Mateus iniciou seu livro com uma genealogia, sem dúvida não é bom jornalismo. Uma lista de quem gerou quem não conseguiria passar por muitos editores.
Mas por outro lado, Mateus não era jornalista e o Espírito Santo não tentava captar nossa atenção. Estava destacando um ponto. Deus tinha prometido que proveria um Messias por meio da descendência de Abraão (Gênesis 12:3), e assim o fez.
"Você tem dúvidas sobre o futuro?", pergunta Mateus. "Dê simplesmente uma olhada no passado". E com isso abre o cofre da linhagem de Jesus e começa a tirar os panos ao sol.
Acredite, você e eu teríamos guardado algumas dessas histórias no guarda-roupa. A linhagem de Jesus não parece em nada com a lista do Instituto para aureolas e harpas. Parece mais com a lista dominical de ocupantes do cárcere do condado.
Inicia-se com Abraão, o pai da nação, que mais de uma vez mentiu como Pinóquio com a única finalidade de salvar seu pescoço (Gênesis 12:10-20).
Jacó, o neto de Abraão, era mais trapaceiro que um expert em baralhos de Las Vegas. Enganou seu irmão, mentiu para seu pai, foi logrado e depois trapaceou a seu tio (Gênesis 27:29).
Judá, o filho de Jacó, estava tão cegado pela testosterona que alugou os serviços de uma prostituta, sem saber que era sua nora! Quando soube de sua identidade, ameaçou queimá-la por prostituição (Gênesis 38).
Faz-se uma menção especial à mãe de Salomão, Bate-Seba (que tomava banho em lugares duvidosos) e do pai de Salomão, Davi, o qual observou o banho de Bate-Seba (2 Samuel 11:2-3).
Raabe era uma prostituta (Josué 2:1). Rute, uma estrangeira (Rute 1:4).
Manassés forma parte da lista, e obrigou seus filhos a passar pelo fogo (2 Reis 21:6). Seu filho Amom está na lista, ainda que tenha rejeitado a Deus (2 Reis 21:22).
Parece que quase a metade dos reis eram trapaceiros, outro tanto embusteiros e todos, exceto um punhado deles, adoravam um ídolo ou, como se isso fosse pouco, dois ídolos.
E assim se compõe a lista dos não tão maravilhosos bisavôs de Jesus. Aparentemente o único laço comum entre este grupo era uma promessa. Uma promessa do céu de que Deus os usaria para enviar seu Filho.
Por que Deus usou estas pessoas? Não era necessário que o fizesse. Poderia ter colocado simplesmente o Salvador diante de alguma porta. Teria sido mais simples dessa forma. E por que Deus nos relata suas histórias?
Por que Deus nos dá um testamento completo de faltas e tropeços de seu povo?
Simples. Sabia que você e eu vimos as notícias ontem à noite. Sabia que ficaríamos agitados. Sabia que nos preocuparíamos. E quer que saibamos que quando o mundo enlouquece, Ele permanece em calma.
Você quer provas? Leia o último nome da lista. Apesar de todas as auréolas tortas e as cambalhotas de mau gosto de seu povo, o último nome da lista é o primeiro que foi prometido: Jesus.
"José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo" (Mateus 1:16, ACF).
Ponto. Não se enumeram mais nomes. Não são mais precisos. Como se Deus anunciasse a um mundo hesitante: "Vejam, eu o fiz. Assim como prometi que o faria. O plano teve êxito".
A fome não pôde matá-lo de fome.
Quatrocentos anos de escravidão egípcia não puderam oprimi-lo.
As peregrinações pelo deserto não puderam perdê-lo.
O cativeiro babilônico no pôde detê-lo.
Os peregrinos com pés enlameados não puderam arruiná-lo.
A promessa do Messias vai enfiando quarenta e duas gerações de pedras em bruto, até formar um colar digno do Rei que veio. Assim como prometeu.
E a promessa continua de pé.
"Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo" (Mateus 24:13, ACF).
"No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33, ACF).
O motorista não abandonou o trem. A guerra nuclear não é uma ameaça para Deus. as economias não intimidam os céus. Líderes mortais jamais descarrilaram o plano.
Deus cumpre sua promessa.
Observe você mesmo. No presépio. Ali está Ele.
Observe você mesmo. No túmulo. Ele foi embora.
Extraído do Livro Quando Deus Sussurra o seu nome de Max Lucado
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