segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

COMBATENDO O PECADO COM ADORAÇÃO - por Tim Keller



Todas as nossas ações pecaminosas têm um poder suicida sobre as capacidades que levam essa ação adiante. Quando você peca com sua mente, esse pecado paralisa a racionalidade. Quando você peca com suas emoções, esse pecado paralisa as emoções.  Quando você peca com sua vontade, esse pecado destrói sua força de vontade e seu autocontrole. O pecado é a ação suicida do eu contra si mesmo. O pecado destrói a liberdade, pois o pecado é um poder escravizador.

Em outras palavras, o pecado tem um efeito poderoso no qual sua liberdade – sua liberdade para querer o bem, para desejar o bem e para pensar e entender o bem – está sendo completamente minada. Com o pecado você perde cada vez mais e mais a sua liberdade. O pecado mina a sua mente, mina suas emoções e mina a sua vontade.
O Pecado é um Vício
Todo pecado é um vício. Quer seja amargura, que seja inveja, quer seja materialismo, quer seja preguiça, quer seja impureza – toda atitude pecaminosa se torna um vício. Toda atitude pecaminosa traz à sua vida um poder que trabalha exatamente como o vício, e a dinâmica dos círculos viciosos começa a atuar.
Em outras palavras, nos casos específicos de vício de droga ou álcool, ou voyeurismo, ou vícios sexuais, na verdade você tem microcosmos de como o pecado funciona em geral.
Você sabe como o vício funciona. Começa assim: Há algum tipo de desapontamento ou aflição na sua vida. Como resultado, você escolhe lidar com essa aflição com um agente; pode ser o sexo, pode ser as drogas, pode ser o álcool. O agente promete superação. O agente promete liberdade, uma sensação de estar no controle, uma sensação de estar acima de tudo isso, uma sensação de estar livre, uma sensação de escape. Então você o faz. Mas quando você o faz, quando você usa o agente viciante para lidar com a vida, a armadilha está armada.
A armadilha está armada porque três coisas começaram a acontecer:
1. Tolerância.  Você fica preso naquilo que os especialistas chamam de “efeito de tolerância”. Em outras palavras, o efeito de tolerância é que essa ou aquela quantia de álcool ou drogas, ou esse tipo de experiência sexual que você experimenta hoje, não será nada em comparação ao que você desejará amanhã. A mesma atividade não te dará mais a mesma sensação e você se encontrará querendo mais, e mais, e mais. O que lhe trouxe alegria ontem não será o bastante para lhe dar alegria amanhã, porque suas emoções estão paralisando e adormecendo. Há um efeito de tolerância
2. Negação. O vício destrói por causa da negação. Todos sabemos que um dos padrões do vício é que o seu desejo faz com que você racionalize e justifique. Ele distorce o seu pensar. Você se torna seletivo no seu raciocínio, seletivo sobre sua memória. Você fará todo tipo de racionalização distorcida, mas recusa pensar claramente e objetivamente. Você não consegue.
3. Derrota. Vícios destroem a força de vontade. Quando você acha que desobedecer a Deus trará liberdade, a própria atitude que promete liberdade está tomando sua liberdade. A própria atitude que você acha que colocará você no controle da sua própria vida está, na verdade, tirando o controle da sua vida.
Brincando com Fogo
A Bíblia define pecado como desejar algo mais do que a Deus. O pecado faz com que alguma coisa seja mais importante do que Deus. Se você é religioso somente de vez em quando, se Deus não ocupa o centro da sua vida, isso é a essência do pecado, e esse pecado cresce.
Jonathan Edwards diz que o pecado faz com que o coração vire chamas. Portanto, assim como nunca houve um incêndio que disse “chega de combustível, estou satisfeito”, assim também não há um coração em pecado que diga “Já tive sucesso o bastante. Já tive amor o bastante. Já tive aprovação o bastante. Já tive conforto o bastante”. Ah, não. Quanto mais combustível você coloca no fogo, mais o fogo aumenta, e quanto mais ele aumenta, mais ele precisa, e ele está consumindo mais oxigênio e requer mais combustível.
Esse é o âmago do fogo. Da próxima vez  que você estiver irritado, ou mal disposto, ou irritável, ou assustado, ou no fundo do poço, pergunte a você mesmo: Isso que estou me dizendo me deixaria feliz se ao menos eu tivesse isso? No fundo de tudo há um “se ao menos. O que quer que seja o seu “se ao menos”, ele se tornará seu senhor, seu vício. Ele destruirá você.
Isso explica porque uma mentira precisa de outra mentira. Inveja precisa de mais inveja. Racismo precisa de mais pensamentos racistas.Ciúme precisa de mais pensamentos ciumentos. Amargura precisa de mais pensamentos amargos. No começo, quando você diz uma primeira mentira, você ainda tem um apetite pela verdade, mas isso não dura muito. O pecado é um poder. E as coisas que você deseja tornam-se senhoras sobre você porque no seu coração essas coisas queimam com essa ideia: se ao menos. Tudo estaria bem se ao menos eu tivesse aquilo. Isso cria uma sucção na sua vida. Quanto mais você a alimenta, mais ela quer.
Vencendo o Tiroteio
Se você é cristão e está lidando com hábitos escravizadores, não é o bastante dizer, “assim está ruim, cristão, pare com isso”. E não é o bastante você se espancar ou meramente tentar mais, e mais, e mais.
O real motivo pelo qual você está enfrentando problemas com hábitos escravizadores é que você não está experimentando Deus. Não estou falando de crer em Deus ou até mesmo de obedecer a Deus, eu estou falando de experimentar Deus.
O segredo para a liberdade dos padrões escravizadores do pecado é a adoração. Você precisa de adoração. Você precisa de uma grandiosa adoração. Você precisa de adoração em prantos. Você precisa de adoração gloriosa. Você precisa sentir a grandeza de Deus e ser movido por ela – movido a chorar e movido a rir – movido por quem Deus é e pelo que Ele fez por você. E é necessário que isso ocorra a todo o momento.
Esse tipo de adoração é a única coisa que pode substituir essa chama do “se ao menos” no seu coração. Precisamos de um novo fogo que diz: “Se ao menos eu pudesse ver o Senhor. Se ao menos Ele estivesse perto do meu coração. Se ao menos eu pudesse senti-lo tão grande quanto sei que Ele é. Se ao menos eu pudesse saborear Sua graça tão doce quanto sei que é”. E quando esse se ao menos estiver queimando no seu coração, então você estará livre.

Tradução: Natália Moreira
Fonte: Reforma21.org


Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com

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