1. Diagnóstico da lepra: Mencionam-se quatro tipos de lepra (13:2, 4, 26, 31) e outras enfermidades contagiosas. Caso se suspeitasse que determinada pessoa estava leprosa, era ela levada ao sacerdote. Comprovado que a pessoa tinha lepra, era declarada impura. Se o caso era duvidoso, a pessoa de quem se suspeitava era isolada por sete dias e a seguir examinada de novo e declarada limpa ou impura, segundo o resultado do exame. O leproso era rigorosamente isolado, evitando-se assim o contágio da enfermidade.
2. Simbolismo da lepra: Considerava-se esta espantosa enfermidade como um processo de corrupção paulatina que tornava imunda a sua vítima. Falava-se do leproso como de alguém já morto (Números 12:12) e da cura do leproso como devolver-lhe a vida (II Reis 5:7). Embora os hebreus não conhecessem o modo de contágio da lepra, seu conceito de imundícia pelo contacto físico servia para excluir o leproso de toda participação com o povo.
Por considerar-se a lepra como impureza e não como enfermidade, e por ter de apresentar-se o leproso ao sacerdote para sua purificação, pode-se dizer que simboliza o pecado que reside no homem. Há certas semelhanças muito interessantes entre a lepra e o pecado:
a) Como a lepra está na carne, assim o pecado está na natureza humana.
b) Como a lepra começa como uma marca insignificante e cresce rapidamente, assim a ação do pecado é progressiva e estende-se a todos os aspectos da vida.
c) Como a lepra é repugnante e quase incurável, assim o pecado, à parte da cura efetuada por Jesus Cristo, é mau e irremediável.
d) Como a lepra separava o leproso das demais pessoas e por fim causava a morte, assim o pecado nos separa de Deus e dos demais e termina com a morte eterna. Realmente é morte em vida.
3. A purificação do leproso: O sacerdote tomava duas aves: uma era sacrificada em vaso de barro sobre águas correntes e o sangue era misturado com a água. A seguir se molhavam a ave viva, o cedro, o carmesim e o hissopo com a água misturada com sangue. Espargia-se sete vezes sobre aquele que devia ser purificado e então se punha em liberdade a ave viva.
O sangue misturado com água representava o meio perfeito pelo qual se efetuou nossa purificação: "Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo" (I João 5:6). Em seu batismo e em sua morte na cruz, Jesus manifestou-se ao mundo. Assim a redenção de Cristo simbolizada pelo sangue tira a culpa. As águas correntes simbolizavam a vida comunicada pelo Espírito Santo. ". . .nos salvou Pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" (Tito 3:5).
O leproso era espargido sete vezes. O número sete, na Bíblia, significa totalidade, culminância ou perfeição. A redenção de Cristo e a obra do Espírito purificam-nos completamente. Mas, como se aplicava a provisão para a purificação? Empregava-se um ramo de cedro, a planta de hissopo e um tecido de escarlate. O cedro simbolizava a incorruptibilidade; a escarlate, a energia vital e nova vida; e o hissopo, a purificação (Êxodo 12:22; Números 19:6; Salmo 51:7). Assim se concedia a purificação, saúde, incorrupção e força. O deixar em liberdade a ave simbolizava, provavelmente, a jubilosa libertação do leproso.
Oito dias depois, o homem purificado devia oferecer três cordeiros. Um destinava-se ao sacrifício pela culpa, o outro pelo pecado, e o terceiro como holocausto. O sacerdote punha sangue sobre a ponta da orelha direita, sobre o polegar de sua mão direita e sobre o polegar do seu pé direito. Depois repetia este ato, mas com azeite. Isto representava que o homem restaurado se consagrava novamente ao serviço de seu Deus (Romanos 12:1). Deus nos limpa para que o sirvamos.
Fonte: Paul Hoff – O Pentateuco.
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