R. Scott Clark
Traduzido por Gaspar de Souza
Nos comentários a seguir, não estou falando em nome do Seminário de Westiminster na Califórnia. Tento esclarecer o que eu entendo ter sido o caso e o que eu entendo a ser a situação agora.
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Há muitos anos atrás, nossa Associação de Estudante convidou William Lane Craig para falar no campus sobre Conhecimento Médio (Molinismo). Historicamente, a Teologia Reformada tem ensinado que Deus tem Conhecimento Natural e Conhecimento Livre. Alguns críticos da Teologia Reformada têm afirmado que Deus tem outro tipo de conhecimento, o chamado “Conhecimento Médio”. Segundo o Conhecimento Médio, Deus sabe todas as contingências que seriam realizadas no mundo pelas pessoas com vontade livre, mas ele não sabe qual será realizada no mundo porque ele tem determinado permitir aos humanos exercitar suas livres vontades de escolher essas contingências. É um argumento engenhoso que tem ganhado renovo atual como uma alternativa ao Socianismo desmedido do Teísmo Aberto, mas é construído sobre exegese bíblica de má qualidade e um pouco de filosofia racionalista. É também uma visão para qual os teólogos reformados têm respondido por séculos.
A questão que tem sido levantada por alguns correspondentes e estudantes não é tanto sobre o Conhecimento Médio (nós o rejeitamos porque Deus preordenou, desde toda eternidade, que nós rejeitaríamos e escolheríamos livremente, isto é, sem compulsão externa, para agir de acordo com a nova natureza que Deus tem graciosamente nos dado rejeitá-la, o Espírito operou graciosamente por concursus em nós) mas sobre o que aconteceu quando Dr. Craig estava no campus. A questão surge porque ele afirmou que, em sua visita ao campus, um de nossos professores confessou que éramos todos ignorantes do Conhecimento Médio e incapazes de refutá-lo. Ele escreveu:
A poucos anos atrás eu falei sobre Conhecimento Médio no Seminário de Westminster em San Diego e, no momento de Perguntas e Respostas, um dos professores disse: “estou envergonhado em dizer, Dr. Craig, que nós não estamos mesmos capazes de discutir isso como você, porque nós não estamos completamente familiarizado com o que você está falando’. Ele estava envergonhado que como um teólogo profissional ele era tão ignorante desses debates.
Eu não sei com quem Dr. Craig falou. Comigo não foi. Duvido que tenha sido com Mike Horton ou com Bob Godfrey. Todos nós lecionamos sobre Conhecimento Médio em diferentes lugares no Currículo. Creio que eu ainda estava ensinando o módulo “Doutrina de Deus” quando Dr. Craig fez sua visita. Eu não assisti a essas palestras (não me lembro do motivo), mas eu acredito que estava ensinando sobre Conhecimento Médio em Teologia Sistemática 601. Lembro-me pesquisar sobre Conhecimento Médio (se antes ou depois da visita, não me recordo) e ampliar minhas aulas sobre os Atributos Divinos. Acredito que Bob Godfrey ministrou sobre Conhecimento Médio como parte de um Curso sobre Era Moderna e estou confiante que Mike Horton ministrou sobre Conhecimento Médio como parte do Curso Teologia Sistemática 601.
O tempo faz coisas divertidas com a memória. Dr. Craig ministra um monte de palestras em diversos lugares e, talvez ele tenha confundido uma palestra com outra, ou talvez um membro de outro departamento, quem não ensinou sobre essas coisas confessou sua própria ignorância nesta questão? Eu não sei o que aconteceu. Eu não estava lá, mas posso dizer com certeza que ensinamos sobre Conhecimento Médio e o rejeitamos pelas mesmas razões que Voetius e Turretin e outros o rejeitaram no século 17. Eu tenho lido as obras do Dr. Craig (quando eu ainda ensinava Sistemática) e estou satisfeito que a exposição Reformada da palavra de Deus é uma mais adequada exposição do que aquela sua.
Nós não precisamos ensinar (isto é, não existe nenhuma razão da Escritura ou Teologia) que exista um terceiro tipo de conhecimento em Deus. Como entendemos a partir das Escrituras, depois da Queda “deve” (quando Deus ordena que façamos alguma coisa) não implica “pode”. Como entendemos que as Escrituras ensinam que Deus é onisciente e onipotente de tal forma que ele nem é subordinado a nós, nem ele deseja fazer isso. Estamos absolutamente subordinados a ele.
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O que se segue é uma sinopse do material sobre essas questões e algumas respostas.
Confessamos que Deus é onisciente (Heb 4.13; Acts 2.23; Rom 8.29; 11.2; 1 Peter 1.2). Entendemos que a onisciência divina é aquela “perfeição de Deus pela qual Ele, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples”(Berkhof, 1990, p.69)
Voetius disse que Deus “…conhece todas as coisas de si, em si e através de si”(Is 40.13, 14; Rom 11.34). O conhecimento de Deus é eterno, imutável, sem sucessão. Deus conhece em uma “simples intuição”(Sl 7.10; 139.2 – 5; Jer. 17.10; Hb. 4.13). O conhecimento de Deus é necessário até mesmo quando trata com “coisas livres, contingentes e...indeterminados em sua natureza; de forma que não pode ser suscetível a qualquer ignorância, erro ou dúvida...”. Seu conhecimento não é impulsionado por qualquer coisa fora de si mesmo.
O conhecimento de Deus é exaustivo e eterno. Ele conhece enquanto ele quer e quer enquanto ele conhece. Sua vontade é coextensiva com seu conhecimento, isto é, ele conhece tudo que ele quer (embora ele não possa dizer ter desejado tudo que conhece, desde que ele conhece coisas que teriam sido e não são, e se elas não são, ele não as queria). Temos falado de dois aspectos do conhecimento divino, citando Voetius: “scientia necessária naturalis que precede cada ato da vontade na ordem de natureza, e pela qual Deus sabe no primeiro ato direto e altamente necessário (a) de si mesmo em si e para si; então (b) todas as coisas possíveis, não em si mesmas, mas em sua essência como sua causa necessária e, (c) scientia libera, pela qual, segundo o decreto de sua vontade ele sabe determinantemente todas as coisas existentes, em seja qual for a diferença de tempo em que elas estão, seja no presente, passado ou futuro”.
A doutrina Molinista da scientia media é sutil, mas sutileza, como sabemos a partir das Escrituras, nem sempre é uma coisa boa. Todavia, eu não compartilho com a avaliação do Dr. Craig que o Conhecimento Médio é “surpreendente em sua sutileza e poder...”. Ele tem uma visão muito elevada do Conhecimento Médio. Ele diz que, “na verdade, eu arriscaria dizer que ele é o único conceito teológico mais frutífero que já encontrei em meu próprio trabalho...”(William Lane Craig, “The Middle-Knowledge View,” in Divine Foreknowledge: Four Views, ed. James K. Beilby and Paul R. Eddy (Downers Grove: Inter-Varsity Press, 2001), 125).
Ele baseia seu argumento para o Conhecimento Médio na existência de “contrafactuais”. Ele diz que “contrafactuais são enunciados condicionais no modo subjuntivo”(idem, p. 120). “Deus”, ele diz, “conhece, por exemplo, o que teria acontecido se ele tivesse poupado os Cananitas da destruição; o que Napoleão teria feito se tivesse vencido a batalha de Walterloo; e o que Jones responderia se eu compartilhasse o Evangelho com ele”. Craig favorece o Conhecimento Médio não apenas porque ele faz concessões ao libertarianismo humano, “mas [porque também] proporciona a Deus os meios de escolher qual mundo de criaturas livres criar. Por saber como as pessoas escolherão livremente em quaisquer circunstâncias em que elas podem estar e Deus pode – por decretar colocar justamente aquela pessoa para justamente aquelas circunstâncias – trazer seus propósitos finais através das decisões das criaturas livres”(ibdim, p. 122). Craig argumenta que existem
Dois momentos lógicos antes do decreto divino: primeiro, o momento em que Deus tem conhecimento natural de vários mundos possíveis e, segundo, o momento em que ele tem conhecimento do próprio subconjunto dos mundos possíveis que, dados os contrafactuais verdadeiros naquele momento, são viáveis para ele criar.
Seu argumento bíblico centraliza-se sobre a existência do modo subjuntivo na Escritura. Ele apela para 1 Samuel 23. 6 – 10, onde Davi usa um colete sacerdotal para ter acesso à vontade divina. “O que o objeto tinha mediado a Davi não era, portanto, presciência simples, mas conhecimento contrafactual”.(ibdem, p. 123). E continua apelando a uma série de passagens que usa a palavra “seria/poderia”, por exemplo, Jeremias 37.17, 18, a partir do qual ele conclui que “ainda algumas previsões dadas pelos verdadeiros profetas, na verdade não viriam a acontecer porque as pessoas pré-avisadas responderam de maneira apropriada”(ibd, p.124). Ele também apela para Mateus 17.27 para argumentar que Jesus aprovou contrafactuais, que ele sabia o que poderia acontecer em certas circunstâncias, mas que não aconteceria. “Eu penso estar claro, então, que o Deus da bíblia exibe conhecimento contrafactual”. Ele não conclui que a Bíblia ensina o Conhecimento Médio, mas certamente sugere a trajetória que apoia sua doutrina do Conhecimento Médio. A solução do problema, ele afirma, é deixada para a teologia filosófica (ibid, p.125)
Craig equaciona a visão Determinista Reformada com o Fatalismo (ibidem, p. 126). O fundamento de seu argumento não declarado de imediato é, em última análise, o mesmo argumento usado por todos os proponentes do libertarianismo libertário; ou seja, que se estivermos corretos em nossa visão, inevitavelmente fazemos Deus o autor do pecado, desde que foi ele quem moveu Judas, por exemplo, a trair o Cristo, uma cena que premiou o infeliz judeu com a perdição eterna. Mas, como pode um Deus santo levar pessoas a cometer males morais e, além disso, como pode essas pessoas então serem consideradas moralmente responsáveis pelos atos sobre os quais elas não tinham controle? A visão Agostino-Calvinista parece, de fato, transformar Deus no diabo (ibidem, p. 135)
Craig argumenta que certeza não é igual a necessidade. Sua verdade é que ele pode pensar em pessoas que estão seguras, mas erradas. A fim de excluir ações contingentes futuras pelos agentes livres do conhecimento natural, ele argumenta que o futuro não é completo para Deus; eventos naturalmente ou livremente ativados (ele realmente iguala esses)(ibidem, p.131)
Ele distingue entre uma descrição “perceptualista” do conhecimento divino e um modelo “conceitualista”(ibidem, p. 133). O modelo perceptualista é “implicitamente assumido quando uma pessoa fala de Deus tendo ‘previsto’ o futuro ou tendo ‘previsão’ dos eventos futuros” (ibidem). O “modelo percepualista da cognição divina é executado em problemas reais quando se trata do conhecimento de Deus do futuro, desde que eventos futuros não existem, não existe nada para se perceber”(ibidem). O modelo conceitualista opera melhor porque não é baseado no fato de Deus “olhar o futuro”, que é um “antropomorfismo terrível”(nunca esqueça que a Bíblia é cheia de tais “antropomorfismos terríveis”) além de seu conhecimento ser como ideias inatas; ele conhece as verdades sobre eventos futuros, mesmo que ele não saiba exatamente quais serão esses eventos futuros.
Assim, Dr. Craig entende a doutrina bíblica incluindo o conhecimento médio. Que ele diz fazer perfeito sentido do controle providencial de Deus sobre um mundo de agentes livres (ibid, p134). Ele reconhece que existem passagens bíblicas que ensinam uma “espantosa afirmação da soberania divina sobre os assuntos humanos”. Ele menciona que a crucificação “aconteceu pelo plano de Deus baseado em sua presciência e pré-ordenação”(ibid, p. 134), mas ele redefine presciência como Conhecimento Médio. Craig apela para 1 Coríntios 2.8 e sugere que isso significa que Deus dispôs as circunstâncias de tal forma que os agentes livres fariam o que eles fizeram, mas que Deus não controlou diretamente suas ações.
De tudo que posso dizer, digo que as questões não mudaram fundamentalmente desde o final do século 16 e início do século 17. Os neo-evangélicos que defendem o Conhecimento Médio simplesmente o fazem sem referências à crítica ortodoxa reformada. Mesmo que tenha certeza que a situação seja mais diferente do que parece, o resumo de Craig da discussão pós-reforma não parece ser bem informada sobre a ortodoxia reformada. Sua leitura parece centralizar-se em Molina e Suarez. Ele então limita a definição do conhecimento natural com a excluir os contrafactuais. Isto parece como uma definição que serve a si, necessária ao Conhecimento Médio. Os Reformados definem Conhecimento Natural de modo a eliminar a necessidade do Conhecimento Médio. Nós temos a doutrina do concursus, segundo a qual se diz que Deus trabalha através das “decisões das criaturas livres”, de modo que não é necessário recorrer ao Conhecimento Médio.
As considerações do Craig sobre conhecimento divino parecem tingidas com o racionalismo. Isto é evidente quando ele apela para a noção de viabilidades. “Viável” é uma palavra pesada. Quem pode dizer o que é “viável” para Deus? Isto me parece como o argumento da “adequação” de Anselmo (que Deus faz apenas o que é adequado). É bacana se Deus chegasse e dissesse (e, então nos revelasse) o que é e o que não é “viável” ou “adequado”, mas não se estivermos dando a definição. Craig, no entanto, não começa com a revelação. Ele estabelece um a priori, pelo qual ele aproveita a Escritura, pelo qual ele condena o Agostinianismo. É que verdade que a visão Agostiniana de Deus cria dificuldades reais. O mesmo acontece com a doutrina da Trindade e com a doutrina das Duas Naturezas de Cristo. A Cruz de Cristo é um escândalo, e a visão de Craig tende a atenuar o escândalo, o que é escandaloso!
Sua exegese bíblica é mais bem descrita como desajeitada. Ele não parece reconhecer que nas Escrituras sua varias formas de discursos, incluindo o discurso coloquial, hipérbole e outras formas comuns de discurso. Isto é especialmente bizarro, dado o fato de que Craig apela para a linguagem ordinária para apoiar suas posições.
Ironicamente, Craig acusa o Teísmo Aberto de não ser guiado pela exegese, mas pela filosofia (ibid, p. 126). Poderíamos acusá-lo do mesmo pecado com alguma justificação. Ele não oferece nenhuma discussão em passagens como Efésios 1, Romanos 9, Êxodo 9 ou em muitos outros textos bíblicos fortemente deterministas. Parece-me que se eu posso encontrar um caso de uma determinação divina de agentes livres, então o Conhecimento Médio falha, e afirmamos que existem dezenas de casos tais casos explicitamente revelados nas Escrituras. Ao tomar as certezas humanas e divinas como unívocas, Craig nos lembra de que os mais sofisticado filósofos cristãos podem cometer erros teológicos básicos. Não somos Deus e Deus não é uma criatura. Eu não consigo pensar em todos de coisas, mas não estamos falando sobre o que eu posso ou não conhecer, mas sobre o que como Deus conhece e o que ele conhece.
O argumento de que o modelo perceptualista falha porque eventos futuros não existem e não podem ser percebidos, falha porque pressupõe que o futuro não existe na mente divina. Esta é uma hipótese falsa de como os teólogos entendem as Escrituras. Nós vemos que a Escritura ensina que os futuros existem no presente para Deus e Deus tem, desde toda a eternidade e esse conhecimento naturalmente.
A crítica tradicional é dupla. Primeiro, o Conhecimento Médio destrói a divina simplicidade. Simplicidade é uma doutrinal católica e bíblica, e não uma peculiaridade Reformada (Deut. 6.4). Qualquer coisa que faça Deus dependente de seres contingentes, nega a simplicidades. De acordo com o Conhecimento Médio, Deus não é o que ele é, mas ele é o que vem a ser.
Voetius argument:
A partir dos pontos que até agora têm sido defendidos contra o Conhecimento Médio, está claro que a inteira dificuldade na presente controvérsia reduz a este único ponto: poderiam as coisas livres condicionadas, desde a eternidade indiferente pela natureza da futurição ou não-futurição, ter passado para o estado de um acontecimento futuro, exceto pelo decreto divino? Este é o fundamento dos fundamentos, sobre o qual todo o peso do caso repousa. Este é aquele postulado que não podemos conceder aos nossos adversários e eles não podem nos provar... O Conhecimento Médio é eficaz e congruente para qualquer fim, pela sua natureza. Sobre isso, Deus é obrigado a esperar na sábia elaboração de seus decretos, limitados a ter um resultado fixo. A verdade ou falsidade do futuro livre condicionado de alguém não é conhecido a partir de suas causas ou dos decretos divino, mas da ocorrência real da criatura. Antes de cada ato de sua livre vontade, Deus pode ver certeza nas coisas bastante incertas por sua natureza. Resumindo, existem ens independentes do supremo ens(Veja Heppe’s Reformed Dogmatics, 80ff)
Então, a coisa principal é que para Deus não pode haver possibilidade ou objeto do conhecimento que preceda seu decreto e seja independente dele.
O importante teólogo bíblico (e sistemático) reformado Johannes Cocceius concluiu, acerca do Conhecimento Médio, que ele reduz Deus a um “Júpiter Homérico que consulta a sorte” (Summa theologiae 10 §33; veja também VanAsselt, The Federal Theology of Johannes Cocceius, 167–8, n. 28). Um segundo problema foi destacado por Turrentin (Terceiro Tópico, Pergunta 13, Parágrafo 1[1]) que argumenta que em Deus existe apenas um conhecimento necessário, fundamentado na natureza divina, e um conhecimento livre pelo qual Deus conhece o que realmente existe por causa de sua vontade (assim, “livre” porque é voluntária). Ensinar que existe um Conhecimento Médio que depende da liberdade das criaturas é apoiar o sinergismo, que é contrário às Escrituras. Se Deus conhece apenas hipoteticamente, então nossas escolhas tornam-se essenciais para salvação. A Escritura ensina que nossa escolha não é essencial para a salvação. Deus predestinou Jacó e Esaú antes que um ou outro tivesse feito bem ou mal, a fim de que o Decreto de Deus permanecesse.
O Conhecimento Médio é atrativo porque parece conceder a soberania divina e a liberdade humana de uma forma que ou suprime ou atenua o problema do mistério e da aparente injustiça. A Teologia Reformada está satisfeita com o mistério como ele é apresentado na Escritura e satisfeita como a Justiça de Deus. Nós dizemos que Deus é soberano e que nós somos altamente responsabilizados moralmente por nossas ações não forçadas. Nós fazemos o que Deus tem conhecido e decretado desde toda eternidade e, ainda assim, somos moralmente responsáveis pelo que fazemos. Como pode ser isso? Eu não sei. Leia Romanos 9.19 – 21. Evidentemente Paulo sentiu a força do mistério da divina soberania e responsabilidade humana, mas não sentiu-se compelido tentar resolvê-las:
“Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?”
Tivesse Paulo crido ou ensinado o Conhecimento Médio, este teria sido o lugar perfeito para ensiná-lo. Tivesse Molina escrito esta passagem, ele nunca teria nos dito para emudecermos! Molina teria nos dito que somos criaturas livres e que Deus é ou tem desejado ser subordinado às nossas ações. Claro, Paulo não pensa tal coisa.
Paulo está apenas ecoando o que ele tinha aprendido de Jó. De toda a aparente injustiça e muitos danos reais que ele sofreu, Jó finalmente desafiou a Deus a explicar-se para ele. Aqui está a resposta de Deus a Jó:
Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência(Jó 38:4)
No fim do dia, não podemos desafiar a justiça de Deus ou sua sabedoria ou caminhos porque nós não somos competentes para fazê-lo. Seu conhecimento transcende absolutamente nossa habilidade de entender (Is 55.8). Nós somos e devemos ser agradecidos em tudo pelo que Deus tem revelado de si e, salvadoramente na Palavra, Deus o Filho, Jesus Cristo (Ef. 1.9). Nele nós encontramos toda resolução suficiente dos mistérios de Deus.
Fonte: http://heidelblog.net/2010/04/molinism-and-westminster-seminary-california/
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