudo o que fazíamos desagradava a Deus diariamente. Segundo o apóstolo Paulo, éramos assim como está escrito: 
Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos”. (Rm 3.10-18)

Mas Cristo nos resgatou da maldição da morte e do pecado, e fez com que tenhamos paz com Deus (Cl 1.20; cf.: Ef 2.15,16) para que possamos habitar com Ele para todo sempre.

No entanto, ainda não estamos totalmente libertos do pecado. Isso não quer dizer que a morte de Cristo não foi suficiente, pois a Bíblia mostra que os eleitos já estavam escritos no Livro da Vida antes da fundação do mundo (Ap 13.8; 17.8) e que nós já estamos glorificados (Rm 8.30). Mas existe uma razão pela qual ainda não fomos totalmente libertos do pecado, e isso não cabe aqui à explicação. Voltando... quando Cristo nos resgata, temos agora a ação do Espírito Santo em nós, mas há a velha natureza humana que devemos derrotar diariamente. Essa velha natureza é aquela listada em Romanos 3.10-18, mas também em Efésios 4.25-29 e Gálatas 5.19-21.

Como podemos derrotá-la?

Alimentando-se! Se entrarmos em numa competição que exige força, nós entenderemos. Pois, imagine que você se alimente pouco e treine muito menos ainda (por simples confiança em si mesmo), mas o seu adversário se alimenta corretamente e treina periodicamente. Qual a grande probabilidade daquele que não treinou ganhar? Mínimas, mas mínimas mesmo. Isso acontece com a luta da carne contra o Espírito.Lembrem-se, quantas vezes não sedemos às tentações e nos entregamos a ela? Tudo isso acontece porque nós não temos o mínimo interesse em “treinar” o espírito.

Façamos uma reflexão; quantas horas nós gastamos assistindo os nossos seriados preferidos sem se mexer da cama ou do sofá, sem se preocupar com o horário? E quantas vezes nós levantamos no meio do culto para fazer várias coisas e olhar no relógio enquanto o pastor prega? Será que nós conseguiríamos passar o mesmo tempo do filme orando e/ou lendo a Bíblia?

Portanto, quando nós sentirmos acuados pela carne (e suas tentações), devemos dar a nossa atenção a Deus, orando e lendo a Bíblia. A melhor maneira de vencermos a carne diariamente é conhecer mais a Cristo e colocarmos diante d'Ele as nossas felicidades e tristezas. Quanto mais conhecemos a Deus, mais saberemos do que Ele é capaz. Deus não permitirá que sejamos tentados além de nossas forças, pelo contrário, com a tentação dará também o escape para que possamos suportar (1Co 10.13).

Conclusão

Todas as vezes que você errar, não amenize a situação achando que errar é humano. Errar faz parte da natureza pecaminosa do homem e devemos isso às consequências de nossos pecados. Portanto, devemos pedir constantemente ajuda de Deus para vencermos o pecado.

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Nota:
[1] Cuidado com o significado oculto de uma palavra: <http://bereianos.blogspot.com.br/2014/08/cuidado-com-o-significado-oculto-da.html>. Acessado: 17 de fevereiro de 2016

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Autor: Denis Monteiro
Fonte: Bereianos

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