Imagine alguém que trabalhou o dia inteiro, como por exemplo, uma mãe que acordou bem cedo e desde a hora que as crianças saíram para escola ela não parou de trabalhar (e nem pensou em si mesma). Ela fez todo o seu serviço doméstico, além de deixar o café da tarde e também o jantar pronto. E agora, desde a hora que ela acordou, agora que todo o trabalho terminou, ela se senta. Este “sentar” não é um mero descanso, mas ela se sentou porque o trabalho foi concluído.
Quando olhamos para Hebreus 1.3-4 nós vemos a declaração do escritor mostrando que Cristo, após ter feito a purificação dos pecados, assentou-se a destra de Deus. Assim como a ilustração que mostrou uma mãe fazendo o seu trabalho e se sentando como sinal de seu término, da mesma forma Cristo, após cumprir aquilo que o Pai lhe mandou, Ele se assentou à direita de Deus.
É justamente isso que o 19º Dia do Senhor no Catecismo de Heidelberg vai nos mostrar:
50. Por que se acrescenta: "e está sentado à direita de Deus"?
R. Porque Cristo subiu ao céu para manifestar-se, lá mesmo, como o Cabeça de sua igreja cristã(1) e para governar tudo em nome de seu Pai (2).
(1) Ef 1:20-23; Cl 1:18. (2) Mt 28:18; Jo 5:22.
51. Que importância tem, para nós, essa glória de Cristo, nosso Cabeça?
R. Primeiro: por seu Espírito Santo, Ele derrama sobre nós, seus membros, os dons celestiais (1). Segundo: Ele nos defende e protege, por seu poder, contra todos os inimigos (2).
(1) At 2:33; Ef 4:8,10-12. (2) Sl 2:9; Sl 110:1,2; Jo 10:28; Ef 4:8; Ap 12:5.
52. Que consolo traz a você a volta de Cristo "para julgar os vivos e os mortos"?
R. Que, em toda miséria e perseguição, espero, de cabeça erguida, o Juiz que vem do céu, a saber: o Cristo que antes se apresentou em meu lugar ao tribunal de Deus e tirou de mim toda a maldição (1). Ele lançará, na condenação eterna, todos os seus e meus inimigos (2), mas Ele me levará para si mesmo, com todos os eleitos na alegria e glória celestiais (3).
(1) Lc 21:28; Rm 8:23,24; Fp 3:20; 1Ts 4:16; Tt 2:13. (2) Mt 25:41-43; 2Ts 1:6,8,9. (3) Mt 25:34-36; 2Ts 1:7,10.
O “assentar” de Cristo não é somente porque Ele concluiu a Sua obra, mas foi também uma demonstração de sua vitória sobre o pecado, a morte e o Diabo. Fazendo que todas as coisas fossem colocadas debaixo de seus pés, tornou-se o cabeça da Igreja (Ef 1.20-23), tendo toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18), como um Rei Soberano.
Na última pergunta do Dia do Senhor, o Credo confessa que Cristo voltará para “julgar os vivos e os mortos” e que esta certeza nos faz ter consolo em Cristo, mas de que forma?
Primeiro, o retorno de Cristo é uma demonstração pública da absolvição dos nossos pecados. Pois, outrora nós, filhos da ira, fomos resgatados da nossa vã maneira de viver para uma nova e viva esperança em Cristo Jesus. E assim, a condenação que nós deveríamos receber, Cristo recebe na cruz, se fazendo maldição por nós. Por isso podemos dizer que “espero, de cabeça erguida, o Juiz que vem do céu, a saber: o Cristo que antes se apresentou em meu lugar ao tribunal de Deus e tirou de mim toda a maldição”.
Segundo, além de Cristo nos livrar da condenação eterna, Cristo nos faz vitorioso com Ele, pois os nossos inimigos serão condenados. No entanto, estes inimigos não são aqueles que odiamos sem uma causa justa (p.e. vizinhos, colegas de trabalho, irmãos da igreja etc.), mas são aqueles que se voltam contra o Evangelho, os inimigos da cruz de Cristo. Mas por que será um consolo para nós, saber que tais pessoas serão lançadas no inferno? Porque, primeiro, Deus é justo e todos aqueles que zombaram d'Ele serão, por Ele mesmo, lançados no inferno, cumprindo inúmeras passagens bíblicas que falam da realidade do inferno. Segundo, é um consolo saber que a fé que Deus nos deu é genuína, uma fé que nos faz crer realmente no sacrifício perfeito de Cristo, pois aqueles que não crêem em Cristo serão lançados eternamente no inferno. E, terceiro, de que valeria o inferno se Cristo tivesse morrido por toda a humanidade? Pois, se Deus derramou a sua ira – a qual era para ter sido derramada sobre mim – sobre Seu único Filho, por que Deus derramaria de novo a Sua ira sobre pecados que o Seu Filho já pagou?
Por fim, a volta de Cristo é um consolo para nós porque habitaremos com Ele para todo sempre em corpo e alma, onde todas as nossas dores, doenças e aflições serão sanadas. E, é claro, nunca mais pecaremos entristecendo o Santo Espirito de Deus.
No entanto, este consolo indizível será para aqueles que entendem que o único consolo na vida e na morte é que não pertencemos a nós mesmos, mas de corpo e alma pertencemos ao nosso fiel Salvador, Jesus Cristo, e o seu retorno é a nossa bem-aventurada esperança (Tt 2.13).
Fonte: Bereianos
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