Por Rev. Ericson
Na sociedade patriarcal judaica a figura do pai estava associada a duas características bem específicas no contexto secular: Primeiro: o pai era a autoridade máxima dentro do lar e como tal deveria ser invariavelmente respeitado na família (cf. Ef. 5:22, 24, 33 e 6:1-3). Sobre ele pesava as decisões mais importantes, a representação da sua família em fóruns sociais e ainda respondia pela culpa da esposa ou filhos por qualquer violação das leis. Segundo: também era o responsável por sustentar, proteger e promover o desenvolvimento social dos seus. Entretanto, havia outra característica associada a figura do pai, no contexto religioso, que pretendo destacar: o sacerdócio.
1. O pai crente era portador das bênçãos divinas. Em Gênesis, por exemplo, Labão abençoou seus filhos (Gn. 31:55), Jacó abençoou a Faraó (Gn. 47:7) e a seus filhos (27:21-35, 48:20, 49:28), Davi abençoou seu terceiro filho (2 Sm. 13:25) e etc. Não há qualquer referência nas Escrituras que mães assim abençoaram seus filhos, porque esta responsabilidade foi dada por Deus aos pais, como mediadores da família. Por tradição católica e em harmonia com este princípio bíblico, nas cerimonias de casamento, o pai é quem deve levar a noiva ao noivo. Simbolicamente o pai transfere neste ato, por meio da sua bênção, a tutela que carregou sobre sua filha ao noivo.
2. O pai crente era mestre das tradições religiosas. Como sacerdotes domésticos, os pais possuíam a responsabilidade de verificar se os membros da sua família estavam vivendo em acordo com a aliança de Deus. Eram servos ativos no aconselhamento dentro de casa, segundo a instrução de Deus. Se negligenciasse tal função, toda a família se tornava vulnerável a apatia espiritual, idolatria, desarmonia nos relacionamentos, rebelião a Deus e a si mesmo como “chefe” familiar. O pai era aquele que “protegia” sua família pela incansável instrução da vontade de Deus, a fim de que nenhum dos seus se afastasse do caminho do Senhor (Êx. 12:26-27, 13:14; Dt. 6:7, 20, 32:7, 46; Pv. 4; Is. 38:19).
3. O pai era digno de honra na família. A palavra “pai” era usada em diversos contextos sempre com significado de alta e merecida estima. Eram chamados de “pai” os patriarcas como homens excepcionalmente compactuados com Deus e mediadores das promessas divinas (Sl. 22:4, 106:7; Hb. 1:1), um sacerdote (Jz. 17:10, 18:19), um profeta (2 Rs. 6:21, 13:14), um tutor espiritual (2 Rs. 2:12) e o mais importante: Deus também era chamado de Pai em comparação aos pais terrenos (Dt. 1:31, 8:5; Sl. 103:13; Pv. 3:12; Hb. 12:4-9). Ser chamado de pai era dignamente honroso e demonstrava respeito, intimidade e o devido reconhecimento.
Estas eram as atribuições dos pais no sistema patriarcal antigo. Todas elas continuam sendo atuais como verdades de Deus para a estabilidade e bom testemunho familiar hoje. Considere cada uma e reavalie sua paternidade com discernimento no lar. Abençoe sua família conferindo as bênçãos que vêm do Senhor. Não deixe de promover os cultos domésticos e orar constantemente por sua esposa e filhos. Fortaleça seu bom testemunho e autoridade, de modo que seja inspirador como homem no temor e no serviço a Deus. E que sob a graça divina, a cada dia, seja um homem segundo a vontade do Senhor!
Rev. Ericson Martins
Fonte: PIPG
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