quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Lei e o espelho





Todas as vezes que olhamos para um espelho vemos coisas que não gostaríamos de ver, como por exemplo, que a velhice se aproxima, que estamos um pouco mais gordo, magro demais ou que estamos cheios de espinhas. Ou seja, na maioria das vezes o espelho revela quem somos realmente. Mas há espelhos que refletem mentiras. Existem aquelas casas de espelhos, as quais existiam em parques de diversões que, quando entravamos nessas casas nós não nos víamos de forma verdadeira, mostrando-nos mais altos ou mais baixos do que somos, mais gordos ou mais magros do que somos, ou seja, sempre mentindo. Sendo assim, o estado que o homem vive dentro dessa casa é de engano. 

O domingo -  Dia do Senhor, no Catecismo de Heidelberg, nos mostra que há uma coisa que reflete quem somos verdadeiramente: A Lei de Deus. 

O 2º Dia do Senhor nos mostra:
P.3. Como é que você sabe dos seus pecados e miséria?
R. Pela lei de Deus.
P.4. O que a lei de Deus exige de nós?
R. É isso o que Cristo nos ensina resumidamente em Mateus 22.37-40: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. 
P.5. Você consegue guardar tudo isso perfeitamente?
R. Não. Sou, por natureza, inclinado a odiar a Deus e ao meu próximo.

Da mesma forma que nos aproximamos de um espelho para nos ver a cada dia, também deve ser a nossa aproximação diante da Lei de Deus para nos analisar todos os dias. O problema é que o espelho não consegue arrumar aquilo que ele revela. Assim também é a Lei, ela mostra o diagnóstico, mas ela, por si mesma, não consegue expiar a nossa culpa. 

É interessante que quando falamos da Lei de Deus, algumas pessoas  falam do amor. Temos que pensar mais no amor e amar mais as pessoas, mas será que nós conseguimos? Veja o que Jesus disse:

Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mt 22.37-41)

E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.” (Lc 10.26-27). 

Quando a Bíblia mostra que devemos amar a Deus e ao nosso próximo como a nós mesmos, isso nos mostra que somos derrotados e miseráveis e que não amamos a nós mesmos. Pois, quem aqui ama a Deus sobre todas as coisas? Quem nunca disse para alguém, em um tom de exclusividade humanística “você é o amor da minha vida”; “você era aquilo que me faltava”; “você completou o vazio que havia dentro de mim”? Se estas palavras não forem uma declaração sincera para Deus, mas para uma pessoa, de forma que alguém venha a tomar o lugar de adoração exclusiva” dentro do nosso coração, isso é idolatria e já quebramos os primeiros quatro mandamentos. E, consequentemente, não conseguiremos cumprir todo o resto, porque se tropeçarmos em um só ponto, nos tornaremos culpados de todos (Tg 2.10). 

Por isso, como diz o Catecismo, baseado na Palavra de Deus, nós não conseguimos cumprir a Lei de Deus perfeitamente. Então, se queremos desfrutar desse conforto, como diz o primeiro Dia do Senhor, em saber que não pertencemos a nós mesmos, como diz o próprio Catecismo, devemos conhecer como são grandes os nossos pecados (DS 1, PR 2). Mas, da mesma forma que a Lei aponta o nosso pecado, ela aponta para Cristo e nos leva até Ele, porque Ele conseguiu cumprir toda a Lei perfeitamente. 

Que nós possamos a cada dia nos aproximar mais de Cristo e depositar a nossa confiança nele, entendendo que é pela graça de Deus que estamos aqui, e por isso adoremos a Deus. Amém. 

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Fonte: Bereianos

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