quarta-feira, 12 de julho de 2017

Falácias Lógicas - Andreas Kostenberger


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A “lógica” (da palavra grega logos, “razão”) é a “ciência que trata dos princípios e critérios de validade da inferência e da demonstração; a ciência dos princípios formais do raciocínio” (Merriam-Webster). Enquanto a teologia, como estudo de Deus, transcende a mera lógica, é razoável esperar que a Escritura siga princípios comuns de raciocínio. Corretamente usada, a lógica emana proposições verdadeiras de outras proposições verdadeiras. Mesmo que a Escritura não possa explicitamente declarar uma determinada verdade, podemos fazer declarações verdadeiras que têm a autoridade da Escritura por trás delas se forem corretamente derivadas do que a Escritura diz seguindo princípios de raciocínio lógico.
Uma compreensão básica das regras da lógica é crucial para a hermenêutica sadia. Falácias lógicas, tanto formais como informais, são encontradas em todos os campos de estudo, e a exegese bíblica não é exceção. A seguir, vou fornecer exemplos de algumas das falácias lógicas mais comuns encontrados em estudos bíblicos. São elas: (1) disjunções falsas, (2) apelos a evidências seletivas, (3) saltos associativos injustificados, (4) silogismos utilizados inapropriadamente, (5) declarações falsas e (6) no sequiturs (do latim – “não se segue” [logicamente]).
Disjunções falsas são feitas quando um argumento é apresentado de uma ou outra forma: ou A ou B é verdadeiro, mas não ambos. No entanto, há momentos em que a resposta é “ambos / e” ao invés de “ou / senão”. Observemos a relação entre Gálatas 3:28 e 1 Timóteo 2:12, por exemplo. Às vezes, afirma-se que a declaração de Paulo em Gálatas 3, de que em Cristo “não há homem nem mulher”, erradica todas as distinções relacionadas ao gênero no ministério da igreja, de modo que a proibição das mulheres ensinando ou exercendo autoridade sobre os homens na igreja em 1 Timóteo 2 deve ser explicado como uma injunção culturalmente relativa. Tanto a igualdade masculino-feminina indiferenciada em Cristo – e a limitação da autoridade da igreja local aos homens – não podem ser verdadeiras, é dito (ou pelo menos implicado), de modo que esse último princípio deve ser relativizado de tal forma que se ajuste ao primeiro. Contudo, esse tipo de pensamento disjuntivo é falacioso. Uma vez que 1 Timóteo 2:12 é fundamentada no plano da criação, e, reciprocamente, no cenário da queda (vv.13-14), a passagem não pode ser facilmente deixada de lado como culturalmente enleada.
Mais promissora é a explicação de que Gálatas 3:28, ao afirmar a irrelevância das distinções entre homens e mulheres concernente à salvação em Cristo, não está buscando abordar os papéis masculino-feminino na igreja, de modo que as passagens pertençam a temas diferentes (embora relacionados). Ambas as afirmações são verdadeiras: homens e mulheres são indiscriminadamente salvos pela graça através da fé em Cristo, e a função de presbítero/supervisor é reservada na Escritura para os homens, de acordo com o plano de criação de Deus.
Os apelos às evidências seletivas são numerosos. Por definição, nos empenhamos nesta falácia lógica sempre que nos referimos apenas a autoridades ou passagens que concordam conosco sobre uma determinada questão, ao mesmo tempo em que não consideram evidências ou autoridades contrárias. Um exemplo específico vem da teologia “do nome e da reivindicação”. Em círculos que adotam esse tipo de pensamento, é comum citar passagens bíblicas que prometem respostas à oração para “tudo que você pedir”. Por exemplo, em João 14:13-14, Jesus diz: “Tudo o que pedirdes em meu nome, isto Eu farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se você pedir alguma coisa em meu nome, eu o farei”. Em outras ocasiões, a Escritura enfatiza a necessidade de fé da parte daquele que ora (Hebreus 11:6 e Tiago 1:6). Entretanto, as pessoas podem sustentar o nome e a reivindicação numa abordagem apenas pelo uso seletivo de evidência, ignorando outras passagens que colocam certas restrições sobre os tipos de orações que Deus vai responder: orações de discípulos que tomam a sua cruz e seguir a Jesus, orações solicitando recursos para realizar a missão de Deus no mundo e assim por diante. Esses proponentes também tendem a ignorar o mistério do sofrimento (veja, por exemplo, os comentários de Jesus em Lucas 13:1-6), visto que não explicam por que Deus responde a certas orações, mas não a outras (como a salvação dos entes queridos) e negligencia para indicar que não há garantia escritural de que Deus irá responder todas as orações para cura.
Saltos associativos injustificados, da mesma forma, são traiçoeiros e escondem-se algumas vezes. D. A. Carson, em seu excelente livro “Exegetical Falacies” (Falácias Exegéticas), cita o exemplo clássico da declaração de Paulo em Filipenses 4:13: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Posso todas as coisas? Como Carson devidamente observa, “a asserção de Paulo não pode ser legitimamente estendida a coisas como saltar sobre a lua, assimilar equações matemáticas complexas na cabeça ou transformar areia em ouro”.
Algumas restrições são trazidas pelo contexto da afirmação de Paulo em sua carta aos filipenses, em sua maior parte da importância do contentamento e de ser capaz de lidar com a pobreza e a riqueza. Outro exemplo comum de um salto associativo é tomar 2 Crônicas 7:14 (“Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar…”) como aplicando diretamente às democracias modernas, quando o ponto de referência original era a Israel como uma teocracia.
Silogismos utilizados inapropriadamente são bastante comuns também. Um exemplo de um argumento de duas etapas para as mulheres que servem como autoridades na igreja, baseado na aplicação do termo cooperador tanto para Timóteo (Romanos 16:21) e para mulheres como Evódia e Síntique (Filipenses 4:2-3), pode ter a seguinte aparência:
Silogismo N° 1:
  • Timóteo é um cooperador de Paulo.
  • Timóteo possuiu uma função de autoridade na igreja.
  • Portanto, todos os cooperadores de Paulo possuíam autoridade na igreja.
Silogismo N° 2:
  • Evódia e Síntique foram cooperadoras de Paulo.
  • Todos os cooperadores de Paulo possuíam autoridade na igreja (a conclusão do primeiro silogismo).
  • Portanto, Evóda e Síntique possuíam autoridade na igreja.
Todavia, existem vários problemas com esse tipo de raciocínio. Mais importante ainda, o primeiro silogismo é inválido: a conclusão não segue corretamente as premissas; isto é, se alguém dissesse (1) que A é B e (2) todo B é C, logo não se pode concluir peremptoriamente dessas premissas que (3) todo A é C.
Na melhor forma, pode-se trabalhar por indução e argumentar que há uma forte probabilidade de que todos os cooperadores de Paulo atuavam (ou pudessem ter atuado) como alguma autoridade na igreja. Não obstante este seria um caso difícil de provar, pois o estudo contextual das passagens importantes sugere que o cooperador, no Novo Testamento, é um termo mais flexível, que pode indicar várias formas de parceria, seja em um ministério conjunto, apoio financeiro ou outras formas de colaboração. Em qualquer um dos casos, nosso ponto aqui é que, os argumentos baseados em silogismos, embora comuns e muitas vezes tendo apelo exterior, pode-se demonstrar mais minucioso para ser falacioso e insustentável.
Declarações falsas também são bastante comuns, embora talvez essa categoria seja melhor rotulada como “o uso de premissas defeituosas”. Esta falácia também pode estar relacionada com o uso falho dos silogismos que acabamos de aludir. Lembre-se, mesmo que um silogismo seja formalmente válido, como vimos, a conclusão ainda pode ser falsa se uma ou ambas as premissas forem defeituosas. Um exemplo disso é a maneira comum de citar Provérbios 29:18: “Não havendo profecia, o povo se corrompe”, com a profecia sendo usada para indicar os planos, desejos e expectativas voltados para o futuro de um líder ou grupo, em vez dos planos proféticos e a revelação, que parece estar em vista aqui. Isso é sabiamente negado pela tradução da ESV do versículo: “Onde não há visão profética o povo rejeita a contenção” (ênfase adicionada).
Ao passo que eu poderia continuar, vou terminar com uma das minhas categorias favoritas – aquela sobre non sequiturs (do latim para “não segue [logicamente]”). Muitos exemplos poderiam ser dados, mas talvez o mais comum sobre este assunto seja os argumentos ilegítimos do silêncio. Por exemplo, considere a afirmação não incomum de que a razão pela qual Marcos e João não mencionam o nascimento virginal é que eles não sabiam sobre ele ou, se o fizeram, não acreditavam nele. Isso claramente não procede logicamente, pois é tanto um argumento no sequitur como um argumento ilegítimo do silêncio. E quanto a outras razões, como o desejo de laconismo [brevidade] de Marcos ou a referência de João à preexistência eterna de Jesus como o Filho de Deus?
Mais importante ainda, eu adoraria ter uma moeda para cada vez que ouvir o argumento de que, como Jesus nunca abordou explicitamente o tema da homossexualidade, podemos presumir com segurança que Ele tolerou tal prática. Esta afirmação, naturalmente, negligencia o fato de que Jesus inequivocamente declarou:
“Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?” (Mateus 19:4-5).
É difícil inferir a partir dessa sólida afirmação do casamento heterossexual que Jesus tolerou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Esses exemplos destacam a importância de se engajar no bom raciocínio lógico ao interpretar as Escrituras. Não tenho espaço para abordar inúmeras outras falácias aqui, como as relacionadas a apelos emotivos, analogias impróprias, apelos simplistas à autoridade, falácias baseadas em argumentação equivocada e o uso indevido de expressões óbvias e similares. É suficiente dizer que todo obreiro que verdadeiramente deseja a aprovação de Deus no seu manuseio da Escritura (2 Tm 2:15) fará bem em aplicar-se fervorosamente aos bons princípios de lógica e raciocínio adequado.

Autor: Andreas Kostenberger
Tradução: Leonardo Dâmaso

GORDON CLARK SOBRE OS PROBLEMAS DO EMPIRISMO – DOUG DOUMA

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O empirismo tem sido, e é, uma epistemologia proeminente entre filósofos seculares e cristãos. Ele é frequentemente aceito como a epistemologia do senso comum, mas certamente não deixou de ter os seus detratores na história da filosofia. Muitos filósofos gregos antigos, entre eles Platão e Plotino, criticaram o empirismo como sendo insustentável. O pensamento cristão primitivo, como exemplificado em Santo Agostinho, também se opunha em grande parte ao empirismo.

Parte dessa tradição agostiniana foi seguida amplamente por Gordon Clark. Os argumentos contra o empirismo constituem uma parcela significativa das obras de Clark. A razão para tal ênfase é clara: as várias formas de empirismo, todas elas das quais Clark demonstrou considerar falsas, dominavam o cenário filosófico de seus dias (e continuam a fazer isso hoje). Clark sabia que os argumentos contra o empirismo feitos pelos antigos gregos não haviam sido refutados, mas simplesmente ignorados.

Definindo o empirismo, Clark escreveu: O empirismo, estritamente falando, é a teoria da epistemologia que baseia todo o conhecimento apenas na experiência ou na sensação[1]. Quanto a teoria do empirismo: (1) no nascimento a mente humana está em branco e (2) as sensações são um fator básico. Em seguida, (3) infere-se as percepções das sensações. Essas percepções são então (4) armazenadas na mente como imagens de memória das quais (5) se abstrai ideias ou conceitos.

Clark não criticou o empirismo somente em algum desses pontos, mas em cada um deles.

1. Uma mente que está em branco não possui capacidade para processar sensações. Na verdade, uma mente vazia não é, de fato, uma mente. O processo do empirismo nem sequer pode começar.

2. Os sentidos não são confiáveis. O primeiro passo para uma teoria empírica do conhecimento é a aquisição de dados brutos através dos sentidos. Para que esse processo seja bem sucedido os sentidos devem ser confiáveis. Mas, segundo Clark, os sentidos muitas vezes enganam, e apenas um único engano dos sentidos já é suficiente para produzir dúvidas sobre eles. Clark disse: Se num caso criminal uma testemunha demonstra haver cometido perjúrio de si mesma, quanto crédito você dará às outras indicações que ela faz? Se os seus olhos te enganam, então você não pode acreditar nisso[2].

3. (a) É impossível distinguir uma percepção válida de uma percepção inválida. Clark escreveu: Em algum momento uma pessoa tem as impressões de vermelho, suave, doce, e dezenas de outras. Para perceber uma coisa, essas sensações devem ser combinadas. Não que ninguém sequer veja um cão ou uma árvore. Um cão não é apenas preto; ele é macio também, e felpudo, e talvez tenha um odor; combine isso, e só então você terá uma percepção do seu animal de estimação. No entanto, não há nada nas qualidades em si que o obrigue a selecioná-las particularmente e descartar as dezenas de outras que estão presentes no mesmo momento. Por que não selecionar o felpudo, o som de Si bemol, e o gosto de Bacardi rum, tudo o que se sente no mesmo momento, e combiná-los no objeto percebido?[3].

3. (b) Empirismo não pode determinar indivíduos. “Essa montanha maciça [Monte Blanca] se encontra na extremidade sul da Cordilheira Sangre de Cristo. Seria ela realmente uma coisa, um indivíduo, uma realidade primária? Se todo intervalo for a realidade primaria então o Monte Blanca não é uma coisa real. O pior é que, se formos ainda mais longe, a Cordilheira Sangre de Cristo pode não ser uma coisa, mas apenas parte de toda cadeia de montanhas rochosas, talvez incluindo os Andes também. Qual seria então o indivíduo: a rocha, a montanha ou a cordilheira? A pergunta é embaraçosa, pois a identificação de indivíduos não pode ser feita sobre a base empírica que Aristóteles adota[4].

4. Nem todo mundo tem imagens de memória.

5. O empirismo não pode produzir proposições universais. O método que os empiristas empregam para produzir proposições universais é feito com base em generalizações de um número limitado de experiências sensoriais individuais. Este é o método da indução. Proposições universais são aquelas que atribuem uma característica comum a todos os itens de um mesmo tipo, como: todos os homens são mortais. A indução, entretanto, comete a falácia lógica conhecida como “afirmação do consequenteEssa falácia é a tentativa de raciocinar da seguinte maneira:

P1. Se A, então B
P2. B
C. Portanto, A

Por meio de um exemplo pode-se ver claramente como esse raciocínio é falacioso.

P1. Se estou em Atenas, então estou na Grécia
P2. Eu estou na Grécia
C. Portanto, estou em Atenas

Isto é falso, pois minha presença na Grécia poderia ser em Esparta, ou em Tessalônica, ou em qualquer área não-ateniense do país. Igualmente, é dessa mesma forma falaciosa que a indução da experiência sensorial conclui proposições universais. Na base da indução um cientista pode reivindicar, todos os emus não voam. Onde A = todos os emus não voam, e B = todos os emus observados não voam.

P1. Se todos os emus não voam, então todos os emus observados não voam
P2. Todos os emus observados não voam
C. Portanto, todos os emus não voam

Suponha que eu veja um emu que não voa, posso dizer com razão: Todos os emus não voam”? Ou talvez eu veja dois emus que não voam, ou três, ou um milhão. Em que número de experiências está justificada a conclusão “todos os emus não voam”? Assim como é falso afirmar uma proposição universal a partir de uma única experiência, igualmente é falso afirmar uma proposição universal a partir de qualquer número finito de experiências. É com um número finito de observações que os físicos afirmam que todos os nêutrons pesam 1 unidade de massa atômica e os químicos afirmam que duas substâncias particulares misturadas produzem sempre a mesma reação. Em cada afirmação da ciência se usa indução, e em cada caso é uma falácia.

Clark, em muito poucas palavras, escreve: O empirismo não pode produzir nem justificar qualquer proposição universal. A explicação é óbvia: a experiência nunca é universal[5]. 

Além desses problemas ao longo da trajetória do empirismo das sensações às idéias, Clark sustentou que existem outras questões gerais que afetam o empirismo.

A. O empirismo não pode estabelecer a lei da contradição. Clark escreveu: A validade do raciocínio silogístico nunca pode se basear na experiência [...] O empirismo, portanto, é conclusivamente manifesto como cético, porque a lei da contradição não pode ser abstraída ou obtida a partir do particular temporalmente condicionado[6]. 

B. Conclusões normativas não podem ser deduzidas de premissas descritivas e assim o empirismo não fornece nenhuma ética. Clark sustentou que o empirismo não suporta qualquer posição ética porque não consegue superar o Problema do É-Dever. Este é o problema de que um dever não pode ser determinado a partir de um “é. Em outras palavras, a partir de premissas descritivas não se pode formar conclusões normativas. Por meio do que se observa no mundo, não se pode concluir como devemos agir.

Não só o empirismo não pode apoiar uma teoria ética, mas também não pode produzir qualquer teoria de estética, qualquer teoria do que é bom ou do que é belo.

Essas limitações fazem do empirismo uma filosofia inferior àquelas que podem produzir teorias da ética e estética. Clark sustentou que o Problema do É-Dever é superado na ética bíblica. Ele escreveu: Independente do empirismo descritivo, a ética teísta começa com proposições normativas e escapa da falácia de introduzir termos em suas conclusões que não estavam presentes nas premissas[7].

C. O empirismo resulta em solipsismo, o que torna a comunicação impossível. Clark escreveu: Nenhum de nós dois pode ter o mesmo pensamento, porque todo pensamento é uma experiência puramente pessoal. Isso torna a comunicação impossível. Em linguagem técnica, o empirismo resulta em solipsismo[8].

D. O empirismo é auto-contraditório. Por fim, a afirmação de que o conhecimento só vem de experiência sensorial não pode vir de experiência sensorial. Pelos seus próprios méritos, o empirismo deve ser rejeitado.


Um último argumento que Clark fez não será de muito interesse para os não-cristãos, mas há muitos empiristas cristãos que devem tomar cuidado: o empirismo é incompatível com a Bíblia. Clark escreveu: As Escrituras não discutem o empirismo como tal, mas a doutrina da imagem de Deus no homem, a lei gravada no coração dos gentios e a transmissão do pecado original indicam uma herança inata e não-empírica, que exclui essa filosofia[9]. Além disso, Clark escreveu: Mas, certamente, o argumento mais conclusivo de Gênesis se concentra no termo ‘imagem. Se Adão foi feito a imagem de Deus, ele não poderia ter uma mente vazia pela simples razão de que a mente de Deus não é um espaço em branco [...] O relato de Gênesis claramente refuta o empirismo de tal modo que nada mais é logicamente necessário. Mas a Bíblia fornece detalhes adicionais. O que está implícito em Gênesis é expandido em Efésios 4:24 e Colossenses 3:10. Essas duas passagens, ao explicarem a regeneração como uma espécie de nova criação, ensinam que o homem foi originalmente criado no conhecimento e na justiça[10].



Notas:
[1] Gordon H. Clark. “Empiricism” in Encyclopedia of Christianity. Edwin A. Palmer, ed. Wilmington, Delaware: National Foundation for Christian Education. 1968.
[2] Gordon H. Clark, “What is Apologetics,” The Gordon-Conwell Lectures on Apologetics, 1981. minute 36.
[3] Gordon H. Clark, Language and Theology (Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1980), p.134.
[4] Gordon H. Clark, An Introduction to Christian Philosophy, p.31.
[5] Gordon H. Clark, Lord God of Truth (Hobbs, NM: The Trinity Foundation, 1994), p.35.
[6] Gordon H. Clark, A Christian View of Men and Things (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Company, 1952), p.308.
[7] Gordon H. Clark, “The Achilles Heel of Humanism.” [Publicado em The Witness, June-July 1950, pp.5-6, 19. Leia na fundação da Evangelical Theological Society in 1949].
[8] Gordon H. Clark, Three Types of Religious Philosophy (Nutley, NJ: The Craig Press, 1973), p.121.
[9] Gordon H. Clark. “Empiricism” in Encyclopedia of Christianity. Edwin A. Palmer, ed. Wilmington, Delaware: National Foundation for Christian Education. 1968.
[10] Gordon H. Clark, The Clark-Hoover Debate, minute 14-15.



Extraído de:http://scripturalism.com/gordon-clark-on-the-problems-of-empiricism/

Traduzido por: Dione Cândido Jr.

A Ordem dos Decretos no Supralapsarianismo - Robert L. Reymond

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Reymond menciona Clark explicitamente aqui:

À luz dessas dificuldades com o arranjo infralapsariano da ordem dos decretos divinos, os supralapsarianos, incluindo pensadores reformados eminentes como Theodore Beza de Genebra, William Whitaker e William Perkins na Igreja da Inglaterra do século XVI, Franciscus Gomarus e Gisbertus Voetius na Holanda do século XVII, William Twisse, primeiro presidente da Assembleia de Westminster e, nos últimos tempos, Geerhardus Vos, oferecem outro arranjo. Mas a maioria dos supralapsarianos, depois de colocarem o decreto discriminante na primeira posição, por alguma razão inexplicável, então abandonaram a percepção supralapsariana de que "ao planejar, a mente racional passa do fim aos meios em um movimento retrógrado" e organizam os decretos restantes não em uma ordem retrógrada, mas na ordem em que os eventos a que eles se referem ocorreram historicamente (o efeito de que tornar-se-á claro à medida que avançamos). Assim, o arranjo supralapsariano mais comum (porém inconsistente) é o seguinte:

1. A eleição de alguns homens para a salvação em Cristo (e a reprovação dos outros);
2. O decreto para criar o mundo e ambos os tipos de homens;
3. o decreto da Queda;
4. O decreto de redimir os eleitos, que agora são pecadores, pela obra de Cristo na cruz;
5. O decreto para aplicar os benefícios redentores de Cristo aos pecadores eleitos.

Uma análise desse arranjo da ordem dos decretos mostrará (porque o decreto discriminante é colocado como principal de todos os outros decretos com os outros, depois na ordem em que os eventos a que se referem ocorreram na história) que, no ponto de discriminação, Deus é representado como discriminante entre os homens simplesmente como homens, na medida em que o decreto relativo à queda não vem até o ponto 3.
Outros supralapsarianos, como (possivelmente) Jerome Zanchius (1516-1590) (47), Johannes Piscator (1546-1625), Herman Hoeksema (morreu em 1965) (48), e Gordon H. Clark (1902-1985) (49), sugeriram, com variações menores entre eles, que os decretos deveriam ser organizados na seguinte ordem:

1. A eleição de alguns pecadores para a salvação em Cristo (e a reprovação do resto da humanidade pecadora para dar a conhecer as riquezas da graciosa misericórdia de Deus aos eleitos);
2. O decreto de aplicar os benefícios redentores de Cristo aos pecadores eleitos;
3. O decreto de resgatar os pecadores eleitos pela obra de Cristo na cruz;
4. O decreto da Queda;
5. O decreto de criar o mundo e os homens.

Nesse último esquema, o decreto discriminatório está na primeira posição com o decreto de criação na última posição. Também deve ser notado que, nesse esquema, ao contrário do primeiro, Deus é representado como discriminante entre os homens vistos como pecadores e não entre os homens vistos simplesmente como homens. A eleição e salvação desses pecadores eleitos em Cristo torna-se o decreto que unifica todas as outras partes do único propósito eterno de Deus. Esta revisão do esquema mais comum aborda a objeção infralapsariana de que o supralapsarianismo descreve Deus como discriminatório entre homens vistos simplesmente como homens e não entre os homens vistos como pecadores. Como é que este esquema revisado é capaz de descrever Deus como discriminante entre os homens como pecadores, mesmo que o esquema infralapsariano (mas por uma razão obviamente diferente), ficará claro à medida que elucidamos os dois princípios que regem essa revisão da ordem supralapsariana.

A primazia do Princípio de Particularização

Por serem convencidos de que a Escritura coloca a graça particularizadora de Deus em Jesus Cristo, o Alfa e Ômega, no início, no centro e no fim de todos os caminhos e obras de Deus, os supralapsarianos que oferecem a revisão, ou consistentemente supralapsariana, tornam o princípio de particularização o princípio primário e unificador do propósito eterno de Deus (a propósito, todos os supralapsarianos compartilham essa preocupação). Portanto, esses supralapsarianos acreditam que é apropriado e necessário organizar os decretos de que cada decreto é feito para servir a esse princípio primário. Consequentemente, eles adotam as posições quarta e quinta respectivamente, após os decretos explicitamente redentores, o decreto lapsariano e o decreto de criação, a fim de tornar a própria Queda e até mesmo a própria criação o propósito particularista de Deus. Contrariamente à afirmação infralapsariana de que "na Bíblia, a criação nunca é representada como um meio de executar o propósito de eleição e reprovação" (50), todos os supralapsarianos insistem que o mundo criado nunca deve ser visto como à parte atividade redentora de Deus, totalmente divorciada do propósito particularizante de Deus, da preocupação última do "propósito eterno" de Deus, e como cumprindo algum(s) propósito(s) geral(s) não relacionado(s) com a obra redentora de Cristo. Eles insistem assim no fundamento de que tal representação da criação quebra a unidade do único propósito eterno de Deus e fornece uma base dentro do próprio decreto eterno para o desenvolvimento de uma teologia natural não bíblica. Como vimos, eles estão convencidos de que Efésios 3:9-11 afirma expressamente que o propósito da criação é subserviente ao propósito redentor de Deus e que a mesma subserviência é sugerida em Romanos 1:20 e 8:19-23. Em suma, eles estão convencidos de:

1. Que Deus criou todas as coisas para que Ele possa manifestar através da comunidade redimida, a Sua igreja, a glória da Sua sabedoria e graça, de acordo com o propósito eterno que consumou em Cristo Jesus, nosso Senhor (51);
2. Que Ele determinou que a revelação da criação por Seu "eterno poder e divindade" condenaria o reprovado; e
3. Que a criação, por sua aflição reflexiva e glória, se identificaria com a aflição e a glória da igreja.


Referências:
(47) Veja Jerome Zanchius, The Doctrine of Absolute Predestination, traduzido por Augustus M. Toplady (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1977). Richard A. Muller em Christ and the Decree (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1986) argumenta que Zanchius era um infralapsariano (112), mas Otto Gründler sustenta que ele era de fato um supralapsariano (Die Gotteslehre Girolami Zanchis und irhe Bedeutung für seine Lehre von der Prädestination [Neukirchen, 1965], 112). Veja também L. Leblanc, Teses Theologicae (Londres, 1683), pág. 183.
(48) Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics (Grand Rapids, Mich.: Reformed Free Publishing Association, 1966), págs. 161-65.
(49) Gordon H. Clark, "The Nature of Logical Order" (documento não publicado apresentado no Third Annual Meeting of the Evangelical Theological Society [Terceiro Encontro Anual da Sociedade Teológica Evangélica]).
(50) Charles Hodge, Systematic Theology (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1954), vol. 2; pág. 318.
(51) Veja Efésios 1:6,12,14; 2:7, onde Paulo declara que tudo o que Deus fez para o cristão (de acordo com Seu propósito eterno), Ele fez "para louvor da glória de Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado" e "para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da Sua graça pela Sua benignidade para conosco em Cristo Jesus".

Via: Comentário no Grupo Gordon Clark Discussions

Aconselhamento Noutético

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Noutético vem da palavra de origem grega “nouthesia”, que literalmente significa “o ato de pôr em mente” (formado de nous, “mente”, e tithemi, “pôr”). O termo nouthesia é “o treinamento pela palavra”, quer por incentivo, ou, se necessário, por reprovação ou reclamação. Em contraste com isso, o sinônimo “Paideia” enfatiza treinar por ação, embora as palavras sejam usadas em cada aspecto.

O aconselhamento Noutético é um tipo de admoestação cujo objetivo é proporcionar orientação para uma vida correta diante de Deus. O que subentende também correção e a denúncia a qualquer padrão que seja incoerente com o viver cristão. A atividade noutética conforme ensina o Novo Testamento, indica que todos os cristãos, e não somente os pastores, devem ocupar-se no ensino e confrontar-se mutuamente (Rm 15.14). Porém, a atividade noutética caracteriza-se principalmente como parte integrante do ministério pastoral. Ao se despedir dos presbíteros de Éfeso, Paulo descreve, em (Atos 20.31), a atividade que desenvolvera enquanto estivera com eles, e os exortou a continuarem a mesma obra entre o povo.

Paulo foi um missionário, e onde quer que demorasse um pouco mais, atirava-se à sólida obra pastoral necessária para a edificação das pessoas na fé, sendo a atividade noutética parte proeminente dessa obra, razão porque suas cartas estão cheias de nomes de pessoas específicas, com as quais se envolvera muito intimamente. Ele não se limitava a pregar nas praças, mas lidava com as pessoas como indivíduos, grupos e famílias, confrontando-as nouteticamente. Existem três elementos da confrontação noutética que precisamos considerar aqui. Quais sejam:

1 – A atividade noutética e a sua conjunção com “didaskõ”.

Didaskõ é uma palavra grega e significa “Dar instrução” “ Ensino” (Cl 3.16). Em outros textos, contudo, o termo vai além do conceito de “ensino”. A confrontação noutética sempre envolve um problema e pressupõe um obstáculo que tem que ser vencido. A palavra didaskõ não envolve, necessariamente, um problema. Sugere, simplesmente, a comunicação de informação. Não inclui coisa alguma que diga respeito ao ouvinte, mas se refere exclusivamente à atividade do instrutor. A pessoa que está sendo ensinada pode estar ansiosa ou não por receber a instrução. Pode ter gastado razoável quantia ou ter percorrido longas distâncias para recebê-las ou então pode reagir como o típico aluno recalcitrante.

noutese localiza aquele que faz a confrontação e aquele que a sofre, pressupondo, especificamente, a necessidade que se verifique mudança na pessoa confrontada, a qual pode opor ou não alguma resistência. A idéia de alguma coisa errada, algum pecado, alguma obstrução, algum problema, alguma necessidade que precise ser reconhecida e tratada, é uma idéia fundamental. O propósito básico da noutese é o de efetuar mudança de conduta e de personalidade.

2 - A atividade noutética e a sua conjunção com a “palavra”.

O segundo elemento inerente ao conceito de confrontação noutética é que os problemas são resolvidos por meios verbais. É o treinamento mediante a palavra de encorajamento, quando isso basta, ou de admoestação, de reprovação, de censura, quando estas se fazem necessárias. Assim, ao conceito de noutese deve-se acrescentar a dimensão adicional de confrontação verbal pessoa a pessoa, cujo objetivo é realizar mudança de comportamento e de caráter no consulente. No seu uso cristão, visa pôr em ordem o indivíduo, mediante a mudança de seus esquemas de conduta, de modo que estes se enquadrem nos padrões bíblicos. A mudança de personalidade, segundo as Escrituras, envolve confissão, arrependimento e o desenvolvimento de novos padrões de conduta. Tudo entendido como obra do Espírito Santo, pois tudo o que constitui esse ministério é por Ele tornado eficaz. Os métodos comuns de aconselhamento recomendam longas “excursões” retrospectivas rumo às confusões dos porquês e para-quês da conduta. O aconselhamento noutético aplica-se intensamente à discussão do o quê. O que foi feito? O que precisa ser feito para corrigi-lo? O que deverá constituir as futuras reações e respostas? A ênfase é no o quê, visto que já se sabe o “porquê’, antes de iniciar-se o aconselhamento. A razão pela qual as pessoas se envolvem em problemas em suas relações com Deus e com o próximo está em sua natureza pecaminosa.

3 - A atividade noutética e a sua conjunção com o “benefício ou ajuda”.

O motivo subjacente à atividade noutética é que sempre se tem em mente que a correção verbal visa beneficiar o interessado. Esse terceiro elemento implica em mudar aquilo que, na vida do consulente, o está ferindo. A meta deve ser a de enfrentar diretamente os obstáculos e vencê-los verbalmente, não com o fim de puni-lo, mas sim o de ajudá-lo. A idéia de castigo, mesmo o de cunho disciplinar, não é contemplada no conceito de confrontação noutética. A noutese é motivada pelo amor e profundo interesse, sendo que os consulentes são aconselhados e corrigidos por meios verbais para seu bem. O objetivo final é que Deus seja glorificado.

Porque voce chama a Teoria da Evolucao de bobagem?

A teoria da evolução de Darwin dita que mudanças biológicas ocorrem com base na competição ou sobrevivência dos mais aptos. Então, armando sua espingarda pseudo-científica e apontando para o próprio pé, ele escreveu: "Se pudesse ser provado que qualquer parte da estrutura de qualquer espécie tiver sido formada exclusivamente para ajudar outras outras espécies, isso aniquilaria minha teoria, pois algo assim não poderia ter sido produzido pela seleção natural" (A Origem das Espécies - C. Darwin).

É aí que a simbiose aparece como o tiro no pé do Darwin evolucionista, quando animais e plantas de diferentes espécies cooperam pelo benefício mútuo. É impossível imaginar como essa coadaptação poderia ter ocorrido ao longo das eras se ela é vital para a sobrevivência de dois ou mais seres vivos envolvidos no processo. E se não fosse vital essa simbiose teria sido logo descartada, como a suposta cauda que os evolucionistas insistem ter herdado de seus ancestrais, que teriam descido das árvores para inventar o fogo, a roda, o computador e as viagens espaciais.

A simbiose traz de volta a proverbial questão de quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha, já que alguém precisaria por o ovo e esse alguém (no caso a penada) só poderia existir se tivesse nascido de um ovo. Se sua existência antes do ovo tivesse sido possível, jamais a galinha teria pensado em inventar outro método tão doloroso para procriar.

Sabe quantas bactérias existem em seu intestino numa relação de simbiose que, se faltasse, aniquilaria sua existência, a das bactérias e dos fabricantes de suplementos probióticos? Também não sei, mas alguém com acesso ao intestino grosso teve a paciência de contar 39 trilhões delas vivendo ali. Um terço dessas inquilinas sofrem ação de despejo quando você defeca, mas logo outras ocupam a vaga e mantêm a proporção de seu corpo: em unidades, metade de você são células humanas, a outra metade são bactérias. Mas não tente culpar só as bactérias quando precisar fazer mais um furo no cinto.

Outra simbiose entre os seres vivos, sem a qual a vida teria sido impossível na terra, é a que ocorre na polinização. Por isso é tão importante que os agrotóxicos não exterminem abelhas, vespas e outros insetos, aves e morcegos, ou as lavoras desaparecerão pela falta da polinização, que é base para a fertilização entre as plantas. 

Pouca gente sabe que o verdadeiro Batman herói que protege os fracos e oprimidos de Gotham City não é o mascarado que veste a cueca por cima das calças. O verdadeiro herói é aquele de quem o personagem não passa de um plágio: o feio, asqueroso e detestável morcego. Sem os morcegos, sua polinização e disseminação de sementes, muitas plantas não existiriam, principalmente as frutas. Não são apenas mexicanos ilegais que trabalham para garantir a produção agrícola nos Estados Unidos. Morcegos e borboletas Monarca de cidadania mexicana invadem continuamente o espaço aéreo norte-americano sem pedir licença para garantir comida aos gringos.

A polinização é uma simbiose tão complexa que algumas espécies de plantas exigem determinadas espécies de insetos, morcegos e aves, e vice-versa, para poderem existir. O próprio Darwin apostava existir uma borboleta ou mariposa de língua comprida o suficiente para polinizar uma espécie de orquídea existente em Madagascar, pois sem tamanha linguaruda a orquídea não poderia existir dada a profundidade do tubo que armazena seu néctar. Darwin morreu em 1882, mas a mariposa com uma língua três vezes maior que seu corpo (da borboleta, não de Darwin) foi descoberta em 1903.

Se você ainda insiste em acreditar na evolução, então é melhor perguntar ao beija-flor o que ele vai comer se as flores desaparecerem. Água açucarada daquela garrafinha em sua varanda? Não, ele morreria de diarreia. A flor e seu beijoqueiro não poderiam ter evoluído simultaneamente, porque nem o beija-flor teria sobrevivido tanto bebendo água açucarada, e nem a flor sem ser polinizada e procriar. Sem essa simbiose ambos estariam extintos antes mesmo de terem começado seu relacionamento apaixonado. 

Portanto, os céus, a terra e todos os seres envolvidos na simbiose estão constantemente pregando a Verdade da Criação de Deus, e fazem isso de uma maneira em que "não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz" (Sl 19:3). É por coisas como a teoria da evolução que Deus chama os homens de tolos ou estultos, como nesta passagem da carta aos Romanos:

"Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis." (Rm 1:18-23).

Talvez aqui você retruque: "Calma lá, o que é que essa passagem tem a ver com a teoria da evolução?". Bem, não muito além de afirmar que a existência de um Criador é claramente constatada através das coisas criadas, mas se você observar que a tal teoria da evolução dá aos próprios seres vivos o crédito de sua existência, sobrevivência e evolução, não é difícil perceber que o que a passagem diz dos idólatras, que transformaram "a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrupedes, e de répteis", cai como uma luva. Porque para o evolucionista estes são os deuses que, por acidente, se criaram a si mesmos e povoaram o planeta.

por Mario Persona