terça-feira, 13 de maio de 2014

Sete Problemas com a Expiação Universal Arminiana


Por Joel R. Beeke


Na teologia do Arminianismo nos é dito que Cristo morreu para tornar possível que todas as pessoas sejam salvas, se assim elas desejarem. Esta é uma rejeição da visão Reformada, que afirma que Cristo morreu para, verdadeiramente, salvar um povo em particular escolhido por Deus. O Arminianismo é, de longe, a visão mais popular acerca da expiação na Igreja Cristã de hoje. Não obstante, sérias objeções devem ser apresentadas contra a redenção universal arminiana, que são estas:

 Ela calunia os atributos de Deus, dentre os quais, o seu amor. O Arminianismo apresenta um amor que, na verdade, não salva. É um amor que ama e então, se recusado, transforma-se em ódio e ira. Não é o amor que permanece imutável de eternidade a eternidade. Ela calunia a sabedoria de Deus. Deus faria um plano para salvar todos, mas não o cumpriria? Ele seria tão tolo a ponto de seu Filho ter pagado a salvação para todas as pessoas se sabia que seu Filho não obteria aquilo pelo que pagou? Eu me sentiria tolo se eu fosse numa loja comprar algo, e então saísse sem ele. No entanto, o Arminianismo nos pede para acreditarmos que essa é a verdade da salvação – que o pagamento foi feito, uma redenção, e, ainda assim, o Senhor se afastou sem aqueles que ele redimiu. Essa visão calunia a sabedoria de Deus. Ela calunia o poder de Deus. O universalismo arminiano nos obriga a acreditar que Deus era capaz de realizar o aspecto de merecimento da salvação, mas que o aspecto de aplicação é dependente do homem e seu livre-arbítrio. Ele nos pede para acreditar que Deus operou a salvação de todas as pessoas, até certo ponto, mas não salvou ninguém. Ela calunia a justiça de Deus. Cristo satisfez a justiça de Deus para todas as pessoas? Será que Cristo recebeu a devida punição por todas as pessoas? Se sim, como Deus pode ainda punir alguém? É justiça punir uma pessoa pelos pecados de outra e mais tarde punir novamente o infrator inicial? Dupla punição é injustiça.

 Ela desabilita a divindade de Cristo. Um Salvador derrotado não é Deus. Este erro ensina que Cristo tentou salvar todos, mas não obteve êxito. Ele nega o poder e a eficácia do sangue de Cristo, uma vez que nem todos aqueles por quem Ele morreu serão salvos. Assim, o sangue de Cristo foi desperdiçado quando derramado por Judas e Esaú. Grande parte da sua obra, lágrimas e sangue foi derramada em vão.

 Ela mina a unidade da Trindade. Assim como os pais devem trabalhar juntos para conduzir uma família com eficácia, assim o Deus Triúno trabalhou, cada uma das três Pessoas, com propósitos e objetivos idênticos. Uma Pessoa não pode ter em mente salvar algumas pessoas, que a outra Pessoa não determinou salvar, mas é exatamente isso que, implicitamente, o universalismo arminiano ensina. Ele nega a eleição soberana do Pai, uma vez que Cristo teria morrido por mais pessoas do que Deus decretou salvar, fazendo, portanto, com que Cristo tenha uma agenda diferente da do Pai. Isso teria sido um anátema para Jesus, que afirmou que todo o seu ministério redentivo foi conscientemente designado para realizar um plano divinamente arranjado (João 6.38-39). Da mesma forma, a redenção arminiana nega o ministério salvador do Espírito Santo, uma vez que afirma que o sangue de Cristo tem uma aplicação mais ampla do que a obra salvífica do Espírito. Qualquer apresentação da salvação que faça com que a obra do Pai ou a obra do Espírito na salvação fiquem eclipsadas pela obra de Cristo contradiz a unidade inerente da Trindade. Deus não pode estar em contradição consigo mesmo. Arminianismo é universalismo inconsistente.

 Ela rejeita todos os outros pontos do Calvinismo. A visão arminiana da expiação rejeita a doutrina da depravação total do homem, ensinando que o homem possuía dentro de si a capacidade para receber e aceitar a Cristo. Ela rejeita a eleição incondicional, ensinando que Deus elege com base na fé prevista. Ela rejeita a graça irresistível, ensinando que a vontade do homem é mais forte que a vontade de Deus. Ela rejeita a perseverança dos santos, ensinando que o homem pode apostatar da fé.

 Ela diminui a glória de Deus. Se Deus faz todas as coisas na salvação, Ele recebe toda a glória. Mas se Deus pode fazer muito e não tudo, então a pessoa que completa a aplicação da salvação recebe ao menos alguma glória. É por isso que há tanta ênfase no evangelismo em massa sobre a livre vontade do homem. A expiação universal exalta a vontade do homem e avilta a glória de Deus.

 Ela perverte o evangelismo. Hoje em dia ouvimos repetidas vezes mensagens evangelísticas, que dizem: “Cristo morreu por você. O que você vai fazer por Ele?” Porém, nunca encontramos na Bíblia que a alguém seja dito pessoalmente: “Cristo morreu por você”. Em vez disso, encontramos a obra de Cristo explicada e seguida por um chamado a todas as pessoas: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. A mensagem não é: “Creia que Cristo morreu por você” ou “Creia que você é um dos eleitos”. A mensagem é: “Creia no Senhor Jesus Cristo e você será salvo”.

 Ela denigre a eficácia intrínseca da própria expiação. Os arminianos ensinam que a obra de Cristo induz o Pai a aceitar graciosamente o que Jesus realizou no lugar de uma completa satisfação da Sua justiça. É como se Jesus persuadisse ao Pai a aceitar alguma coisa menos do que demandado pela justiça. Foi por isso que Armínio afirmou que quando Deus salvou pecadores, Ele mudou-se do seu trono de justiça para o seu trono de graça. Todavia, Deus não possui dois tronos. O seu trono de justiça é o seu trono de graça (Salmo 85.10). O arminianismo esquece que a expiação não conquista o amor de Deus, mas, sim, que a expiação é a provisão do seu amor.

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Fonte: Joel Beeke
Tradução: Rev. Alan Renne Alexandrino Lima
Via: Cristão Reformado

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