“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o Senhor seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. “
2 Crônicas 26:16
Este é um dos textos que ultimamente tem me provocado uma profunda reflexão. O contexto trata da história do rei Uzias, Talvez, um dos mais bem sucedidos reis de Judá. O avanço que o reino de Judá alcança sobre o governo de Uzias é um dos mais importantes e mais bem estruturados. Ele promove mudanças arquitetônicas, promove atração de investimentos tanto na agricultura quanto na pecuária, devido a construção de poços, cria uma tropa de elite formada por dois mil e seiscentos homens, um exército com mais de trezentos e sete mil soldados, investe nos principais armamentos da época. Devido a todo esse crescimento o seu nome crescia e ele tornava-se cada vez mais poderoso (2 Cron. 28.8).
Fico pensando com meus botões: o que faz com que alguém não reconheça que tudo o que tem, e o que vier a ser é resultado da Graça do nosso Deus e portanto não cabe a nós nos gloriarmos? Mas como manter-se intocável, inatingível quando somos promotores de tão grande crescimento? Talvez a resposta esteja também no comportamento contrário de Uzias. O Texto vai deixar bem claro que o ápice da queda de Uzias acontece quando ele entende que pode fazer algo que somente homens específicos (sacerdotes) poderiam fazer , que era justamente oferecer sacrifício.
Deixa-me chateado o comportamento de algumas pessoas que se acham detentores de todos os dons e tudo o que graciosamente Deus nos dá. Deus não nos deve nada! Portanto as dádivas não são minhas e muito menos são as melhores (para mim mesmo), elas servem para o melhor aproveitamento do Reino e exercício do serviço cristão. Deus capacita a quem quer para determinadas funções e isso nos faz entender que temos limites, temos carências, não conhecemos todas as coisas e não somos os melhores no que fazemos. Esse pensamento altivo é reflexo dessa teologia manchada de humanismo, que diz: “Deus precisa de nós para executar sua obra”. Não! Nós precisamos d’Ele e é exatamente por isso que nos engajamos no serviço do Reino. Necessitamos colocar nosso talentos a serviço de Deus.
O texto de provérbios é muito enfático e se encaixa perfeitamente na construção desse pensamento, quando diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda (Pr. 16:18)”. Cuidado meus irmãos com todo conhecimento, toda intelectualidade, toda inteligência. Li esses dias uma frase que não sei exatamente de quem é, mas que fala o seguinte: “A soberba leva ao ser humano a solidão, traz a guerra e desagrada a Deus.” Que o nosso Deus nos ajude a não submetermos o nosso coração a esse sentimento tão sórdido, enganoso e destrutivo, mas sigamos o conselho do apóstolo Thiago: “(...) Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6b).
Para nossa reflexão, e quando digo nossa me refiro a todos quantos militam em favor da sã doutrina, pois, muitas vezes nos pegamos achando que temos todas as respostas, ou que todas as respostas estão nos grandes teóricos da Teologia (Calvino, Lutero, Knox... entre outros). Todas as respostas estão no Deus a quem esses homens sempre serviram. Esses homens não precisam que nós afirmemos o que eles já fizeram, pois se fizeram, fizeramporque tinham total convicção de quem serviam. Para pensarmos e refletimos deixo G. K. Chesterton: “Se eu tivesse apenas um sermão para pregar, seria um sermão contra a soberba” .Deus nos ajude e nos livre desse mal! Amém.
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