Peço que evitem as paixões carnais que estão sempre em guerra contra a alma. (1Pe 2.11)
Mesmo sendo “incríveis”, mesmo pertencendo à raça eleita, mesmo sendo sacerdotes do Rei, mesmo tendo deixado as trevas do passado e estando no presente sob a luz, mesmo tendo sido mudados graças à misericórdia divina – os irmãos da Ásia Menor e de todos os lugares e tempos continuam assediados pela herança pecaminosa do pecado.
Pedro se refere aos prazeres carnais, às paixões carnais, aos desejos carnais, à concupiscência da carne ou aos “desejos sensuais” (BP). Trata-se da propensão pecaminosa, proveniente da Queda, que arrasou a santidade original, uma força motora negativa que acompanha tanto o pecador não convertido como o convertido do nascimento à morte. Esses desejos, muitas vezes fortes demais, lutam contra a alma, combatem contra a alma, fazem guerra contra a alma, batalham contra a alma.
O crente não deve se acomodar, não deve ceder, não deve se acostumar, não deve tolerar. Ele deve afastar-se, ficar longe desses desejos sujos, abster-se deles, principalmente daquelas fontes que os alimentam. O clamor de Pedro é em favor da santidade da igreja: “Peço que evitem as paixões carnais”. Em algumas versões, em vez do verbo “peço”, são usados os verbos “insisto”, “exorto”, “conjuro”. Estes dão mais força ao recado de Pedro, que coincide com o de Paulo: “Em nome do Senhor eu digo e insisto no seguinte: não vivam mais como os pagãos” (Ef 4.17).
Pedro apoia o seu clamor pela santidade da igreja com a lembrança de que tanto aqueles irmãos como nós também estamos aqui de passagem: somos todos apenas viajantes, migrantes, hóspedes, peregrinos, forasteiros. Por sermos estrangeiros, este mundo não é a nossa casa e, portanto, não devemos nos sentir à vontade nele!
É loucura dar espaço ao ego à custa da nossa alma!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.
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