sexta-feira, 10 de junho de 2016

4 PERGUNTAS QUE TODO CRISTÃO PRECISA RESPONDER - Por Helbert Souza

ROMANOS 8:31-34
 "Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
"

No livro de Romanos, do capítulo 1 ao 3, Paulo fala sobre a universalidade do pecado, da condenação, em relação tanto aos gentios quanto aos judeus. Também trata da fidelidade e da Justiça de Deus.                                                 

No Capítulo 4, mostra-nos que mesmo na Antiga Aliança, a justificação não era por obras, mas por fé.

No capítulo 5, os frutos da justificação.

No capítulo 6, os efeitos da santificação.

No capítulo 7, a morte para Lei.

No capítulo 8, a vida no Espírito.

É impossível lermos os versos 31-39 deste capítulo sem que se trace em nossa mente o claro cenário de um tribunal. É uma técnica literária típica dos profetas do Antigo Testamento e também muito comum na linguagem do apóstolo Paulo, o qual utiliza diversas vezes termos legais, forenses:

Por exemplo, no verso 33 – “acusação”; “justificação”; no versículo 34 – “condenação”.

No cenário jurídico esboçado por Paulo, Deus é o Juiz; Satanás é o promotor (que fará as suas acusações); Jesus é o advogado (o paracleto); os anjos são os expectadores; os crentes são aqueles a quem Satanás vai tentar acusar.

Havendo anteriormente provado os seus temas, o apóstolo Paulo prorrompe agora em uma série de exclamações, por meio das quais expressa a grandeza de alma que dos crentes, quando as adversidades insistem em fazê-los desesperar-se.

Ele nos ensina nesta passagem, através destas poderosas verdades, que há um encorajamento indestrutível; há um incentivo inquebrantável, há uma fortaleza intransponível, disponibilizados a todo cristão, no momento da provação: a consciência do favor e do amor paterno de nosso Deus.

Está consciência vai se estabelecer através da reflexão sobre as perguntas que o apóstolo faz aos crentes. Elas encontram-se listadas, respectivamente, nos versos 31,32,33 e 34. Passemos, por tanto, a considera-las:


1ª PERGUNTA: se Deus é por nós, que será contra nós? (verso 31)

As vezes as coisas vão mal, a tristeza toma posse de nossos corações, afasta-nos de toda a confiança e consolação que há em Deus para nós, mas as questões levantadas pelo apóstolo vão nos fazer entender claramente que aqueles que se limitam a fitar o triste espetáculo da nossa batalha, laboram em erro, pois Nele nós encontramos refúgio e confiança para triunfar sobre todo e qualquer mal.

O versículo diz: "se Deus é por nós, quem será contra nós?"

Imagine se fosse o oposto, se Paulo estivesse dizendo: "Se Deus é contra nós, quem será por nós?"

Aliás, é isso que Paulo vai mostrar, por exemplo, no capítulo primeiro: pessoas que Deus está contra e não a favor. O pior inimigo que alguém pode ter não é o Diabo, é o próprio Deus. Porque se alguém cai nas mãos do Diabo, Deus pode tirá-lo de lá. Mas se alguém cai nas mãos de Deus, quem o livrará?
A bíblia diz que horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hebreus 10:31)

Porém aqui, é animador observarmos que Paulo não está dizendo que Deus é contra nós, ele está nos dizendo algo maravilhoso: Deus é a nosso favor! Deus está do nosso lado! Deus é conosco!  Deus é por nós!

Isto não é uma possibilidade, como se Deus pudesse ou não, ser por nós. O apóstolo não está em dúvida. Este "se Deus é por nós" pode ser entendido como: "uma vez que Deus é por nós"; "dado que Deus é por nós", "posto que Deus é por nós", "já que Deus é por nós, quem será contra nós?"
  
A resposta à pergunta do Apóstolo é imediata, "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Ninguém!!

Mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, que nós não vamos ter nenhuma oposição, nenhuma hostilidade, nenhum inimigo que se levante com fúria, ira, indignação contra nós.

Muito pelo contrário. Temos numerosos e perigosos inimigos, que todos os dias nos atacam:

1. vivemos num mundo incrédulo, que nos odeia e persegue veementemente;
2. Paulo menciona (v. 38) principados, anjos e demônios, que se levantam contra nós;
3. e o pior inimigo de todos, porque está dentro de nós; é interno e não externo: a nossa carne, que apesar de mortificada; tenta todos os dias nos convencer do contrário.

"Deus por nós", não significa a ausência de adversários, mas certeza da vitória!

Apesar de termos grandes e numerosos inimigos, eles não se comparam em grandeza e poder com o nosso Deus.

Se o mundo, a carne e o Diabo são contra nós, não nos importa: Deus é por nós!

Se o mundo nos aflige, o Senhor diz:
"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33).
"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." (1 João 5:4). 

Se a carne está em nós - ainda que mortificada, nós não estamos na carne, Paulo diz:
"Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito..." (Romanos 8:9)

Se os principados e potestades se vestem de ira contra nós, tramando secretamente a nossa destruição, Paulo diz:
“[Cristo] despojou os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz.” (Colossenses 2:15)

Então quando você enfrentar oposição... quando sentir, em seu rosto, o bafejar do ódio e da fúria do inimigo da sua alma... quando tudo parecer desmoronar à sua volta, lembre-se: Deus é por você, Deus está do seu lado!!
Isso muda a nossa perspectiva em meio a situação mais difícil e tenebrosa de nossas vidas!

2ª PERGUNTA: Deus não nos dará com Cristo todas as coisas? (verso 32)

Mackintosh que disse: “a incredulidade pergunta: porventura Ele dará? A fé pergunta: porventura Ele não dará?”

Jesus é o Eterno e Unigênito Filho de Deus. Fez-se homem, veio a esta Terra, andou em nosso meio como uma pessoa comum, como tantos outros homens. Todavia jamais poderemos imaginar ou conhecer, pessoa alguma mais importante para Deus do que o Seu Filho amado. Talvez você pergunte:
"e eu... não sou importante para Deus?" Sim, nós somos, mas porque estamos em Cristo.
"mas eu também não sou filho de Deus?" Sim, somos filhos, por adoção! Jesus é o Filho unigênito de Deus.

Deus nos ama, com um amor incondicional, mas Ele nos ama em Cristo.
Ninguém pode ir a Deus, se não por Jesus. Tão somente por meio de Jesus que o homem pode ser objeto do amor e não da ira de Deus.

E Deus em seu amor singular, incomparável, incomensurável, mesmo sem que nós merecêssemos, deu o seu Filho por nós!

O versículo 34 diz: "Aquele que não poupou o seu próprio Filho", está menção de Paulo remete-nos diretamente ao texto de Gênises 22:12, onde Deus diz a Abraão:

"Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste (negar aqui é igual a poupar) o teu filho, o teu único filho."
Poupar seria privar do sofrimento, da morte, do sacrifício.

Abrão deu o seu filho único como sacrifício, mas Deus provê um sacrifício substitutivo.

Agora, quando Deus entrega o Seu único Filho, não há substitutos para Ele.
Não é possível, porque o seu Filho é o próprio cordeiro vicário, substitutivo.
Ele está substituindo você e eu. Nós é que merecíamos estar ali.
João Batista se referiu a Ele como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Ele veio com este propósito, não poderia ser diferente disso.
A morte de Jesus não foi um acidente de percurso, um “plano B”, mas o propósito eterno de Deus. Ninguém estaria capacitado para fazer o que Ele fez.

Portanto Deus não o poupou, mas o entregou por todos nós.

A argumento que o apóstolo utiliza aqui é do maior para o menor. Ou seja, se Deus já deu o que Ele tinha de mais importante, de mais valioso, mais precioso, mais querido, mais excelente para nos absolver da condenação da Lei; livrar-nos da acusações do tentador; libertar-nos do domínio do pecado; o que mais Deus não nos dará para conseguirmos perseverar até o final? Qualquer coisa que você possa pensar é pequena de mais para o Deus que não poupou o seu próprio Filho.

Paulo diz aos crentes de Felipo: “E o meu Deus segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4:19).



3ª PERGUNTA: Quem intentará (planejará, projetará) acusação contra os eleitos de Deus? (verso 33)

Satanás está muito empenhado, sem dúvidas, em nos tentar.

Há uma bela canção do Grupo Logos, chamada "Se Confessarmos" que diz em determinado trecho:

"E as ações e frustações de um corrupto
Permeiam horas de luto
Frutos do inimigo atroz
Que atrás de qualquer servo espreita...
E se podendo aproveita
e eis um pecado a mais"

Mas embora Satanás goste de tentar o crente, essa não é a sua maior ocupação.

O trabalho principal de Satanás não é a tentação, mas sim a acusação.

Porque a vontade dele é que nós fôssemos condenados por Deus, o Juiz. E para ter condenação, primeiro tem que ter a acusação.

Então ele nos acusa para abalar a nossa confiança em Deus; tirar a nossa alegria do viver cristão; impedir a consolação que temos em Cristo.

Ele lembra de pecados antigos, mesmo após termos nos arrependido, confessado a Deus...
Ele tenta por e impor sobre nós toda a carga de acusações que, consigo, ele possa trazer.

Mas Paulo zomba de Satanás. Mostra que seu trabalho é completamente fútil. Um atividade inútil. Nada poderia ser mais estúpido do que trazer acusações contra aqueles a quem Deus (o Juiz) já absolveu. Não há, se quer, possibilidade de recorrer, até mesmo porque o versículo 34 vai dizer que Cristo (o nosso Advogado) está à direita do Pai, ele está constantemente intercedendo por nós.



4ª PERGUNTA: Quem condenará os eleitos de Deus? (verso 34)

Uma coisa é o significado de "acusação", outra de "condenação".
Conforme vimos (v. 33), ninguém poderá nos acusar, porque é Deus quem nos justifica.
Mas seria possível alguém nos condenar?

É claro que o argumento anterior do Apóstolo Paulo já deixou obstruída, para os acusadores, a via de acesso para o julgamento. Mas será que, de alguma forma, nós poderíamos ainda ser condenados? Paulo apresenta-nos neste verso, quarto razões pelas quais nós não podemos ser condenados:

1ª razão: a morte de Cristo:

Cristo sofreu a nossa condenação. A nossa culpa foi transferida para Ele. A nossa dívida foi quitada por ele. Nós somos identificados tanto com a morte como com a ressureição de Jesus. Morremos com Cristo e Ressuscitamos com Ele. Morremos como velho homem e ressuscitamos como um novo homem. Aquele velho homem que, de fato, era digno de toda a condenação, já morreu. E não é possível cobrar qualquer dívida de um morto.

Conta-se que no interior, uma mulher acabara de se tornar viúva e velava sobre a mesa, conforme era costume, o corpo do defunto. Alguém bate à porta... era um cobrador, que diz que não sairia dali sem receber o que aquele homem lhe devia. Ela abre a porta, aponta para mesa e diz: “ele está ali, pode cobrar a sua dívida.”


2ª razão: a ressurreição de Cristo:

Nós não servimos a um Cristo que esteve vivo e está morto, mas a um Cristo que esteve morto e está vivo!

Nos identificamos a ressurreição de Cristo. A sua ressurreição é a nossa também. Fomos vestidos com as vestes de Justiça de Cristo.

3ª razão: a Posição de Cristo diante do Pai:

Certa vez uma senhora, adepta dos ensinamentos de Charles Taze Russell (Testemunha de Jeová), apresentou-me este versículo bíblico, tentando desqualificar a divindade de Jesus, porque eles não crêem que Jesus é Deus. Ela me disse: "olha este texto, fala simplesmente que Ele está direita de Deus." Eu disse: "a senhora fez uma péssima escolha de texto para tentar desqualificar a divindade de Jesus, porque o texto mostra exatamente o oposto."

Estar a direita é ocupar uma posição especial, posição de honra e dignidade.
Qual anjo, homem ou qualquer outro ser, encontramos na Escritura, colocado à destra de Deus. É somente Jesus, porque Ele é Deus.
E é por causa da sua posição diante do Pai, que temos a quarta razão pela qual não podemos ser condenados:

4ª razão: a constante intercessão de Cristo por nós:

Jesus não apenas intercedeu, mas ele continua posicionado, intercedendo a nosso favor. Por tanto, isso fortalece ainda mais a nossa consciência quanto impossibilidade da nossa condenação.

Conclusão:

Paulo nos faz entender que Deus é por nós;
que Ele nós dá todas as coisas que necessitamos para nossa plena felicidade no servir a Jesus e para a nossa perseverança até o fim;
que ninguém pode nos acusar;
que ninguém pode nos condenar.

Você tem descansado nestas verdades?

Tem se lembrado, nos momentos mais difíceis de sua vida, que Deus é por você?

Você se alegra em Cristo, sabendo que Deus já nos deu Nele tudo o que nós necessitamos para nossa felicidade?
Temos muitos planos e projetos e Deus pode realizar cada um deles, mas tudo isso é muito pequeno perto do que Ele já nos deu. Não podemos projetar a nossa felicidade na tentativa de alcançar algo para sermos felizes, nós já temos a maior razão para nos alegrarmos todos os dias de nossas vidas.

Você tem dado ouvidos às acusações do Diabo?

Você entende e descansa no fato de que você está e permanecerá justificado? Pois não somos salvos por aquilo que fazemos, mas por aquilo que Cristo fez e continuar a fazer por nós. Isto é irreversível.


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

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