terça-feira, 9 de outubro de 2012


GÊNESIS

CAPÍTULO 2
• Versículos 1-3 O primeiro dia de repouso•
 Versículos 4-7 Detalhes da criação•
Versículos 8-14 Plantação do jardim do Éden•
 Versículo 15 O homem colocado no Éden•
 Versículos 16-17 O mandamento de Deus•
 Versículos 18-25 Dar nome aos animais –
A criação da mulher – A instituição divina do matrimônio

Versículos 1-3
Depois de seis dias Deus cessou todas as obras de criação. Nos milagres tem utilizado leis superiores da natureza, mas nunca foi mudado seu curso estabelecido, nem lhe foi agregado. Deus não descansou como se estiver cansado, senão como alguém que está muito comprazido. Note-se o começo mesmo do reino de graça, a santificação ou a observância sagrada do dia de repouso. A observância solene de um dia a cada sete como dia sagrado de descanso e de santo trabalho, para a honra de Deus, é dever de toda pessoa a quem Deus tem dado a conhecer seus santos dias de repouso. Neste momento, ninguém da raça humana tinha ser, senão os nossos primeiros pais. Para eles foi instituído o dia de repouso e, é claro, também para todas as gerações sucessivas. O repouso cristão que observamos é um dia sétimo e nele celebramos o repouso de Deus Filho e a consumação da obra de nossa redenção.

Versículos 4-7
Aqui se dá um nome ao Criador: "Jeová". Jeová é o nome de Deus que denota que somente Ele tem seu ser de si mesmo, e que Ele dá o ser a todas as criaturas e coisas. Também se destacam as plantas e as ervas porque foram feitas e indicadas como alimento para o homem. A terra não produziu seus frutos pelo seu próprio poder: isto foi feito pelo poder do Onipotente. Da mesma forma, a graça da alma não cresce por si mesma no terreno da natureza; é a obra de Deus. A chuva é também dádiva de Deus; não choveu senão até que Deus fez chover. Embora Deus opera usando médios, quando se agrada pode, não obstante, fazer sua obra sem médios; e embora nós não devemos tentar a Deus descuidando os médios, devemos confiar nEle tanto no uso como na falta de médios. De uma ou de outra forma, Deus regará as plantas de seu jardim. A graça divina desce como o orvalho e silenciosamente rega a igreja, sem fazer barulho. O homem foi feito do pó miúdo, como o que existe na superfície da terra. A alma não foi feita da terra como o corpo: pena então que deva agregar-se à terra e preocupar-se pelas coisas terrenas. Em breve daremos conta a Deus pela forma em que temos empregado estas almas; e se achar que as temos perdido, ainda que tenha sido para ganhar o mundo, estamos perdidos para sempre! Os néscios desprezam suas próprias almas ao preocupar-se de seus corpos antes que de suas almas.

Versículos 8-14
O lugar fixado para que Adão habitasse não era um palácio, senão um jardim. Quanto melhor nos viremos com coisas simples e menos procuremos as coisas que comprazem o orgulho e a luxúria, mais perto estaremos da inocência. A natureza se contenta com um  pouco e aquilo que for mais natural; a graça, com menos ; porém a luxúria o deseja todo e não se contenta com nada.
 Nenhum prazer pode satisfazer a alma senão aquilo que Deus mesmo tem provido e indicado para isso. Éden significa deleite e prazer. Não importa qual tenha sido sua localização, tinha todas as comodidades desejáveis, sem nenhuma desvantagem, como nunca jamais existiu nenhuma outra casa ou jardim na terra. Estava ornado com toda árvore agradável à vista e enriquecido com toda árvore que der fruto agradável ao paladar e bom para comer. Como Pai doce, Deus desejava não só o proveito de Adão, senão seu prazer; porque há prazer com inocência, melhor ainda, há verdadeiro prazer somente na inocência. Quando a Providência nos coloca num lugar de abundância e prazer, deveríamos servir a Deus com alegria de coração pelas coisas boas que nos dá. Éden tinha duas árvores exclusivas.
1)     
No meio do jardim estava a árvore da vida.
O homem podia comer desta e viver. Cristo é agora a Árvore da vida para nós (Ap 2.7; 22.2) e o Pão de vida (Jo 6. 48,51).2)
Estava a árvore do conhecimento do bem e do mal, assim chamada porque havia uma revelação positiva da vontade de Deus acerca desta árvore, de modo que por ele o homem poderia chegar a conhecer o bem e o mal moral. Que é bom? Bom é não comer desta árvore. Que é mau? Mau é comer desta árvore. Nestas duas árvores Deus colocou diante de Adão o bem e o mal, a bênção e a maldição.

Versículo 15
Depois que Deus houve formado a Adão, o colocou no jardim. Assim toda jactância ficou excluída. Somente o que nos fez pode fazer-nos felizes; quem é o Fornecedor de nossos corpos, e o Pai de nossos espíritos, e ninguém senão Ele pode prover plenamente para a felicidade do corpo e da alma. Ainda no mesmo paraíso o homem devia trabalhar. Nenhum de nós foi enviado ao mundo para estar ocioso. O que fez nossas almas e corpos nos tem dado algo com que trabalhar; e o que nos deu esta terra por habitação, nos tem dado algo sobre que trabalhar. Os filhos e herdeiros do céu, enquanto estão no mundo, têm algo que fazer por esta terra, a qual deve ter sua quota de tempo e preocupação de parte deles; e se o fizerem olhando para Deus, estarão servindo-o tão verdadeiramente nisso como quando estão de joelhos. Observe que o chamamento do agricultor é um chamado antigo e honorável; era necessário até no paraíso. Além disso, há verdadeiro prazer nas tarefas as quais Deus nos chama e nas que nos emprega. Adão não teria podido ser feliz se tiver estado ocioso: continua sendo a lei de Deus que aquele que não trabalha não tem direito de comer (2 Ts 3.10).

Versículos 16-17
Não coloquemos nunca nossa própria vontade contra a santa vontade de Deus. Não só se outorgou liberdade ao homem para tomar os frutos do paraíso, senão que lhe foi assegurada avida eterna por sua obediência. Tinha-se estabelecido uma prova para sua obediência. Pela transgressão ele perderia o favor de seu Criador e se faria merecedor de seu desagrado, com todos seus espantosos efeitos; deste modo ele ficaria propenso à dor, a doença e à morte.

 Pior do que isso, ele perderia a santa imagem de Deus e todo o consolo de sua aprovação; e sentindo o tormento das paixões pecaminosas e o terror da vingança de seu Criador, a qual deveria suportar para sempre com sua alma que nunca morre. A proibição de comer do fruto de uma árvore em particular era sabiamente adequada para o estado de nossos primeiros pais. Em seu estado de inocência e separados dos outros, que ocasião ou que tentações tinham para romper algum dos dez mandamentos? O desenvolvimento dos acontecimentos prova que toda a raça humana estava comprometida na prova e queda dos nossos primeiros pais. Argumentar contra estas coisas é lutar contra fatos irrebatíveis, e contra a revelação divina; porque o homem é pecador e mostra por seus primeiros atos e por sua conduta posterior que está sempre disposto a fazer o mal. Está submetido ao desagrado divino, exposto aos sofrimentos e à morte. As Escrituras sempre falam do homem como que tem um caráter pecador e está nesse estado de miséria; e estas coisas valem para os homens de todas as épocas e de todas as nações.

Versículos 18-25
O homem recebeu o poder sobre as criaturas e, como prova disso, lhes deu nome a todas elas. Este fato mostra também seu discernimento em quanto às obras de Deus. Embora era senhor das criaturas, nada deste mundo era uma ajuda idônea para o homem. De Deus são todas nossas ajudas. Se descansarmos em Deus, Ele operará todo para bem. Deus fez que um sono profundo caísse sobre Adão; porquanto não conhece o pecado, Deus cuida que o homem não sinta dor. Deus, como Pai dela, trouxe à mulher ao homem, como seu segundo ser e como sua ajuda idônea. Essa esposa, feitura de Deus por graça especial, e produto de Deus por providência especial, provavelmente demonstre ser a ajuda idônea para o homem. 

Veja-se que necessidade há, tanto de prudência como de oração, ao escolher esta relação que é tão próxima e tão duradoura. Havia necessidade de fazer bem isto que se faz para toda a vida. Nossos primeiros pais não necessitavam roupa para cobrir-se do frio ou do calor, pois não podiam prejudicá-los: tampouco a necessitavam para vestir-se. Assim de livre, assim de feliz era a vida do homem em seu estado de inocência. Quão bom era Deus por ele! Com quantos favores Ele o carregou! Quão leves eram as leis que lhe foram dadas! Contudo, o homem, em meio de toda essa honra, não entendeu seu próprio interesse, senão que logo se tornou como as bestas que perecem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário