"Tentação" de Dietrich Bonhoeffer
Recentemente escrevi um texto sobre a importância da leitura (Livros são machados), mas na verdade pretendia escrever sobre o livroTentação do teólogo e mártir Dietrich Bonhoeffer. Por isso, sentindo-me em dívida com o impacto causado pelo livro em questão, gostaria apenas de fazer alguns breves comentários sobre alguns pensamentos que serviram de machado para "despedaçar o mar congelado de meu interior". Adianto que este livreto é a adaptação de uma série de estudos bíblicos dirigidos por Bonhoeffer em 1937 aos pastores ilegais da Igreja Confessante (pequeno grupo cristão de resistência ao partido nazista da Alemanha). Vamos as marretadas!
01- Quanto a essência da tentação
Para o homem natural a tentação é uma oportunidade de comprovar sua força contra as desventuras, ameaças e encontros com o inimigo. No mundo dos filhos de Adão, tentação é a ocasião perfeita para testar a própria força. É por isso que não faz o menor sentido para o homem natural orar como os cristãos "não nos deixe cair em tentação", posto que a vida só é ganha diante da morte e o bem só é ganho diante do mal. No entanto, a tentação que nos fala Jesus Cristo é de outra natureza. Na tentação bíblica, todas as minhas forças se voltam contra mim e são usadas contra mim. Descobrimos que nós mesmos somos os nossos piores inimigos. Não há forças a serem testadas e ocasiões para heroísmo, pois na hora da tentação, todas as nossas forças sempre nos abandonarão. Não medimos força com a cobiça, mas oramos "não nos deixe cair em tentação" ao Deus que nos ampara por sua Graça deleitosa. Esta deve ser a postura do cristão que não confia em si mesmo, em sua santidade, moralidade pessoal e recursos humanos (II Co 1.9).
02- A tentação espiritual
A tentação espiritual diz respeito a segunda investida de Satanás no deserto da Judéia contra Jesus. Interessante que nessa tentação ele faz uso da própria palavra de Deus (Salmo 91) para tentar demover o Filho do Homem de sua obra redentora. Em suma, ele sugere que Jesus exija da parte de Deus um sinal de sua real filiação - (Se Tú és meu Pai então prove!). É uma tentação lançada sobre a confiança de Jesus no seu Pai celeste. Jesus chamou esse ataque diabólico de tentação de Deus (Não tentarás o Senhor teu Deus). Portanto, quando a nossa fé exige sinais visíveis de Deus, manifestações comprobatórias de seu poder, quando pretende mais do que a Palavra e a promessa de Deus torna-se a tentação de Deus. Em caso de uma negativa divina, acabamos transferindo para Deus a infidelidade, a mentira, o desamor, ao invés de procurá-las em nós mesmos e no diabo. Portanto, não seja tolo, não exija nada de Deus.
03- Esquecimento de Deus
Por causa de nossa natureza carnal, somos constantemente assaltados pela ânsia do prazer. Em nossos membros irrompe abruptamente erupções selvagens de prazer, dança, garotas, sexo, poder, drogas, etc. Como descreve Bonhoeffer "um fogo que ardia sem chama é atiçado de repente. A carne arde e já está em chamas. Quer o desejo sexual, a ambição, a vaidade, o desejo de vingança, a busca de glória e sede de poder, a avidez pelo dinheiro". Esse é o momento crítico em que a realidade de Deus se apaga em nós, ou melhor, nós mesmos apagamos Deus da nossa vida em favor de nossos prazeres momentâneos. Não é ódio contra Deus, mas esquecimento, pura indiferença. Procuramos todo prazer na criação e nos esquecemos do Criador.
04- O pecado da soberba espiritual
Aqui há o engano acerca da santidade de Deus, a insinuação de que um Deus misericordioso não levaria nosso pecado tão a sério. Desperta em nós, portanto, o desejo de pecar contanto com a graça e o perdão antes mesmo de pecar. No pecado da soberba espiritual, a graça de Deus torna-se um privilégio para o pecado proposital e também para a negligência das disciplinas espirituais. É o caminho da idolatria, do Deus feito ídolo, ao qual sirvo sem a obediência da fé em Cristo (Rm 1.5). Como escaparemos da indiferença frente à Palavra se fazemos da graça um instrumento contra a realidade de Deus?
01- Quanto a essência da tentação
Para o homem natural a tentação é uma oportunidade de comprovar sua força contra as desventuras, ameaças e encontros com o inimigo. No mundo dos filhos de Adão, tentação é a ocasião perfeita para testar a própria força. É por isso que não faz o menor sentido para o homem natural orar como os cristãos "não nos deixe cair em tentação", posto que a vida só é ganha diante da morte e o bem só é ganho diante do mal. No entanto, a tentação que nos fala Jesus Cristo é de outra natureza. Na tentação bíblica, todas as minhas forças se voltam contra mim e são usadas contra mim. Descobrimos que nós mesmos somos os nossos piores inimigos. Não há forças a serem testadas e ocasiões para heroísmo, pois na hora da tentação, todas as nossas forças sempre nos abandonarão. Não medimos força com a cobiça, mas oramos "não nos deixe cair em tentação" ao Deus que nos ampara por sua Graça deleitosa. Esta deve ser a postura do cristão que não confia em si mesmo, em sua santidade, moralidade pessoal e recursos humanos (II Co 1.9).
02- A tentação espiritual
A tentação espiritual diz respeito a segunda investida de Satanás no deserto da Judéia contra Jesus. Interessante que nessa tentação ele faz uso da própria palavra de Deus (Salmo 91) para tentar demover o Filho do Homem de sua obra redentora. Em suma, ele sugere que Jesus exija da parte de Deus um sinal de sua real filiação - (Se Tú és meu Pai então prove!). É uma tentação lançada sobre a confiança de Jesus no seu Pai celeste. Jesus chamou esse ataque diabólico de tentação de Deus (Não tentarás o Senhor teu Deus). Portanto, quando a nossa fé exige sinais visíveis de Deus, manifestações comprobatórias de seu poder, quando pretende mais do que a Palavra e a promessa de Deus torna-se a tentação de Deus. Em caso de uma negativa divina, acabamos transferindo para Deus a infidelidade, a mentira, o desamor, ao invés de procurá-las em nós mesmos e no diabo. Portanto, não seja tolo, não exija nada de Deus.
03- Esquecimento de Deus
Por causa de nossa natureza carnal, somos constantemente assaltados pela ânsia do prazer. Em nossos membros irrompe abruptamente erupções selvagens de prazer, dança, garotas, sexo, poder, drogas, etc. Como descreve Bonhoeffer "um fogo que ardia sem chama é atiçado de repente. A carne arde e já está em chamas. Quer o desejo sexual, a ambição, a vaidade, o desejo de vingança, a busca de glória e sede de poder, a avidez pelo dinheiro". Esse é o momento crítico em que a realidade de Deus se apaga em nós, ou melhor, nós mesmos apagamos Deus da nossa vida em favor de nossos prazeres momentâneos. Não é ódio contra Deus, mas esquecimento, pura indiferença. Procuramos todo prazer na criação e nos esquecemos do Criador.
04- O pecado da soberba espiritual
Aqui há o engano acerca da santidade de Deus, a insinuação de que um Deus misericordioso não levaria nosso pecado tão a sério. Desperta em nós, portanto, o desejo de pecar contanto com a graça e o perdão antes mesmo de pecar. No pecado da soberba espiritual, a graça de Deus torna-se um privilégio para o pecado proposital e também para a negligência das disciplinas espirituais. É o caminho da idolatria, do Deus feito ídolo, ao qual sirvo sem a obediência da fé em Cristo (Rm 1.5). Como escaparemos da indiferença frente à Palavra se fazemos da graça um instrumento contra a realidade de Deus?
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