Muitas das perguntas que recebo têm a ver com a dificuldade em “repartir”, “dividir” ou “manejar bem a palavra da verdade”(2 Tm 2:15). A questão sobre a mulher não poder ensinar é uma delas, e vem sempre acompanhada de argumentos como: Débora e outras mulheres julgaram Israel; mulheres profetizavam tanto no Antigo quanto no Novo Testamento; anunciaram a ressurreição de Jesus etc.
Se as pessoas lessem os livros de receita do modo como leem a Bíblia o resultado seria um desastre. Imagine fazer um bolo colocando para assar os ovos ou o leite antes de misturá-los à farinha. Tudo tem sua quantidade, ordem e lugar no preparo para o bolo ficar bom. O mesmo com a Bíblia.
Se entendermos que julgar, profetizar e ensinar são coisas diferentes, já teremos entendido três dos ingredientes da receita de Deus. Considerando que as mulheres não estão proibidas de profetizar e orar, isto é, falar da parte de Deus e falar com Deus como ensina 1 Coríntios 11:5, mas sim de fazê-lo nas igrejas, isto é, nas reuniões dos santos conforme 1 Coríntios 14:34, perceberemos que, como acontece na cozinha, existem etapas da receita que são feitas fora do forno e outras dentro, em diferentes momentos e lugares.
Juntando tudo, o ato de julgar, como as mulheres fizeram numa época do Antigo Testamento, não era a mesma coisa que ensinar. Além disso foi algo que Deus permitiu em um tempo de extremo abandono da verdade e covardia dos homens, como foi o caso de Baraque, o qual só concordou em sair para batalhar segurando na barra da saia de Debora, a quem ele disse: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.” (Jz 4:8). Portanto, naquele triste período Deus levantou mulheres, não para ensinar, mas para julgar o povo, e no cômputo final, depois de outra mulher, Jael, ter vencido Sísera, o líder inimigo, foi a Baraque que Deus deu o crédito da vitória e incluiu entre gigantes da fé como Gideão, Sansão, Jefté, Davi e Samuel em Hebreus 11:32.
Temos então o caso de Maria Madalena e as outras mulheres que receberam do anjo e também de Jesus a ordem de anunciarem sua ressurreição. Mais uma vez vemos uma atividade que não era de ensino, mas de levar uma notícia agindo como mensageiras:
“Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos. E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galileia, e lá me verão.” (Mt 28:7-10)
No período da Igreja encontramos Filipe, que “tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam” (At 21:9, isto é, falavam da parte de Deus na mesma condição de mensageiras, que é o que faz alguém que profetiza. Quando levo um recado a alguém não estou ensinando, mas simplesmente servindo de porta-voz da mensagem. Porém, mesmo no caso das filhas de Filipe, que profetizavam, não foi a elas, e sim a Agabo, um homem, que o Espírito de Deus deu a missão de alertar o apóstolo Paulo com uma profecia. Provavelmente Deus preferiu assim porque foi feito na presença dos varões daquela assembleia.
Ensinar tem um caráter totalmente diferente de profetizar, e encontramos mulheres no período da Igreja ensinando, não no papel e posição reservadas aos homens, porém como coadjuvantes do marido, como é o caso de Priscila em Atos 18:26, que dava suporte ao seu marido Áquila e sob sua autoridade na instrução de Apolo. Vemos também mulheres ensinando por determinação apostólica em Tito 2:4-5, quando Tito é instruído a dizer às “mulheres idosas... para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada mulheres mais velhas deveriam ensinar as mais jovens em como viver a vida cristã no lar”.
Também vemos a mãe e avó de Timóteo, Eunice e Lóide, em 2 Timóteo 1:5 e 3:14, sendo citadas com louvor por terem ensinado a uma criança as Sagradas Letras, como acredito ser a tradução correta caso elas tenham ensinado Timóteo a ler usando a Palavra de Deus como cartilha. Paulo escreve a Timóteo:
“Estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti... Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Tm 3:14).
Mas quando o assunto é o ensino da doutrina, a Palavra de Deus é categórica em proibir que a mulher exerça tal tarefa fora das esferas permitidas, como vimos nos exemplos de mulheres ensinando outras mulheres ou mulheres ensinando crianças. Repare que o Senhor não escolheu mulheres para escreverem o Novo Testamento, mas apenas homens, e não me venha com o argumento de que isso foi assim por causa dos costumes da época. Se costumes da época e lugar tivessem influência no que aprendemos da Palavra de Deus o Senhor Jesus jamais teria escolhido mulheres para servirem de testemunhas e avisarem os discípulos da ressurreição.
No trecho a seguir Paulo afirma sua posição de pregador, apóstolo e mestre dos gentios, fazendo distinção entre uma tarefa que os homens poderiam fazer em qualquer lugar, isto é, orar, apontando assim que até a oração pública, na presença de varões, está fora da alçada de uma mulher:
“Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto ), mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade.” (1 Tm 2:7-8)
Tendo dito isto acerca dos homens, o apóstolo passa a falar do gênero feminino, primeiro quanto ao vestir e depois quanto ao ensinar:
“Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas). A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanece em fé, e amor, e santificação, com bom senso.” (1 Tm 2:9-15). Embora outras traduções digam “não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido”, os melhores manuscritos trazem “nem exerça autoridade de homem”, isto é, assumindo uma posição que Deus autorizou exclusivamente para o gênero masculino.
É neste ponto que podem surgir argumentos, como já escutei, de que Paulo era machista e que isso era apenas a opinião dele, porém logo após dizer que as mulheres deviam permanecer caladas nas igrejas ele também diz: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Co 14:37)
E o que dizer das multidões convertidas pelo “ministério” de mulheres nas igrejas? Bem, a Palavra de Deus é poderosa para não voltar vazia, mas prosperar naquilo que Deus determinar, independente da boca de onde ela tenha saído. Embora Deus possa até tirar água da pedra, não existe galardão ou recompensa para aquele que age em desobediência à sua Palavra. Foi o que aconteceu com Moisés, a quem Deus ordenara que falasse à rocha, e não que batesse nela com a vara. Toda desobediência é, na verdade, incredulidade, como também foi o caso de Moisés.
“O Senhor falou a Moisés dizendo: Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais... Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais. E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado.” (Nm 20:7-12).
“Cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho... Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele... E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (1 Co 3:8-15)
Quando o rei Saul desobedeceu uma ordem clara dada por Deus pelo profeta Samuel, apesar de seus argumentos e da tentativa de defender-se, a reprimenda veio igualmente clara:
“Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.” (1 Sm 15:22-23)
Depois de este texto ter sido publicado alguém contestou sua validade apresentando "a razão" de as mulheres de então terem sido proibidas de ensinar. Devo aceitar a razão apresentada por essa pessoa ou ficar com a razão de Deus? Este é um ponto importante. Quando Deus diz algo podemos também descobrir a razão de ter dito aquilo. Assim, para a ordem "Não permito que a mulher ensine" (1 Tm 2:12) a razão apresentada pelo homem será "Porque as mulheres daquela época não tinham acesso à educação e por isso não eram aptas para ensinar." Porém, a razão dada por Deus é "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:13). Se o que aconteceu no Jardim do Éden perdeu a validade, então podemos crer na explicação do homem. Caso contrário é melhor ficar com as razões de Deus.
Mais sobre o assunto aqui:
http://www.respondi.com.br/ 2013/08/mulheres-podem- escrever-sobre-o-senhor.html
http://www.respondi.com.br/ 2013/04/se-deus-usou-debora- por-que-mulher-deve.html
http://www.respondi.com.br/ 2010/08/como-assim-salvar-se- dando-luz-filhos.html
http://www.respondi.com.br/ 2009/01/mulheres-podem-ser- pastoras.html
http://www.respondi.com.br/ 2008/10/biblia-proibe-o- ministerio-das-mulheres.html
http://www.respondi.com.br/ 2009/12/deus-aboliu-diferenca- homem-mulher.html
http://www.respondi.com.br/ 2006/04/bblia-discrimina- mulher.html
http://www.respondi.com.br/ 2005/11/por-que-mulher-no- deve-ensinar.html
http://www.respondi.com.br/ 2005/05/bblia-considera- mulher-inferior-ao.html
http://www.respondi.com.br/ 2007/09/mulheres-cristas-no- podem-falar.html
http://www.respondi.com.br/ 2009/12/por-que-so-paulo- manda-as-mulheres.html
http://www.stories.org.br/ textos/mle.html
por Mario Persona Depois de este texto ter sido publicado alguém contestou sua validade apresentando "a razão" de as mulheres de então terem sido proibidas de ensinar. Devo aceitar a razão apresentada por essa pessoa ou ficar com a razão de Deus? Este é um ponto importante. Quando Deus diz algo podemos também descobrir a razão de ter dito aquilo. Assim, para a ordem "Não permito que a mulher ensine" (1 Tm 2:12) a razão apresentada pelo homem será "Porque as mulheres daquela época não tinham acesso à educação e por isso não eram aptas para ensinar." Porém, a razão dada por Deus é "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:13). Se o que aconteceu no Jardim do Éden perdeu a validade, então podemos crer na explicação do homem. Caso contrário é melhor ficar com as razões de Deus.
Mais sobre o assunto aqui:
http://www.respondi.com.br/
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