quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Afinal, qual o sentido da vida?


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Por Renato César


Eu diria que o grande tema da existência humana envolve a procura pela felicidade. Todos os dias surgem novas notícias de estilos de vida e métodos que prometem uma vida mais feliz. E na busca pela felicidade fazemos planos e nos dedicamos (embora alguns não) a alcançá-los. Mas, como cristãos, devemos nos perguntar: será esse o objetivo que Deus estabeleceu para nós, seres humanos?

Um cristão corretamente discipulado saberá que o homem não foi criado para ser feliz, mas para glorificar a Deus. Não nos faltam exemplos nas páginas da Bíblia de homens e mulheres de fé que passaram longe de uma vida feliz e confortável sob a perspectiva humana. Ao contrário, para alguns dos servos do Deus Altíssimo o serviço prestado era remunerado com sofrimento e seus frutos colhidos com lágrimas. Tais exemplos são suficientes para evidenciar a falta de afinação entre o famigerado conceito de felicidade que conhecemos e o presente nas palavras de Jesus, que escandalosamente chama “bem aventurados os que choram e sofrem perseguição por causa da justiça” (Mt 5:4,10).

Um dos maiores erros da humanidade é pensar que o sentido da vida é a felicidade. O ser humano não vem ao mundo para ser feliz. Quem vive em função desse objetivo, ao fim, encontrará tão somente a mesma frustração relatada por Raul Seixas em sua música “Ouro de Tolo”. Certamente, para todos que um dia realizaram seus objetivos, a pergunta que restará ao fim será: era só isso?

Não estou afirmando que não devemos buscar também nossa própria satisfação, mas que esta é secundária para aqueles que querem viver uma vida realmente com sentido. E este sentido é glorificar a Deus. 

Para concluir meu pensamento, quero deixar apenas uma pequena poesia para reflexão:

Cavamos cisternas para saciar a sede
Amontoamo-nos de bens
Fazemo-los nosso tesouro
Certos de comprar nosso regalo
Em busca da própria satisfação
E dizemos à nossa alma: deleita-te!

Logo das cisternas não se retira água
Cavamo-las mais uma vez
Esperançosos de que será suficiente
Cavamos de novo e novamente
Vão-se os dias, anos
Até que fartos e sem forças
Já não podemos carregar o que juntamos.

Que daremos pois ao Senhor da Terra
Quando nos cobrar a parte que lhe é devida?
Dir-lhe-emos: Perdoa-nos, Senhor
Tu nos deste a terra
Mas apenas lhe sugamos em nosso benefício.
E ele responderá: Na verdade, te digo:
Colheste apenas o que plantaste
E agora morres sem ter vivido.
Este, pois, será teu maior castigo:
Olharás para a vida que viveste
E nela não acharás sentido

Fonte: Jr 2.13 e Lc 12.16-21

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