segunda-feira, 31 de março de 2014

Como vencer o mau humor


É difícil é se livrar do mau humor. Mas mesmo sendo difícil, não é impossível. Aqui está como fazê-lo:

Vá ao evangelho
Se há um momento de pregar o evangelho para si mesmo, é esse. Lembrar a si mesmo do evangelho é o maior choque de realidade possível. Lembrar a si mesmo do evangelho e permitir que essas verdades atravessem sua mente e seu coração é lembrar a si mesmo das mais profundas realidades do universo. Você se lembrará de que é um pecador que merece a ira de Deus, que o próprio Deus entrou nesse mundo como um homem, que ele carregou todo o seu pecado e condenação, que ele sofreu a ira de Deus em seu lugar, que ele morreu a morte que você merecia, que ele ressuscitou em triunfo e que toda a justiça dele foi dada a você.

Algumas pessoas dizem que quando você está mau-humorado, você deve meditar. Elas estão certas, exceto que, ao inés da meditação oriental de esvaziar a mente, você precisa da meditação cristã de encher a mente, quando você deliberadamente enche sua mente com a verdade do evangelho.

Chame pelo nome
Tendo pregado o evangelho a si mesmo, você agora está em posição de chamar o mau humor pelo nome. É pecado. É exatamente o tipo de pecado pelo qual Jesus precisou morrer. Nunca há uma desculpa para estar mal humorado. Ser mal humorado é ser destemperado, rude, grosseiro e egoísta.

Você fica mal humorado quando a vida não vai do jeito que você gostaria, quando outros interrompem seus planos para uma vida fácil e pacata, quando outros te irritaram de alguma forma. Você pode até acordar mal humorado por nenhuma razão aparente.

O mau humor se instala em sua mente, de forma que você fica remoendo todas as formas em que foi injustiçado. Você se torna irritável e impaciente. Você explode com os outros e se justifica. Há uma categoria de ira justa (“Irai-vos, mas não pequeis”, diz Efésios 4.26), mas nunca há um mal humor justo. Jesus ficou irado e indignado perante os mercadores no templo e com os discípulos que queriam impedir as crianças de irem até ele. Mas ele não estava mau humorado. Mau humor um pecado, simples assim.

Trate pelo nome
Você reconheceu que seu mau humor é pecado. Esse é um grande primeiro passo, mas pecado é um termo genérico. Você deveria avançar mais um passo adiante e chamar esse pecado pelo nome bíblico. Mau humor não é um termo que a Bíblia usa, então é melhor usar irritabilidade, impaciência ou ira injusta. Talvez os três juntos. Essas são as formas em que a Bíblia descreve mau humor e, em todos os casos, são descritas como pecado. Você pode tentar disfarçar com eufemismos (“estou lutando com isso” ou “está tudo bem, só estou passando por dificuldades”), mas no fim é só mais um desses pecados.

Ao chamar o mau humor pelo nome certo – o pecado da ira injusta, o pecado da irritabilidade ou o pecado da impaciência – você não dá espaço a si mesmo para nenhuma desculpa e se coloca em uma posição de lidar com isso apropriadamente. E a forma correta de lidar com isso é pedir perdão a Deus.

Observação: eu sei que isso tudo soa um tanto formal, mas todos esses três passos podem ser realizados em questão de segundos. Pode valer a pena demorar mais que isso, especialmente quando o mau humor se torna um padrão, mas no calor da batalha, esse tipo de pensamento pode ser realizado de forma bem rápida.

Vá até a fonte
Você foi ao evangelho, você chamou o pecado pelo que ele é e pediu perdão por ele. Agora é a hora de ir até a fonte e tentar estabelecer a razão desse mau humor. Pode ser que você esteja se permitindo meditar no que é ruim e pecaminoso e que seu humor pecaminoso tem a ver com seus pensamentos pecaminosos. Pode ser que alguém pecou contra você. Pode ser que você tenha pecado contra seus filhos ou seu cônjuge. Pode ser que o orgulho é a causa, e seu mau humor é uma resposta a alguma vergonha ou a ter sido ignorado. Pode ser que você teve um sonho durante a noite e, de alguma forma, seu cérebro está confundindo o sonho com a realidade (é só comigo que isso acontece?). Pode até ser que você nunca encontre a fonte.

Mas se, e quando, você a encontrar, você também encontrou meios claros de responder – um pedido de perdão (quando você pecou contra alguém), uma confrontação (quando alguém pecou contra você) ou uma boa risada de si mesmo (quando você percebe que está de mau humor apenas por que seu orgulho foi ferido).

Responda o pecado com a verdade
A forma de vencer o erro – o tipo de erro que leva ao mau humor – é responder a ele com verdade. A verdade é sempre mais poderosa que o erro. O problema com o mau humor é que é muito, muito difícil ser razoável consigo mesmo.

Em seu mau humor, você precisa agir de forma contrária ao que sente. Quando você se sente mau humorado, é hora de agir de formas fiel e alegre, e confiar que seus sentimentos vão seguir suas ações.Alguns podem fazer isso simplesmente meditando a respeito do que é verdadeiro. Mas para muitos outros, uma ajuda extra é necessária, e nós podemos obtê-la: verdade adicionada de boa música é uma combinação poderosa. É uma combinação que pode facilmente redirecionar o coração para o lado oposto. Então cante! Cante sobre o que é verdadeiro – sobre Deus, o evangelho e a obra de Cristo. Então aja, de forma piedosa e fiel.

O pecado do mau humor, como qualquer outro pecado, é uma questão do coração. Nossa tentação é sempre lidar com as manifestações, ao invés da raiz. A melhor e mais duradoura forma de vencer o mau humor é sempre ir ao cerne e lidar com as causas mais profundas.

POR TIM CHALLIES / Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org

O que significa perdoar?


Em Mateus 6:12 está escrito:“Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam”(Bíblia NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Como podemos ver neste versículo, é necessário que liberemos perdão a todos aqueles que nos ofenderam; mas, o que significa perdoar?

Perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa recebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição (pt.wikipédia.org/wiki/Perdão).

A Bíblia enfatiza, por várias vezes, a necessidade do perdão, senão vejamos:

Em Efésios 4:32 está escrito: “…e perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês” (Bíblia NTLH).

Em Mateus 18:35 está escrito: “E Jesus terminou dizendo: É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão” (Bíblia NTLH).

Em Colossenses 3:13 está escrito: “Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa.Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros” (Bíblia NTLH).

Em Lucas 17:3-4 está escrito: “Tenham cuidado! Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe. Se pecar contra você sete vezes num dia e cada vez vier e disser: Me arrependo, então perdoe” (Bíblia NTLH).

O perdão é bíblico e não há como negar isto. Inclusive, a Bíblia nos mostra que o perdão de Deus só se manifesta na vida daqueles que também perdoam; ou seja, quem não perdoa o seu próximo, não terá o perdão de Deus. É algo condicional: Deus perdoa aquele que também sabem perdoar. Não há como fugir disto. No entanto:

Perdoar, não significa que conseguiremos esquecer o fato ocorrido: perdoar independe de esquecer. Uma coisa não tem nada a ver com a outra; ambas são coisas distintas. Nós temos no cérebro uma memória que registra todos os fatos e por isto, quem perdoa não tem que necessariamente, esquecer do agravo sofrido. O que é preciso é diluir a mágoa, a raiva ou o ressentimento que o fato gerou.

Em outras palavras, não devemos ter apego à ofensa feita. Isto não é algo fácil. No entanto, uma coisa é certa: por mais que tiremos a mágoa de nosso coração, O AGRAVO QUE SOFREMOS, NUNCA SERÁ REALMENTE ESQUECIDO; ISSO É IMPOSSÍVEL, POIS, NÃO TEMOS UMA TECLA “DELETE” EM NOSSA MENTE. ALÉM DISSO, OS BONS E OS MAUS MOMENTOS FAZEM PARTE DA NOSSA HISTÓRIA DE VIDA.

Perdoar, não implica sempre em reconciliação: há situações que mesmo depois do perdão, não será possível a convivência tal como era antes do fato ocorrido. Quando alguém passa por uma ofensa ou agravo muito traumatizante, não há como haver reconciliação. Como exemplo, podemos citar o caso de um estupro, uma situação de violência física ou de calote financeiro. Nestes casos, e em alguns outros, não há como confiar novamente na pessoa causadora do mal; inclusive, nos casos citados anteriormente, dar um novo voto de confiança ao causador do dano é até perigoso. Cuidado para não arriscar a sua vida e a de seus familiares. PERDOAR NÃO SIGNIFICA COLOCAR-SE EM RISCO.

Perdoar não significa bancar o palhaço: uma vez eu ouvi um pastor dizendo que crente de verdade é aquele que pede perdão ao ofensor, mesmo que tenha sido você a parte ofendida. Isto é um absurdo. Quem tem que pedir perdão é aquele que nos ofendeu e não nós que fomos ofendidos.

Nós temos de estar prontos para liberar o perdão, mas quem tem que pedir perdão é o ofensor. Se nós pedirmos perdão ao ofensor, isso fará com que ele se estimule a continuar nos maltratando, pois, ele não será cobrado por isso.

A MISERICÓRDIA, NESTE CASO, TAMBÉM CORROMPE. Eu vou mais longe ainda: A FACILIDADE DE PERDÃO AO OFENSOR, NESTE CASO, O INCENTIVA AO CRIME. Devemos agir como cristãos, é claro, mas não temos de ser bobos; quem tem que pedir perdão é quem ofende e a parte ofendida tem que somente liberar o perdão. Não invertam esta ordem nunca. Pedir perdão a quem te ofendeu não é cristianismo; é fanatismo.

O objetivo do texto é demonstrar que nem sempre será possível esquecer o fato ocorrido; que nem sempre haverá o restabelecimento das condições anteriores ao agravo, como conviver juntos, por exemplo, e finalmente, demonstrar que o perdão deve ser pedido por aquele que ofendeu e nunca por aquele que foi ofendido; a parte ofendida tem que liberar o perdão e somente isso. O pedido de perdão deve vir sempre do ofensor e não o contrário.

Autoria: Hugo Aquino (Bereshit).

A Igreja dos sonhos de Jesus é uma Igreja que sabe adorar

O tema da adoração tem sido cantado e pregado com muita frequência desde o inicio deste século. Muito se fala em adoração. Milhares de cd´s são gravados todos os anos e muitas canções compostas. Mas apesar toda essa efervescência, os crentes parecem está associando adoração apenas com música.

Em seu diálogo com a mulher samaritana, Jesus disse que estava chegando um tempo em que os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espirito e em verdade, e Ele acrescentou que são estes que o Pai está procurando.

A palavra adoração no grego é proskuneo e significa precisamente se curvar para beijar a mão. Ou seja, a Bíblia ensina que adoração é rendida a Deus em reconhecimento da sua autoridade de Rei. Lucas nos informa acerca de um leproso que se aproximou de Jesus e o adorou. O cenário é de um homem sujo de lepra chegando perto de Jesus e lhe prestando revência curvando-se diante Dele. Lucas é enfático ao dizer que o leproso ‘o adorou dizendo: Mestre, se tu quiseres podes tornar-me limpo’. Aquele homem reconheceu Jesus como Rei poderoso e capaz de fazer maravilhas.

A adoração se manifesta como expressão de humilhação e não na exposição de talentos. Ao adorar a Jesus, aquele leproso mostrou-se sujeito a vontade do Senhor. Ele disse “se quiseres”.

Embora seja possível adorarmos a Deus em meio a um grupo, não se pode adorar a Deus como grupo. A adoração envolve bem mais do que vozes bem entoadas. A adoração deve envolver o coração, a alma. Havia uma multidão andando junto com Jesus, mas o destaque foi dado a um leproso que ali jazia.

Os evangelhos sempre mostram Jesus sondando o coração das pessoas e percebendo suas intenções. Não raro lemos nos evangelhos: “e Jesus vendo-lhes o coração e percebendo suas intenções disse…” Jesus viu as intenções da viúva pobre, viu a soberba e pretensão dos ricos que ofertaram antes dela. Jesus enfatizou na parábola do publicano e do fariseu a disposição humilde do publicano que era oposta a oração do fariseu. Ao sondar o coração da multidão que Lhe seguia Ele ainda parafraseou Isaías: “este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim!”e também repreendeu seus seguidores ao afirmar: “porque me chamais Senhor e não fazeis o que eu mando?”.

Para Deus deve haver uma conexão direta do nosso coração com nossa boca e as nossas ações. (Inclusive para sermos salvos temos que crer com o coração e confessar com os lábios).

Já dissemos que na adoração nos rendemos a Deus reconhecendo-O como rei. Era costumeiro no antigo Oriente os servos de um rei ter suas orelhas furadas. Esse era um símbolo de que enquanto vivesse aquele servo seus ouvidos cativos à voz do rei, seu senhor. Em Roma, homens importantes eram chamados de dominus por seus servos. O termo dominus significa dominador. Então os servos alegavam que eram parte do domínio de seus donos.

Nós somos chamados para sermos servos de Deus, precisamos viver nossas vidas sob o domínio de Deus e está pronto a cumprir sua vontade. Em todas as culturas, a adoração exige dos adoradores uma vida dentro da vontade do seu senhor. As adoradoras de Diana se prostituíam, os adoradores de Moloque sacrificavam seus filhos, os adoradores do sol entregavam coração ainda pulsando, enfim, cada adoração exige o cumprimento da vontade do ser adorado. Obviamente não quero comparar o Deus Todo Poderoso com os falsos deuses das culturas pagãs, o que quero é deixar claro que a adoração é algo que excede a música.

Adoradores e músicos nem sempre são as mesmas pessoas. A verdadeira adoração consiste muito mais numa atitude intima da alma do que na música entoada. Uma das mais profundas expressões de adoração da Bíblia seja aquela contida no salmo 103.1: “bendize ó minha alma ao Senhor e tudo o que há em mim, bendiga ao seu santo nome”. Adorar a Deus é muito mais do que simplesmente entrar na igreja e acompanhar o louvor que foi previamente escolhido para aquele momento. O coração deve estar totalmente envolvido na adoração e com isso não estou falando sobre a questão emotiva, mas na sinceridade e na retidão de quem adora. O salmista diz que sua alma bendiria ao Senhor e não apenas sua alma, mas tudo o que nele havia. Perceba que o salmista fala da sua alma e de todas as suas ações (tudo o que há em mim).

Ou seja, a adoração não é apenas um momento na vida do adorador, mas um estilo de vida que tem continuação dentro ou fora do templo. Ao dizer que o pai procura os verdadeiros adoradores, Jesus deixa claro que aos olhos do Pai, a adoração só tem valor quando é fruto de uma vida totalmente entregue e consagrada a Senhor. Nesta perspectiva, se faz necessário entender que a adoração não é movimento musical como alguns pensam. Os cristãos devem ver na adoração um estilo de vida.

A nossa adoração deve ser incondicional e rendida somente a Deus. Davi adorou a Deus quando seu filho morreu, Jó adorou a Deus quando todos os seus bens e família se foram e Habacuque disse que se alegraria em Deus quando todas as calamidades possíveis se levantassem contra ele. Essa é a adoração incondicional que Jesus espera da sua Igreja. O leproso não esperou ser curado para depois adorar a Jesus, ele adorou primeiro.

Infelizmente há dois tipos de pessoas que se multiplicam dentro das igrejas. O primeiro tipo é semelhante aos samaritanos: adoram a quem não conhecem . Jesus disse isso com todas as letras para a mulher samaritana. Adorar a quem não se conhece é uma ação nula em si mesma, pois a adoração a Deus não é por nenhuma outra razão senão pelo fato de Ele ser quem é! O segundo tipo pode ser comparado aos pagãos mencionados por Paulo em Romanos 1. São aqueles que tendo o conhecimento de Deus não O adoraram como Deus nem o serviram.

Jesus disse para a mulher samaritana que a hora tinha chagado quando os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai aonde quer que estivessem e não apenas “neste monte ou em Jerusalém”.

Adoração é a maior expressão de integridade e amor que um cristão deve render a Deus. Para Jesus a adoração não se centra num ritual especifico, mas numa vida inteira de rendição e exaltação do senhorio de Deus. O louvor só pode ser extraído dos lábios, mas a adoração não. Ela sai do coração regenerado, das ações diárias de uma pessoa que verdadeiramente teve um encontro com Deus.

Autor: Missionário Rosivaldo

A pérola de valor incomparável

Há muitos anos, um americano chamado David Morse, vivia e trabalhava na Índia, onde fez amizade com Rambhau, um mergulhador que retirava pérolas no mar. Muitas foram às vezes em que Morse passou o final do dia na casinha de Rambhau, lendo a Bíblia para ele e explicando-lhe a essência desse livro: o amor de Deus e a salvação através de Jesus.

Rambhau gostava de ouvir a Palavra de Deus. Mas, sempre que Morse lhe perguntava sobre aceitar Jesus como Salvador, ele balançava a cabeça negativamente dizendo:"Não consigo aceitar a maneira cristã de chegar ao Céu. Para mim ela é fácil demais! Se eu ganhasse o direito de entrar no Céu dessa forma, me sentiria um pobretão, um mendigo que entrou por causa da compaixão de alguém. Talvez seja orgulho da minha parte, mas quero fazer por merecer o meu lugar no Céu. Quero conquistá-lo com esforço próprio”. Nada que Morse dizia fazia Rambhau mudar a sua decisão.

Os anos passaram; uma noite Rambhau bateu à porta de Morse: Venha à minha casa, preciso lhe mostrar algo; daqui a uma semana começarei a trabalhar para conquistar o meu lugar no céu, estou mudando para Nova Déli, e irei engatinhando.

- Isso é loucura! - exclamou Morse, são 1.600 quilômetros, você vai machucar os joelhos e, se conseguir chegar lá, já estará com o sangue contaminado!

- Mas eu preciso ir para Nova Déli - reafirmou Rambhau; os imortais me recompensarão por este ato, o sofrimento será tranqüilo, através dele, adquirirei o direito de ir para o Céu!

Rambhau saiu da sala por um instante, retornando com um cofre nas mãos, com os olhos cheios de lágrimas, disse: Há anos eu tenho este cofre, só guardo uma coisa dentro dele, eu tive um filho...  Mas como vou partir em breve e não sei se voltarei, preciso lhe contar o que aconteceu. 

- O meu filho também era mergulhador, o melhor no litoral indiano. Era rápido, tinha olhos de águia, braços fortes e o melhor fôlego dentre todos os mergulhadores. Ele me trazia muita alegria, sempre sonhou encontrar a pérola perfeita,como você sabe, continuou Rambhau, a maioria das pérolas tem algum defeitinho ou mancha que só um perito consegue detectar; um dia ele encontrou a melhor de todas! Mas ficou muito tempo debaixo d'água e logo que veio à tona morreu. Ele deu a vida por aquela pérola.

- Guardei esta pérola todos estes anos. Como agora vou partir e talvez não volte mais, quero dá-la a você, o meu melhor amigo. Girando o segredo do pequeno cofre, retirou um embrulho muito bem feito. Abrindo-o e retirando o algodão delicadamente, revelou uma pérola gigantesca que colocou na mão de Morse.

Era uma das maiores pérolas já encontradas no litoral indiano; ela tinha um brilho que as pérolas cultivadas não têm, valia uma quantia vultosa no mercado!

Aquele seria o momento perfeito que ele tanto pedira a Deus, para ajudar Rambhau a entender o sacrifício de Jesus. 

- Rambhau - ele disse. - É uma pérola maravilhosa, deslumbrante, quero comprá-la, eu lhe dou dez mil dólares por ela.

 - O quê? Não estou entendendo! Declarou Rambhau. - Então eu lhe dou quinze mil dólares por ela. Se valer mais, vou trabalhar até conseguir adquiri-la. 

- O valor desta pérola é incomparável, disse Rambhau,Ninguém neste mundo tem dinheiro suficiente para pagar o que esta pérola vale para mim; no mercado ela seria vendida por mais de um milhão de dólares. Não vou vendê-la para você. Eu quero lhe dar esta pérola.

- Não, Rambhau, não posso aceitar esse presente; por mais que queira essa pérola, não posso aceitá-la assim. Talvez seja orgulho, mas é fácil demais. Preciso fazer por merecê-la, trabalhar para conquistá-la por esforço próprio.

- Você não entendeu nada, amigo. Não está vendo que esta pérola custou a vida de meu filho? Eu jamais a venderei, ela vale o sangue do meu filho; Não posso vendê-la, mas posso dá-la. Simplesmente aceite-a como um sinal do meu amor por você.

Morse, contendo as lágrimas e sem conseguir dizer nada por um momento, segurou a mão do velho. - Rambhau,disse ele baixinho. - Não está vendo que o que eu estou lhe dizendo é exatamente o que você tem dito a Deus este tempo todo?

Aos poucos, o mergulhador começou a entender. Deus está lhe oferecendo a salvação de graça. Ela é de um valor incomparável. Ninguém jamais poderia comprá-la. Milhões de dólares são insignificantes. Não existe pessoa na Terra que poderia fazer por merecê-la. Ninguém merece a salvação. Custou o sangue do único filho de Deus. É o único caminho para o Céu. Nem fazendo centenas de peregrinações, e esperando um milhão de anos, você conseguiria obtê-la. Só precisa aceitá-la como um sinal do amor de Deus por você, que é um pecador.

- Rambhau, é claro que eu humildemente aceito esta pérola, pedindo a Deus que eu seja digno desse amor que você tem por mim. Mas por que você também não aceita, humildemente, o maravilhoso presente que Deus quer lhe dar, o céu, que custou a vida do Seu filho?

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto do velho. A nuvem que encobria o seu entendimento começou a se desvanecer.  Agora entendo, eu não podia acreditar que a salvação fosse de graça, algumas coisas são valiosas demais para serem compradas ou para alguém ser digno delas. Eu aceito a salvação que Jesus me oferece, amigo!

A bondade divina é riquíssima, como é revelado em tudo quanto Ele fez por nós por intermédio de Jesus Cristo. A salvação não é uma recompensa pelo bem que fizemos, portanto nenhum de nós pode obter qualquer mérito por isto.

Desconhecemos o autor desta história, portanto não podemos comprovar sua autenticidade. Mesmo assim, representa vividamente uma verdade que às vezes é difícil de entender.

O Valente da Aldeia

Havia uma aldeia que possuía entre seus membros um guerreiro. Um combatente que treinava todos os dias buscava as melhores armas e estava pronto para defender sua aldeia do ataque inimigo. Como já fizera algumas vezes com sucesso. O tempo foi passando e, acostumado à paz e sossego entre seus familiares e amigos, o valente parou de treinar.

E admirando o estilo de vida de seus familiares e amigos um dia quis ser como eles. Deixou as armas de lado e passou a agir igual a todo mundo sem preocupar-se em defender a aldeia. E com o apoio da comunidade: "Venha divertir-se um pouco conosco; "Que mal que faz?" 

Passaram-se mais alguns dias... O inimigo vigiava de longe e foi se aproximando. Sabiam de tudo.

O Mal se organizou e foi cavalgando até a aldeia para espalhar a morte e o terror. Queriam sangue, destruição, queriam matar, saquear e destruir a aldeia e os familiares e amigos do valente. 

Anoiteceu. 
Chegaram sem que ninguém houvesse percebido, quando todos festejavam, e foram pegos de surpresa. A carnificina começara... Alguém lembrou do único combatente e defensor da aldeia e foram correndo chamá-lo. Ao encontrarem sua tenda encontraram-no dormindo após a orgia e bebedeira. Ao acordá-lo lhe disseram: 

- O inimigo nos encontrou! Pelo amor de Deus! Proteja-nos!
- Você treinou a vida inteira para isso! Onde estão suas armas?
- Eles são muitos, mas você já os derrotou no passado e pode derrotá-los agora não é mesmo?????
- Rápido !!! Por ali !!! 

Ainda anestesiado pela festa, mas consciente do que estava havendo, ouvindo gritos e vendo as labaredas de fogo saindo da boca do Mal, teve medo. Ainda assim, tentou lutar, mas não estava preparado. Já esquecera como se combatia este inimigo. Já esquecera os golpes e já havia há muito abandonado suas armas... 

Amanheceu...
A aldeia fora dizimada e o valente derrotado e humilhado.

Seu corpo tornou-se peça de zombaria por parte do exército inimigo... que se instalou no local, tomando posse da terra e dos pertences da comunidade. 

(...) Trazendo esta ilustração para nossas vidas, podemos fazer uma comparação interessante: Existem muitas famílias e círculos de amigos que dependem da Fé e intercessão de um Valente, aquele Crente, Servo do Senhor, Filho do Deus Vivo, que se por um lado, evangeliza estes mesmos amigos e familiares esforçando-se por levá-los a Jesus, por outro lado, recebe em troca convites indecentes para relaxar e desfrutar os prazeres do mundo com eles. 

Mas ele se nega e permanece firme na Palavra de Deus, treinando todos os dias, ou seja, orando, jejuando e lendo as Sagradas Escrituras, intercedendo junto ao Pai pelas vidas que ainda não entenderam ou não aceitaram o Plano de Salvação: seus entes queridos. Por este motivo, seus amigos e familiares por muitas vezes foram libertos do Mal e alcançaram bênçãos e a misericórdia de Deus. 

Mas... O dia em que o Valente Cristão Evangélico relaxar, "parar de treinar", e abandonar as suas "armas", a "aldeia" pode ser atacada de surpresa... Se você se encaixa nesta ilustração, este alerta é para você meu irmão/irmã em Cristo. 

Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar (IPe 5:8). 

Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na FORÇA do seu PODER.

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.

Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, orando por todos os santos (Ef 6:10-18). Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. 

Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo (IJo 3:8).

Autor: Ricardo Miranda

QUER SER UM DISCÏPULO?

Ande com Deus 
Colossenses 2.5-7 = “Pois ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo em espírito estou convosco, regozijando-me, e vendo a vossa ordem e a firmeza da nossa fé em Cristo. Portanto, assim como recebestes  a Cristo Jesus, o Senhor, assim também andai nele, arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças”.

Viva a Palavra 
Colossenses 3.16-17 = “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com gratidão em vossos corações. E tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.

Contribua na obra
Colossenses 1.28-29 = “A ele anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.”

Cause Impacto no mundo
Colossenses 4.5-6 = “Andai em sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem cada oportunidade. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como deveis responder a cada um”

MÉTODO UTILIZADO POR JESUS PARA FAZER DISCÍPULOS

Concentrando-se em poucos:
Marcos 3-14-19 = “Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios...”

Selecionando-os com cuidado 
Lucas 6.12,13  = “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome  de apóstolos..  

Treinando-os 
Marcos 3.13-14 = Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele...”

Jesus quer que cada cristão chegue à maturidade para fazer discípulos. Para isso é necessário
Passar do estágio de apenas crer para o de persuadir outros a crerem.
Ajudar os novos crentes a entender sua fé, encorajá-los a seguir Jesus, transmitindo fé aos outros

Confira a Grande Comissão apresentada pela Bíblia no Novo Testamento:
Mateus 28.18-20: (Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.  

Marcos 16.15 a 18: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado...”;

I Corintios 3.6: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento”. 
           
E você? Tem feito a sua parte?

domingo, 30 de março de 2014

Torna-te Padrão dos Fiéis na Fé - Clodoaldo Machado


Por que estudar ética?



por John Frame 

Devemos estudar ética pela seguintes razões, pelo menos:

Os servos de Jesus são aqueles que têm seus mandamentos e os guardam (Jo 14.21). Jesus repete isso várias vezes: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14.15; cf. v. 21,23; 15.10; 1Jo 2.3-5; 3.21-24; 5.3). O "novo mandamento" de Jesus é "que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (Jo 13.34). O amor deve ser a marca da igreja, distinguindo-a do mundo: "Nisto conhecereis todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" (v.35). Isso não quer dizer que somos salvos pelas obras, pela obediência ou por guardar os mandamentos. Significa simplesmente que, se desejamos ser discípulos de Jesus, devemos nos dedicar a fazer boas obras (Tt 3.8; cf. Mt 5.16; Ef 2.10; 1Tm 2.10; 5.10; 6.18; 2Tm 3.17; Tt 2.7,14; 3.14; Hb 10.24; 1Pe 2.12). Se temos de praticar boas obras, devemos saber quais obras são boa e quais são más. Portanto, precisamos estudar ética.

Um dos propósitos da Escritura é incentivar o comportamento ético. A conhecida passagem de 2Tm 3.16-17 afirma: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Observe o foco ético aqui. Deus inspirou as palavras das Escrituras para que possamos ser treinados na justiça, a fim de que estejamos habilitados pra toda boa obra. Obviamente, a Escritura tem também outros propósitos. Muitos já enfatizaram que ela testemunha de Cristo, e ela faz isso (Lc 24.27; Jo 5.39). Mas a Escritura apresenta Cristo como aquele que nos qualifica para sermos luzes no mundo (Mt 5.14). Consequentemente, grande parte da Escritura é dedicada a definir e motivar nossas boas obras.

Em certo sentido, tudo na Bíblia é ético. Mesmo quando a Escritura expõe proposições doutrinárias, ela as apresenta como proposição que devem ser cridas. Esse dever é um dever ético. De fato, todo o conteúdo da Escritura deve ser crido e gerar ação. A Bíblia inteira trata de ética. E, é claro, a Bíblia não é apenas ética, mas também narrativa, e para compreender a história da redenção precisamos recorrer a tudo na Escritura. Então, toda a Bíblia é tanto narrativa quanto ética. Do mesmo modo, a Bíblia inteira é verdade doutrinária, sabedoria, evangelismo, apologética, e assim por diante. Porém, não teremos entendido a Bíblia até termos entendido sua ética.

Esse é outro modo de dizer, como fiz em DCD [1], que a teologia é "a aplicação da Palavra de Deus, pelas pessoas, a todas as áreas da vida". Qualquer estudo ou ensino da Bíblia é uma tentativa de responder às questões humanas e satisfazer necessidades humanas. Essas questões ou necessidades podem ser relativamente teóricas (p. ex., "Qual é o significado de ratzah no sexto mandamento?") ou relativamente práticas (p. ex., "Quando devo desligar os aparelhos que mantêm o meu pai moribundo com vida?"). Porém, são todas práticas no sentido de que lidam com questões e necessidades humanas. Nesse sentido, toda teologia é voltada para as pessoas para ajuda-las a pensar e a viver para a glória de Deus. Assim, toda teologia envolve ética. 

O estudo da ética é extremamente importante para nosso testemunho ao mundo. Vivemos numa era em que as pessoas estão muito preocupadas com a ética. Todos os dias a mídia traz à mente questões de guerra e paz, meio ambiente, poderes públicos, aborto e eutanásia, pesquisa genética, etc. Muitas pessoas parecem ter certeza das respostas a essas questões éticas. Porém, quando você investiga profundamente as posições delas, descobrirá que essa convicção é geralmente baseada em pouco mais que consenso partidário ou sentimentos individuais. Todavia, a Bíblia realmente nos dá uma base para julgamentos éticos: a revelação do Deus vivo. Portanto, as discussões sobre questões éticas abrem uma larga porta para o testemunho cristão. 

As pessoas estão muito mais dispostas a discutir ética do que provas teístas ou mesmo "argumentos transcendentais". Hoje em dia, a filosofia não é algo excitante; muitos não querem sequer ouvir testemunhos pessoais ou o simples evangelho. Mas eles se importam sobre o certo e o errado. Por isso, os cristãos que conseguem falar sobre ética de modo convincente têm uma grande vantagem apologética e evangelística.

É verdade que hoje muitos não querem ouvir esse testemunho. Eles consideram o cristianismo apenas uma posição "religiosa" e, consequentemente, algo que não deve ser discutido na esfera pública. No entanto, esse ponto de vista é completamente absurdo e essa irracionalidade precisa ser questionada. Por que posições religiosas devem ser excluídas do debate, especialmente considerando que posições seculares não têm conseguido apresentar uma base convincente para julgamentos éticos? Como demonstrarei neste livro, as principais correntes de pensamento dos séculos 20 e 21 faliram, confessadamente incapazes de fornecer qualquer base para distinção entre o certo e errado. Creio que muitas pessoas hoje estão famintas por respostas e desejosas de olhar até mesmo para posições religiosas para encontra-las.

Também argumentarei que toda ética é religiosa, mesmo quando tenta ser secular. No final, toda ética pressupõe valores definidos. Requer sujeição a alguém ou a algo que exige devoção e governa todos os pensamentos. Esse tipo de sujeição não se distingue da devoção religiosa, mesmo não envolvendo práticas litúrgicas. Portanto, a linha entre a ética religiosa e a secular é distinta; é arbitrário usar essa distinção para determinar quem está qualificado para participar de uma conversa sobre ética.

Porém, mais importante do que a habilidade de conversar sobre ética é a habilidade de viver seus princípios. Isso é verdade acerca do nosso testemunho ao mundo. As pessoas veem como vivemos. Mesmo cristãos que são desarticulados ou pouco eloquentes podem exercer um grande impacto por meio de suas ações. É isso que Jesus comenta acerca da importância das nossas obras para o nosso testemunho: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus" (Mt 5.16).

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Nota:
[1] DCD: Doutrina do Conhecimento de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2012

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Fonte: FRAME, John. A Doutrina da Vida Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013. Pags. 30-32

A máscara cristã do dualismo

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Por  Thomas Magnum


As religiões de mistério são conhecidas por suas crenças dualistas. O dualismo é a teoria de interpretação que explica determinada situação ou âmbito em termos de dois fatores ou princípios opostos entre si. De modo geral, os dualismos são classificações duplas que não admitem graus intermediários. Basicamente existem três tipos de dualismo: o metafisico, o epistemológico e o religioso. Nesse artigo iremos nos ater ao último, veremos como muitas práticas religiosas de igrejas neopentecostais tem uma filosofia dualista que não condiz com a soberania do Deus revelado nas Escrituras. O dualismo religioso afirma que no mundo, há duas forças mutuamente hostis, sendo que uma delas é a origem de todo bem, e a outra, a origem de todo mal. O tipo de dualismo mais antigo é visto na antiga religião iraniana, geralmente associada ao nome de Zoroastro, em que Ahura Mazda e Arimânio representam a projeção para uma cosmologia do bem e do mal, respectivamente. O universo torna-se um campo de batalha [1].

Das religiões de mistério ao Cristianismo

Podemos realizar uma constatação histórica do dualismo presente tanto no antigo Egito, como nas crenças posteriores, na Grécia e em Roma. Essa involução posterior que chegou ao cristianismo medieval, levou o cristianismo a uma religião do medo que foi arraigada para manter a fidelização, tanto de monarcas como de plebeus. Com a reforma protestante, a ênfase teológica na soberania de Deus foi novamente esboçada na pregação e na pena dos reformadores. Ao seguirmos na história, chegando ao século XX, observamos o ressurgimento de filosofias neoplatônicas sobre o dualismo existencial, consequentemente isso desembocou na religião. Por isso vemos várias formas de dualismo impresso em muitas seitas [2].

Satanás tem poder sobre os crentes?

Tá amarrado, tá repreendido, quem nunca ouviu essas expressões ditas por alguém? Certa vez passava por uma rua e uma mulher que tinha em média trinta e oito anos, repreendia o diabo porque não estava conseguindo fazer uma ligação em seu celular. Em outra ocasião ouvi um testemunho de uma irmã que repreendeu o demônio que estava no cadeado do portão de sua casa. É comum ouvirmos tá amarrado, tá repreendido em nome de Jesus... , palavras mágicas como abracadabra se assemelham a esse processo de esconjurar o demônio. A origem ocultista da palavra abracadabra se dá por um encantamento medieval usado para curar doenças ou afastar problemas iminentes. Acreditava-se que a palavra era especialmente eficaz, quando inscrita num amuleto [3]. A prática de colocar o copo com água sobre a televisão ou rádio para que o “pastor” realize uma oração, amarre e determine,  são amuletos, ocultismo. Palavras usadas de formas mágicas, são amuletos. Não lemos na Bíblia Jesus ou os apóstolos amarrando demônio nenhum. Talvez alguém diga que Bíblia não proíbe, então, podemos fazer. A diferença entre o católico e o protestante é justamente essa, um católico dirá que a Bíblia não fala nada contra venerarmos os santos do passado, logo, podemos venerá-los. O protestante afirma, a Bíblia não ordena a veneração dos santos, logo, não podemos fazer [4].  

Deus é o regente do universo

A Bíblia nos dá abundante prova que Deus é soberano, e que Ele governa todas as coisas. "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco", I Tessalonicenses 5.18. Observe nesse texto que, tudo que acontece só acontece se for da vontade de Deus. "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito"Romanos 8.28. E ainda observamos nas palavras de João, "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca", I João 5.18. Claro que não ignoramos que o Diabo vem para matar, roubar e destruir, mas, somos guardados por Deus; "Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome", João 17.12. "fostes selados com o Espírito Santo da promessa", Efésios 1.13. Mesmo as atuações de Satanás são controladas por Deus, ele não tem o mesmo poder que Deus tem. Satanás é criatura, Deus é criador. Veja a história de Jó, Satanás foi a Deus e quis provar Jó, mas, na realidade era o Diabo que estava sendo provado, Deus sabia quem era o Diabo e quem era Jó: "E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal", Jó 1.8. "Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e o que os transtorna no seu furor", Jó 9.5. "Abaixa, ó Senhor, os teus céus, e desce; toca os montes, e fumegarão". Salmos 144.5. "Deus domina grandiosamente em sua criação; Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Isaías 46.9. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna". Isaías 26.4. 

Os decretos e a Providencia de Deus 

Observamos na Confissão de Fé de Westminster: 

Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor.
Ne 9.6; Sl. 145.14-16; Dn 4.34-35; Sl 135.6; Mt 10.29-31; Pv 15:3; II Cr 16.9; At 15.18; Ef. 1.11; Sl 33.10-11; Ef. 3.10; Rom 9.17; Gn 45.5.
Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou contingentemente.
Jr 32.19; At 2.13; Gn 8.22; Jr 31.35; Is10:6-7. 
Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio.
At 27.24, 31; Is 55.10-11; Os 1.7; Rm 4.20-21; Dn 3.27; Jo 11.34-45; Rm 1.4. 
(CFW, Cap. V - I, II e III.)  

Conclusão 

Defender essa espécie de dualismo cristão, no que diz respeito a um Deus que mede forças com Satanás é heresia. Deus é soberano e tem o controle de tudo em suas mãos. A igreja é de Deus, Ele comprou com seu próprio sangue (Atos 20.28). O que necessitamos mais do que nunca é discernimento Bíblico, conhecimento da Sagrada Escritura, voltemos ao Evangelho. 

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Notas:
[1] Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja cristã, Vida Nova - Walter A. Elwell
[2] Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, Vida- George Mather e Larry Nichols
[3] Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo, Vida- George Mather e Larry Nichols
[4] O Culto segundo Deus, Vida Nova- Augustus Nicodemus Lopes 

A direita e a esquerda



Por Gene Edward Veith Jr.


Parte da dificuldade em reconhecer o fascismo é o pressuposto de que ele é conservador. Sternhell observou como o estudo da ideologia foi obscurecido pela "interpretação oficial marxista do fascismo". O marxismo define o fascismo como seu extremo oposto. Se o marxismo é progressivo, o fascismo é conservador. Se o marxismo é de esquerda, então o fascismo é de direita. Se o marxismo defende o proletariado, o fascismo defende a burguesia. Se o marxismo é socialista, o fascismo é capitalista.
A influencia da escola marxista distorceu seriamente nossa compreensão sobre essa questão. O comunismo e o fascismo foram marcas rivais do socialismo. Enquanto o socialismo marxista pregava a luta de classes internacional, o nacional-socialismo fascista promoveu um socialismo centrado na unidade nacional. Tanto comunistas como fascistas se opunham à burguesia. Ambos atacavam os conservadores. Ambos foram movimentos de massa, que tinham uma simpatia especial pela intelligenstia, pelos estudantes e pelos artistas, assim como pelos trabalhadores. Ambos eram favoráveis a governos fortemente centralizadores e rejeitavam a livre economia e os ideais da liberdade individual. Os fascistas não se viam como de direita nem como de esquerda. Eles acreditavam que constituíam uma terceira força, que sintetizava o melhor dos dois extremos. Há importantes diferenças e amargos antagonismos ideológicos entre o marxismo e o fascismo; mas sua oposição mútua não deveria disfarçar seu parentesco como ideologias socialistas revolucionárias.
Tampouco as figuras de linguagem como direita e esquerda ou construções artificiais como reacionários e radical deveriam obscurecer o modo de pensar que permeia um largo espectro de posições políticas e sociais. A metáfora de esquerda e direita que retrata as duas ideologias revolucionárias como opostos extremos é profundamente enganadora. Jaroslav Krejci mostrou a inadequação da "imagem unilinear" de esquerda vs. direita. Ele indica que a metáfora vem da arrumação dos bancos no parlamento francês depois da Revolução. Politicamente, os que ficavam sentados à direita eram favoráveis a um monarca absoluto. Economicamente, eles eram favoráveis aos monopólios do governo e a uma economia controlada. Os que se sentavam à esquerda eram favoráveis à democracia, à economia de livre mercado, e à liberdade individual.
Tal metáfora espacial correspondia bem à geometria cartesiana do Iluminismo e às opções políticas do século 18, mas não funciona como um modelo da política do século 20. Em termos do modelo original, os conservadores norte-americanos que almejavam menos governo e confiavam no livre mercado seriam de esquerda. Os liberais que pretendiam uma economia mais direcionada pelo governo seriam de direita. Liberal e conservador são em si mesos termos relativos - dependentes do que cada um tem de manter. Os liberais do século 19, com sua economia de livre mercado e resistência aos controles governamentais, são os conservadores do século 20.
Quando pensamos em alternativas socialistas, como Krejci nos mostra, os limites de esquerda e direita se tornam sem sentido. Os marxistas declaram a prática da economia controlada e têm um governo geral forte e autoritário com controles rígidos sobre suas populações. Eles deveriam se sentar na ala direitista do parlamento francês. Por outro lado, os marxistas são revolucionários e assim são certamente anti-conservadores. O socialismo fascista, apesar de suas diferenças com o marxismo, é semelhante a este quanto a uma economia controlada, um forte governo central e um controle rígido sobre o populacho e, ao mesmo tempo, cultural e intelectualmente radical. Entretanto, como Krejci, diz "apesar das muitas afinidades entre eles, os comunistas continuam a ser visto como de extrema esquerda e os nazistas como de extrema direita". Como resultados, aqueles que acham que estão sendo esquerdistas "politicamente corretos" acusam os conservadores de "direita" de estar sendo fascistas, mas não se lembram das tendências fascistas que eles mesmos têm.

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Fonte: VEITH Jr, Gene Edward. O fascismo moderno. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. págs.: 24,25

Por que nao deram agua a Jesus?



Interessante sua pergunta, pois eu mesmo não tinha parado para pensar a razão de terem dado vinagre ao Senhor na cruz, e não água. Em um determinado momento oferecem a Jesus vinagre misturado com mirra, que era um anestésico e o Senhor recusou-se a beber. Isso parece ter acontecido ainda antes da crucificação, quando chegaram ao Gólgota, e devia fazer parte do processo de execução do condenado, como em alguns países quando aplicam um sedativo no preso que será executado.



"E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que se diz: Lugar da Caveira, deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber." (Mt 27:33-34)

E havia o vinagre, que ele aceitou quando disse que tinha sede, pouco antes de entregar sua vida e morrer.

"Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num híssope, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito." (Jo 19:28-30)

Segundo o "Concise Bible Dictionary", vinagre nos evangelhos "era um vinho azedo que podia ser chamado tanto vinho como vinagre, enquanto outras palavras eram usados para o vinho de melhor qualidade. Era a bebida dos ceifeiros e dos soldados romanos. Ele aparece como uma bebida embriagante e que irrita os dentes. 'O que canta canções para o coração aflito é como aquele que despe a roupa num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.' (Pv 25:20). Sua acidez é mencionada em Provérbios 10:26: 'Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.' Foi oferecido ao Senhor vinagre misturado com mirra ou fel, e ele se recusou a bebê-lo; porém ele aceitou o vinagre quando disse 'tenho sede', em conformidade com a profecia que dizia 'na minha sede me deram a beber vinagre.' (Sl 69:21)".

O fato de ele ter se recusado a beber o vinagre anestésico foi por querer sofrer de forma consciente por nossos pecados. Mas ao aceitar o vinagre puro dos soldados, quando pediu por água, ele estava demonstrando tanto o fato de mais uma profecia estar se cumprindo (Sl 69:21), como também a outra profecia que dizia: "Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei." (Sl 69:20).

A Palavra de Deus, que aqueles judeus conheciam tão bem, dizia: "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber" (Pv 25:21). Todavia, em sua hora de maior sofrimento, quando a sede de Jesus fazia sua língua inchar e grudar no interior da boca, ao invés de darem água para mitigar sua sede os homens lhe deram a bebida mais azeda encontrada na face da terra, e isto para causar mais sede.

Será que poderia haver alguma dúvida da maldade do coração do homem ao tratar assim o Filho de Deus? Os homens que o trataram assim talvez tenham sido curados e alimentados por ele dias antes, ou tinham amigos ou parentes que foram beneficiados, mas ainda assim prevaleceu o ódio e inimizade contra Deus que todos nós, por natureza, trazemos no coração. Esta é a descrição que Deus dá do ser humano em sua natureza arruinada herdada de Adão, e isto inclui eu e você:

"Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos." (Rm 3:12-18)

Acho engraçado quando alguém questiona a Palavra de Deus, dizendo que se Deus existe por que permite tanta maldade no mundo. Talvez seja porque quando o seu Filho teve sede nós lhe demos vinagre ao invés de água, como daríamos até a um cão. E se demos vinagre provavelmente isso foi porque teria sido muito complicado colocarmos sal numa esponja na ponta de uma vara para dar a ele. Se fosse fácil, teríamos dado sal.

O vinagre como resposta ao pedido de água feito por Jesus foi nosso último ato de crueldade ao nos despedirmos do Filho de Deus. E se não bastasse, minutos depois seu cadáver seria profanado quando o soldado furou o seu lado com uma lança, mesmo sabendo que ele já estava morto. Ferir um cadáver é algo abominável, por mais que seja o de um inimigo.

"E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Eis que chama por Elias. E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo." (Mt 15:34-36)

"Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água." (Jo 19:33-34)

"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque... tive sede, e destes-me de beber." (Mt 25:34)

por Mario Persona