terça-feira, 26 de abril de 2016

O BAJULADOR SEM AMIGOS




Um dos pecados mais pública e socialmente aceitável é a bajulação. É por isso também que este é um pecado tão perigoso. Considere esse provérbio iídiche: “A bajulação faz amigos e a verdade faz inimigos”. Mas os amigos feitos pela bajulação não são realmente dignos de se ter.

A verdadeira amizade vem com trabalho duro, mas muitos de nós ficamos facilmente satisfeitos com a falsa amizade, o tipo fácil de amizade que não exige muito de nós (Jo 15.13).



Há um jogo que deve ser jogado na igreja quando há interesses de avanço pessoal. Muito frequentemente, o bajulador é um “amigo” que, para citar Aristóteles, “é seu inferior, ou finge ser”.

Aristóteles oferece uma importante ideia: o bajulador deveria ser seu inferior, mas quase sempre ele está simplesmente fingindo ser para conseguir algo de você. Bajulação é egoísmo. Ela finge dar, mas, na verdade, toma, abusa e controla

 Bajulação também é facilmente recebida. Nós amamos um bom elogio, e até acreditaremos numa mentira por causa de nosso orgulho. Espinoza disse que “ninguém é mais enganado pela bajulação que o orgulhoso, que deseja ser o primeiro e não é”.

Bajulação é elogiar outros para parecer mais amável e inteligente. É uma forma de mentira. Ela quebra vários mandamentos, especialmente, o sexto, o oitavo e o novo. Bajulação é uma forma de manipulação que tem egoísmo escrito por toda ela.

O amigo de Jó não usaria de bajulação com ninguém (Jó 32.21). Ele provavelmente perderia seu emprego em uma organização onde a bajulação é não somente esperada, mas exigida pela cultura criada pelos que estão no poder.

As pessoas até retuitam elogios feitos a elas. Imagine isso. Isso realmente acontece. Talvez Sl 12.3 ou Pv 27.2 seja uma boa leitura devocional antes de navegar na web?
Há soluções para isso. Peça para Deus lhe dar alguns amigos verdadeiros, do tipo que leva Pv 27.6 a sério. Peça que Deus lhe dê amigos que creem na promessa de Pv 28.23, assim como nos alertas de Pv 29.5. Afinal, há uma grande diferença entre esses tipos de amigos e as amizades que são feitas por propósitos “políticos”.

Quando a vida fica difícil, o bajulador segue a vida: ele abandona você em seu desespero para que ele possa procurar outro alguém que alimentará seu desejo maligno.

Eu acho – e isso é muito triste – que há muitas pessoas que simplesmente não têm amigos. Elas podem ser geralmente queridas em público, mas não têm amigos que lhes dirão o que elas precisam ouvir. Elas colocaram-se em posições em que simplesmente ouvem apenas “sim”.

Cristo não bajulou seus amigos enquanto estava na terra (Mt 16.23; Lc 24.25), e ele não faz isso agora no céu (Ap 3.19).

O amor cristão sempre coloca Cristo entre eu e o outro. Isso evita que eu tenha um relacionamento imediato com o outro. Quando eu espero um relacionamento imediato com o outro – um relacionamento em que Cristo não está entre nós – eu sempre domino e manipulo. Eu espero louvor e recuso a receber uma repreensão. Eu manipulo o outro e imponho minha vontade sobre ele. Eu uso o outro para meus propósitos malignos. Sem a mediação de Cristo, todos os relacionamentos se desenvolvem e terminam comigo como o único digno de louvor e adoração. É por isso que a bajulação é tão ruim: ela separa Cristo dos outros e evita que os outros se relacionem comigo nEle.

Autor: Mark Jones
Tradutor: Josaías Jr
Fonte: www.reformation21.org


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

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