Por Norma Braga
Nos dias 15 e 16 de novembro, haverá o Congresso dos Jovens da Igreja Presbiteriana Paulistana, e o rev. Davi Charles Gomes gravou o vídeo abaixo explicando o que é a antítese (conceito reformado do qual venho tratando também em minhas palestras).
No mesmo dia em que vi o vídeo, li esse trecho fantástico de Roots of Western Culture, de Herman Dooyeweerd, p. 93:
A revelação divina conecta o temporal com o eterno. Deus é o Eterno que se revela ao homem no tempo. Cristo Jesus, a Palavra que se tornou carne, é a plenitude da revelação divina. É justamente essa revelação que representa a grande pedra de tropeço para o pensamento arrogante do apóstata; o homem não deseja a revelação de Deus porque ela ameaça sua pretensa autossuficiência; Ele quer manter Deus a uma distância teorética infinita para que possa especular à vontade sobre "o Ser mais perfeito", um "Ser" alienado de tudo quanto toca a vida temporal. Mas Deus não respeita a divisão teórica humanamente forçada entre o tempo e a eternidade. Ele se revela em meio ao tempo. Pecadores redimidos por Cristo que ouvem essa revelação passam a orar: "Senhor, tem misericórdia de nós. Cobrimos Teu mundo com ódio, ira, sangue e lágrimas. E o Senhor está aqui e vê tudo isto!" Essa é a revelação de Deus em Sua Palavra e em todas as obras de Suas mãos! A revelação lança sobre a terra a antítese, dividindo pais e filhos, dispondo amigo contra amigo, causando divisões no interior das nações e colocando o homem contra si mesmo [ênfase minha]. "Não penseis que vim trazer paz à terra", disse o Salvador, "não vim trazer paz, mas espada" (Mateus 10.34).
Quanta riqueza em todas essas palavras (do vídeo e da citação)! Creio que não só os calvinistas reformados, mas todos os que zelam pela boa doutrina - sobretudo os mais jovens - , devem reter principalmente isto: precisamos viver dia a dia as implicações da antítese no coração, confrontando nossos pecados na graça de Deus e resistindo à tentação de viver a vida cristã apenas externamente - o que resultará em uma triste e penosa guerra sem frutos. "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as fontes de vida" (Pv 4.23).
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Fonte: Norma Braga
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