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A TRIBULAÇÃO
Introdução - A ênfase da Bíblia na era da Igreja não está sobre o homem, mas sobre UM HOMEM, o Homem-Deus manifestado em carne, o Senhor Jesus Cristo. A ênfase da Tribulação também está sobre um homem, o qual será Satanás manifestado em carne - o Anticristo.
Na 1 Timóteo 3:16, Cristo é tratado como “o mistério da piedade”, isto é, Deus manifestado em carne. Como foi que Ele Se “manifestou em carne?” Tendo nascido de Maria (que era virgem), por obra do Espírito Santo, porque Ele era o Filho de Deus (Lucas 1:35).
Na 2 Tessalonicenses 2:7, o Anticristo é mencionado como “o mistério da iniqüidade”. Como Cristo nasceu de uma virgem, por obra do Espírito Santo, do mesmo modo, o Anticristo deve nascer por obra de Satanás. Então, Gênesis 3:15 se torna absolutamente claro: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. A semente da mulher foi Cristo e a da serpente, o Anticristo. Quando comparamos, diligentemente, Escritura com Escritura, podemos ver que o Anticristo não será outro, senão Judas Iscariotes. Consideremos os seguintes fatos:
1. - Jesus disse que Judas é um diabo (João 6:70-71).
2. - Jesus o chamou “filho da perdição” (João 17:12).
3. - Paulo se refere ao Anticristo como o “filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2:3).
4. - Perdição é um lugar (Apocalipse 17:8, 11).
5. - Judas foi para o seu próprio lugar (Atos 1:25).
6. - Conforme Apocalipse 17:8, a besta, ou anticristo é alguém que...
*foi
*não é (quando João estava escrevendo)
*há de subir do abismo
*irá à perdição.
I - O CARÁTER DO ANTICRISTO
Ele será um homem “complexo”. Será alguém que abraçará em seu caráter as habilidades e poderes de Nabucodonosor, de Xerxes, de Alexandre o Grande, e de César Augusto. Ele terá o admirável dom de atrair os homens não regenerados e a irresistível fascinação de sua personalidade, suas versáteis conquistas, sua sabedoria sobre-humana, sua grande habilidade administrativa e executiva, aliadas ao seu poder de consumado lisonjeador, brilhante diplomata, e soberbo estrategista, que vão torná-lo o homem mais notável e importante. Todos estes dons serão conferidos por Satanás à sua ferramenta humana transformada em super-homem.
O Anticristo vai posar de grande humanista, amigo dos homens e, principalmente, dos judeus, a quem ele vai convencer que vai deslanchar a “era de ouro” prevista pelos profetas e, por isto, os judeus vão recebê-lo como o Messias. Ele vai ludibriar a humanidade com uma forte ilusão e com um sucesso jamais vistos. Quando ele for assassinado e ressuscitar, não terá perdido nenhum dos seus poderes e ainda terá sido incorporado com todos os tipos de maldade e blasfêmia (Ver Daniel 7:25; 8:25; 2 Tessalonicenses 2:3-9).
Pelo fato de vir em paz, ele é retratado sobre um cavalo branco (Apocalipse 6), imitando Cristo, que vem montado num cavalo branco, em Apocalipse 19.
II - O REINADO DO ANTICRISTO
Ele vai reinar durante sete anos, ou seja, durante a 70ª. semana de Daniel 9:27: “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”.
Após o Arrebatamento da Igreja, os judeus não convertidos serão reunidos e levados de volta à sua terra. Nesse tempo, dez entre as nações que ocupam o antigo Império Romano (hoje União Européia) vão formar uma confederação política/eclesiástica. Entre os dez reis destas nações, vai surgir o Anticristo. Ele depressa vai provar que é um grande governante e vai se tornar o presidente dessa Confederação. O seu governo vai ser uma espécie de Monarquia Democrática. O seu presidente vai fazer uma aliança com o povo judeu, a qual pode ser no sentido de lhe devolver a própria terra. Qualquer que seja o caráter dessa aliança, ela será, conforme diz Isaías 28:15: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos”.
Durante três anos e meio, o presidente da Confederação vai cumprir a aliança feita. Depois, ele vai quebrá-la. Durante o restante do seu reinado, ele iniciará uma tremenda perseguição contra os judeus, na Grande Tribulação.
Em Apocalipse 13:3, lemos que uma das sete cabeças ou reis recebeu uma ferida mortal. Não está claro quem será. Supõe-se que seja a última, pois a besta tem todas as suas cabeças, antes de receber a ferida mortal. Em Apocalipse 17:11, o Anticristo é chamado “a besta, que foi, não é, há de subir do abismo e irá à perdição”. A melhor explicação para esta passagem é que o Anticristo quem irá receber essa “ferida mortal”, provavelmente da mão de um assassino. E quando o seu corpo estiver sendo preparado para o sepultamento, ele ressuscitará da morte (Apocalipse 13:14), numa imitação da ressurreição de Cristo, o que levará a Terra inteira a “se maravilhar após a besta”. Isto fará crescer o seu prestígio e poder. Se tal acontecer na metade da 70ª semana de Daniel, quando o dragão for expulso do céu, haverá grande chance deste se apossar do Anticristo, pois, antes de receber a ferida mortal, ele era dócil e amável. Após a sua ressurreição ou restabelecimento, ele vai se tornar demoníaco, em vista da encarnação do Dragão nele. Nesse tempo, ele vai quebrar a aliança feita com os judeus e vai profanar o Templo, colocando ali a “abominação de desolação”, ou seja, um ídolo desse mesmo “desolador”.
III - O PROFETA DO ANTICRISTO
Satanás é “o deus deste século” (ou Era) (2 Coríntios 4:4). Como deus deste século, ele vai querer imitar Deus. Assim como Deus enviou o Seu Filho (Jesus) ao mundo, Satanás enviará o Anticristo. Assim como Deus estava em Cristo, Satanás vai estar também, encarnado no Anticristo.
A - Cristo tem uma Igreja - a Ekklesia; o Anticristo também tem uma igreja - a sinagoga de Satanás (Apocalipse 2:9 e 3:9).
B - Cristo tem uma Noiva, a Igreja (Efésios 5:25-27); o Anticristo terá uma noiva - a “Mística Igreja Prostituta” (Apocalipse 17:1-16), [N.T.: emergindo, atualmente, imitando a igreja primitiva, com os seus falsos apóstolos e profetas].
C - Cristo tem uma taça - “O cálice do Senhor” (1 Coríntios 10:16 e 11:25); o Anticristo tem o “cálice dos demônios” (Idem, 10:21).
D - O ministério terreno de Cristo perdurou três anos e meio. Satanás vai reinar no Anticristo pelo mesmo espaço de tempo.
E - Cristo morreu aos 33 anos de idade; pode ser que o mesmo aconteça ao Anticristo, em cuja idade morreu Alexandre o Grande, “o grande chifre” do bode.
F - A Divindade é uma Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O propósito de Satanás, o deus deste século, é se manifestar numa trindade satânica, com três personagens: 1. o dragão - o anti-Deus; 2. a besta - o Anticristo; 3. o falso profeta - o Anti-Espírito.
O Anticristo deve ser um rei, para governar sobre um reino. Ele vai aceitar o reino deste mundo, o qual Satanás ofereceu a Cristo e Cristo recusou (Mateus 4:8-10). Ele vai se exaltar a si mesmo, afirmando que é Deus (2 Tessalonicenses 2:4). O falso profeta não será um rei; ele não se exaltará, mas exaltará a primeira besta (o Anticristo). Sua relação com a primeira besta será a mesma do Espírito Santo com Cristo. Ele vai levar a Terra e os que nela habitam a adorar a besta. Ele terá também o poder de doar a vida, imitando, assim, o Espírito Santo. Assim como os seguidores de Cristo são selados com o Espírito Santo para o dia da redenção (Efésios 4:30), também o Anticristo será selado pelo falso profeta para o dia da perdição. (Apocalipse 13:16-17).
O falso profeta será um grande “operador de milagres”. Conquanto Jesus tenha sido um grande operador de milagres, Ele fez poderosas obras no poder do Espírito Santo (Atos 10:38). Entre os milagres que o falso profeta vai operar, um deles será trazer “fogo do céu”. Como vimos, o mesmo também vai acontecer sob a ação das Duas Testemunhas (Apocalipse 11:1-14). Provavelmente, haverá um “duelo de fogo” entre o falso profeta e as Duas Testemunhas, como houve entre Elias e os falsos profetas de Baal, no Monte Carmelo, a fim de provar quem era realmente Deus. Que Satanás vai “energizar” o falso profeta, está claro, conforme Jó 1:16, onde lemos que Satanás, com a permissão de Deus, fez cair fogo do céu, para queimar o rebanho de ovelhas e os servos de Jó. Depois, o falso profeta vai ordenar que o povo faça uma “imagem da besta”.
A GRANDE TRIBULAÇÃO OU AS 42 SEMANAS
Introdução - Durante a primeira metade da Tribulação, os primeiros quatro selos serão abertos (Apocalipse 6:1-8). Durante esse tempo, haverá uma falsa paz instituída pelo “cavaleiro do cavalo branco” (o Anticristo). Os três selos seguintes indicam que, apesar da paz, as condições políticas e econômicas mundiais vão entrar em rápida desintegração [N.T.: O que já começa a acontecer no mundo inteiro]. A segunda metade da Tribulação é chamada Grande Tribulação. Neste estudo, tentaremos delinear os principais eventos, na mais possível ordem cronológica:
1. - A Mulher Vestida de Sol
Na metade da “semana”, duas maravilhas vão surgir no céu. A primeira será uma mulher, descrita em Apocalipse 12:1. Ela não é Maria nem a Igreja. É a nação de Israel. Vamos nos lembrar do sonho de José, com o sol, a lua e as estrelas (Gênesis 37:9), para ver que essa mulher vestida de sol, com a lua aos seus pés, com 12 estrelas coroando-lhe a cabeça, representa os judeus. José era a 12ª. estrela. No Velho Testamento, Israel tem sido comparada com uma mulher casada, enquanto a Igreja será a Virgem desposada, nesse tempo (2 Coríntios 11:2). Esta mulher é descrita como estando grávida de um filho, em trabalho de parto (Apocalipse 12:2). Quando foi que a Igreja esteve nessas condições? Paulo diz sobre Israel: “Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Romanos 9:4-5). Israel espera o tempo, quando poderá dizer: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto” (Isaías 9:6-7). Mas, antes que isso possa acontecer, a nação deverá passar por terríveis flagelos e castigos, quando será “o tempo das dores de Jacó”.
Como resultado das dores de parto, a mulher dará à luz um Filho Homem, o qual vai “governar as nações com vara de ferro”. Não pode haver dúvida alguma sobre esse Filho Homem, conforme o Salmo 2, ou seja, Cristo, que foi arrebatado, na ascensão, para se assentar à destra do Pai.
Após o nascimento do Filho, a mulher “foge para o deserto”, onde tem um lugar preparado por Deus e onde é alimentada por 1260 dias. É aqui que alguns intérpretes cometem um erro. Eles interpretam o fato de que entre o 5º. e o 6º. versos deste capítulo, entra o atual período da Igreja. Aqui, está a brecha entre a 69ª. e a 70ª. semanas de Daniel. João transpõe essa brecha, a partir da ascensão de Cristo, para o lançamento de Satanás, porque ele não está tratando da Tribulação da Igreja nestes capítulos, mas da Tribulação de Israel. João deseja prosseguir em sua história, sem interrupção. Temos aqui mais uma evidência de que não é Maria, pois a mulher não foge para o Egito, mas para o deserto; ela não foge com o Filho, pois Ele já subiu para o trono de Deus, e nem foge para proteger o Filho, mas para se proteger.
2. - O Grande Dragão Vermelho
Apocalipse 12:9 remove todas as dúvidas quanto ao dragão vermelho, que não é outro senão Satanás, a segunda maravilha de Apocalipse 12. Quando é expulso do céu, pela ascensão do Filho do Homem ao poder, ele concentrará todo o seu ódio e maldade contra a “mulher” (Israel), a qual deu à luz o “Filho”. À mulher, serão dadas duas asas de grande águia (verso 14), a fim de que ela possa fugir para o deserto, onde será alimentada durante três anos e meio, até que o dragão seja amarrado.
3. - O Quinto Selo (Apocalipse 6:9-11)
Quando o quinto selo é aberto, João vê as almas dos mártires sob o altar. Esses mártires, cujas almas são vistas por João, não são as das eras passadas, arrebatadas junto com a Igreja, mas os que “venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte” (Apocalipse 12:11), durante a Tribulação. Depois que a Igreja for arrebatada, a pregação do Evangelho do Reino será reassumida (Mateus 24:14). Como ele proclama que Cristo está em vias de estabelecer o Seu Reino na Terra, isso acarretará grande desgosto ao Anticristo e aos seus seguidores, desencadeando da parte destes uma grande perseguição contra os evangelistas (Mateus 24:9-13). As almas desses mártires é que foram vistas por João, sob o altar (Apocalipse 7:13-14). O seu pedido vai ser atendido em Apocalipse 20:4.
4 - O Sexto Selo (Apocalipse 6:12-17)
Quando o sexto selo é aberto, grandes “mudanças ecológicas” acontecem na Terra (Joel 2:30-31; Mateus 24:29; Isaías 13:9-11). Serão mudanças tão terríveis, que os homens pedirão aos rochedos que os escondam da ira do Cordeiro (Ap 6:1-17).
Entre a abertura do sexto e do sétimo selo, haverá um intervalo, durante o qual os 144 mil filhos de Israel, 12 mil de cada tribo, serão selados. Assim como havia, no tempo do rei Acabe, 7 mil que não se dobraram diante de Baal, haverá 144 mil, no tempo do Anticristo, que não se dobrarão diante dele. Eles serão selados na testa (por um anjo) e o selo terá impresso o “Nome do Pai” (Apocalipse 14:1; 22:4).
5. - O Sétimo Selo (Apocalipse 8:1)
Na abertura do sétimo selo, haverá “silêncio no céu”, durante um limitado espaço de tempo. Será um período de preparação para o conflito maior que virá a seguir. Logo que o silêncio for rompido, sete anjos vão tocar, sucessivamente, sete trombetas.
6. - A Primeira Trombeta (Apocalipse 8:7)
“E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada”. Isto será o cumprimento de Joel 2:30-31. Será uma repetição das pragas do Egito (Êxodo 9:22-26). Se aquelas foram literais, por que estas também não serão?
7. - A Segunda Trombeta - (Apocalipse 8:8-9)
Quando soar a segunda trombeta, uma montanha de fogo, provavelmente um grande meteoro, cairá dentro do mar (Mediterrâneo), destruindo 1/3 das criaturas marinhas e a terça parte das embarcações e, provavelmente, algumas frotas reunidas para uma batalha naval. A terça parte do mar se transformará em sangue.
8. - A Terceira Trombeta (Apocalipse 8:10-11)
Quando a terceira trombeta for tocada, uma estrela ardendo em fogo, chamada Absinto, cairá na Terra e transformará em águas amargas as fontes de água potável. (Ver Jeremias 9:13-15).
9. - A Quarta Trombeta (Apocalipse 8:12).
Quando soar a quarta trombeta, a terça parte do sol, da lua e das estrelas vai escurecer, perdendo 1/3 de sua luz. Este é um dos sinais mencionados por Cristo (Lucas 21:25-26). Em seguida, um anjo voará pelo céu, anunciando, em grande voz, “três ais”, os quais devem seguir o som das três trombetas que ainda restam.
10. - A Quinta Trombeta - O primeiro “ai” - a praga de gafanhotos (Apocalipse 9:1-4)
Quando soar a quinta trombeta, uma estrela cairá na Terra, trazendo a chave do poço do abismo. Esta não é de fato uma estrela, mas um anjo que a ela se assemelha, ao qual foi entregue a chave. Quando o poço do abismo é aberto, vem uma espessa nuvem de “gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra. E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus” (Versos 3-4). Esses gafanhotos têm um rei, que os gafanhotos comuns não têm (Provérbios 30:27). O nome do seu rei em Hebraico é Abadom e em Grego, Apolion, cujo significado é “destruidor”.
11. - A Sexta Trombeta - O segundo “ai” - a praga de homens-cavalos (Apocalipse 9:13-21)
Quando soar a sexta trombeta, uma voz chegará do altar de ouro, ordenando que o trompetista solte os 4 anjos que se encontravam presos no Eufrates. Eram anjos maus e por isto haviam sido ali aprisionados. Eles formam um exército de 200 milhões de “cavalaria infernal”. Essa cavalaria não se compõe de homens comuns. Os cavaleiros “tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e de suas bocas saía fogo e fumaça e enxofre” (verso 17). “Porque o poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas são semelhantes a serpentes, e têm cabeças, e com elas danificam” (verso 19).
12. - A Aparição (Apocalipse 10)
Entre o soar da sexta e da sétima trombetas, haverá um intervalo. Durante esse intervalo, um Anjo forte descerá do céu, trazendo na mão um livrinho aberto. Esse Anjo forte deve ser o próprio Cristo, pois Sua descrição combina com Apocalipse 1:12-15 e Sua voz se assemelha à de um leão, o que o identifica como o “Leão da Tribo de Judá” (Apocalipse 5:5; 10:3). Esta aparição levará Israel à conversão, do mesmo modo como aconteceu com Paulo, na estrada de Damasco. Haverá sempre uma luz brilhante, mais forte que a do sol (como na Transfiguração), quando Jesus aparecer, durante a Tribulação (Êxodo 43:2; Salmo 50:2). Não sabemos quando, na 70ª semana de Daniel, isto vai acontecer. Uma boa suposição poderia encaixá-lo nos 4 meses que antecederão a Segunda Vinda, com base no Livro de Jó, o qual tem 42 capítulos e o Senhor aparece no capítulo 38.
13. - As Duas Testemunhas
Em Apocalipse 11:1-14, temos a descrição das Duas Testemunhas, as quais devem profetizar durante a maior parte da segunda metade da Tribulação. Sua identidade está clara. Uma tem o poder de fechar o céu para que não chova, nos dias de sua profecia. Esta será Elias, o qual foi trasladado, a fim de que pudesse regressar no “grande e terrível Dia do Senhor”, conforme Malaquias 4:5-6. Ela vai fechar o céu por 42 meses, ou seja, três anos e meio, como Elias fez, no tempo do rei Acabe. A outra testemunha, com grande poder de transformar a água em sangue e ferir a Terra com toda sorte de flagelos, pode ser identificada com Moisés, o único na Escritura que teve esse poder e para isto será ressuscitado dos mortos. Assim como Moisés e Elias apareceram juntos, no Monte da Transfiguração, com a aparência luminosa dos dois anjos que deram testemunho durante a ascensão de Cristo (Atos 1:10-11), o mais provável é que eles regressem à Terra para anunciar a Segunda Vinda de Cristo. Durante o seu testemunho, elas têm poder para destruir os seus inimigos e sua ascensão ao céu será seguida por um grande terremoto, o qual vai completar o segundo “ai”.
14. - A Sétima Trombeta - O terceiro “ai” (Apocalipse 11:15-19).
A sétima trombeta inclui tudo que vai acontecer até o final do capítulo 19. Não devemos esquecer, neste estudo do Livro do Apocalipse, que o sétimo seloinclui as sete trombetas e as sete taças e que a sétima trombeta inclui as sete taças do sétimo selo e que as sete trombetas e as sete taças terminam todas com vozes, trovões, relâmpagos e um terremoto (Apocalipse 8:5; 11:19; 16:18).
15. - As Sete Taças (Apocalipse 16)
As cinco primeiras taças têm grande semelhança com os selos e as trombetas e com as pragas do Egito. A sexta taça (Ap. 16:12-14) é derramada sobre o rio Eufrates, para secar suas águas, a fim de permitir a travessia dos exércitos ocidentais, para a Batalha do Armagedom (Isaías 11:15-16).
Quando a sétima taça é derramada, uma grande voz (provavelmente a voz dAquele que clamou na cruz: “Está consumado”) vai clamar: “Está feito!” (Ap 16:17). Então, haverá um grande terremoto e a Grande Cidade será dividida em três partes e as cidades das nações (as dez nações confederadas) Londres, Roma, Paris, etc., mais a Grande Babilônia, cairão. Este terremoto foi predito por Zacarias 14:4-5: “E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo”.
Na grande saraiva, que vai cair sobre os homens, na qual cada pedra deve pesar umas 100 libras, teremos a repetição da 7ª. praga do Egito: “Eis que amanhã por este tempo farei chover saraiva mui grave, qual nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até agora” (Êxodo 9:18). A saraiva tem sido um dos instrumentos bélicos usados pelo Senhor. Ele a usou para destroçar os inimigos de Israel em Bete-Horom, nos dias de Josué (Josué 10:11); a Lei de Moisés exigia que o blasfemador fosse apedrejado (Levítico 24:16); os blasfemadores modernos serão apedrejados, também, nos últimos dias.
No Livro do Apocalipse, entre o derramamento das taças e a Batalha do Armagedom, a qual encerra o período da Grande Tribulação, vemos a destruição (nos capítulos 17 e 18) do sistema religioso dominante, chamado “Mistério, a Grande Babilônia”.
16. - A Grande Meretriz
A mulher de Apocalipse 17 deve ser a Igreja Católica Romana. Ela é um sistema religioso ancorado na política. O novo Império Romano (União Européia) de Daniel 2 proverá a ferramenta necessária para a confederação da igreja + estado, a qual será governada pelo Anticristo. A mulher será destruída exatamente pela máquina política que ela escolheu para dirigir. (Ap 17:16-18).
17. - A Batalha do Armagedom (Apocalipse 19:11-21)
O período da Tribulação será encerrado com a Batalha do Armagedom. Como já vimos, os exércitos do Oriente e do Ocidente vão se juntar, na Terra Santa. O campo de batalha será o Vale de Megido, localizado no coração de Israel, o mesmo campo de batalha do Velho Testamento. As forças engajadas nessa batalha serão: os exércitos aliados do Anticristo, de um lado; do outro, o exército celestial de Cristo. Isso vai acontecer quando a “seara da terra estiver madura”(Apocalipse 14:15). E, no exato momento em que os exércitos aliados do Anticristo estiverem quase se apossando da Cidade do Grande Rei (Jerusalém), “O SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha” (Zacarias 14:3). A seqüência é graficamente descrita em Apocalipse 19:11-15: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso”.
Quando Jesus veio a Jerusalém na primeira vez, Ele ali entrou como um rei, montado num jumento (Mateus 21:1-11). Mas, desta vez, Ele virá montado num cavalo branco, usando muitas coroas e terá suas vestes salpicadas de sangue, não do Seu sangue, mas do sangue dos Seus inimigos. Isaías bem profetizou:“QUEM é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas roupas como as daquele que pisa no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura. Porque o dia da vingança estava no meu coração; e o ano dos meus remidos é chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e admirei-me de não haver quem me sustivesse, por isso o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. E atropelei os povos na minha ira, e os embriaguei no meu furor; e a sua força derrubei por terra” (Isaías 63:1-6).
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