Por Michael Almeida
Considere um mundo moralmente perfeito w, que inclui apenas agentes livres libertários. Todo o mundo em w está agindo moralmente, ninguém está agindo imoralmente. S é o conjunto de todos os agentes em w, onde S: [a0, a1, a2, a3, a4..., an]. E A é o conjunto de ações dos agentes em w, onde A: [M0, M1, M2, M3..., Mn], onde “Mn” indica que o agente n realizou uma ação moral. Mas nós sabemos que as ações dos agentes em w são livres libertárias, então nós sabemos que as ações são totalmente independentes: a ação de ninguém é causalmente dependente (ou logicamente dependente, ou o caso contrário dependente) da ação de alguém mais. Do contrário, estas ações não são livres. Então, nós sabemos que há um mundo possível w’ onde o conjunto de ações são A’= [Im0, M1, M2, M3, M4,.. ., Mn], onde ‘IMn’ indica que o agente n realizou uma ação imoral. Em w’, um dos agentes escolhe agir imoralmente. Mas então, sobre as mesmas premissas, nós sabemos que há um mundo possível w’’ onde o conjunto de ações é A’’= [Im0, Im1, Im2, M3, M4,..., Mn]. Em w’’, três dos agentes escolhem agir imoralmente, o restante age moralmente. Nós sabemos que eles são livres para fazer assim. Mas então nós sabemos que há também um mundo possível wn onde An= [Im0, Im1, Im2, Im3, Im4,..., Imn}. Em wn todos os agentes decidem agir imoralmente. Isto é possível também, dado o libertarianismo. Mas nós conhecemos algo muito, muito pior.
Nós sabemos que os agentes morais libertários podiam ter decidido realizar não simplesmente ações imorais, mas ações verdadeiramente horrendas, os piores tipos de ações. Então, há também um mundo wt no qual os agentes realizam ações moralmente terríveis, Tn. Há um mundo wt no qual o conjunto de ações está em At = {T0, T1, T2, T3, T4,..., Tn}. Se há um mundo possível wt no qual as ações são aquelas em At, então é possível que Deus realize um mundo possível no qual os agentes realizam as ações em At. Isto é, há mundos possíveis wt no qual Deus existe e ele cria apenas agentes moralmente terríveis todos os quais realizam apenas ações moralmente terríveis. Mas não é possível que um ser onipotente e perfeitamente bom realize wt. Há duas razões porque um ser onipotente e perfeitamente bom não pode realizar wt, com exceção do desvalor intrínseco de wt: (I) Deus não poderia ter realizado nenhum dos agentes terríveis e, mais importante, (II) é garantido ser um mundo wt (há na verdade grandes números de mundos wt) no qual os fatos contingentes relativos aos outros, não criados, os agentes são tais que, tivesse Deus os criado todos eles teriam sempre acontecido corretamente (isto é surpreendentemente não difícil de provar). Deus com certeza teria que realizar alguns ou todos aqueles agentes. As únicas conclusões plausíveis disponíveis são que o libertarianismo é falso ou Deus não existe. Teístas do curso deveriam ser movidos a concluir o libertarianismo é incompatível com o teísmo.
Tradução: Francisco Alison Silva Aquino
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