domingo, 8 de setembro de 2013

Mestre


"Vós me chamais mestre e dizeis bem porque eu sou". 

[Todo ano é comemorado] o dia do professor. Em algumas escolas este dia [é] comemorado antecipadamente, pelos alunos das mais diversas maneiras, desde as tradicionais festinhas até o simples oferecimento de um cartão. 


Já se comparou o magistério ao sacerdócio, em que cada professor tem sob seus cuidados inúmeras crianças, adolescentes ou jovens, à espera de uma orientação segura para a vida. De cada professor se exige muita abnegação, muito desprendimento, muita humildade, qualidades essas que têm sido exploradas e usadas para a desvalorização do trabalho do professor.

Nesta comemoração estive pensando em um professor que, mais do que ninguém exerceu o seu trabalho docente, dedicando-se ao discípulo, valorizando o discípulo, preparando o discípulo para a vida. - O mestre Jesus Cristo.

Sim, porque além de Salvador, ele foi também professor: "vós me chamais mestre e dizeis bem porque eu sou". Quais seriam as qualidades de Cristo como professor que poderiam ser aproveitadas pelos professores atuais no aperfeiçoamento de seu trabalho docente? 

Vejamos rapidamente algumas qualidades:

1. O ensino de Cristo era original. 
"Ouvistes o que foi dito... eu porém vos digo". 

Jesus tinha uma mensagem sua para transmitir. Não se contentava em ficar simplesmente repetindo o que os outros disseram, tinha opinião formada. Ensinava de tal modo que a multidão se admirava de seu ensino. Ensinava com autoridade. 

Essa é uma característica que deve ser imitada por todo o professor consciente. O professor não precisa ensinar tudo o que sabe, mas deve saber tudo o que ensina, saber conscientemente. Transmitir ensinamentos assimilados, incorporados a sua própria experiência. O professor não deve se preocupar muito com erudição, mas com cultura.

2. O ensino de Cristo era prático. 
Nada de teorias impossíveis de se praticar: "não julgueis para que não sejais julgados."; "Vai, vende tudo quanto tens", disse Ele ao moço rico que queria ganhar o reino de Deus. Aquele moço queria o que não podia: ganhar o reino do céu, mas não queria o que podia: praticar a caridade, o amor ao próximo. 

A esperança do mundo está nos ensinos de Cristo. Mas não basta ouvi-los apenas, é preciso praticá-los, e não há um só conselho de Cristo que não possa ser praticado pelo homem. O apóstolo Tiago diz que aquele que não é ouvinte esquecido, mas fazedor da obra esse tal será bem aventurado no seu feito.

3. O ensino de Cristo era revolucionário. 
Exigia mudança de comportamento da parte do ouvinte. Nós ensinamos, não sei de quem aprendemos: "Deus lhe dê em dobro o que você está me desejando". Esse é um ensino vingativo, impossível, de ser praticado. Se alguém me deseja um mal eu vou lhe desejar dois males? Se alguém me deseja a morte eu vou lhe desejar duas mortes? Impossível. 

Jesus ensina: "ouvistes o que foi dito aos antigos: amarás a teu próximo e aborrecerás a teu inimigo. Eu porém vos digo amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem".

Sim, o Mestre, o professor Jesus tem muita coisa a ensinar.

Mestres, aprendamos com Cristo, o Mestre dos mestres e o nosso ensino será abençoado e os nossos alunos lucrarão com o nosso ensino, como todos nós lucramos com os ensinos de Jesus.

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Samuel Barbosa é pastor jubilado da Igreja Presbiteriana do Brasil.

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