terça-feira, 15 de setembro de 2015

s Salmos e os Perversos (Salmo 10) por Mark White

A perversidade em todas as suas formas tem atormentado os justos desde o Jardim do Éden. Se a perversidade e o pecado fossem simplesmente imaginários antes que realidades de fato confrontando o homem justo, não representariam nenhuma ameaça. Mas a perversidade é uma realidade, e é praticada pelos homens perversos. Há personalidades atrás dos atos e pensamentos perversos. As pessoas justas não podem simplesmente lidar com a perversidade em si. Elas precisam também enfrentar aqueles que desafiam a vontade de Deus para o viver justo, tratando com as próprias pessoas perversas. Isto torna a perversidade difícil de lidar, e torna o problema de resistir ao mal ainda mais espinhoso.

Através de toda a Escritura, o problema dos perversos é apresentado.  Homens justos freqüentemente se admiraram: "Por que os perversos prosperam?"Jeremias estava tão perplexo com este paradoxo que humildemente perguntou a Deus por que isso era assim (Jeremias 12:1).  Por que parece que a perversidade está vencendo a justiça?  Não parece que compensa ser perverso, e custa ser justo?  Os Salmos tornam esta pergunta mais fácil de entender e mais simples de suportar.

Nos Salmos a perversidade e os homens perversos são expostos pelo que eles realmente são. Seu estado final é revelado, e os homens justos, lendo estes salmos serão encorajados por eles. Estas passagens são imprecativas em tom, porque o escritor brada a Deus por justiça. O Salmo 10 é um exemplo. Os versículos um e dois registram um grito de protesto contra o que parece ser a indiferença de Deus pelas injustiças dos perversos contra os pobres.  "Por que, Senhor, te conservas longe?  E te escondes nas horas de tribulação?  Com arrogância, os ímpios perseguem o pobre; sejam presas das tramas que urdiram."  E, entretanto, Deus é inculpável.  Pode parecer que os perversos escapem da punição.  De fato, este Salmo sugere que os próprios perversos pensam que podem fazer tudo o que lhes agradar!  O versículo 6 tem o homem perverso dizendo: "Jamais serei abalado; de geração em geração nenhum mal me sobrevirá".  O versículo 11 diz:  "Deus se esqueceu, virou o rosto e não verá isto nunca".  E, no versículo 13, o homem perverso renuncia a Deus dizendo:  "Deus não se importa".  Ele realmente se convenceu de que pode pecar com impunidade.  Com efeito, ele está dizendo:  "Deus não me vê.  Não serei apanhado.  Mesmo que Deus de fato me veja, ele nunca me julgará!"  Mas o caso não é esse.  Deus vê a aflição que seu povo experimenta nas mãos dos perversos.  Ele leva mesmo tais opressões e maus tratos em conta.  Ele sente o pesar de seu povo e ajuda-os bem do modo certo, bem no momento justo.  O salmista regozija-se porque Deus "o tens visto, porque atentas aos trabalhos e à dor, para que os possas tomar em tuas mãos" (10:14). Ele então ora a Deus: "Quebranta o braço do perverso e do malvado; esquadrinha-lhes a maldade, até nada mais achares" (10:15). Pode parecer estranho, na verdade, que o justo se regozije com a calamidade dos perversos. Mas antes de ver tal exultação como uma vingança pessoal, deveremos reconhecer que isto é uma parte da contínua luta entre o bem e o mal.  Deus derrotará totalmente os injustos e os perversos.

Pode ser que pensadores modernos não classifiquem tão nitidamente toda a humanidade como perversos e justos, mas Deus o faz.  Os Salmos falam deste assunto freqüentemente. Para o salmista, não havia "meio termo". Ou um homem é perverso (porque rejeita o domínio soberano de Deus em sua vida) ou é justo.  Salmo 14:1 é uma passagem familiar para aqueles que ouviram bastante pregação e ensinamento.  Uma lição sobre as evidências cristãs mais cedo ou mais tarde inclui a escritura:  "Diz o insensato no seu coração:  Não há Deus".  Mas este salmo é, de fato, um contraste entre os ímpios e os justos.  Os justos são pessoas que confiaram no Senhor e buscam a ele e a sua vontade (Salmo 24:5-6).  Os Salmos definem os perversos como aqueles que na prática são ateus.  Deus não está nos seus corações.  Um homem pode realmente professar conhecimento acadêmico de Deus, mas se sua vida ignora o Criador, ele é tão perverso como o próprio ateu.  Se desobedecemos a Deus e maltratamos aqueles que foram feitos a sua imagem, somos corruptos, e portanto fazemos coisas corruptas, abomináveis (Salmo 14:1).

Para que não nos tornemos presunçosos e espiritualmente orgulhosos, vamos ler os Salmos. Até poderíamos ver mais de nós mesmos neste espelho do que gostaríamos. E poderíamos ficar bem surpresos com quem Deus chama "perverso" (veja mais os Salmos 14, 58.)

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