Há muita gente que não se preocupa com os males, nem os passados, nem os que podem vir. Devemos tomar os males como elementos didáticos, pois nós podemos aprender com os erros a não errar mais.
Certa vez trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério. O problema era saber de Jesus se aquela mulher devia ser apedrejada como determinava a lei de Moisés, ou se a lei poderia ser anulada pelo amor que Jesus estava pregando.
Depois de ter desafiado os acusadores da mulher a começarem a apedrejá-la se estivessem sem pecado, Jesus pergunta à mulher: onde estão os teus acusadores, ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.
Jesus recebeu a mulher no presente, perdoou-lhe o passado, mas advertiu-a contra os mesmos erros no futuro - vai e não peques mais.
Jesus no seu magnífico Sermão da Montanha ensina: "Não andeis ansiosos quanto ao dia de amanhã, pois o amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal". (Mateus 6:34). Essas palavras de Jesus não são um incentivo ao conformismo. Não sugerem que tragamos as necessidades de amanhã para hoje. Não deve haver desgaste antecipado com o "pode" acontecer, com simples conjecturas, muitas vezes negativas, para o bom andamento da vida de cada dia.
Há pessoas que interpretam as palavras de Jesus quando ele diz que devemos olhar as aves dos céus e as flores do campo que não trabalham nem fiam, mas recebem a proteção do criador, como uma sugestão à ociosidade. Mas não é, não. É um apelo ao homem para confiar na misericórdia de Deus que se preocupa com as aves e com as flores.
Ele afirma: "Se Deus cuida das aves e das flores, não cuidará muito mais de vós?" As palavras de Jesus são um incentivo a que o homem faça o que pode fazer e confie em Deus e na sua bondade para aquilo que o homem não pode fazer.
Basta a cada dia o seu mal. Não significa que devemos trazer as tristezas de ontem para hoje. O que passou, passou. É preciso cortar o elo que nos liga a um passado triste. É preciso fortalecer o elo que nos liga a um passado feliz. O apóstolo Paulo, em certo ponto de seus escritos, registrou o seguinte:"esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo em direção ao alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus". (Filipenses 3:14)
O tempo é bálsamo para curar as feridas da alma. Recordar sofrimento é sofrer outra vez. Há um ditado popular que diz que não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Eu acho que o correto é não fazer hoje o que pode ser feito amanhã, pois amanhã as circunstâncias podem ser outras que tornem desnecessário o que fizemos hoje. Por isso Jesus diz: basta a cada dia o seu próprio mal.
As palavras de Jesus nos levam a pensar que as dificuldades do dia de hoje estão sob o controle de Deus. Quem veste a erva e alimenta os pássaros não vai se esquecer da coroa da criação que é o homem. Isso o mesmo Cristo afirma: "pois se Deus veste a erva do campo, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?"
O que sobrecarrega o homem é a falta de confiança em Deus e a preocupação com problemas passados e futuros. Por isso Ele diz que basta a cada dia o seu mal.
Imaginemos que três caminhões carregados estão viajando numa estrada. De repente os motoristas resolvem colocar a carga do da frente e do de trás sobre o caminhão do meio! O que acontece? Ele não aguenta, ele "pifa".
O caminhão de trás é o ontem, o caminhão da frente é o amanhã e o do meio é o hoje. Por que andar preocupados com os problemas de ontem? O ontem já passou. Por que se preocupar com os problemas de amanhã, a gente nem sabe se vai ter amanhã.
O que devemos fazer é aplicar a lição que Jesus ensinou à mulher adultera. Recebeu-a no presente, perdoou o passado - nem eu te condeno - advertiu-a para o futuro - não peques mais.
Deus distribui com perfeição a carga de cada dia. Na oração do Pai Nosso Jesus nos aconselha a pedir o pão nosso de Cada Dia. O homem pede pão para a vida inteira, depois tem que jogar as sobras no lixo!
Paulo afirma: "Mas fiel é Deus que não nos deixará tentar acima do que podemos suportar, antes com a própria tentação nos dará o escape para que a possamos suportar". "Não andeis, pois cuidadosos quanto à vossa vida... basta a cada dia o seu mal".
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