segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

LÓGICA E FALÁCIAS (PARTE 2) - por Vicent Cheung


Para discernir o bem do mal, uma pessoa deve ser capaz de entender a Escritura, e então aplicá-la para avaliar vários argumentos que possa encontrar. Esse capítulo introduz alguns dos conceitos básicos de raciocínio. Aprender o material que segue fará a pessoa tornar-se mais consciente dos pensamentos e ideias com os quais se depara diariamente, o que significa que será capaz de se proteger do pensamento errôneo, e estar mais preparada para defender o pensamento correto.

Definições: Deveríamos primeiro definir vários termos importantes que
usaremos neste capítulo:

Argumentos: Um argumento consiste de uma série de proposições das quais uma está sendo afirmada como verdadeira sobre a base das outras proposições. Algumas vezes um argumento pode aparecer como apenas uma simples declaração. Em tais casos, o argumento pode conter suposições, que se declarado explicitamente, formará uma série de declarações correspondendo à definição acima.

Premissas: As premissas são as proposições de suporte que, quando tomadas juntas, supostamente levam à conclusão.

Conclusão: A conclusão é a afirmação que o argumento é suposto provar sobre a base das premissas.
                                                       
Validade: Um argumento válido é um onde as premissas levam inevitavelmente à conclusão. Em tal argumento, a conclusão é verdadeira somente se as premissas forem verdadeiras. Contudo, é possível um argumento ser válido e, todavia falso. Se as premissas são falsas, mas o argumento é estruturado de uma forma que, se as premissas forem assumidas como verdadeiras, levaria inevitavelmente à conclusão, então o argumento seria falso, mas válido.

Podemos tomar o seguinte exemplo para ilustrar as palavras definidas acima:

1. Todos os cães são mamíferos.
2. Todos os mamíferos são homeotermos.
3. Portanto, todos os cães são homeotermos.

Esta série de proposições consiste de três declarações, das quais (3) é afirmada como verdadeira sobre a base de (1) e (2), que torna essa série de declarações um argumento. As declarações (1) e (2) são as proposições de suporte, que deveriam levar logicamente à conclusão (3), fazem delas as premissas. A declaração sendo afirmada como verdadeira é (3), que faz dela a conclusão do argumento. Se as premissas, declarações (1) e (2), levam inevitavelmente à conclusão [a declaração (3)], então este argumento é dito ser um argumento válido. Isto significa que a conclusão deve ser verdadeira se as premissas forem verdadeiras. Contudo, um argumento válido não é o mesmo que um argumento sólido ou verdadeiro. Um argumento válido pode ser falso. A validade indica meramente se as premissas levam inevitavelmente à conclusão ou não. A conclusão seria verdadeira se as premissas fossem verdadeiras. Por outro lado, num argumento inválido, a conclusão pode não ser verdadeira, mesmo que as premissas sejam verdadeiras.

Eu posso dizer:

1. Todos os cães têm cinco patas.
2. Ralph é um cão.
3. Portanto, Ralph tem cinco patas.

Este é um argumento válido, visto que se todos os cães tivessem cinco cães, e se também fosse verdade que Ralph é um cão, então a conclusão que Ralph tem cinco patas é inevitável. Se as declarações (1) e (2) são verdadeiras, então (3) tem que ser verdadeira. Este é um argumento válido, mas a conclusão não é verdadeira. Um argumento válido é também verdadeiro se as premissas forem verdadeiras, significando que a conclusão deve ser verdadeira por necessidade lógica se as premissas forem verdadeiras.

Resumindo, um argumento é uma série de proposições das quais uma é afirmada ser verdadeira. A declaração afirmada como sendo verdadeira é a conclusão, com as declarações restantes como premissas, que deveriam levar à conclusão. As premissas levam inevitavelmente à conclusão se o argumento for válido. Num argumento válido, a conclusão é verdadeira se as premissas
forem verdadeiras.

Formas de Argumento: A forma como um argumento é estruturado torna-o válido ou inválido. Embora não abordarei as formas de argumento extensivamente neste livro, introduzirei vários deles, que serão úteis para nossa discussão iminente. Existem outras formas de argumento além daquelas apresentadas aqui.

A primeira forma de argumento é a seguinte:

1. Todo A é B.
2. Todo B é C.
3. Portanto, todo A é C.

Estamos usando as letras A, B e C para representar palavras e termos diferentes. Essa é a forma de argumento usada num exemplo acima. O argumento diz:

1. Todos os cães são mamíferos.
2. Todos os mamíferos são homeotermos.
3. Portanto, todos os cães são homeotermos.

Neste caso, A representa cães, B mamíferos e C homeotermos. Essa é uma forma de argumento válida, significando que se um argumento segue essa estrutura, ele produzirá uma conclusão logicamente certa. Se as premissas (1) e (2) são verdadeiras, então a conclusão (3) deve ser verdadeira.

Eis outra forma de argumento:

1. Se A, então B.
2. A.
3. Portanto, B.

Podemos aumentar a forma levemente, para torná-la mais clara:

1. Se A é verdadeiro, então B é verdadeiro.
2. A é verdadeiro.
3. Portanto, B é verdadeiro.

Essa forma de argumento declara como sua primeira premissa que, se A é verdadeiro, então B deve ser verdadeiro. Se você descobre que a condição A está satisfeita, então não há possibilidade de B ser falso. Então, (2) nos diz que A de fato é verdadeiro, o que torna (3) a conclusão necessária, que B é verdadeiro. Esse é um argumento válido visto que, dada sua estrutura, a verdade da conclusão é logicamente inevitável se as premissas forem verdadeiras. A última forma de argumento que examinaremos é chamada dilema. Ela é declarada da seguinte forma:

1. X ou Y.
2. Não X.
3. Portanto, Y.

Essa forma de argumento também pode ser expandida e declarada como:

1. Ou X é verdadeiro, ou Y é verdadeiro (mas não ambos).
2. X não é verdadeiro.
3. Portanto, Y é verdadeiro.


A primeira premissa nos dá duas possibilidades – declara que ou X é verdadeiro, ou Y é verdade, mas é impossível que ambos sejam verdadeiros. A segunda premissa então nega uma das duas possibilidades, tornando logicamente necessário que a outra seja verdadeira. Se concordarmos que uma pessoa deve ser casada ou não-casada, e que ela não pode ser casada e não casada ao mesmo tempo, então se negarmos que seja casada, então deve ser não-casada.


Fonte: www.monergismo.com 


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

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