1. Escrituras
Reconhecemos a Bíblia – os 39 livros do Antigo Testamento e os 27 livros do Novo Testamento – como o registro fiel da Palavra de Deus. A Bíblia é o único registro essencial e infalível da autorrevelação de Deus à humanidade. Ela é suficiente para a salvação pela fé em Jesus Cristo. Além do mais, as Escrituras são plenamente e verbalmente inspiradas por Deus. Portanto, a Bíblia está isenta de todo erro, conforme registrada em seus manuscritos originais. Cada livro da Bíblia deve ser interpretado a partir do seu contexto e propósito originais e estudado em um espírito de reverente obediência ao Senhor que nos fala poderosamente por seu intermédio. Todos os crentes devem estudar as Escrituras diligentemente e aplicá-las inteiramente às suas vidas. As Escrituras são a regra final e o guia fiel para toda a vida, prática e doutrina cristã. Elas são inteiramente suficientes e nada lhes deve ser removido ou acrescentado, seja por meio da tradição da Igreja, revelações extra-bíblicas ou sabedoria humana. Toda formulação doutrinária – seja ela em forma de credo, confissão ou sistema teológico – deve ser testada pela pleno conselho de Deus nas Escrituras Sagradas.(Ef 2.20; 1Ts 2.13; 2Tm 3.16-17; 2Pe 1.21; Ap 22.18-19; Dt 32.46-47; Sl 1.1-6; 19.7-11;)
2.Trindade
Existe um único Deus: infinito, eterno, todo-poderoso e perfeito em santidade, verdade e amor. Na unidade de Deus existem três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, todos co-existentes, co-iguais e co-eternos. O Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito e o Espírito não é o Pai, mas cada pessoa é verdadeiramente Deus. Um Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – é a fonte de toda vida e fé cristã.(Sl 115.3; Is 6.3; Jr 10.10; Jo 4.24; At 17.24-25; 1Co 8.4; 1Ts 1.9; 1Tm 1.17; 6.15; Tg 1.17; Ap 4.11; 5.12-14; Gn 1.1 – 2.25; Sl 8.1-9; 19.1-6; 33.4-11; Is 43.13; Rm 8.28-30 ).
3. A Divindade de Cristo
Cremos na verdadeira divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho eterno e unigênito de Deus, escolhido, desde antes da fundação do mundo, para ser o mediador do povo eleito de Deus. Assumindo, mediante a Encarnação, uma real e completa natureza humana no ventre da Virgem Maria, Jesus Cristo viveu uma vida perfeita, em tudo semelhante a nós, mas sem pecado. Obediente à vontade do Pai, Ele livremente ofereceu a Si mesmo como um sacrifício perfeito e suficiente para a satisfação da ira de Deus contra os pecados dos Seus eleitos .
Ora, tendo cumprido a obra da redenção, e tendo feito a reconciliação pelos pecados de Seu povo, Ele, ao terceiro dia, ressuscitou corporal e gloriosamente dentre os mortos, subiu ao céu e está agora assentado à destra do Pai, com toda glória e majestade, tendo enviado, conforme Sua promessa, o Espírito Santo à Sua Igreja, pronto a receber todos os que o Pai Lhe dá e a interceder por Seu povo como Justo Advogado que é; ademais, reina soberanamente como o Cabeça da Igreja, de modo que todos Lhe devem submissão, respeito, santo tremor e temor (Jo 1.1,14; Lc 1.27, 31, 35; Mt 16.16; Gl 4.4-5; Fp 2.61; Hb 2.14; 4.15; 1Tm 2.5; Jo 5.20; Is 42.1; 1Pe 1.19-20; Jo 3.16).
4. A Queda
Cremos que Deus, por um ato criativo definido e direto, fez Adão à Sua imagem e semelhança – íntegro, inocente e justo, capaz de comunicar com seu Criador, servi-Lo e glorificá-lo; todavia, Adão, tendo pecado e sendo destituído da glória de Deus, e seu pecado tendo sido imputado à sua posteridade, sofreu as consequências de sua desobediência. E não somente ele, mas Eva e toda sua posteridade já nascem num estado de culpa e condenação, corrupção, inclinação ao pecado – todos filhos da ira, separados e alienados de Deus, sujeitos à morte eterna (Gn 3.6-8, 13; 6.5; Ec 7.20; Rm 3.10-18, 23; 5.12, 20-21; 11.32; 1Co 15.21-22; 2Co 11.3; Ef 2.1-3).
5. Salvação somente pela graça
Cremos que os pecadores são declarados livres da condenação do pecado e contados como justos perante Deus pela Sua graça somente (justificação) e também somente com base nos méritos expiatórios de Cristo e de Seu sacrifício vicário, sem consideração alguma de qualquer boa obra que venham a realizar; de maneira que o perdão de nossos pecados e transgressões – passados, presentes e futuros – advém somente por meio do arrependimento genuíno e da fé em Cristo, de acordo com as riquezas de Sua graça (Jo 1.16; Rm 11.35; 1Co 4.7; Ef 1.3, 6, 12, 14, 2.1-10).
6. O Espírito Santo
Cremos na necessidade da obra do Espírito Santo naquele ato poderoso de Deus mediante o qual um indivíduo, anteriormente morto em seus pecados e transgressões, de modo sobrenatural e monergístico, passa viver espiritualmente (regeneração) e torna-se capaz de, mediante um ato consciente, de se voltar a Deus em arrependimento e fé (conversão), sendo também renovado na sua totalidade segundo a imagem de Deus; vivendo cada vez mais para a justiça e retidão (santificação) e morrendo dia a dia para o pecado, através do mesmo poder divino que preserva, até o dia da salvação final, aqueles que foram chamados eficazmente. Ora, nada pode arrebatar aqueles que se encontram seguros nas mãos de Cristo, de maneira que não pereceram jamais, mas serão ressuscitados no último dia (segurança eterna). Cremos no Batismo no Espírito Santo, que nos é dado por Jesus. Cremos que é uma capacitação e investidura de poder com o propósito de realizar uma tarefa determinada. Cremos que há uma diferença entre ter o Espírito Santo e ser batizado com o Espírito Santo. Todos os que são salvos têm o Espírito, mas podem ainda não ter sido batizados no Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo é um dom que todos podem receber depois de convertidos. É algo que pode e deve ser buscado por aqueles que ainda não o receberam. Cremos que é Jesus quem batiza no Espírito Santo. Quando o cristão é batizado pelo Espírito Santo, ele sente o poder e a presença de Deus como ele nunca conhecera antes - e esta é a maior forma possível de segurança. O batismo do Espírito é uma nova manifestação de Deus para a alma. Você tem um conhecimento irresistível, dado a você do amor de Deus em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo... Este é a maior e a mais essencial característica do batismo com o Espírito Santo. Ela é experimental. É inegável. Ela enche com alegria indizível. Ela transforma advogados de Cristo em testemunhas do que tem visto e ouvido. Cremos na contemporaneidade dos Dons Espirituais, como instrumentos para a edificação pessoal e da igreja, distribuídos pelo Espírito Santo para a sua edificação, conforme a sua soberana vontade, e não exatamente evidenciado pelo falar em línguas. É dever dos cristãos buscar, com zelo, os dons espirituais, exercitando-os com ordem e disciplina, no amor e no temor do Senhor, buscando sempre a edificação, consolação e exortação dos membros do corpo. Cremos na manifestação dos dons espirituais de forma pura e exata; na sua funcionalidade, na sua utilidade e nos seus resultados práticos, cuja operosidade está completamente desassociada de adivinhações, prognósticos, agouros e feitiçarias. (Tt 3.5; Tg 1.18; Jo 3.5-7; 2Co 1.22; Ef 4.30; Hb 9.14; Jo 6.37-40, 48; 10.22-28; 11.26; 6.37, 44, 47; Rm 8.29-30, 35-39; 1Co 1.8; Fp 1.6; 2Co 1.21-22; 1Pe 1.5;Mt 3:11; Rm 12:3-8; 1 Co 12:1-12; Rm 8: 9; At 2: 38; Mt 7: 7; Lc 24: 49; I Co 12:1-11; I Co 14:1-40; Joel 2:28,29; Dt.18:9-14)
7. O Evangelho
Jesus Cristo é o Evangelho. As boas novas foram reveladas em seu nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão. A crucificação de Cristo é o centro do Evangelho, sua ressurreição é o poder do Evangelho e sua ascensão é a glória do Evangelho. A morte de Cristo foi um sacrifício substitutivo e propiciatório oferecido a Deus pelos nossos pecados. Ela satisfaz as exigências da santa justiça de Deus e apazigua a sua ira santa. Ela também demonstra seu amor misterioso e sua graça maravilhosa. Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e o ser humano. Não existe outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. No centro de toda doutrina sadia está a cruz de Jesus Cristo e o privilégio infinito que pecadores redimidos tem de glorificar a Deus pelos méritos de Jesus. Portanto, desejamos que tudo que ocorre em nossos corações, em nossas igrejas e em nossos ministérios aponte para a cruz e proceda da cruz. (Mc 10.45; At 4.8-12; Rm 1.16-17; 3.21-26; 1Co 1.18-25; 15.3-8; Gl 6.14; Cl 2.13-15; 1Tm 1.15; 2.5-6)
8. A herança do homem por meio do Evangelho
A salvação – o dom gratuito de Deus – provém da graça somente, pela fé somente em Cristo somente, para a glória de Deus somente. Todo aquele que se volta do pecado em arrependimento e volta-se para Cristo e sua morte substitutiva recebe o dom da vida eterna e é declarado justo por Deus; a justiça de Cristo lhe é imputada, sendo assim justificado e plenamente aceito por Deus. Por meio da expiação do pecado em Cristo tal pessoa é reconciliada com Deus Pai e torna-se seu filho. Todo crente é perdoado da dívida do pecado e, por meio do milagre da regeneração, milagrosamente liberto da lei do pecado e da morte para a liberdade do Espírito de Deus. (Rm 3.21-26; 5.1-2,9-11; 8.1-4; 1Co 1.30-31; Ef 2.8-10; 1Jo 5.13)
9. Santificação
O Espírito Santo é o agente ativo em nossa santificação e procura produzir em nós seu fruto mediante a renovação das nossas mentes e a nossa conformidade crescente à imagem de Cristo. Apesar da presença residual do pecado, o Espírito nos conduz em crescimento no conhecimento do Senhor, resultando em crescente obediência aos seus mandamentos para que outros neste mundo vejam em nós as nossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai celestial. Todos os crentes devem perseverar na fé cientes de que prestarão contas a Deus por cada pensamento, palavra e ação. As disciplinas espirituais – especialmente a leitura bíblica, a oração, a adoração e a comunhão – são um instrumento vital da graça de Deus para esse fim. Todavia, a esperança final de todo crente para perseverar na fé reside na promessa segura de Deus em preservar o seu povo até o fim.(Mt 5.13-16; 24.13; Rm 8.5-17; 12.1-2; 2Co 5.10; Gl 5.16-26; Ef 4.20-24; Cl 3.5-14; 1Tm 4.7,8; Hb 10.35-39; 12.14; 1Jo 1.5 – 2.2; Jd 24-25)
10.O retorno de Cristo
Cremos que num dia e hora desconhecidos por todos os homens, o SENHOR Jesus Cristo irá novamente retornar em pessoa, em toda Sua glória, levantando dentre os mortos tanto justos quanto injustos, para em seguida julgar todos os homens. Ele lançará os ímpios à condenação eterna, preparada para o diabo e seus anjos, e receber os justos e piedosos no Reino que lhes preparou desde a fundação do mundo (Mt 16.27; Lc 21.27, 34-36; Jo 14.1-3; 1Co 1.7-8; Hb 9.28; Tt 2.11-14; 1Ts 2.19; 3.13; 5.23; 2Ts 2.1, 8; Ap 20.11-15).
TULIP – OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
TULIP – Acróstico formado pelas iniciais, em inglês, das cinco doutrinas reformadas da salvação, conhecidas também como as Doutrinas da Graça de Deus.
* Total Depravity – Depravação Total
* Unconditional Election – Eleição Incondicional
* Limited Atonement – Expiação Limitada
* Irresistible Grace – Graça Irresistível
* Perseverance of the Saints – Perseverança dos Santos
DEPRAVAÇÃO TOTAL (Total Depravity)
A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a “queda do homem”) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos nós caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens.
Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A Depravação Total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).
A Depravação Total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de construir para si um “deus” que lhe seja propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus.
Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.
Referências bíblicas: Gn 2:17; 6:5; 8:21; 1 Rs 8:46; Sl 51:5; 58:3; Ec 7:20; Is 64:6; Jr 4:22; 9:5-6; 13:23; 17:9; Jo 3:3,19,36; 5:42; 8:43-44; 14:4; Rm 3:10-11; 5:12; 7:18,23; 8:7; 1 Co 2:14; 2 Co 4:4; Ef 2:3; 4:18; 2 Tm 2:25-26; 3:2-4; Tt 1:15.
ELEIÇÃO INCONDICIONAL (Unconditional Election)
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos Céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição.
A Eleição Incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tem o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.
Referências bíblicas: Dt 4:37; 7:7-8; Pv 16:4; Mt 11:25; 20:15-16; 22:14; Mc 4:11-12; Jo 6:37,65; 12:39-40; 15:16; At 5:31; 13:48; 22:14-15; Rm 2:4; 8:29-30; 9:11-12, 22-23; 11:5,8-10; Ef 1:4-5; 2:9-10; 1 Ts 1:4; 5:9; 2 Ts 2:11-12; 3:2; 2 Tm 2:10,19; Tt 1:1; 1 Pe 2:8; 2 Pe 2:12; 1 Jo 4:19; Jd 1:3-4; Ap 13:8; 17:17; 20:11-21:8.
EXPIAÇÃO LIMITADA (Limited Atonement)
Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.
A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com os Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a Lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nEle. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação, como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.
A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
Referências bíblicas: 1 Sm 3:14; Is 53:11-12; Mt 1:21; 20:28; 26:28; Jo 10:14-15; 11:50-53; 15:13; 17:6,9-10; At 20:28; Rm 5:15; Ef 5:25; Tt 3:5; Hb 9:28; Ap 5:9.
GRAÇA IRRESISTÍVEL (Irresistible Grace)
Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.
O apelo do Evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Conseqüentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do Evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor, e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem.
Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial, interna, em adição à chamada externa contida na mensagem do Evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.
No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.
Referências bíblicas: Jr 24:7; 31:3; Ez 11:19-20; 36:26-27; Mt 16:17; Jo 1:12-13; 5:21; 6:37,44-45; At 16:14; 18:27; Rm 8:30; 1 Co 4:7; 2 Co 5:17; Gl 1:15; Ef 1:19-20; Cl 2:13; 2 Tm 1:9; Hb 9:15; 1 Pe 2:9; 5:10.
PERSEVERANÇA DOS SANTOS (Perseverance of the Saints)
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o Céu. A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a Fé Cristã estão garantidas para o Céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseverarão até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nEle. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo. A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.
Referências bíblicas: Is 54:10; Jr 32:40; Mt 18:14; Jo 6:39-40,51; 10:27-30; Rm 5:8-10; 8:28-39; 11:29; Gl 2:20; Ef 4:30; Fp 1:6; Cl 2:14; 2 Ts 3:3; 2 Tm 2:13,19; Hb 7:25; 10:14; 1 Pe 1:5; 1 Jo 5:18; Ap 17:14.
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sábado, 1 de dezembro de 2018
Nossa Declaração de Fé - Apologética-Escrituralista
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